quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Uma entrada e uma saída

Wender vai sair e Caneira vai entrar. Quanto ao primeiro, não está em causa a sua saída. Está em causa a sua entrada. Tendo em conta o dramatismo que envolveu a sua contratação, choca-nos o papel apagado que acabou por desempenhar enquanto integrou o plantel do Sporting. Há uma peça de Shakespeare intitulada "Tanto barulho por nada". Estaria o dramaturgo a antecipar a contratação de Wender...?
Quanto a Caneira, é mais um excelente jogador formado no Sporting. Nunca se perceberam muito bem as razões que o levaram a abandonar o clube (se alguém as souber de facto, diga-me!). Muito menos se percebe agora porque razão não deveria voltar.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Recado a Romagnoli

Caro Leandro:
Não quero deixar de assinalar a tua chegada ao Sporting Clube de Portugal. O entusiasmo e a expectativa com que aguardamos a tua vinda são enormes. Esperamos, naturalmente, grandes coisas de ti.
Vais encontrar um leão ferido que enfrenta no momento enormes dificuldades. Por culpa própria e por culpa daquilo que se convencionou chamar a conjuntura.
Estas feridas e dificuldades, que mais tarde ou mais cedo se revelarão, certamente, perante ti, poderão talvez dar-te uma ideia deturpada do clube. Chegado de fresco, todo este clima poderá transmitir-te a ideia de um clube frouxo e criar na tua mente dúvidas sobre o que é ser Sporting. Não te iludas: apesar desta expectativa quase infantil em que ficamos com a tua chegada, se alguma vez a dúvida te assaltar e produzir hesitações fatais, podes ter a certeza que te lembraremos --a ti, ou a qualquer dos teus companheiros, funcionários ou membros da direcção a quem suceda o mesmo-- o que dá o tal peso à camisola que agora vais começar a envergar. A consciência colectiva do clube que somos todos nós, os seus sócios e simpatizantes, já demonstrou de forma inequívoca e eloquente que sabe refrescar a memória, implacavelmente, de quem esquece a sua condição de Sportinguista. Acredita que sabemos curar toda a espécie de amnésias.
Por agora, deixa-me dizer-te com toda a simplicidade e sinceridade: os teus sucessos serão os nossos sucessos e a tua satisfação será a nossa satisfação.
De ambos te desejo doses fartas.
Joga por nós!

Jornal Sporting

O jornal Sporting é um orgão de informação do clube que cumpre uma função, hoje em dia complementada e até ultrapassada em parte pela existência de um site na internet. Neste momento o jornal atravessa um momento problemático. A notícia de que iria acabar suscitou desde logo reacções negativas enérgicas e foi prontamente desmentida pela direcção. A publicação do jornal iria ser suspensa para que se procedesse à sua restruturação, esclareceu a direcção.
Subitamente, durante o jantar do Núcleo da Parede que ontem decorreu, o Presidente do SCP fez saber que o jornal é deficitário e o clube não tem meios para o sustentar. E fez um apelo aos sportinguistas: façam-se assinantes! Ou seja: afinal não parece que vá haver restruturação. Afinal o senhor Presidente não revelou qual o valor estratégico que esta direcção entende que o jornal tem para o clube. Afinal, não anunciou a que tipo de alterações o Sporting Jornal iria ser sujeito. Nem tão pouco que novos condimentos passaria a ter 1) para cumprir o seu papel no âmbito da estrutura de comunicação do clube, e 2) para atrair novos leitores, uma vez que os actuais 5.000 assinates se revelam manifestamente insuficientes. Nao! O senhor Presidente apelou aos sportinguistas para se fazerem assinantes. Ou seja, o produto vai continuar igual ao que sempre foi e se não houver novos assinantes o jornal acaba mesmo. Mas, a culpa... será dos sportinguistas que não entenderam o apelo! Estão a topar?

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Silva rescindiu

Mais um nome a acrescentar à bizarra lista de saídas do Sporting, em época de abertura do mercado de inverno. Silva é mais um daqueles casos que devíamos esclarecer junto do bruxo. Parece aquele número do "casa-descasa" de uma série antiga do Jô Soares.
Porque foi contratado? Porque foi dispensado? Porque foi readmitido? Porque foi agora dispensado novamente? Porque foi contratado...?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Que futuro?

Chegámos ao fim da primeira volta do Campeonato 2005-2006 e estamos às portas do novo ano. Aproximam-se inevitáveis tempos de mudança e é talvez o momento de fazer um pré-balanço e uma pequena perspectiva de futuro.
Devo confessar que estou pessimista quanto ao futuro global do futebol no nosso país e extremamente descrente da capacidade do Sporting, em particular, para dar a volta ao texto.
Como referi em post anterior, esta minha opinião radica em dois factos, o tal problema duplo como lhe chamei. Por um lado, o SCP não emite sinais de saúde e não se adivinham soluções credíveis para alterar este estado de coisas. Por outro lado, o futebol português bateu no fundo e todos o os seus agentes e actores estão, na minha opinião, em verdadeiro perigo de extinção.
Tenho algum receio de estar a cair numa visão demasiado catastrofista, mas a verdade é que o não vejo grandes saídas, nem ninguém me conseguiu ainda provar o contrário de forma insofismável.
Desde logo porque a situação do país não é de molde a permitir a recuperação de uma área que parece só funcionar bem com a ajuda de balões externos de oxigénio. Há de facto coisas bem mais importantes na nossa agenda colectiva. Ou não?!
Por outro lado, o futebol é um espectáculo caro que não parece ter neste momento mercado que o sustente. Por outro lado ainda, os clubes estão, creio que de uma forma generalizada, a atravessar uma crise dramática. Finalmente, o futebol sofreu transformações mais ou menos recentes no nosso país que, se não me engano, lhe inflingiram feridas fatais.
Quanto à situação do país não parece haver grandes dúvidas. O grande problema não radica, creio, na ausência de mecanismos e recursos para enfrentar as dificuldades, mas na lentidão da resposta dos portugueses ao desafio de pegar este touro pelos cornos, nas suas hesitações, preconceitos e mal-formações congénitas. O futebol poderia ter neste contexto um valor estratégico interessante. Esta era a visão de José Roquette e de outros (raros) dirigentes que passaram pelo Sporting nestes últimos tempos de modo fugaz. Mas, infelizmente, esta ideia foi desenvolvida num contexto errado ou desadequado: emanou de um clube --o Sporting--, sem um esforço coerente de procura de uma convergência estratégica com os outros clubes e com as estruturas de coordenação da economia e do desporto nacional.
Entretanto, o futebol consumiu, tal como os ursos em período de hibernação, as suas gorduras. Depois de despertar do seu turpor e enfrentando a dificuldade de ter de encontrar alimento, o futebol português não parece ter capacidade para reagir e mudar o curso deste declínio contínuo em que mergulhou desde há anos. Não é preciso grandes análises: os clubes estão falidos, o fenómeno dos ordenados em atraso e as consequentes ameaças de rescisão colectiva, tornaram-se quase moda, o fim do futebol profissional foi a solução em muitos casos para a crise, as ameaças de execuções fiscais cairam sobre os clubes de uma forma que os deixa sem qualquer margem de manobra. Nada disto é ficção. São situações que têm sido amplamente retratadas, reais, acontecem aqui e agora, como se costuma dizer.
Finalmente, o futebol hoje o que é? Onde estão os valores que inspiram os clubes? Quem veste a camisola (no sentido literal e metafórico do termo...)? Quem são os donos dos clubes? Os sócios, os accionistas das Sad’s, as direcções? Por que razão os adeptos e sócios pagam fortunas para assistir a um espetáculo decadente em estádios às moscas? Quem são os destinatários das receitas geradas pelo espetáculo do futebol? Que destino é dado às receitas dos contratos de televisão, do merchandising, da publicidade, do aluguer dos nomes dos estádios, das portas, dos centros de estágio? Não estaremos nós a suportar custos que nada têm a ver com os protagonistas principais (jogadores, técnicos de um lado e adeptos dos outro) da cadeia que compõe na essência o fenómeno futebolístico? Por outras palavras, não estaremos nós a pagar afinal a um grupo de intermediários que nos custam um balúrdio e só servem, na realidade, para encarecer este produto que todos gostaríamos de consumir, mas que cada vez parece de menor qualidade e mais inacessível (um fenómeno comercial bizarro)? Que mais-valia palpável trazem estes intermediários ao produto, que permita nomeadamente reagir à crise instalada? Não seria mais sensato, por exemplo, termos um modelo de estruturas futebolísticas do qual desaparecessem os intermediários, que baixasse os custos de exploração para valores que permitissem a venda do produto a valores mais realistas? Porque decresce a procura? Clubes de jogadores e técnicos, em vez de clubes de dirigentes, por exemplo, cooperativas de sócios, jogadores e técnicos, poderia ser a solução... Quem não gostaria de pertencer a um clube gerido e protagonizado pelos ídolos da bola?
Como não vislumbro a possibilidade de grandes alterações deste status quo, como não vejo vontade, nem capacidade para mudar radicalmente uma situação que necessita de modificações radicais e inovadoras, presumo que as coisas se irão deteriorar até a um ponto de não retorno... Há pouco tempo li, não me recordo exactamente onde (peço desculpa pela omissão da autoria) um post onde se recordava que o futebol de alta competição na Suiça ou na Hungria (países com tradição futebolística) passou por dificuldades semelhantes às que nós vimos experimentando até praticamente se extinguir. Em Portugal também me parece estar eminente uma situação deste tipo, a não ser que sejam dados, de forma muito determinada, os passos certos. Coisa que ninguém parece estar interessado em fazer...
O Sporting teria tudo para constituir um farol no meio de todo este caos. Digo-o com absoluta convicção. Já ouvi gente ligada ao Sporting colocar o dedo exactamente na ferida. Atenção: não nos outros clubes. No Sporting...!
Não o será nunca contudo com esta direcção, nem com protagonistas oriundos da sua área de influência. Viu-se já que quaisquer alterações profundas passam pelo seu afastamento, embora também não se vislumbrem para já alternativas. Por outro lado, as novas soluções estratégicas têm de envolver inevitavelmente e de forma coerente toda a estrutura do futebol português e o Estado (esta questão tem falhado de forma estrondosa, como disse). Liderar portanto este processo implica visão estratégica, sentido de independência, autoridade inequívoca e, sobretudo, uma grande coragem para que à mínima dificuldade não ocorra o que tem acontecido: retirada prematura antes de os resultados estarem consolidados.
Não se avizinham, pois, na minha opinião tempos muito risonhos para o futebol portugês (a Selecção acaba por ser uma excepção coerente com esta lógica que descrevi), nem, consequentemente, para o Sporting. O futuro não me parece brilhante...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

As "cores" do Pai Natal

O blog King Lizards é um espaço de liberdade. Mas também é um espaço de rigor. Por isso decidi comentar aqui nesta coluna o teor do post anterior. Aquela não é pois a "nossa versão do Santa", mas sim a versão do companheiro Verde Caeiro.
Pai Natal não rima, na minha humilde opinião, nem com política, nem com refrigerantes. Quanto aos lampiões, a verdade é que nos habituámos a um Pai Natal vermelho. Não há volta a dar-lhe. Um "pai natal" verde é um personagem de reacção. Ao Sporting cabe, ainda na minha opinião, identificar-se com, ou rever-se em personagens originais e não personagens mais ou menos facilmente travestidos.

Companheiros, para quem está farto do pai natal do costume (que é uma mistura entre um comuna, um lampião e um coca-cólico) aqui fica a nossa versão oficial do que o Santa devia ser.
A História ensina-nos que o Bem triunfa sempre e é isso que nos mantém optimistas quanto ao futuro do Sporting.
Bom Natal a todos e que a Força esteja convosco.

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Boa sorte Rogério

Um Sporting tremendamente eficaz e personalizado que lá vai seguindo paulatinamente o seu caminho. Não sofreu golos e marcou três tentos pela primeira vez neste campeonato. Uma boa atitude no geral (um Sá Pinto sacrificado, um Liedson renascido, um Tonel eficiente). Paulo Bento continua de parabens.
No dia em que Rogério termina a sua passagem pelas fileiras do Sporting.
Rogério foi um jogador importante. Na minha opinião, a equipa foi seriamente afectada durante as suas ausências ocasionais e, ou muito me engano, ou a sua falta vai-se fazer sentir de forma notória nos tempos mais próximos. Haverá certamente razões fortes para esta saída (era importante que o clube se preocupasse em manter os sócios e adeptos mais informados --da forma mais adequada em cada momento-- sobre as alterações que se vão operando), mas Rogério é um jogador cuja saida lamento profundamente.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

E agora?

Há uma agremiação ali à beira da 2ª Circular, frente ao Centro Comercial Colombo (o nome agora não me occorre), cuja equipa de futebol é dirigida tecnicamente por uma senhor holandês que fala espanhol. Aqui há cerca de um mês e tal, a propósito de um golo (mal) validado ao Sporting no jogo com a União de Leiria, a criatura veio a terreiro tecer considerações de forma intempestiva sobre a arbitragem em Portugal. Estava apoplético! Parecia que os diques tinham rebentado!
Escrevi aqui que o homem tinha de aprender a estar caladinho porque às vezes estes comentários têm tendência para cair em cima de quem as profere. Era fatal: estou agora à espera do comentário igualmente veemente do cavalheiro sobre o golo inacreditável que no sábado puniu de forma injusta o Nacional da Madeira...

domingo, 18 de dezembro de 2005

Retificaçao

Ainda relativamente ao jogo com a Naval, em post anterior referi o João Moutinho e chamei a atenção para a arbitragem de Paulo Paraty e da sua equipa. Depois de rever imagens do jogo e de ler alguns comentários que foram sendo feitos a propósito do Moutinho gostaria de retificar, acrescentar ou precisar melhor, o comentário que fiz. Com efeito, independentemente do inegável espírito de luta que o nosso jogador sem dúvida revela, parece claro que nos lances violentos em que esteve envolvido há da parte dos adversários uma atitude, dir-se-ia, de premeditação criminosa. Há até quem, certamente de modo malévolo, pergunte quem será o próximo caneleiro de serviço, ou quem suspeite que esta atitude visa impedi-lo de envergar a camisola nacional nos próximos compromissos das selecções, impedindo-o de caminho de dar o contributo à sua equipa... Seja como for, o que classifiquei de actuação miserável da equipa de arbitragem, chamaria agora, com mais rigor, de vergonhosa cumplicidade porque a verdade é que ficaram por mostrar vários cartões vermelhos!
Deixo então a necessária retificação, e, sobre este assunto, fico-me para já, por aqui...

sábado, 17 de dezembro de 2005

O meio campo...

No post anterior questionei-me sobre o problema do meio campo leonino que parece andar à deriva desde há tempo. Com outros sectores em franca melhoria de actuação parece residir no meio campo o défice principal, actual, da equipa. Curiosamente, li hoje um post do nosso colega Críticos da Bola, de autoria de Jean-Paul Lares, chamado "Batalha Naval" que aborda justamente esta questão em termos bastante claros. Quero referenciá-lo pois aqui porque o acho bastante útil. Aproveito para enviar agradecimentos ao seu autor pela lucidez da sua análise e pela generosidade de a partilhar connosco.
Acrescentaria que o que Lares aponta no seu escrito, na sua clareza e correcção, vem em última análise revelar que os problemas jazem a montante de tudo isto. Haverá é certo questões específicas individuais, de cultura tática, de treino e de direcção da equipa. No meu entender, porém, o que tudo isto acaba por desvendar é a falta de coordenação no topo de toda esta pirâmide que transcende o futebol. É assim em qualquer equipa que procura apenas sobreviver, o que parece ser o caso do Sporting.
Por outras palavras, o problema não é conjuntural, é estrutural. E não é do meio campo...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

A pedido...

Cinco notas rápidas sobre o jogo com a Naval.
Em primeiro lugar, pelo tipo de declarações a que este Presidente nos vai habituando, interrogo-me se ele não vai ficar seriamente convencido que os três pontos hoje arrecadados foram obra do seu "recado"...
Quanto ao jogo propriamente dito, lamento as oscilações de rendimento do meio campo. Melhorou francamente no segundo tempo, mas o primeiro tempo foi mau demais. O que se passa com os meio-campistas do Sporting?
Uma nota de louvor vai para o João Moutinho, para a entrega, para a garra, para a capacidade de sofrimento É verdadeiramente notável num jogador com a sua idade. Notável!
Uma outra nota de louvor também para o Ricardo. O carácter que sempre revelou ao longo do tempo e a melhoria de forma que vem, inequivocamente, demonstrando devem trazer por aí muito fala-barato cheio de azia...
Ah! apenas uma nota final, que não resisto a deixar aqui, para o trabalho verdadeiramente miserável da equipa de arbitragem. Por acaso não teve consequências, mas isso não retira qualquer legitimidade a esta apreciação. Paulo Paraty y sus muchachos deviam pensar seriamente em dedicar-se a uma outra actividade. Para esta, defintivamente, não têm jeito nenhum!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Sporting-Mirim!!!

O Presidente do Sporting exprimiu o seu descontentamento pela posição actualmente ocupada pelo SCP no campeonato. Aproveitando o lançamento dos tais relógios em ouro e em discurso recheado de tonalidades áureas, Soares Franco afirmou, segundo O Jogo de hoje, que "queremos um futuro dourado, que no Sporting passa obrigatoriamente por resultados (...) Para se ter êxito, esses resultados são imprescindíveis e não podemos estar satisfeitos se olharmos para a tabela classificativa. Devemos fazer melhor."
O "recado" fez-me inevitavelmente lembrar aquele prefeito de Biritiba-Mirim (Brasil) que, segundo os jornais de hoje, elaborou uma proposta de postura municipal que proibe os munícipes de... morrer!
É verdade! Dita a proposta que "Fica proibido morrer em Biritiba-Mirim. Os munícipes deverão cuidar da saúde para não falecer (...) Os infractores serão responsabilizados pelos seus actos." Assim mesmo.
Óxente! Paulo Bento: fica sabendo, que cê tá proibido de morrê!! Si cê morrê, cê vai sê responsabilizadú pelos seus actú, viu?! E com estes rilójú di gran-finú qui nós agora têmu nús púlsu, cê vai sê responsabilizadú na hora mêmú, não sábe?!!!

Entradas & Saidas, Lda

Confesso que não entendo grande coisa sobre o mundo das contratações, agentes FIFA, exercício de cláusulas de opção, épocas do mercado de transferências, empréstimos, compras de jogadores por teleshopping, perdão!, por video ou por catálogo, e outras tantos mistérios igualmente fascinantes.
Mas, na minha ignorância, não deixei de ficar perturbado com o que observo desde há muito no capítulo das contratações e dispensas neste Sporting do nosso descontentamento. A minha perturbação quase acabava mesmo na UCI quando vi anunciada recentemente uma "revolução" na reabertura do mercado de transferências!!
Não querendo enveredar pela prática da especulação --deixo isso aos profissionais...--, atentemos apenas nos casos do Edson e do Pinilla. Quanto a estes dois parece não haver dúvida, à hora a que escrevo esta coisa, que vão mesmo embora. Nos outros casos já falados tratar-se-á do exercício da referida profissão de especulador, ou serão casos que estarão ainda em fase de decisão.
Edson terá jogado na melhor das hipóteses uma meia dúzia de jogos (se calhar nem tanto...). Encostou às boxes e aí ficou. Pinilla, por seu lado, é um dos casos mais singulares a que jamais assisti: um jogador com óbvias qualidades, com tudo para ser uma enorme mais valia para o clube, com manifesto entusiasmo por jogar, com direito a cântico e tudo, a quem faltou apenas ganhar o estatuto de poder sentar-se no banco de suplentes e, nas vezes que aí se sentou, ter ordem para daí levantar o rabo. Estes jogadores constituem mais um daqueles mistérios insondáveis a que as sucessivas direcções do Sporting nos habituaram desde há muito. Vão sair antes de entrar, por assim dizer...
Paulo Bento diz hoje que o plantel é demasiadamente extenso (temos demasiada gente insatisfeita, diz ele). Que se fosse ele, Paulo Bento, o plantel não tinha sido constituido desta forma. Mas nesta altura já os responsáveis por este estado de coisas se foram, depois de se terem revelado, como se sabe, enfadados...
Digam-me lá em que outra empresa cotada na Bolsa se passam coisas destas: saídas e entradas de activos, sem que os activos "activem", saídas e entradas dos responsáveis por todas essas operações, inimputabilidade total, passagem da responsabilidade de tudo isto para uma gestão futura... E que Bolsa é esta que aceita no seu seio estes travestis de SA que são as SAD? (Ficámos recentemente a saber pela voz de Alexandre Magalhães que no FCP a coisa também não será melhor...)
Confessei no início que não entendo grande coisa destes meandros das contratações, mas, olhando para tudo isto e para toda a ganga folclórica que hoje enfeita tristemente o futebol português, não posso senão concluir que os clubes/SAD portugueses estão a ser geridos como se fossem casas de matraquilhos...

"Os sportinguistas estão de parabéns"...

Assim se lê no site do Sporting a propósito do tal relógio do Centenário.
Se pensavam que eu estava a exagerar no tom do comentário que fiz sobre este assunto leiam a notícia publicada ontem no site. É isto... Uma densidade de lugares comuns nunca vista!
Leiam, leiam!

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Atençao Lizards!

O King Lizards faz agora parte da Federação dos Blogs de Futebol.
Carreguem no banner para aceder ao Blog dos Blogs!!!!!!!

domingo, 11 de dezembro de 2005

Meter o Centenario no sexto...

Terá passado certamente despercebida a muita gente a notícia de que, em período de comemoração do Centenário, o Sporting decidiu, em colaboração com a marca de alta relojoaria Franck Muller, lançar um modelo de relógio comemorativo da efeméride. Tão grande preciosidade, em ouro verde de 18 quilates, vai ter uma edição limitada de 36 exemplares que custarão aproximadamente 20.000 euros cada. Mais: o Presidente do Sporting Clube de Portugal, acompanhado do Presidente do Conselho Fiscal e do sócio número 1 deslocaram-se à Franck Muller em Genebra para assistir à montagem do primeiro exemplar...
Não querendo praticar aqui o jogo fácil da demagogia, gostaria de deixar no entanto algumas notas sobre este assunto. Numa altura em que está tudo por fazer e em que a crise que atravessamos se afigura como não tendo paralelo com nada que o Sporting tenha experimentado antes, numa altura em que, certamente para continuar as efusivas comemorações do Centenário, o Sporting desce para o 6º lugar no campeonato, não deixa de ser curioso ver o que faz vibrar a direcção em exercício levando-a a cumprir com dedicação comovente tão delicada tarefa. Os problemas são imensos, o futuro é escuríssimo, mas vamos ter 36 sportinguistas que irão poder dizer com precisão suiça e em grande estilo quanto tempo vai levar o clube a cair para o fundo mais inexorável.
Não posso deixar de me sentir irado (irado!) pela forma como a situação problemática que o Sporting vive tem vindo a ser tratada por esta direcção. Uma actuação que vem de trás e que conduziu à crise mais profunda que o Sporting jamais atravessou. Uma crise que, pelo que se vê, vai assumindo contornos cada vez mais patéticos.
Não era preciso um relógio tão sofisticado para saber que está na hora da oligarquia ser apeada e que é imperioso escolher um novo rumo!!!

sábado, 10 de dezembro de 2005

Projecto...

O jogo da U. de Leiria com o F.C. Porto tinha, segundo o relato da TSF, cerca de 2500 espectadores! O estádio Magalhães Pessoa foi, pelos vistos, muito mal projectado...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Jornada injusta

Finalmente lá veio a primeira derrota da era Paulo Bento. Nada de completamente inesperado, nem excessivamente penalizante. Na verdade o Sporting até nem teve uma exibição assim tão má, a entrega foi total (grande Ricardo!!!!!) e nada disto teve a ver com aquelas exibições desastrosas de má memória. Mas não há estratégia que resista a tantas falhas de concretização. O Liedson então devia quanto a mim ficar a pão e água até ao fim da época. Livra!
Duas notas finais para realçar novamente as palavras serenas e realistas do Paulo Bento no final do jogo e, já agora, as do treinador do Estrela, António Oliveira. Raramente vemos um treinador português tecer considerações sobre exibição do adversário como as que lhe ouvimos esta noite. Paulo Bento felicitou o Estrela. A crise continua...

A loja verde (remix)

Dar conta, como tenho feito volta não volta, do que se passa nos blogs nossos vizinhos é tarefa que faço com um objectivo duplo. Ao reproduzir (cooom a deviiiida véééniiia, claro!) um ou outro ponto de vista que por esses blogs se vai expressando, faço com todo o gosto uma espécie de "resumo da imprensa-blog" para a nossa "freguesia" aqui do KL, mas, ao mesmo tempo, pretendo transmitir a ideia que afinal as críticas e a contestação ao que se passa no Sporting são mais generalisadas do que poderíamos pensar e bem mais significativas que o ocasional insulto soez ou o ridículo lencinho branco. Quando nós próprios falamos sobre estes assuntos entre nós estamos afinal mais acompanhados do que poderíamos pensar. Falta a organização para dar voz a estes protestos avulsos que lhes dê uma maior consistência, mas isso é outra conversa.
No blog Simplesmente Sporting de hoje é a vez da Loja Verde ser analisada, num longo e interessante post assinado por Rui. Aconselho a sua leitura. Muitas vezes temos falado entre nós, com efeito, sobre esta questão da chaladisse que é o merchandising do Sporting e do ar deslavado de tudo aquilo e não posso estar mais de acordo com a análise. "Fanlab" é de facto, desde logo, uma designação lamentável. Mas o problema é, creio, mais vasto.
De facto, quando é hoje mais fácil a um lisboeta, por exemplo, comprar, a partir de Lisboa, um bilhete para um concerto na Casa da Música no Porto do que comprar um bilhete para um jogo do Sporting há qualquer coisa que está a correr francamente mal.
Sugiro então que leiam o post referido.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Um problema duplo

O problema do Sporting é duplo.
De um lado, o problema do Sporting é o problema do futebol português. Nele impera a escola de gestão de mercearia, a confusão ou falta de princípios, os oportunismos, as promiscuidades, os canibalismos (quando olho o futebol português vem-me à ideia aquela caricatura do Bordalo chamada "Política")... Por tudo isto passa hoje o futebol português (a tudo isto reagiu o futebol inglês, o espanhol ou o italiano, por exemplo, com os resultados que todos podemos apreciar hoje) e tudo isto se reflete nos clubes que dele fazem parte.
Mais: o panorama do futebol português reflete afinal o panorama... português!
Por outro lado, o problema do Sporting é também... o próprio Sporting. Depois de tanta expectativa o Sporting está hoje, por diversas razões, francamente aquém do que imaginámos quando foi lançado o chamado "Projecto Roquette", como por diversas vezes referi aqui no espaço do KL. Neste sentido, creio que o problema do clube se situa nos planos da direcção e da organização das estruturas do poder.
Para superar tudo isto, o Sporting tem de construir uma solução directiva própria, inovadora, com novas estruturas e mais democracia, que possa servir, simultaneamente, de figurino para um novo futebol português. Aí está um desígnio digno de um clube com a grandeza e os princípios do SCP. Os problemas que nos afectam desaparecerão, certamente, se e só se este binómio for resolvido.
Depois iremos então ver quem ganha no terreno de jogo. Até lá tudo isto é uma aldrabice!

Gestão amadora

Depois da desempoeirada e saudavelmente descomplexada exibição que o nosso Sporting, lá fui eu no sábado comprar um jornalito desportivo para acompanhar a bica matinal e o croquete, ali na Cristal.
O Record vinha com uma revista chamada “Dez” onde o Mourinho escreve um artigo com o título Hotel Chelsea (toma lá ó Leonard Cohen…).
Dois temas chamaram-me a atenção na crónica semanal do Mourinho em que o Sporting dominou os seus comentários.
Num, a referência muito positiva ao comportamento do Paulo Bento (mesmo sem saber do resultado e exibição nas Antas), elogiando-lhe a honestidade e a frontalidade para assumir os desafios e a coragem com que tem gerido a disciplina no caso Liedson.
Noutro ponto, colocando em causa a competência da gestão da SAD a propósito do aparecimento do Nani.
Diz ele que um dos objectivos de qualquer clube com a dimensão dos Portugueses é criar talentos nas suas escolas para depois os vender criando mais-valias.
Ora ele lembra, e bem, que poucos clubes no mundo têm sido tão bem sucedidos nesta matéria; lembremo-nos que em menos de 10 anos produzimos o Simão, o Quaresma, o Hugo Viana e o Cristiano Ronaldo, todos eles vindos das camadas mais jovens e vendidos por valores sempre na ordem dos milhões de contos.
Pergunta-se ele, e com razão, que gestão é esta que produz mais valias deste calibre e depois não consegue apresentar contas estruturadas (de que os últimos casos são apenas mais uma demonstração) e resultados financeiros sólidos.
Temos que nos perguntar também o que se passa. Se produzir um jogador de 2 ou 3 milhões de contos de 2 em 2 anos não chega para sustentar o clube, que raio haveremos de fazer?
Que despesas justificam este descalabro (num clube que se orgulha de ter uma massa salarial baixa para a média dos clubes do seu estatuto)?
Se temos as melhores afluências de público da Super Liga, se temos a melhor taxa de êxito na venda de lugares anuais, se temos a melhor e de longe mais rentável escola de formação do País, e nada disto chega, para onde é que vamos?
Se cumprimos todos os objectivos financeiros do ponto de vista das receitas e até excedemos as expectativas com a arte de inventar estrelas, como é que chegamos a este ponto?
Se apesar de tudo isto há dívidas ao fisco e necessidade de venda de património e urgência de encontrar presidentes mecenas, não estará o problema na gestão amadora das finanças do clube?

Clique...

Em jeito de comentário ao post anterior, gostava apenas de dar conhecimento que hoje o Público traz em separado pelo simpático preço adicional de 6 €, uma publicação da BBC Natural World, com o título "Leões, um bando em risco."
Talvez a leitura de tão ecológica publicação sirva de inspiração a esta pequena clique que vai teimando em governar o Sporting...

domingo, 4 de dezembro de 2005

De regresso

Reflexões várias em momento de regresso:

O nosso Sporting lá vai indo, com uma equipa desequilibrada, fruto de uma época mal preparada.

Preocupa-me que as análises ao futebol se esqueçam que o jogo é só uma das fases da indústria, que ninguém se lembre que o Peseiro já tinha dito que a equipa este ano não podia jogar como no ano passado, mas não disse que ele é que tinha decidido quem mandar embora e quem contratar. Ou, se não foi ele, não disse que não o tinham deixado fazer isso (não esquecer que ele quis muito o Wender, que podia Wonderfull mas Woderless).

O Mourinho diz muitas verdades, nós não gostamos, mas diz! Ontem na Dez disse que uma SAD como a nossa devia estar bem de saúde uma vez que vende e faz de novo para vender. Onde pára o dinheiro? Onde está a clareza de gestão? Onde é que o bancos mandam mais que a empresa? É que sem resultados positivos é difícil fazer florescer o negócio e, ou nós nos limitamos a formar jogadores, ou temos muito que mudar no clube.

Alem disso o Sporting clube é muito mais que a SAD e o futebol, mas neste centenário parece que não. O Record na sua tira diária não fala de outra coisa: o vídeo do hino do centenário refere o Lopes. Mas onde está o Agostinho? O Mamede? Os gémeos Castro e todos os outros que fizeram de nós o grande clube que somos?
Enfim vivemos momentos difíceis……

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

Duas boas notas...

Numa análise do que têm sido os traços dominantes do papel de Paulo Bento à frente da equipa, temos de forçosamente destacar dois.
Em primeiro lugar, um aspecto de que gosto particularmente, é a honestidade com que enfrenta a comunicação social e analisa o trabalho da equipa. Sem "rodriguinhos", nem desculpas! Ainda hoje esse aspecto ficou mais uma vez demonstrado. É, muito sinceramente, uma lufada de ar fresco no panorama do futebol nacional. Espero que isto queira dizer que as novas gerações, que a pouco e pouco vão tomando conta da instituição futebolística, fazem, sem transigências, um corte com os maus hábitos e práticas das gerações passadas. Pode ser que a moda pegue e outros sectores, nomeadamente o dirigismo, lhe sigam o exemplo...
Outro aspecto muito positivo da actuação de Paulo Bento, a que é necessário dar um grande destaque, é a energia que obviamente soube transmitir à equipa. Verdadeiras formiguinhas trabalhadoras a generalidade desta equipa do Sporting! Uma característica que tinha desaparecido quase por completo, cujo retorno se sauda e cuja continuação se deseja.
Nani, Carlos Martins, Moutinho, Deivid, Rogério, Custódio, Ricardo, Sá Pinto: por um motivo ou por outro, mil parabens!

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

De ridículo em ridículo

Já não faltava o Estado andar a misturar-se com o futebol, como aconteceu com o infracitado caso do IAPMEI, da forma pouco explícita que todos ficámos a conhecer hoje... Pois agora temos o PSD a mostrar como se faz. De forma desinibida e sem dissimulações. Um festival de demagogia!
Por solicitação do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol o deputado Hermínio Loureiro do PSD prometeu que iria confrontar (sic!) o Secretário de Estado da Juventude e Desportos na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura do próximo dia 6 com esse verdadeiro "escândalo" nacional que é o continuado incumprimento salarial que afecta o futebol profissional em Portugal.
Prometo que um dia destes, se tiver tempo, tentarei falar mais demoradamente deste assunto. Mas, especulando, ocorre-me para já perguntar: será que o senhor deputado vai pedir ao Governo que alivie a tranca fiscal sobre os clubes, para que estes tenham uma folgazita financeira maior e possam deste modo pagar os salários à rapaziada, como acontecia no passado? Que outro papel poderá o senhor deputado desempenhar, de facto?
Ou será que o PSD vai ameaçar levar o Estado Português ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos...?

Salvaçao

Diz o DN de hoje que o IAPMEI pode ser a salvação dos clubes de futebol da falência. O Estrela da Amadora e o Maia terão recorrido ao chamado Procedimento Extrajudicial de Conciliação que permite ao IAPMEI mediar a resolução das dívidas com os credores. A Liga aceitou este expediente para deixar os clubes citados inscreverem jogadores esta época. Ora, parece que o recurso ao PEC não é garantia de que este problema seja resolvido porque poderá nunca haver entendimento entre as partes para a liquidação das dívidas. E mais! o IAPMEI tem seis meses para se pronunciar o que pode colocar uma eventual resolução no termo já do campeonato.
É verdadeiramente inacreditável que a Liga tenha aceite este procedimento. Ficamos todos igualmente na expectativa de saber a que outros "procedimentos" terão recorrido os restantes clubes que revelaram também dificuldades financeiras, só agora conhecidas publicamente.
Parece que afinal não são só os clubes de futebol e os seus orgãos representativos que não percebem nada do que andam a fazer. Agora é também o Estado (i.e., nós todos...) que aceitou embrulhar-se nesta coisa do futebol.
"Apague-se o fogo com gasolina!", ler-se-á certamente no futuro despacho do senhor Presidente do Conselho Directivo do IAPMEI, se o parecer deste organismo for favorável...
E, já agora, ocorre perguntar: IAPMEI não é a sigla de um instituto que apoia as "pequenas e médias empresas"?

Candidatos

A TSF informa que Couto dos Santos, ex-ministro e administrador da Casa da Música, anunciou que se candidatará à presidência do Sporting. A ser verdade, pelo meu lado, digo-lhe sem rodeios: não terá o meu voto!
Seria mais (do pior) do mesmo...

domingo, 27 de novembro de 2005

Mais uma vitoria saborosa

Contra o Guimarães vimos o melhor Sporting desde há muito tempo. Um jogo especial por vários motivos. Pelo empenho e garra dos jogadores, pela inteligência das opções do Paulo Bento e pela frescura e juventude (a média de idades em campo era de sub-21!) em campo.
Bem hajam!

Coitus interruptus...

Já agora, fala-se muito do "Projecto Roquette" como uma eixo incontornável do novo Sporting, mas convém lembrar que esta ideia ficou por concretizar.
Os seus mentores principais têm-se sucessivamente afastado do clube em circunstâncias que não os autorizam a aparecer agora como as grandes referências que querem demonstrar ser. A verdade é que o projecto não foi levado até ao fim. Ponto final!
Por muito apreço que se tenha pelo esforço que foi feito até agora, por muito valor que possam ter algumas das ideias que nos foram propostas há cerca de dez anos, por maior ou menor simpatia que alguns dos mentores do "Projecto Roquette" nos suscite a cada um, a verdade, há que reconhecê-lo, é que o abandono prematuro tem sido a palavra de ordem e a tarefa ficou a meio. Seja pelo enfado que o trabalho de campo lhes provocou, a indisponibilidade pessoal, a falta de jeito, o cheiro da relva, ou por simples leviandade, seja pelo que for, as deserções são inaceitáveis. Na minha opinião ou completavam a obra, ou, se sentiam que não estavam à altura da tarefa, não a deviam ter encetado.
O Sporting está hoje mais vulnerável do que nunca e isto é um legado que não joga com os desígnios originais do "Projecto Roquette".

sábado, 26 de novembro de 2005

Recomendo...

Recomendo a leitura do post do blog SIMPLESMENTE SPORTING, nosso colega aqui do lado, intitulado "Ao sabor do vento".
Concordo com a análise e com a conclusão.
O problema que se nos coloca, a todos os que nos preocupamos com o estado a que chegou o nosso clube e com o desenlace a que tudo isto vai sem dúvida conduzir, é simplesmente o de organização. Há muita gente lúcida --diria que muito mais que aquela que os dirigentes actuais do Sporting certamente desejariam...--, mas o seu grau e possibilidades de intervenção são bastante limitados.
É forçoso, sem dúvida, antes de mais que haja uma alteração de estatutos que reflita o que é a realidade, total, actual do clube e permita, consequentemente, um novo modelo organizativo e deliberativo, que finalmente nos permita apontar rumos claros para o futuro do Sporting.
O que temos hoje é inaceitável.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Manobras de diversao

O FCP emitiu ontem um comunicado, atirando em todas as direcções a propósito do caso Nuno Gomes. Quando um caso destes motiva uma barulheira com toda esta dimensão não há dúvidas: estamos em época de poeira para os olhos. Já aqui há uns dias foi a tal agremiação ali em frente do Colombo (cujo nome me escapa) a fazer aquele esterco todo por causa do golo que não foi validado à União de Leiria e tal... Agora é o FCP a falar do Braga e dos tais outros tipos...
É um festival de orquestras!!
Quando os resultados começam a mostrar o que vai de facto por baixo das aparências lá vêm as manobras de diversão.
É hilariante!
Já agora, não resisto a acrescentar que em relação ao Sporting as manobras de diversão são de outro calibre... Um jornal que se intitula "Independente" titula em manchete que o Sporting está à venda. É bem feita...!
O Sporting responde apresentando o Hino do Centenário, enquanto Tello diz que estamos em crescendo...

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Apreensivo...

Não há volta a dar ao texto: nem árbitros, nem bandeirinhas, nem comentadores poderão explicar a exibição frouxa, o cinzentismo e a fragilidade global do Sporting. O que falta ao Sporting está a montante de tudo isto. E o que se está a passar não pode senão deixar-nos num estado de enorme intranquilidade. E, confesso, o que mais me preocupa é o sacrifício humano que em consequência de tudo isto se pode estar a perfilar no horizonte. Os candidatos a cordeiros não o merecem...
Não é nada que não se adivinhasse depois da saída verdadeiramente inexplicável do senhor Presidente, é verdade. O estado em que ficou o Sporting, a leviandade com que a crise foi tratada, as fugas, as demissões, os remendos organizativos, a ligeireza de propósitos não poderiam senão conduzir a isto.
Uma verdadeira bandalheira!
Numa altura em que o futebol português se encontra em estado de alerta vermelho a falta de consistência directiva no Sporting --que garanta um Sporting modelar e indispensável-- é uma tragédia de proporções incalculáveis.

sábado, 19 de novembro de 2005

Mais um episodio

Agora é o Sporting Clube Farense que acaba com o futebol profissional, se bem que na prática as coisas já tivessem atingido o limite há tempo. O Farense esteve 12 anos na 1ª divisão e participou na Taça UEFA. Até quando o castelo de cartas que é o futebol português vai aguentar a saida destas cartas para fora do baralho?
Ninguém parece muito preocupado com isto e o desmoronamento do castelo continua a parecer uma realidade longínqua... Um dia destes creio que a malta acorda mesmo.

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Vitoria saborosa

Um resultado de 5-3 contra o Santos não pode deixar de ser para todos, jogadores e equipa técnica, responsáveis e adeptos um motivo de grande satisfação e o tónico certo, provavelmente, no momento e nas circunstâncias erradas...
Em tempo de entrada de um novo administrador --que não deixa de criar expectativas--, uma boa jornada de projecção do clube como foi esta não deixará certamente de ter efeitos futuros.
Antevejo assim uma preparação tranquila do período eleitoral que se avizinha.

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

O estado do futebol em Portugal

Já aqui tinha abordado este tema. A Antena 1 dá hoje mais uma achega.
Segundo notícia de hoje, oitenta por cento dos clubes do futebol profissional têm ordenados em atraso. Para além do V. Setúbal que tem sido amplamente divulgado nos últimos tempos, também o Boavista, Estrela da Amadora e Gil Vicente, da 1ª Liga e a Ovarense, Estoril (nestes dois casos os jogadores vão avançar com processos de rescisão), Maia e Marco da Liga de Honra estão em apuros. Nalguns casos as dívidas vêm ainda da época passada.
As receitas, ou já estão hipotecadas há muito (como é o caso dos contratos televisivos), ou diminuiram drasticamente (caso da diminuição brutal do número de espectadores).
Como se sabe, Salgueiros, Alverca, Felgueiras e Académico de Viseu já tinham acabado com o seu futebol profissional em resultado das dificuldades financeiras.
Soube-se entretanto que devido à redução do número de clubes no campeonato da 2ª divisão muitos clubes amadores vão ter também de fechar portas.
Assim vai o futebol português.
Vamos ver se este tufão (estamos na época deles...) que está a passar neste momento pelo futebol de cá serve para o sanear ou para lhe dar o golpe de misericórdia...

domingo, 6 de novembro de 2005

Estar caladinho...

O afã com que os agentes de mão daquela agremiação ali em frente do Colombo, cujo nome me escapa, têm tratado a questão do golo anulado à União de Leiria não deixa de me intrigar.
Na sexta-feira foi aquela criatura da Sport TV (sim, não engana ninguém) que referi em post anterior. De seguida um jornal desportivo, cujo nome igualmente me escapa, decidiu chamar para manchete "O Eeeee-rrrrrr-ooo!!" Agora temos o Meneer Koeman a dar também palpites. Palpites, sim, porque o Koning der Tulpen confessa que não viu o jogo, mas não hesita em classificar aquilo de "falha absurda." Uma coisa que ele ainda não aprendeu: a estar caladinho! É que estes comentários às vezes viram-se contra o autor...
Não se percebe se há batuta neste concerto aparente, mas ele não deixa de nos colocar as mais angustiantes interrogações. Porquê este comportamento assanhado? Será que se adivinha para aí borrasca na costa e convém começar já a preparar o terreno? Os últimos jogos não estão correr nada bem...

sábado, 5 de novembro de 2005

Manuel Fernandes II

Manuel Fernandes já se encontra melhor, segundo dizem os jornais. Recordo que o antigo jogador e treinador do Sporting foi internado depois de ter ingerido um líquido corrosivo num restaurante do Montijo.
Esperemos pois pela recuperação plena.

"Sport" TV

Não posso deixar de assinalar aqui o "epifenómeno" do locutor da Sport TV. Nunca tinha ouvido tanto arrebatamento num comentário de futebol na televisão. Pois, o dito "epifenómeno" tentou transformar uma coisa quase banal (infelizmente, é certo, mas erros de árbitros são coisa bastante frequente, e o Sporting pode-se queixar disso abundantemente...) na causa de todos os males do mundo, tal era a sua sanha. Assinale-se o contraste do comportamento do "epifenómeno" com o do seu colega de comentário.
Nem o Jorge Jesus se referiu ao caso com tanta veemência! E foi prejudicado!
Tenha calma, homem! Você assim ainda sai de maca aí do estúdio...

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

O Sporting hoje

Nota inicial para a imensa alegria sentida pela vitória de hoje do Sporting. Ganhámos outra vez.
Independentemente das peripécias mais ou menos polémicas do jogo ficam mais algumas curtas notas.
Tocou-me sinceramente ver o modo como Beto vibrou com o seu golo. Em momentos destes é que vemos quem são afinal os mercenários da bola e os que jogam com/por paixão. Que grande jogo, de resto, que ele fez hoje.
Paulo Bento tinha prometido maior agressividade no jogo do Sporting. Ficou claro que algo mudou neste capítulo. Hoje vimos um Sporting, sem dúvida, mais determinado e pressionante. Só não percebo porque é que esta postura não faz parte da cultura do Sporting, independentemente do treinador que conjunturalmente ocupe o comando técnico.
A quantidade de golos que este ano se ficam a dever a desvios, cortes e alívios feitos em zona proibida da nossa grande área não pode deixar de preocupar. Talvez Paulo Bento aproveite o "arrumar de casa" para melhorar esse aspecto. E, já agora, se não fosse muito trabalho, pedia-lhe para tratar também daquele síndrome da 2ª bola... A tremideira durante os cantos, cruzamentos para a área, livres cobrados das laterais, etc, até a nós causa uma ansiedade que custa a suportar. Ajudava cometer menos faltas nas zonas problemáticas e evitar os cantos!
Enfim, lá acabámos o jogo a segurar o resultado, mas ganhámos!
Bem hajam por isso.

Mudanças de fundo

Apercebo-me pela leitura dos blogs leoninos (que suponho que refletem a opinião mais corrente) que a expectativa para o jogo com a União de Leiria é elevada. Um desastre neste jogo, diz-se, tornará tudo muito mais difícil.
Tudo mais difícil do que está já neste momento?!
Acho que os meus confrades leões vivem frequentemente uma ilusão perigosa que estará a dar um contributo, não negligenciável, para a situação que se vive hoje no Sporting.
Tudo difícil?! Ter-se-á passado algo que me escapou? As coisas já estão francamente difíceis há muito tempo e afigura-se difícil que fiquem pior por causa de um resultado menos feliz. É ilusão pensar que uma vitória fugaz trará mais serenidade ao clube. E, ao contrário, pensar que vamos conseguir atingir o que quer que seja sem mudanças de fundo (de FUNDO!) é tapar o sol com a peneira...
O SCP está longe de ter reunido as condições para que haja tranquilidade. O difícil, na minha opinião, é que as coisas possam ficar pior. Tudo está há muito suficientemente complicado.
Ah! e, caso não seja ainda claro qual o caminho para alterar o actual estado de coisas, eu relembro: temos de ter eleições assim que seja tecnicamente possível e implementar as correcções de percurso que há muito se tornaram inevitáveis. Nessa altura sim, poderemos começar a pensar de outra forma.
Quanto ao jogo com a União de Leiria, se efectivamente não conseguirmos ganhar (ou mesmo que o consigamos!), o que é que muda?
Estará algum dos graves problemas que afligem o Sporting já resolvido e, repito, eu não dei por isso...??!
Mas que a vitória nos sorria logo à noite, claro!

Manuel Fernandes

Foi hoje noticiado que Manuel Fernandes se encontra hospitalizado. Daqui do King Lizards um sincero voto de rápidas melhoras para o nosso Manel!

domingo, 30 de outubro de 2005

Pena...

Num estádio tristemente vazio, mais uma vez o pássaro fugiu.
Nada a dizer. Paulo Bento disse que o resultado foi mau. Ponto final.
E foi pena porque aquele fugaz momento de enorme emoção proporcionado pelo Nani merecia um outra epílogo.

Eleiçoes ja!

Desde o dia 19 que não lembrava os actuais e distintos responsáveis pelos destinos do Sporting uma coisa: as eleições são para fazer! No mais breve prazo possível!
Estamos à espera de dados mais concretos...

sábado, 29 de outubro de 2005

O futebol manda II

Caso não tenha ficado claro do post anterior, gostaria que não restassem dúvidas: a minha opinião é de que o Sporting seja comandado pelo futebol.
Compreendo que esta seja uma questão difícil.
Mas, o debate em seu torno é urgente e vital para pensar a sobrevivência do Clube. Sócios e dirigentes têm de deixar de pisar os terrenos perigosos da ambiguidade que têm caracterizado, neste aspecto, a gestão dos últimos anos do SCP e encontrar um rumo claro para o clube no qual todos se revejam.
Entendo que, nas condições actuais do país e do futebol português, uma opção clara e definitiva pelo futebol é uma questão de sobrevivência e, sobretudo, a única forma de, de modo realista, preservar o seu valioso passado desportivo e manter a aura do clube.

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

NAO! O futebol tem de mandar no clube!!

Os jornais de hoje reproduzem comentários de José Roquette, comentados e acrescentados por Dias Ferreira. Segundo o que li, ambos concordam num aspecto: o futebol não pode comandar o clube. Roquette diz mais: "as pessoas que se preocupam com o clube não vão aceitar que seja o futebol a mandar no Sporting e não o Sporting a mandar no futebol."
Há algo de levemente perturbador nestes comentários que começa a cheirar a... sistema! Sim, o Sporting também parece ter inventado o seu próprio sistema... interno! Sistema feito de ideias subtilmente introduzidas num discurso que parece importante desmontar.
Ficámo então a saber que, segundo estes ilustres sportinguistas:
1- Há pessoas que se preocupam com o clube...
2- O futebol não pode comandar o Sporting e...
3- Que tem de ser o Sporting a comandar o futebol!
Quanto à questão de se saber quem comanda o quê, entendamo-nos: o SCP é uma empresa. Onde está o clube dos saraus de ginástica, das modalidades (o Sporting é o segundo clube da Europa em número de títulos conquistados nas diferentes modalidades praticadas, atrás do Barcelona), do atletismo que tantas glórias nos trouxe e agora foi mandado para longe? Esse Sporting acabou. Hoje temos o "universo" Sporting que gira em volta do futebol, um novo estádio e uma Academia inteiramente formatados para o futebol...
O futebol representa a fatia mais esmagadoramente significativa da actividade, da organização e das receitas do clube. Como pode então causar espanto que seja o futebol a comandar o clube, se não se vê outra coisa senão o futebol a dominar todas as esferas de actuação do SCP? O futebol comanda mesmo o Sporting!! Mas, não é defeito, é feitio.
E, de resto, o que julgam aqueles “que se preocupam com o clube” que arrasta as dezenas e dezenas de milhar de pessoas ao estádio ou para a frente de uma televisão? O bilhar?!
Já a questão inversa, i.e., saber se o Sporting tem ou não tem algum controlo sobre o futebol, essa, parece óbvia. Se, de facto, os responsáveis não entendem que o futebol domina hoje totalmente o Sporting Clube de Portugal, ser-lhes-á difícil controlar alguma vez essa actividade. A avaliar pelo ambiente que se viveu no estádio e no clube nestes tempos mais chegados e pelos comentários que fui lendo por aí, designadamente nos blogues ligados ao Sporting, o que os sócios e adeptos fizeram (descontando os excessos sempre condenáveis) foi justamente fazer sentir o peso do futebol, lembrar que grassa no Sporting o descontrolo sobre esta matéria e que é necessário que algo mude nesta área estratégica da actividade do clube.
Que dúvidas podem então subsistir ainda sobre o que comanda o quê?
Apesar de legitimado por uma eleição e um mandato incontestados, apesar das suas fortes convicções, apesar da sua rigidez de princípios, o ex-presidente decidiu violentar-se e abandonar o cargo antes de tempo. O resultado está aí: o futebol continua a mandar no clube, mas de uma forma indesejavelmente descontrolada...
Provou-se neste últimos tempos que muita gente --certamente mais do que os habituais "pensadores" do Sporting, imaginavam-- está preocupada com os destinos do SCP, mesmo que, muitas vezes, o tenha expressado de forma por vezes um pouco veemente demais... Não vale a pena lembrar aos sócios e adeptos que pagam o que o Sporting gasta que o futebol pode acabar se não houver equilíbrio financeiro. Não somos nós que gastamos o dinheiro. Nós pagamos e portanto preocupamo-nos! Outros clubes não se podem gabar de ter sócios assim.
E, para quem não o percebu ainda, o que toda esta gente quer dizer, ao expressar a sua preocupação com um protesto tão sonoro, é que, justamente, por um lado, aceita que o futebol comande o Sporting, mas que, por outro lado, cabe à direcção em funções controlar a forma como esse comando se exerce.
É tão simples como isso.

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Satisfaçao

Uma enorme satisfação pela vitória de hoje.
Não é pelos jogadores, nem pelo treinador, nem pela direcção!
É pelo Sporting!!
É pelo orgulho de ser do Sporting!

terça-feira, 25 de outubro de 2005

Defice historico

Lembra-nos O Jogo de hoje que a última vez que o goal average do Sporting esteve a este nível foi há cerca de 40 anos. Aconteceu justamente no ano a seguir ao triunfo na Taça das Taças, ano em que a prestação do Sporting foi, aliás, miserável. O clube acabou classificado em 5º lugar.
O goal average é, porém, apenas a ponta de um iceberg que ameaça provocar um rombo de proporções alarmantes.
Este ano a situação não se afigura nada fácil e, mais do que nunca, precisamos de manter uma enorme atenção, frieza, capacidade de análise e de, sobretudo, saber distinguir o fundamental do acessório.
A tentação para discutir a bola, o jogador A ou B, a convocatória ou a tática é grande, eu sei. Mas, neste momento creio que não nos podemos dar a esse luxo!
O futebol portugês está em perigo e o Sporting, em particular, sofre males profundos, não sanados, que não podemos ignorar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

O sistema

Os jogadores do Vitória de Setúbal já estão numa fase de pré-rescisão dos respectivos contratos. Os adeptos sadinos gritam: "Chumbita Nunes, resolve o problema ou vai-te embora!"
Adivinha-se grande borrasca para os lados do Sado...
Pergunto: o que vai acontecer ao campeonato se o clube não conseguir resolver este problema? Quem autorizou o V. de Setúbal a participar neste campeonato? Quem verificou o seu orçamento?
Já são vários os clubes que acabaram com o futebol ou desceram de divisão (o Salgueiros --clube de origem de Sá Pinto!, lembram-se?!-- o Alverca, o Farense, etc).
Que mundo de faz-de-conta é este em que vive o futebol português?

Meio coxo...

Foi um começo meio coxo o de Paulo Bento à frente dos destinos da equipa. Gostei, no entanto, da capacidade de luta e da capacidade de recuperação. Onde estavam estes jogadores há uma semana?! E gostei das declarações finais de Paulo Bento no final. Sem rodeios nem eufemismos: aquilo não foi bom!
Mas, toda esta situação afigura-se-me, devo confessá-lo, algo penosa. Há nela um cheiro a crise adiada e a remendo que retirou qualquer alegria ao futebol do Sporting.

sábado, 22 de outubro de 2005

Mau começo de mandato...

Lamento, mas o mandato do novo presidente começou mal! E a oportunidade era de ouro para mudar de estilo...
Mais uma vez, se percebem os subtis mecanismos que conduzem sempre ao mesmo fatal desenlace.
Disse Soares Franco:
"O Paulo Bento é ambicioso, tem espírito de equipa, conhece muito bem o Sporting, a Academia, o plantel e toda a equipa que com ele vai trabalhar. Não é uma aposta. É uma decisão ponderada."
Soares Franco apontou ainda a necessidade "de repor os níveis de tranquilidade e estabilidade de que a equipa precisa." Nem uma palavra sobre os rumos traçados.
Ora o que todos esperarávamos ouvir era:
"O Sporting é um clube ambicioso, onde existe espírito de equipa, que dispõe de um conjunto de meios, a Academia, o plantel e outros recursos que asseguram ao novo treinador as condições necessárias para levar por diante o seu trabalho. Temos metas e escolhemos este treinador para nos ajudar a atingi-las. "
Mais uma vez o ónus de todo o esforço e a responsabilidade final vai recair no treinador. A ambição do Sporting é a ambição de Paulo Bento. Ou, dito de outra maneira, ele personifica as ambições do Sporting. Não há aparentemente ambição própria. Se houver desastre a culpa mais uma vez esfumar-se-á e os verdadeiros responsáveis até poderão, mais uma vez, violentar-se e sair...
Se houver má fé até poderão vir dizer: "nós tomámos uma decisão ponderada, o Paulo Bento é que não era afinal suficientemente ambicioso, não conhecia tão bem a realidade do Sporting quanto parecia, ou as suas ambições não coincidiam afinal com as do Sporting."
E aí estarão novamente os autores verdadeiros da decisão à margem de qualquer resposabilização. O ciclo continua.
Há que deixar bem claro desde já: o Sporting tem de ter um rumo, claro, a sua direcção deve escolher as ferramentas e os protagonistas necessários para dele se não desviar e se houver problemas a culpa é sempre de quem não tomou a decisão ponderada que reclama ter tomado!!!
Percebe-se agora a razão pela qual tantos treinadores passam pelo Sporting.
Mas, estamos atentos. Serenos, mas atentos...

sexta-feira, 21 de outubro de 2005

A farsa de treinadores...

Às vezes é preciso ver as coisas, assim preto no branco, para lhe apreciarmos a verdadeira dimensão... O Jogo publica hoje o quadro (incompleto!) dos treinadores que passaram pelo Sporting nos últimos dez anos. O período é especialmente significativo porque corresponde ao tempo de maturação do chamado Projecto Roquette.
É um período caracterizado pela alternância entre os treinadores "de projecto" e os treinadores jokers que fazem parte da "prata da casa" que têm de ir a todas e aguentar o barco enquanto o projecto é repensado ou se tenta remendar os buracos...
Tudo começa com Queiroz (lembram-se?) que entrou depois do triste episódio Robson. Queiroz acabaria por sair já em plena era do Projecto Roquette de candeias às avessas com o dr. Santana Lopes. No seguimento da saída de Queiroz lá veio o incontornável Fernando Mendes que sai após um período em que os resultados positivos tardavam. Faz então uma primeira entrada Octávio Machado. Pouco tempo depois seria substituido pelo belga Robert Waseige. Incapaz de curar o estado de ansiendade em que o clube andava, Waseige faz as malas e volta para a Bélgica. A Waseige sucede já com a época a decorrer... Octávio Machado. Aparentemente instalado, Octávio vê-se confrontado com um infeliz início de campeonato e é rapidamente substituido por Francisco Vital. Comentários para quê? Vital sai e entra o italiano Vicente Cantatore (quem? qual?! não consegui ver quem era!!) que certamente antes de ter conseguido desfazer as malas se vê substituido por Carlos Manuel, vindo directamente do Salgueiros. De Carlos Manuel dizia-se (não sei se com razão...) que acamaradava com os jogadores em grandes noitadas pelas discotecas de Lisboa, preparando certamente o treino da manhã.
É nesta altura que aparece Mirko Jozic, um treinador que apesar de corresponder de um modo quase perfeito ao perfil desejado para o projecto do clube e de ter posto a equipa a jogar um futebol como há muito se não via pelas bandas de Alvalade, se terá certamente apercebido que o destino não ia ser fácil e invocando uma oportuna dor nas costas saiu antes que lhe acenassem com lenços brancos.
Sucedeu-lhe mais um efémero italiano chamado Materazzi que não sobrevive à 5ª jornada e volta para Itália com o bolso um pouco mais cheio.
Vem Inácio, ganha o campeonato ao fim de 18 anos de jejum e, por isso, leva logo a respectiva guia de marcha. E, qual tragédia grega, re-entra Mendes que após uma derrota em Faro volta a sair para dar lugar ao Manuel Fernandes.
O generoso Manel foi-se discretamente. Sobreviveu-lhe Rodrigo Tello, entrado nesse ano no clube, que pode assim saudar o novo técnico Lazlo Bölöni.
Bölöni cometeu a imprudência de ganhar o campeonato e teve de levar o destino de todos os treinadores ganhadores no Sporting: foi despedido. Lá voltou para França, de onde tinha vindo, para ir ter com a família que em França tinha ficado...
Sucedeu-lhe um inexplicável Fernando Santos. Um dia alguém ainda me vai ter de explicar os motivos pelos quais Fernando Santos passou pelo clube...
E lá veio enfim a revelação: José Peseiro. O novo Mourinho, este sim!, finalmente, um treinador com o perfil perfeitamente adequado aos desígnios do clube.
Peseiro teve o fim que todos nós conhecemos. Culminando uma sequência de dezasseis mudanças de treinador ao longo destes 10 anos. Mudanças que tiverm, por trás de cada uma delas, uma decisão da direcção. Os treinadores não aterraram no SCP vindos de Marte...
Vem aí agora Paulo Bento. A ele eu desejo, com toda a sinceridade, que não tenha a sorte de todos os treinadores, sobretudo os "jokers", de que o SCP se tem socorrido para tapar os buracos que uma gestão desportiva tristemente badalhoca tem feito surgir.
Esperemos que por trás da cara de Paulo Bento (que irá inevitavelmente ter de dar a cara!) esteja sempre a cara da direcção. Uma direcção que 1) não fuja deixando-o entregue à bicharada se o barco meter água, 2) não queime mais um asset valioso do clube, e 3) não venha a contribuir para mais um episódio desta infeliz "Farsa dos Treinadores".

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Preparar novas eleiçoes

Filipe Soares Franco é o novo presidente do Sporting Clube de Portugal. É um presidente provisório, que vai ocupar o cargo no seguimento do agravamento definitivo de uma situação cujos contornos eram conhecidos desde há muito tempo.
O mandato é claro: tem de acalmar as tensões que se agudizaram no seio do clube e preparar as eleições.
Espera-se um presidente isento e uma actuação ao nível da exigência do lugar que passou a ocupar e da gravidade dos problemas que vai ter de enfrentar.
Posto o que iremos a votos.

A favor da estabilidade... desestabilizou!

O dr. Dias da Cunha violentou os seus princípios deixando de cumprir dois contratos por ele firmados (Paulo Andrade e José Peseiro) e ainda contra os seus princípios voltou as costas ao seu próprio mandato e bateu com a porta.
Para nosso esclarecimento (a nós que nunca lhe chamámos qualquer nome feio...) ficámos a saber que o dr. Dias da Cunha reconhece fazer afinal tudo isto "com o objectivo exclusivo de serenar a imensa maioria dos Sportinguistas – porque sei bem", diz ele, "que a imensa maioria dos sócios do Sporting não se revê na arruaça e na desestabilização."
Colocada a fasquia assim a esta altura e dados estes esclarecimentos, temos de perguntar quais são afinal os princípios do dr. Dias da Cunha ou que forças tão poderosas o derrotaram assim tão facilmente.
Porque até agora disse uma coisa e fez exactamente o seu oposto, mesmo sabendo que a esmagadora maioria dos sportinguistas "se não revê na arruaça e na desetabilização..."

Como não?!

Leiam este artigo do Mais Futebol..


Sporting: demissão de Dias da Cunha não implica eleições antecipadas
[ 2005/10/19 14:51 ] Redacção MaisFutebol

A demissão de Dias da Cunha não implica a imediata convocação de eleições antecipadas no Sporting.
A direcção é constituída por mais oito elementos e qualquer um deles poderá passar a assumir o lugar deixado vago por Dias da Cunha. Filipe Soares detém o cargo de presidente-substituto e tem sido ele que ocupa a posição do presidente quando Dias da Cunha não está.
A solução mais óbvia é, pois, a substituição de Dias da Cunha por Soares Franco. Mas há mais elementos no Conselho Directivo: Mário Moniz Pereira (Vice-Presidente), António Menezes Rodrigues (Vice-Presidente), João Oliveira Martins (Vice-Presidente), Nuno Galvão Teles, José Manuel Silva e Costa, João Carlos Ferreira de Lima e José Corrêa de Sampaio.
A solução poderá ainda passar por Ernesto Ferreira da Silva, presidente do Conselho Fiscal e figura muito próxima de Dias da Cunha.
Caso os órgãos sociais optem pela demissão, o que não parece razoável, o Sporting teria eleições no prazo de 45 dias úteis.
Os órgãos sociais reúnem-se a partir das 17 horas e Dias da Cunah estará presente. Em seguida reúne-se o Conselho Leonino.


Só tenho uma pergunta..COMO NÃO?!

Relembrar...

Só para relembrar porque hoje ainda não o tinha dito: eleições já!!!!!!!

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Meus caros sportinguistas amantes do bom futebol

O que aconteceu hoje, aquilo que repetidamente está passar na televisão, gostaria que tivesse acontecido no dia a seguir à final para bem do Sporting. Mas o que realmente gostaria mesmo, era de viver num país onde aquilo que aconteceu no final da época passada, fosse simplesmente o fim de uma época desportiva e não o prolongamento de um caminho por onde sei que não quero ir.
Estou triste, mas bem com a minha forma de estar na vida (sonho & realidade).
Gostei da atitude do homem que trabalhou durante pouco mais de um ano no meu clube e me fez viver o sonho e a realidade. Para mim há coisas com muito mais valor do que resultados, lucros e outras coisas mais ou menos obscuras que nos rodeiam e que nos bombardeiam todos os dias. Nunca me posicionei como "ir ou não ir muito à bola com este ou aquele...", porque sempre apoiei, à minha maneira, quem veio, quem está ou virá para o meu clube, mesmo que a minha pequena voz activa se faça ou não ouvir no meu pequeno círculo de amigos, colegas e outros flutuantes que vou encontrando por aí.
No final da época passada fiquei verde de raiva, foi o a realidade confrontada com o sonho (realidade muito especial - a portuguesa). Fomos a equipa que melhor futebol apresentou. Tive amigos amantes do bom futebol, sócios e simpatizantes de outras cores antipáticas e menos simpáticas a dizerem-me: "Gosto de ver o teu Sporting jogar!"... e até podíamos ter ganho tudo, mas acabámos a perder tudo. No entanto isso não me leva a mudar de opinião. Posso não saber por onde ir, mas sei por onde não quero ir.
Obrigado Peseiro, como técnico e como pessoa, o mesmo não direi, neste momento, de outros que acabaram por não entrar no Sporting. Se tivessem entrado ter-vos-ia apoiado. Mas para mim, há valores humanos muito mais importantes do que qualquer outra coisa. Talvez por isso seja diferente e continue a achar que o Sporting é um clube diferente, porque tem pessoas diferentes e outras não diferentes, mas é nessa dialéctica que está a diferença para os outros.
Agora meus caros, a vida continua, com ou sem voz activa ouvida. Que venha a esperança de ter novamente um sonho para continuar a dizer "Só eu sei porque é que não fico em casa.".
No próximo jogo lá estarei !

Queremos a verdade II

Quando dei o título "QUEREMOS A VERDADE" ao anterior post, queria dizer o seguinte (para o caso de não ter ficado claro!): queremos saber a verdade e o que tenciona a direcção fazer sobre os problemas que identificou!

Queremos a verdade!

Antes de mais nada, uma nota positiva para a maneira como o presidente Dias da Cunha defendeu a sua estratégia de manutenção do treinador. Por mim concordo com uma estratégia da estabilidade.
Outra nota positiva para o facto de Dias da Cunha ter referido que se o clube fosse "dele" teria agido de outra maneira. Fico contente pelo clube não ser dele.
A partir daqui só tenho notas negativas e interrogações.
O presidente começou por se confessar triste. Também a conferência de imprensa de hoje foi triste...
Há qualquer coisa de profundamente incoerente em toda ela.
Foi o próprio presidente Dias da Cunha que o afirmou: nas razões invocadas para apresentar a demissão, Peseiro referiu não conseguir garantir a blindagem do grupo relativamente aos pretensos ataques de que a equipa foi alvo. Os jogadores não tinham serenidade para trabalhar e a vulnerabilidade do grupo de trabalho era total. Dias da Cunha disse ainda que por ele Peseiro seria um treinador para ficar no Sporting por um período alargado. O Sporting, disse, precisava da competência e estabilidade que Peseiro trouxe à equipa.
Precisava, sim, mas afinal, parece que tudo isso tinha pouco valor. Por força dos "ataques" que o Sporting sofreu esta estabilidade teve de ser quebrada e a competência acabou por ser dispensada...
Mas, de que ataques fala Dias da Cunha? Quem os perpetrou? Vieram de dentro? De fora? QUEM FOI?!
E quem foi o responsável por ter deixado a situação chegar a este ponto? Quem deveria ter blindado o grupo?
O blackout vai continuar, disse DC... Afinal porque razão foi levantado? Há quanto tempo duram estes "ataques"? Porque é que só agora se agiu?
Pelo meu lado, só sei uma coisa: não gritei contra o treinador, não chamei nomes ao presidente, nunca assobiei um jogador, abomino a modinha dos lenços brancos e insurgi-me fortemente contra os comportamentos indignos de uma parte da assistência (até está escrito!).
E sei outra coisa: não fui só eu!
Porque raio um clube com a dimensão do Sporting, que cumpre este ano o seu centenário (uma idade que devia dar alguma experiência...), com uma parte substancial da sua massa adepta e associativa claramente civilizada e inteligente, porque raio, repito, se deixou o clube arrastar por uma parte minoritária dos adeptos (sabemos isso porque estamos lá!) e pelas manobras de um inimigo desconhecido que destruiu um trabalho tão importante e tão solidamente levado à prática??!!! Que força terão essas "forças"? Quando o dr. Paulo Andrade decidiu almoçar com as claques seria para formar um exército que combatesse as citadas forças? Foram contar petardos..?
Estava tudo de semblante carregado no início da conferência de imprensa de hoje. Mas, no final, quando vimos sucessivamente um Presidente que, violentado, fez o contrário do que pensa, um Administrador que admitiu antes de sair que não tinha paciência e um treinador que confessou que não conseguiu pôr os jogadores a jogar, quem ficou de semblante carregado fui eu...
Ouvido assim o discurso dos responsáveis é insustentável.
Faltará aqui outra informação? Nada disto se percebe.
O presidente Dias da Cunha vai ter de explicar tudo isto melhor...

Peseiro out!

Peseiro demitido ou demitiu-se?!
Peseiro... bode expiatório.
Eleições já!!!!!

Classificaçao

A 7ª jornada fechou ontem com o jogo Boavista-Gil Vicente.
O Sporting está agora em 7º, oito golos marcados e nove sofridos...

Causas I

A questão que se coloca aos sportinguistas neste momento é simples:
1- Os problemas existem e o divórcio entre adeptos, direcção e grupo de trabalho é uma realidade.
2- Mais: a situação existe, independentemente de ter ou não havido razões objectivas para chegarmos a este ponto. Admito que tudo possa ser um problema de realidade virtual. Admito até, em tese, que o presidente Dias da Cunha tenha razão quando diz que tudo isto foi empolado do exterior, designadamente, pela comunicção social.
3- Mas, o caldo entornou-se e não houve talento ou coragem para evitar que isto acontecesse.
Quem é o responsável?

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Dia conturbado

Dias da Cunha quer manter Peseiro até quarta..dia da reunião dos orgãos sociais. Mas porquê?! Não percebo, esta indecisão do sr. presidente... Realmente já são precisas eleições... Mas quem se candidata a um lugar tão "quente"?!

OUÇAM BEM: queremos eleiçoes ja!!!

O site de A Bola refere afirmações de Dias Ferreira à Rádio Renascença segundo as quais para ele Miguel Ribeiro Telles seria uma solução consensual para a SAD. «Era uma solução capaz de ser consensual e que implicava poucas mexidas ou, por outro lado, uma mexida grande mas positiva. Isto até evitaria eleições antecipadas», disse.
Evitaria eleições antecipadas??!!!!! Mas, quem é que quer evitar eleições?!
Que MRT é uma figura que nos merece respeito não há dúvidas. Mas, visto daqui, parece que mais uma vez se prepara uma caldinho qualquer.
Se assim for, até daqui a uns meses...
Da próxima vez sugiro que nos quotizemos e compremos peças inteiras de tecido branco porque os lençóis parece que já não chegam...

Fantasmas sem lençol...

Dizem os sites dos jornais desportivos que Peseiro terá apresentado a demissão, mas pelo que se percebe a questão ainda está a ser ponderada.
Não ausência de plano B, Dias da Cunha aproveitou mais uma vez para voltar a culpar a comunicação social pelos resultados do Sporting.
Os lençois que se viram ontem no estádio devem ter sido aproveitados dos fantasmas de Dias da Cunha...

Acçoes e defices...

Um curto intervalo na questão interna do SCP para referir apenas duas simples questões sobre os outros resultados do FCP... O Público de sábado noticiava que o passivo da SAD do FC Porto subiu 2 milhões de euros no trimestre Julho-Setembro e se situa agora nos 125,9 milhões de euros. Por outro lado, o site de O Jogo diz hoje que as acções do Porto desceram reagindo assim à derrota de sábado.

Morreu Carlos Gomes


Acaba de ser anunciado no site do Sporting: morreu Carlos Gomes.
Foi o guarda redes referência da minha juventude, que equipava sempre de preto, porque, dizia, «enquanto o futebol português estiver nas mãos dos doutores está de luto.»
Deêm uma vista de olhos pela sua biografia.
Citando o Record e a propósito do seu clube, disse Carlos Gomes: «O Sporting é o amor da minha vida, nada foi tão grande, tão intenso, tão obsessivo em toda a minha existência como esta relação de amor e ódio.»

Reunião

Está neste momento a decorrer uma reunião entre Peseiro e Dias da Cunha (estes 2 pelo menos, não sei se mais alguém). Tudo o que não seja a saída de Peseiro é gozar connosco. Se ele se mantiver é não ouvir um estádio inteiro, e concerteza todos os Leões por esse mundo, a dizer que querem um novo treinador/nova direcção... Se ele ficar apoio até ao fim dos jogos... mas isto está mau demais.

domingo, 16 de outubro de 2005

Mais momentos na luta pela mudança

Momentos de um dia diferente na vida do Sporting.

Momento I - A Académica de Coimbra foi hoje o veículo da contestação...

Momento II - Já no estádio, Pedro Barbosa passou pelas bancadas enquanto falava com alguém ao telefone. Seria o próximo presidente do SCP?

Momento III - Para fazer ouvir o seu protesto, em vez de lenços brancos alguns adeptos levaram lençois brancos! Chegará para ouvir o protesto?

Em resumo: grande dia! Independentemente de qualquer que venha a ser o futuro, a partir de hoje e com toda a honestidade, devo dizer que todos nós no Sporting teremos de fazer uma grande reflexão sobre tudo isto. O que é o futebol? O que é o Sporting? Qual o papel da direcção (qualquer direcção!)? Qual o papel dos técnicos e jogadores? Qual o papel de todos nós, sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal?

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

O jogo decisivo

O Sporting joga o jogo decisivo da época no domingo! À sétima jornada...
Se ganhar deixará as coisas em melhor condição para que o inevitável não tenha um impacto tão desastroso.
Se perder, tapo os olhos com as mãos e nem quero ver...!
Espero que partam, consigam, saibam! partir todos com dignidade.
A equipa fica.
Só corremos o risco de ser campeões este ano...

Manifesto

Entremos aqui em momentâneo diálogo...
Já que o companheiro (bloguista? blogueiro? blogador? blogadista? blogadio? é uma boa questão de facto...) C_V levantou o véu sobre o manifesto, sugiro que o mesmo, supracitado em epígrafe e atempadamente distribuido aos restantes membros desta blogaria, seja analisado na sua dimensão tática e estratégica e só depois posto a circular para deleite da massa associativa e restantes membros da fraternidade eventualmente interessados em toda esta matéria...

Manifesto e outros blogs

Caros parceiros de blog (deve haver um termo para tal definição): lamentavelmente o esforço do nosso meeeeeeeeeestre não foi correspondido e não surgem comentários ao manifesto. Não que me espante pois corresponde a uma bela prática nacional…… uma bocas, mas sem esforço sff.

A minha proposta é que se envie o manifesto para os blogs que nos pareçam credíveis e os convidemos a pronunciarem-se sobre o mesmo.


Eu, pessoalmente estou de acordo com o texto !

Um futuro certo

Sobre o momento do Sporting, tenho falado com imensos sportinguistas, lido um conjunto vastíssimo de comentários em blogs (há-os para todos os gostos e as opiniões são mais ou menos bem articuladas), ouvido e lido os comentários dos opinadores profissionais (tanto do Sporting, como de outros clubes, que, em qualquer caso, têm de ser lidos com cuidado), mas uma coisa é certa: a situação presente é insustentável e está no momento certo para mudar as coisas. Existe um enorme consenso em torno desta questão.
A dúvida é se esta mudança vai ser pacífica ou tumultuosa.
Se a actual direcção vai querer cavar ainda mais o conflito que tem com os sócios ou não.
Espero, sinceramente, que haja bom senso e que uma nova eleição seja marcada no mais curto prazo possível.

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Um clube de elite!

O Sporting é um clube de elite!
Transformou-se calmamente num clube da direcção e das claques. A esmagadora maioria da massa associativa e simpatizante do Sporting não risca. Está provado.
Tira administrador, mete administrador, substitui aqui, tapa ali, almoça com estes, recebe aqueles na Academia. Tudo em prol da continuidade, portanto.
Está visto: não chega ser sócio, ter as quotas em dia, comprar lugares de época, kits, nem mesmo ser assinante do jornal "Sporting"!
Só na qualidade de director de um qualquer organismo do "universo Sporting" ou de membro de uma claque é que acedemos ao limiar do processo que conduz à outorga de distinções especiais... Até lá, é pagar vilanagem!
Desenganem-se aqueles que pagam muito e se julgam, por um qualquer motivo certamente pueril, membros especiais, de um clube especial. O Sporting não é deles e eles não são tanto do Sporting como imaginavam...
O Sporting é da elite!

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Pastelaria verde...

Recomendo uma visita a ciberpalheiro.blogspot.com. Leiam por favor uma história deliciosa com o título "PARABÉNS" de autoria do meu amigo Guardarios.
Quando se olha para o actual momento do Sporting somos irresistivelmente levados a pensar que há algo de metafórico naquela história...
(PS- Já agora recomendo-vos uma visita regular a este blog, nosso vizinho aqui do bairro do Blogspot.)

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Duas intervençoes, dois estilos

José Roquette falou sobre o actual momento so Sporting. Pediu calma e paciência e reconheceu que o Sporting é uma instituição especial. Devo confessar que tenho alguma saudade da forma como este ex-dirigente do SCP exprime os seus pensamentos e do modo como lidou com os momentos de crise.
Roquette falou no mesmo dia em que o presidente Dias da Cunha escreve (mais) um editorial no Jornal Sporting, apelando ao apoio dos adeptos e alertando para "forças" que tentam destruir o trabalho que está a ser desenvolvido no Sporting."
"Apoiem, apoiem sempre!" pede Dias da Cunha. Ficamos novamente sem perceber que forças são estas que estão a tentar destruir o trabalho que está a ser feito, que trabalho está a ser destruido e que tipo de apoio pretende que seja dado. O Presidente Dias da Cunha já devia saber que este tipo de comentários (variante da famosa frase "vocês sabem do que eu estou a falar!") não ajuda a resolver absolutamente nada, antes contribui definitivamente para aumentar a entropia.
Mesmo que existisse um inimigo do Sporting (externo, interno?), a luta em torno da qual todos poderíamos estar a cerrar fileiras pemanece perfeitamente obscura para a generalidade dos sportinguistas. Sobre quem deveríamos nós afinal estar nesta altura a derramar o nosso ódio...?
Numa altura destas e partindo do princípio que os inimigos do Sporting são mais do que moinhos de vento (este ano comemora-se o quarto centenário da publicação do D. Quixote, eu sei...), um dirigente atento aproveitaria a existência desses inimigos e canalizaria toda a energia gerada para ajudar reunificar as hostes. Infelizmente, não é o caso.
Roquette disse na entrevista à Renascença que acredita, genericamente, "em tudo aquilo que hoje é e representa o Sporting Clube de Portugal". Eu também.

domingo, 9 de outubro de 2005

The Hugo affair

Aqui há uns dias perguntava neste espaço o que seria feito do Hugo... Pois aqui está a resposta. O Hugo tem treinado com a equipa e a fazer fé no que diz o Record de hoje, o SCP quer meter o Hugo a treinar "fora de horas" porque considera que este jogador exerce uma má influência no seus companheiros. Independentemente da justeza maior ou menor da decisão e da verdade deste facto que lhe é imputado, a direcção encontrou aqui mais um bode expiatório... Então só agora, depois de sabermos que o Hugo treina com a equipa principal desde há meses e de sabermos que há jogadores envolvidos em cenas de pugilato é que a direcção se lembra que o Hugo é uma má influência?
Das duas uma: ou o treinador sabia e não informou a direcção, ou não sabia, ou sabia e informou a direcção e esta não agiu... Em qualquer dos casos, mais uma vez, se tivermos em conta a actuação recente da direcção da SAD, a reacção parece ineficaz, mesmo desadequada e, sobretudo, extemporânea.
Ou será que foi o Hugo o responsável pelo facto do incidente ter sido conhecido cá fora e tudo isto é uma manobra para o apanhar...?

sábado, 8 de outubro de 2005

Porrada no Sporting


Esta manhã acordou-nos com a notícia de que o Beto e o Custódio tinham andado ao murro no treino de ontem. Só nos faltava mais esta, pensei eu! Mas, a verdade é que tudo isto é o corolário de uma situação muito mais grave, que vem de trás e não foi tratada atempadamente pelas estruturas dirigentes. Que assim acumulam mais um erro, desta vez mais público e notório do que é costume, mas ainda assim mais um erro grave.
Não tenhamos ilusões: a situação que se está a viver neste momento no nosso Sporting é a consequência manifesta da falta de capacidade da direcção. Uma questão destas não pode ser vista em isolado e quando a desembrulhamos não conseguimos chegar a outra conclusão: a direcção falhou!
Mais uma porrada no Sporting!!
Tanta porrada tem levado este clube...
Quanto ao Beto e ao Custódio, espero que façam as pazes, não se deixem instrumentalizar e não contribuam para agravar mais toda esta situação já de si gravíssima. Os sportinguistas gostam demais de vocês.
Tudo isto é terrivelmente triste.

Lizard Gallery X






Uma vez que o grande mestre, na sua enorme sabedoria, retirou a foto do fairplay da galeria, estou perdido sobre a numeração. Aliás seria interessante colocar um link para a gallery toda, será possível?

Bom, estas fotos foram todas retiradas na mesma casa. Caselas é o local! Mais uma vez a máquina foi o telefone (poesia de novo!), há que lá ir de máquina de fotografar digna desse nome. Tudo na mesma casa, a bandeira, os leões da entrada e o emblema deste nosso clube.... ai ai.

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Temos de jantar...

Ontem o administrador Paulo Andrade jantou com a Juve Leo. Espero que guarde na sua agenda uma data para jantar connosco. A gente promete que nao se põe de pé em cima da mesa e não leva nenhum megafone para o senhor administrador nos ouvir melhor...

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Afinal mudei de opiniao...

Tem razão o companheiro C_V. Ao observar o que se passou ontem na Academia com as claques mudei de opinião: afinal acho que o melhor não é andar a pagar balúrdios por lugares especiais, bilhetes de época, acções, etc. O melhor é pormo-nos em tronco nu, gritar umas obscenidades contra tudo e todos, dar um ar marcial ao nosso look e avançar em formação ordenada sobre a Academia. O show é garantido: polícia de choque à porta, cobertura total por todos os pasquins, rádios e tv's, incluindo o canal 18, reunião com os capitães e com o próprio treinador.
Com sorte e se levarmos umas mocas, uns petardos, uma metralhadora ou talvez outra arma mais pujante, pode ser que a Direcção se demita mesmo!

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Apelo

Master, escreve, se faz favor, o nosso manifesto. Para tanto enumero as questões que, na minha opinião, devem constar:

- A SAD não domina vertentes fundamentais do negócio como o respeito pelos adeptos, accionistas ou sócios, leia-se donos, do principal accionista; o objectivo do negócio hoje e projectado no futuro e a necessidade que o cumprimento desse objectivo acarreta em termos de organização e gestão. Por motivos que ninguém quer realmente esclarecer as pessoas que melhor reuniam condições para trilhar o nosso rumo foram sendo afastadas e nem neste momento eleitoral afloram a hipótese de voltar a dirigir os destinos da empresa e do clube.
As razões para este regresso ao caos, um caos que o projecto Roquette só momentaneamente afastou, num ano de centenário, parecem-me mais profundas que qualquer calor momentâneo possa tentar resolver. Julgo que temos uma missão e que essa missão é provocar uma discussão séria sobre o futuro, uma discussão que vai para além do Peseiro do Dias da Cunha ou de qualquer derrota ou eliminação… Já fomos tantas vezes eliminados assim… Haja bom senso para discutir o que tem que ser discutido.

Lizard Gallery IX


Primeiro pensei postar esta foto para fazer um pequeno intervalo nesta nossa complicada situação, depois, ao pensar nos motivos que me levaram a tirar esta foto, reparei que estava tudo interligado…

A minha ideia inicial era a de enaltecer os estudantes cabo-verdianos por saberem qual o clube que pratica o fairplay, depois reparei que para além disso há uma demonstração efectiva da grandeza do nosso clube que se traduz nestas pequenas coisas que tanto contrastam com os acontecimentos que vivemos. Hoje, para cúmulo, houve adeptos que exigiram e foram recebidos pelo treinador e capitães. Ou estamos no 25 de Abril do Sporting, e aí é irmos lá fazer barulho, ou já não há critérios e andamos novamente a reboque das claques. É mesmo urgente escrever e divulgar um manifesto…
A foto foi tirada na cidade da Praia. O local… Muro do estádio.

Editorial de Dias da Cunha

A última edição do jornal Sporting inclui um editorial de autoria do presidente Dias da Cunha. Neste editorial ficamos a saber que quem está contra o presente status quo faz parte do grupo de arruaceiros que interrompeu a AG ou que produziu aquelas cenas tristes no estádio. Um estranho conceito de democracia e de sportinguismo atravessa este comentário. Poderia ler-se nas palavras de Dias da Cunha "quem está contra nós é arruaceiro!"
Ou a minha interpretação é abusiva?
Nesse mesmo editorial o presidente do Sporting pede aos sportinguistas para não se alhearem do clube. Independentemente da maior ou menor correcção do método, não serão as vaias (com as quais não concordo de todo, como já muitas vezes afirmei) afloramentos do desespero dos adeptos por, justamente, não conseguirem fazer ouvir a sua voz de outra forma, mas sentirem que há de facto problemas no clube?
Alhear do Sporting??! Mas, querem manifestações ainda mais significativas e exuberantes de desejo de participação?
De resto, há aqui uma enorme contradição. No editorial o presidente Dias da Cunha traça um panorama idílico da presente situação do SCP e arruma a questão da contestação com esta teoria da arruaça. Mas depois afirma num comunicado emitido mais tarde que "decidi desenvolver um processo de reflexão e aperfeiçoamento do trabalho do Grupo Sporting, a todos os níveis de actividade."
Afinal, em que ficamos?
Há ou não há problemas?

Eleiçoes ja!

O Jogo traz hoje "3 perguntas a Subtil de Sousa". Entre outras afirmações, este membro do Conselho Leonino afirma-se contrário à realização de eleições antecipadas. Não posso discordar mais. Que levem tempo a preparar, que devam ser ponderadas com cuidado, que suscitem um enorme debate no Sporting, sim, concordo! Que tenhamos que aguentar isto tudo mais um ano, acho inaceitável!
Virem-se! Trabalhem horas extraordinárias, durmam na sala da administração, comam cachorros ou piza, façam o que for preciso para criar condições para um debate sério, que tenha em conta os reais problemas do Sporting e a necessidade de resolver esses problemas, graves, que de resto nos foram, em grande medida, criados por esta direcção. Votámos nesta gente para a responsabilizar, não para a des-responsabilizar!
Por acaso a mesma edição de O Jogo traz uma entrevista com Carlos Queiroz em que o antigo treinador do Sporting afirma a propósito do que se está a passar:
"Resta às pessoas terem a capacidade, a força interior e o carácter de se apresentarem juntos, num projecto que é conjunto, em ideias que são solidariamente expostas no terreno e aos próprios adeptos da equipa, e estarem com as costas suficientemente preparadas para, nos momentos difíceis, não entrarem em pânico, e afirmarem-se, colectiva e solidariamente, fortes, nas decisões e nos projectos que têm. Isto sabendo que se apresentam perante os adeptos com uma posição muito simples: se cair um, caem todos; se não cair nenhum é porque o projecto venceu."
Esta é a grande questão: o Peseiro está a ser o bode expiatório de uma situação que é da responsabilidade de todos! Nenhum clube tem sucesso sem a solidariedade de todos os seus membros e, inversamente, se houver desastre é da responsabilidade de todos. Chega de processos ao treinador!!
Como já disse várias vezes aqui, não morro de amores pelo Peseiro, mas não podemos aceitar que ele seja o símbolo da ineficácia do Sporting.
Eleições já! Pela implementação do programa Roquette!!

Sucessores

O Record avança com 4 hipóteses para suceder a Peseiro.
Camacho, Autuori, Couceiro e Paulo Bento.
Se só temos isto... O Del Bosque e o Le Guen, não quererão vir?
Mas, analisando um pouco melhor estes 4 nomes...
Camacho era engraçado... os coisos provavam o veneno do Simão... e não desgostei das suas intervenções, mas será o que precisamos?
Autuori... o Autuori acabou de vencer a Liga dos Campeões lá da América do Sul e inicou uma excelente recuperação com o São Paulo. Mas quando esteve nos coisos (porque é que as hipóteses já estiveram num dos outros grandes?!) não fez nada de jeito... pode ser que tenha crescido.
Couceiro... nem quero falar do Mourinho wannabee... se bem que o Mourinho tenha tido uma passagem infeliz no Benfica e depois noutro grande foi o que foi... bem que o Couças podia fazer isso connosco.
E Paulo Bento... bom... ele lá campeão pelos juniores foi... e terá certamente o respeito dos jogadores... mas treinar os juniores e treinar a equipa prinicipal não é a mesma coisa... Outra vantagem nesta opção é a de não termos de pagar nada a ninguem... afinal ele já faz parte dos nossos quadros.

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Despedimento com injusta causa...

Despeça-se então o Peseiro, mesmo com injusta causa, mas junte-se-lhe a direcção toda de alto a baixo. É uma justa causa!
E é o Sporting que está em causa. Chega de tergiversações.
Eu digo: eleições já!!
O problema não se pode arrastar até ao fim da época.
Na área do desporto o Sporting pode e deve (digo deve porque o SCP aparenta ser o único clube português com causas) dar o exemplo de excelência em Portugal. Todo este potencial está a ser desbaratado por uma actuação irresponsável e insensata.
A encruzilhada em que está o SCP não é muito diferente daquela em que se encontra o país neste momento, mas até por isso a necessidade de actuar de forma dinâmica, inteligente, enérgica e exemplar, por parte de um agente desportivo com o peso institucional e a enorme amplitude de acção que o Sporting tem, se torna particularmente premente.
Quero crer que no Sporting somos melhores.
Mas, nesta como noutras situações, não nos basta parecermos melhores...

O futuro passa por algo novo

Post escrito com uma mão e com uma gémea de 15 dias ao colo; a Rita.
Vamos lá a por a escrita em dia...
Sempre estive ao lado do treinador e fiz questão de elogiar o Jr por ter resistido à tentação de ficar calado (como eu) enquanto uma horda de energúmenos profere impropérios contra o treinador e o Homem José Peseiro.
Não pretendo contudo branquear as suas responsabilidades.
Dá-me náuseas ver um estádio tratar pior o seu treinador do que trata o coiso sabrosa ou o Mantretas ou o Luisoto.
Repugna-me ver os arruaceiros mimados das claques a gritar por um Pinilla como se ele fosse algum fora-de-série que só estava no banco por embirração do técnico; como se ele fosse o Maradona chileno, como se ele não fosse apenas mais um desajeitado que acerta um ou dois jogos por ano.
Como me revolta ver os jogadores a queimarem deliberadamente o treinador, como nós no liceu queimávamos mais um stôr ao menor sinal de debilidade.
Mas tudo isto não anula uma verdade insofismável: o Treinador é o responsável.
Será vítima de algumas circunstâncias mas tem que ser responsabilizado.
Os professores afirmam sempre que não têm responsabilidades no insucesso ou no abandono escolar; os médicos asseguram sempre que não têm culpa nenhuma nos milhares de doentes em lista de espera; os magistrados afiançam sempre que não são arguidos na vergonha das dezenas de milhares de prescrições que ocorrem anualmente.
Todos eles se refugiam num contrato vitalício que lhes protege a incompetência, e escudam-se frequentemente em queixas sobre modelos organizativos pelos quais não são responsáveis, ou deficiências nas infra-estruturas (como se todos os problemas se resolvessem com uns baldes de cimento, umas talochas e uns tipos a assentar tijolo).
Mas Peseiro não lhes pode seguir o caminho. Não tem um contrato blindado, não se pode queixar da falta de apoio da SAD e dispõe das melhores infra-estruturas do País (Centro de Estágio e Estádio).
Se os jogadores o estão a queimar é porque necessariamente houve falhas na disciplina; se os jogadores parecem pouco motivados é porque o treinador não os motiva o suficiente.
O Treinador é o Líder. Se a equipa falha, há necessariamente falha de liderança.
O que se vai fazer com Peseiro será uma injustiça depois do que nos deu na época do ano passado. Mas todos os despedimentos de treinadores são por definição injustos porque se culpabiliza apenas um individuo por um fracasso que também é coletivo e que também tem outros responsáveis que vão seguir impunes. Mas é esse o preço a pagar por todos os treinadores; são trapezistas sem rede.
O sonho de carreira de Peseiro acabou. Em Portugal nenhum “grande” o quererá e não criou estatuto para o futebol da alta competição na Europa. Restam-lhe as opções dos clubes secundários da Super Liga ou os clubes ou seleções de futebol emergente. A primeira hipótese não é vergonha para ninguém e na segunda tem bons precedentes lusos para seguir o exemplo.
Tudo isto é particularmente cruel para um homem que esteve a 50 minutos da mais absoluta glória. Os últimos 10 minutos na luz e os últimos 40 na final da UEFA destruiram-lhe o sonho e a carreira.
Quanto ao sonho, nós também perdemos o nosso; quanto à carreira, isso é problema dele.
Se um dia encontrar Peseiro, agradeço-lhe o estado de graça em que quase nos deixou e lamento-lhe o destino que lhe foi reservado. Mas faço-o com o tom de inevitabilidade de quem dá o abraço do urso. É um abraço letal mas é a natureza das coisas.
Sem ofensas, sem humilhações, sem lenços brancos. Antes com elevação, com educação, enfim, com Sportinguismo.
Pois se todo o mundo é composto de mudança, troquemos-lhe as voltas que ainda o dia é uma criança.
Cá p’ra mim, o Camões era do Sporting e escreveu isto a pensar na dinâmica que vamos precisar para ultrapassar esta fase.
Já me apetecem as eleições e os debates. Já me apetece uma nova equipa técnica e a ilusão dos primeiros jogos.
Já me apetece o Sporting!

Peseiro...

Tenho falado com as pessoas e algumas continuam agarradas ao mito de que o treinador é o culpado de tudo o que está a acontecer com o SCP....
Leiam por favor novamente o post que escrevi sobre o Co Adriaanse e sobre a sua opinião a respeito das vaias e dos lenços brancos ao treinador. É isso que é a realidade.
O Peseiro, jogadores, etc, são empregados do Sporting caraças!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Deja vu

Deja vu é o título de um disco do célebre grupo Crosby, Still, Nash & Young de que os mais velhos membros deste blog se lembrarão certamente.
Pois, "deja vu" é a sensação que tenho ao ver tudo o que se está a passar com o Sporting: caos na direcção, facções, erros técnicos, indisciplina oportunista dos jogadores (pelo menos de alguns), adeptos em polvorosa, crise, maus resultados, deterioração da imagem pública, já de si péssima, do Sporting Clube de Portugal.
É escusado chamar outros para este caldeirão. Não são culpados os jornalistas, não são culpados os outros clubes e os seus dirigentes, não são culpados os organismos estatais e outros, os árbitros ou o sistema! O Sporting põe-se a jeito.
Tem sido assim ao longo de anos e anos, com episódicos momentos em que tudo parece querer entrar nos eixos, em que os resultados surgem para provar que há outra maneira, em que os desígnios últimos da instituição SCP se sobrepõem ao exercício de estupidez e de vaidade que é frequentemente --com honrosas e raríssimas excepções...-- a gestão do clube, e em que, finalmente, o Sporting aparece como um modelo de virtude.
O mais das vezes, porém, falar de "sporting" é falar de dirigentes que nem sempre se percebe muito bem porque o são, é falar de branqueamento de certas actuações que prejudicaram e prejudicam o clube, de facções que se rasteiram miseravelmente umas às outras, de uma estranha benevolência e tolerância para com sectores que têm prejudicado gravemente a imagem do clube, como é o caso das claques, é falar de vaidades, de vacuidades e de tibiezas, de "camas" feitas aos treinadores, de jogadores primadonas. É isto que é falar de "sporting".
Enquanto se "fala" assim do Sporting, vamos observando a total irresponsabilidade de dirigentes, técnicos e jogadores que não cumprem os respectivos programas e compromissos, tomam atitudes que transformam, frequentemente, o clube num alvo de chacota e o conduzem numa alegre caminhada rumo ao abismo...
Nós, entretanto, lá vamos largando uns milhares largos de euros que vão servindo, muito objectivamente, para sustentar tudo isto. Pior, só mesmo com o Estado português...
"Somos diferentes", diz-se. Mas, diferentes em quê??!!! Se calhar porque ganhamos menos competições e damos muito mais tiros no pé que os restantes clubes! Porque, de resto, assim numa primeira leitura parece tudo a mesma javardice...
Tudo deja vu.
Não há pachorra!