domingo, 31 de dezembro de 2006

Os reforços segundo Luís Freitas Lobo

Vale sempre a pena considerar o que Luís Freitas Lobo nos diz ou escreve.
No seu “planeta do futebol” diz-nos ele não conseguir “entender porque os clubes não têm um gabinete de prospecção estruturado como uma prioridade da sua organização. Tanto para um reforço normal como para uma grande estrela, o reconhecimento e contratação de um talento implica um trabalho estruturado no tempo”.
Ora o que se passa é que “em vez de serem os clubes a ir ter com os jogadores e, indirectamente, seus empresários, acontece o contrário: são os empresários a ir ter directamente com os clubes com os seus portfolios de craques para todos os gostos, posições e bolsas. São recebidos de braços abertos em opíparos almoços e jantares”.
“Não acho possível avaliar um jogador em treinos ou por mirabolantes montagens em DVD. Já vi alguns em que o nº9 mais torpe parece uma máquina goleadora”, refere LFL, e sabe muito bem do que fala.
Havendo o tal “gabinete de prospecção estruturado”, um jogador que tenha sido, primeiro, referenciado em vídeo, deverá ser, depois, obrigatoriamente observado ao vivo. “Pelo menos, três jogos em casa e três fora, com condições, adversários e graus de dificuldade diferentes”, traçando-se então “o perfil, táctico e técnico do jogador, respeitando uma trilogia base:
valor potencial (o que efectivamente demonstrou);
rendimento (o que, integrado noutro clube, ambiente, táctica, aspecto humano, etc, poderá render);
e especialização (posição de origem).”
Por este método “a contratação feita em Janeiro de 2007, deve ter sido começada a pensar em Janeiro de 2006”, “mas a verdade é que a maioria dos clubes chegam a estar altura sem ter qualquer jogador referenciado”.
Vistos os fracos resultados das contratações feitas para esta época, dá para duvidar de que exista um “gabinete de prospecção estruturado” no Sporting.
Mas, se existe, é tempo de mostrar resultados, pois é notória a falta de adequação dos “reforços” desta época às necessidades da equipa.
Como já aqui referi, precisamos pelo menos de um bom avançado, já, se quisermos aceder à Liga dos Campeões da próxima época.

sábado, 30 de dezembro de 2006

Venenos 11

O meu primo Tiger Snake , aqui fotografado enquanto estreava o seu novo equipamento do SCP, telefonou-me de propósito da Tasmânia para perguntar se eu sabia onde o presidente do FCP tinha passado o Natal há dois anos. Respondi-lhe que não. E no ano passado? Também não, respondi-lhe. Ah!, mas este ano toda a gente sabe que meteu os "sem-abrigo" e oração em Fátima... Porque será?
Contou-me também das dificuldades que PC teve em fazer o presépio este ano... mas essa eu não divulgo aqui!
Veneno puro!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Venenos 10

O ano novo não começou e já se avizinha bronca! Por outras palavras, conseguimos um feito só possível no mundo do futebol: 2007 já começou mal e ainda faltam uns dias para o seu início!
Tudo porque a FPF rejeita culpas no que respeita à pausa XL dos campeonatos nacionais de futebol. A culpa afinal, segundo Amândio de Carvalho, o vice-presidente daquele organismo, é da LPF e mais concretamente de Cunha Leal. Este responsável da FPF acrescenta ter provas que a paragem foi cozinhada entre Cunha Leal e um treinador não especificado da Liga.
Vamos ver quando/se se conhecerão todos os detalhes deste episódio ainda durante o período Holocénico. Por mim, gostava, se não fosse muita maçada e já agora, de saber, por exemplo, o nome do tal treinador...

Platini vs. Johansson

Aproximam-se eleições para a presidência da UEFA. São dois conceitos que se confrontam. De um lado o magestático e enigmático Johansson, que dirige a UEFA desde 1990 com os resultados que todos conhecemos. Do outro, como o Público de hoje refere, está um Platini que pretende "fortalecer a legitimidade dos eleitos para a UEFA", "aumentar a solidariedade e o intercâmbio entre federações" e reforçar o estatuto do futebol como "modalidade de referência" no mundo do desporto e a "universalidade das competições organizadas pela UEFA." Platini manifesta também, como refere ainda o Público, a "sua vontade de elaborar uma carta europeia do futebol," e sustenta igualmente estar disposto a bater-se "contra todos os flagelos que ameaçam o futebol: o racismo e a xenofobia, as transacções financeiras de cariz duvidoso, os negócios clandestinos, os desvios às obrigações profissionais dos empresários de jogadores de futebol, a dopagem..."
O antigo internacional francês defende ainda um alargamento do número de clubes presentes na Liga dos Campeões, feito à custa da redução do número de clubes dos campeonatos europeus mais importantes e o fortalecimento do diálogo entre os clubes e as federações em torno da questão da dispensa de jogadores para as selecções.
Nesta eleição, que será dirimida pelo voto das 52 federações que integram a UEFA, o que parece estar em confronto é, por um lado, a manutenção e mesmo o aprofundamento do status quo que reina no futebol, com os resultados que todos conhecemos --que ameaçam fazer desaparecer simplesmente a modalidade em países como Portugal, e de cujas sequelas nos podemos queixar, e muito!-- e, por outro, a transição para um outro modo de funcionamento da "modalidade de referência". É um assunto em relação ao qual não podemos, naturalmente, ser indiferentes.
Aguardamos, pois, com viva expectativa os resultados desta votação.

sábado, 23 de dezembro de 2006

KL em comemorações

Foi assim, à beira desta magnífica vista do estádio e a reboque da quadra festiva que se vive, que os membros do KL se reuniram ontem com alguns amigos especiais. O encontro decorreu no Menino Júlio dos Caracóis, que já em tempos tinha sido devidamente destacado aqui no KL.
O pretexto foi o de comemorar, com uma mista de carnes, uma mista de factos assinaláveis.
Por exemplo, fizemos um ano (na data certa não foi possível assinalá-lo, mas fizemo-lo ontem), ultrapassámos os 10.000 contactos (um número que sempre impõe um certo respeito, especialmente se é real...), tivemos a oportunidade de nos encontrarmos --alguns de nós pela primeira vez-- fora do cíber-espaço, como que para provar que somos gente de carne e osso e não simples zeros e uns, e tivemos o prazer de conhecer gente de outros blogs e de outras andanças mediáticas que têm, para nós, um especial significado.
Foi assim, foi óptimo!

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

A golpada

Fazendo uso da esfarrapada desculpa de que o espaço da secretaria "não tem infra-estruturas básicas, como água e electricidade, estando agregada ao Edifício Visconde de Alvalade", o que implicaria onerosas obras, o Conselho Leonino aprovou a venda desta parcela ao comprador das outras, a SIL.
Mas porque é que a desculpa é ‘esfarrapada’, se se iria gastar mais nessas obras do que a diferença entre as ofertas?
Basta dizer que esta mesma SIL comprou o estádio do Barcelona. Sim, o Camp Nou é da SIL.
Ainda não perceberam?
Pois é, não dava jeito nenhum vender uma parcela do complexo a uma entidade exterior, quando o que se pretende é, no futuro, vender o Estádio de Alvalade à SIL.
Preparem-se sportinguistas!
O que quem dirige os destinos do Sporting anda a cozinhar é a venda do nosso estádio.
Mas se eles me explicassem devagarinho, assim como se eu fosse muito burro, porque é que é bom a seguir ao património não desportivo entrar pelo outro, o desportivo edificado, adentro, eu poderia compreender e, engolindo em seco, até vir a aceitar…
O que não posso admitir é que tudo isto esteja a ser cozinhado à sorrelfa; que eles tenham uma estratégia para o meu clube e ma andem a esconder; que finjam que se está a fazer uma coisa, com a qual eu até posso concordar (a venda do património não desportivo), já de modo a que, na volta, eu seja apanhado sem capacidade de dizer não a outra (a venda do estádio) de que agora não me dão conhecimento.
Se for verdade, isto configura o que se pode chamar uma golpada.

domingo, 17 de dezembro de 2006

A "enchente" de Alvalade

Todos nós pugnamos por um Sporting dinâmico, popular, participado. Que não haja dúvidas: eu gosto de ver Alvalade cheio, de sentir a participação e a comunhão do público com a equipa. Há poucos sentimentos assim, que experimentamos colectivamente. O futebol tem também essa função que não é de todo despicienda.
Tudo o que contribuir para motivar enchentes em Alvalade e transmitir apoio à equipa tem o nosso ámen. Digo "nosso" porque ainda há pouco o Raul se referiu aqui a este assunto e porque já noutras ocasiões referimos a necessidade de promover a participação dos Sportinguistas nas acções do seu Clube.
Da "enchente" de ontem se poderão tirar duas conclusões.
Primeira conclusão: se a política de preços (e de horários...) for correcta os Sportinguistas acorrem ao seu estádio. E seja pelo aplauso, seja pela assobiadela impaciente, os Sportinguistas fazem sentir uma presença calorosa a que os jogadores em campo não serão, certamente, indiferentes e que terá, seguramente, o seu efeito positivo.
Segunda conclusão: afinal a "enchente" não existiu. Os números oficiais mostram que ficámos ao nível de uma boa "casa" em dia de jogo excepcionalmente grande. Os responsáveis do SCP deveriam refletir seriamente sobre tudo isto. Uma mobilização como a que foi tentada para o jogo de ontem não conseguiu produzir a enchente que foi apregoada e que se procurou veicular para o exterior. A presença dos Núcleos deveria ser uma regra, não a excepção de Natal. A festa do futebol faz-se com essa presença regular e não sazonal... Para isso muita coisa deveria ser revista. Sem a presença dos Núcleos o número de espectadores ontem presentes em Alvalade seria certamente banal.
Vale a pena apostar seriamente nestas coisas. De forma continuada. E valeria a pena ter cerca de 40.000 espectadores em média a assistir aos jogos em alvalade. O que não vale a pena é esconder a cabeça na areia...

sábado, 16 de dezembro de 2006

Liedson resolve?

A estratégia do Sporting em relação a esta época tinha, junto com outras, uma componente essencial: a capacidade goleadora de Liedson. Como se sabe este, estranhamente, tem andado arredado dos golos, coisa em que costumava ser especialista. O jogo com o Setúbal não foi conclusivo quanto à ultrapassagem do período de crise da equipa, dada a fragilidade demonstrada pelo opositor. Não se ficou com a certeza sobre a melhoria da equipa e de Liedson, apesar dos dois golos deste.
O jogo contra a Académica trouxe, quanto a esta questão, boas e más notícias ao Sporting e seus adeptos.
Querem que comece pelas boas ou pelas más? Pelas más? Não, pensando melhor, vou atender à cronologia dos acontecimentos e começar pelas boas: Liedson voltou a resolver! Isto na primeira parte, porque na segunda, e aqui é que vêm as más notícias, voltou ao costume desta época e falhou 3 ocasiões soberanas.
Algo se passa com ele. Alguém me diz que é porque vive separado da família que está no Brasil. Talvez esta razão do foro pessoal contribua, não sei. Mas (agora que Moutinho joga na posição em que mais rende, assim se garantindo um melhor municionamento), a falta de capacidade do avançado que joga a seu lado (Bueno, e depois Alecsandro, neste jogo) parece-me uma evidente explicação, interior ao próprio jogo, para a falta de rendimento goleador de Liedson.
Não me parece, volto a dizer, que seja de pôr em causa o esforço dos atletas do Sporting; não perfilho a opinião de que “os gajos não correm”. Bueno incluído: ele esforça-se e entrega-se ao jogo. Mas não tem qualidade para o Sporting.
A questão está nos reforços de Janeiro, que se apresentam vitais se quisermos competir pela vitória no campeonato (pelo menos pela garantia do acesso directo à Liga dos Campeões).
Um bom avançado, para jogar ao lado de Liedson, já!

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Natal em Alvalade

Noticia “O Jogo”:
«O Sporting prepara-se para fazer da recepção de sábado próximo à Académica uma verdadeira festa de Natal, numa iniciativa deveras abrangente – denominada “Natalvalade‘06” –, que promete encher o recinto do emblema verde e branco. Para já, estão 44 mil bilhetes vendidos, perspectivando-se casa cheia.
Para que nada falte aos sócios e adeptos do clube de Alvalade, há um conjunto de promoções e acções em marcha, tendo como alvo o público jovem e também os adeptos pertencentes aos Núcleos do Sporting espalhados pelo País, estando já assegurada a comparência de 5300 pessoas ligadas a 80 “solares” leoninos. A entrada será grátis para crianças até seis anos, havendo ingressos especiais para jovens dos sete aos 17 anos.»
Trata-se de uma boa iniciativa desta direcção. Em primeiro lugar para o próprio futebol português que não vive sem público e dele está tão carenciado. Mas também para o Sporting, que assim tem uma excelente ocasião para agregar os seus adeptos de todo o País; estes raramente têm ocasião para ver o seu clube do coração jogar. Com iniciativas destas se dá alguma importância aos associados e adeptos, neste caso aqueles que mais dificuldades têm em manter viva a chama de amor ao clube, por via do afastamento geográfico.
Esperemos que isto não seja mero folclore; que possa, isso sim, ser um indício de que a nossa direcção começa a dar alguma atenção àquela que é a seiva sem a qual nem sequer haverá clube: os sócios e os adeptos.
Cá por mim, à cautela, vou esperar sentado.
Já agora, a ver se a equipa não estraga a festa, joga bem e ganha!

Uma palavra de esperança

O KL vale o que vale, mas ainda assim não queria deixar de manifestar aqui a minha enorme expectativa relativamente ao curso que pode vir a tomar o processo chamado "Apito Dourado" e outros de corrupção desportiva, agora que a Procuradora Adjunta Maria José Morgado foi nomeada coordenadora desta área da investigação judicial.
"Precisamos que acreditem em nós, Ministério Público, na polícia e nos tribunais. Por isso, a hora é de trabalhar e não de falar", disse Maria José Morgado, citada pelo Público.
Não somos ingénuos, mas temos esperança que se possa agora começar a colocar alguma ordem nesta casa que vive em grande e incompreensível balbúrdia. Tenho mesmo esperança que o exemplo do desporto possa "contaminar" outras áreas da vida nacional e que possamos, finalmente, passar a poder confiar na justiça portuguesa. Podemos estar no dealbar de uma nova era. E, no que concerne o desporto e, concretamente o futebol, pode ser que a partir de agora apenas toque viola quem tem unhas...

O relvado

Dizem que Bela Gutman, o treinador que levou o Benfica à conquista dos títulos europeus, dizia aos seus pupilos: “a bola é de couro; o couro vem da pele da vaca; a vaca come a relva; a bola é para andar junto à relva”. É de facto assim, sobretudo nas equipas mais apetrechadas do ponto de vista técnico. Mas isto está prejudicado nos jogos do Sporting em casa, dado o estado do relvado.
Claro que tal não explica os maus resultados que o Sporting vem obtendo no seu campo; mas que é um dos factores que conta, disso não tenhamos quaisquer dúvidas. Ora o que se tem passado com o relvado do nosso estádio é confrangedor e vergonhoso, prejudicando gravemente o desempenho dos atletas e pondo em risco a sua condição física, como hoje afirma com todas as letras Caneira. Isto não abona nada a favor da qualidade da gestão das sucessivas direcções do Sporting. Direcções de que fez parte o actual presidente, Filipe Soares Franco.
Historiando:
Primeiro foi o vergonhoso relvado aplicado pela mesma empresa que aplicou o do FCP, com os mesmos resultados: a relva saltava aos bocadões, fazendo os jogadores enterrar as chuteiras na “praia” que estava por debaixo; sorte que ninguém se aleijou a sério. Mas o Porto substituiu o seu relvado e não teve mais problemas. Nós, chicos-espertos, remendámos a coisa de um modo que os jornais de então descreveram como sendo um misto de natural e artificial; o artificial como que cosia o natural entre si e ao chão firme.
Os resultados dessa esperteza estão à vista e desconfio de que, passado todo este tempo, não haverá lugar à responsabilização da empresa instaladora (ou remendadora) e quem vai ter de pagar os resultados deste acto de gestão é o Sporting.
Foi assim, ou não? Se não, então expliquem-nos o que se passou! Somos sócios; pagamos as nossas quotas! O mínimo a que temos direito é a ser informados!

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

A venda do património não desportivo

Como é patente em escritos meus anteriores, com reticências em relação a algumas parcelas, sempre fui a favor da venda do património não desportivo.
Do que sempre, no entanto, desconfiei foi das motivações desta direcção do Sporting, neste tão mal conduzido processo. E continua a não haver transparência que leve os sportinguistas a confiarem em que a sua direcção está a fazer as coisas pelo melhor para o clube e a SAD.

Assim, e para além de o negócio se estar a processar sem concurso público:

  • Surgem rumores de que temos de pagar uma comissão de 2 milhões de euros, correspondente a 4% do valor do negócio total;
  • O valor de venda estará fixado em 50,7 milhões de euros, verba que, a haver lugar à tal comissão, se reduzirá a 48.672.000€, valor inferior aos 50 milhões prometidos pela direcção como receita mínima e também inferior ao do investimento feito há 3 anos;
  • Acresce que o comprador fez a exigência de uma taxa de rentabilidade bruta de 8,65% nos alugueres do Alvaláxia, taxa essa que o Sporting nunca atingiu e que está claramente acima das taxas correntes dos fundos imobiliários, o que resulta numa diminuição efectiva do valor do negócio;
  • Quanto à secretaria do Sporting (negócio ainda a ser aprovado pelo Conselho Leonino), Abílio Fernandes e José Nascimento Alves (sócios do Sporting ligados à lista de Abrantes Mendes nas últimas eleições) ofereceram 600.000€, cobrindo a proposta existente (500.000€) do consórcio (Silcoge e Deutche Bank Real Estate) que é comprador das outras parcelas a alienar. Esta oferta (claramente feita para testar a boa-fé da direcção) parece ser vantajosa para o clube pois a renda anual será a mesma nos 2 casos (40.000€), e neste não haverá comissões de venda a pagar e o Sporting ficará com opção de recompra pelo mesmo preço.

Dum modo geral este tipo de negócios exige discrição. Mas as dúvidas que estão acima, uma vez tornadas públicas, têm de ser esclarecidas. Por mim, gostaria de ter a certeza de que o negócio que se está a fazer, o será no melhor benefício do meu clube.

Reformas na equipa

Na sequência da reunião de ontem dos quadros da SAD, disse FSF que “a Academia é a sede do futebol do Sporting, e a formação é uma aposta firme e estratégica, mas não podemos depender exclusivamente da formação”. Também disse: “Não ouvi ninguém do Sporting dizer que era preciso reforçar a equipa. Nenhum administrador ou director. Ouvi foi o técnico dizer que era extemporâneo falar em reforços, porque era desmotivador para o grupo de trabalho que tem. Se ele acredita neste grupo de trabalho, obviamente não lhe compete dizer que temos de reforçá-lo.” A terminar, Soares Franco referiu que o reforço do plantel é assiduamente conversado com o treinador: “Não foi discutido qualquer reforço, nem era o local próprio. Isso é um processo dinâmico e natural, e é ciclicamente falado com o Paulo Bento.”
Portanto, o dossiê dos reforços está sempre aberto. Este tipo de negócios deve ser tratado em segredo, não só por razões comerciais, como também para não destabilizar o balneário. Mas, quando se diz que “não podemos depender exclusivamente da formação” é porque se está a preparar reformas na equipa.
Entretanto há a notícia da manifestação de interesse do San Lorenzo e do Gimnasia La Plata, junto do Vera Cruz, clube mexicano que emprestou Romagnoli ao Sporting, em garantir o concurso do médio para o Torneio Clausura, que começará em Janeiro de 2007 (embora o Presidente do Vera Cruz diga que o quer de volta no fim do empréstimo se o Sporting não exercer direito de opção, mas isto é para valorizar o produto).
Também João Alves parece confirmar-se que vai ser cedido ou vendido ao Braga. O erro de casting que foi esta contratação tem responsáveis: Peseiro, que se equivocou completamente e Carlos Freitas (CF).
O problema é que CF esteve em todas as recentes contratações do Sporting e as deste ano são o flop que se sabe. Nas empresas a sério os dirigentes são responsabilizados pelos seus actos de gestão.
Vamos ver o que acontece com CF e se é ele a liderar as reformas do plantel na reabertura do mercado. É um assunto intrincado já que Paulo Bento afirmou publicamente aqui há tempos a sua solidariedade com CF, fazendo depender a sua permanência da dele.
O que eu não quero é que haja benefícios para terceiros à custa do Sporting!

domingo, 10 de dezembro de 2006

A crise

Bastaram duas derrotas seguidas e a ameaça (séria!) do fim antecipado da época para colocar as hostes Sportinguistas em estado de sítio. Duas bolas que batem na trave, uma cabeçada falhada frente à baliza deserta, um jogador em dia não, uma opção porventura errada do treinador e a casa ameaça logo ruína total!
Tudo isto dá que pensar.
Não é preciso ir muito longe para perceber que há crise e da grossa! Basta ouvir o tom das declarações dos responsáveis para perceber que não se trata de um problema de falta de produtividade conjuntural do Liedson, ou de haver necessidade deste ou daquele novo elemento para o lonsango... A crise existe, latejante, e a qualquer momento ameaça rebentar com estrondo! A crise começa por se revelar, desde logo, na enorme dificuldade, senão mesmo na total inabilidade em neutralizar os epifenómenos que a indiciam publicamente, mal estes se começam a manifestar. E adivinha-se, sub-reptícia mas letal, nas opiniões desencontradas dos diversos actores desta novela. À espera de um rastilho de tamanho certo.
A habitual cadeia de reacções que se desencadeia nestas alturas só não tem, desta feita, uma expressão mais dramática porque, se calhar, está frio e chove...
Já no passado chamei aqui a atenção, sem ser totalmente compreeendio, para o facto de que o afloramento de certo tipo de reacções --condenáveis, frequentemente, é certo, sob o ponto de vista dos métodos utilizados-- não pode ser ignorado e as suas motivações e veemência têm de ser levadas muito a sério!
O certo é que a crise, insidiosa, tem uma dimensão que sobreleva a simples mudança táctica ou de protagonistas e tem origens remotas, perfeitamente conhecidas, mas nunca enfrentadas com determinação. Enquanto essa questão não estiver dirimida a nossa expectativa quanto ao futuro só pode, pois, ser (ainda na minha simples opinião!) de sereno pessimismo...
Quanto ao jogo de sábado, não foi um jogo a sério. A vaia final dos adeptos setubalenses à sua equipa prova-o!

sábado, 9 de dezembro de 2006

Superação da crise?

Escrevo na ressaca da vitória por 3-0 sobre o Vitória de Setúbal.
Como reiteradamente venho afirmando a crise do Sporting deveu-se (situando a análise no contexto do potencial instalado, com as suas virtudes e carências, ou seja, no que há e não no que poderia ou deveria haver):
• Desde o início da época, à perda da capacidade goleadora por parte de Liedson.
• À não afirmação das contratações como mais-valias para a equipa.
• No período mais recente à perda da coesão defensiva (um tanto derivada das sucessivas lesões de 3 defesas direitos).
• Estes factores acabaram por condicionar o desempenho dos mais novos (os quais constituem o ‘core’ da equipa, sobretudo no meio-campo) e resultar em descontrole e consequente queda anímica.
Paulo Bento soube, pelo menos neste primeiro jogo a seguir aos desastres, unir as hostes mantendo o mesmo padrão de jogo e motivando os jogadores.
É certo que o adversário “ajudou”, tendo estado muito macio e mal organizado na defesa (faltou-lhe um habitual titular no centro desta e o treinador Toni adaptou Binho, habitual trinco, a essa função) e pouco perigoso (não fez qualquer remate com perigo, nem teve uma ocasião de golo digna desse nome). Também ajudou o facto de termos marcado logo ao princípio do jogo.
Destaquemos as opções escolhidas para este jogo em termos de jogadores e das suas funções:
• Finalmente Moutinho apareceu na função em que mais rende (vértice superior do losango) e, porque joga sempre bem, tem andado a ser “desperdiçado” noutras.
• Descaído sobre um dos lados (direito, neste caso) Nani é muito mais eficaz, pois isso permite-lhe fazer arrancadas para dentro do campo (de uma destas surgiu o segundo golo), ou (mais raramente) em direcção à linha para cruzar.
• Talvez em resultado destes factores, finalmente Liedson voltou aos golos; ele cuja ineficácia era factor preponderante da crise. Se for para continuar, esta veia goleadora é o primeiro passo para se começar a atinar nos jogos em casa, onde curiosamente a performance do Sporting é pior que fora, esta época.
• Bueno é que continua a ser ineficaz e a não justificar a contratação, não conseguindo levar uma jogada até ao fim.
• A defesa é muito mais consistente quando Caneira joga (embora neste jogo desse pouco para ver isso, dada a ineficácia do Setúbal); a sua presença parece dar mais confiança aos companheiros.
• Espero que seja desta vez que se acaba com o mito de que o jogo do Sporting não tem largura e não se desenvolve pelas alas: os 3 golos resultaram de jogadas pelos lados do campo (o primeiro dum cruzamento de Moutinho da linha de fundo do lado direito; o segundo duma jogada de Nani pela esquerda com derivação para zona mais central e remate; o terceiro dum canto). O Sporting, como não tem extremos de raiz, abre a frente do seu jogo através de:
- desmarcações do elemento do vértice do losango (Moutinho neste jogo);
- entradas dos defesas (mesmo Caneira, considerado elemento menos ofensivo, fez diversas incursões pela direita com cruzamento de perto da linha de fundo);
- deslocação esporádica de um dos avançados, com ida à linha e passe atrasado ou cruzamento, com simultânea infiltração do elemento mais avançado do meio-campo pelo meio da grande-área.
Um único jogo não dá para ver se a crise está ou não superada; mas as vitórias ajudam muito.
E lembremo-nos de que na época passada PB pegou na equipa em estado anímico muito destruído e, depois de alguns desaires, conseguiu dar a volta por cima e lutar pelo título quase até ao fim.
E não se diga que a equipa falha sempre em momentos decisivos; na época passada o Sporting foi o campeão nos jogos entre os 3 grandes.
Tudo isto, junto com uma esperada e necessária correcção nas contratações na reabertura do mercado, nos deve conferir algum sereno optimismo.

Cuidado com as contratações!

Sei que não concordo com a alínea que diz que “aparecer ao lado de João Loureiro a defender projectos comuns é uma vergonha!”, porque nesse caso tratou-se de definir os contornos da Taça da Liga, um trabalho institucional e circunstancial que não implica alianças, apenas interesses comuns de parceiros da Liga; quanto algumas das outras não sei se concordo na totalidade.
Mas, porque preconizo contratações na reabertura do mercado e quero que as mesmas se processem de forma muito séria, acho que vale a pena transcrever o seguinte post de um blog sportinguista:

«PRINCÍPIOS LEONINOS
No Sporting, não devia de haver lugar para filhos de Presidente exibirem, com exuberância, na zona VIP de Alvalade, o seu benfiquismo!
No Sporting, o Presidente da Assembleia Geral, nesta altura, não deve aparecer com um caschecol a dizer vota Soares Franco, porque a campanha eleitoral já foi há muito e porque até é a figura nº 1 do Clube!
No Sporting, o Presidente não pode dizer uma coisa e o treinador o contrário no final de um jogo!
No Sporting, a equipa de futebol não pode ser gerida para justificar a vinda de novos jogadores, renovação com outros, dispensa de alguns, por interesse de Freitas e companhia!
No Sporting, não pode haver relações com agentes, dirigentes de outras instituições e entidades, seja quais forem, que prejudiquem o Clube!
No Sporting, um elogio de Pinto da Costa deve ser encarado com muita desconfiança!
No Sporting, aparecer ao lado de João Loureiro a defender projectos comuns é uma vergonha!
No Sporting, os responsáveis deviam explicar e justificar todos os milhões que saem, para não haver o descrédito causado pelo "custo zero" de João Pinto!
No Sporting, transacções como as de Ronaldo, Quaresma e Hugo Viana devem ser muito bem esclarecidas!
No Sporting, não pode haver obstáculos a renovações para defesa de interesses de empresários!
O Sporting, é um Grande Clube e ninguém tem o direito de dele se servir em proveito próprio!
Estes são princípios básicos que devem ser, escrupulosamente, cumpridos por quem gere o Sporting Clube de Portugal!
VIVA O SPORTING, ABAIXO QUEM DELE SE SERVE
RMF»

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Ano Novo, vida nova

Como afirmo no último post que publiquei, é preciso reiterar confiança no treinador e na equipa. Mas também é preciso reforçar esta.
Houve graves equívocos (acreditando que foi só isto e não negociatas para benefício próprio, como ouço e vejo escrito nalguns blogues – o que motivou os problemas de oposição a Carlos Freitas na última AG) nas contratações do ano. Estas tardam em afirmar-se, se é que alguma vez o virão a fazer. Mas não nos esqueçamos de casos anteriores de futebolistas sul-americanos que não provaram na primeira época (adaptação ao ritmo de jogo, ao clima, à alimentação e, sobretudo, o facto de os futebolistas virem com uma espécie de jet-lag que resulta do facto de começarem aqui a época já com uma quase inteira nas pernas) e depois se comprovam craques. O último caso foi o de Tinga, que achávamos que não valia nada e que agora foi convocado por Dunga para a selecção do Brasil. O que é facto é que Bueno, Farnerud, Romagnoli e Alecsandro ainda não provaram a sua utilidade. Paredes é um caso diferente e em que me atrevo a um diagnóstico mais definitivo: não sou nada a favor do regresso ao nosso país de jogadores que se revelaram no nosso periférico futebol e deram o salto para campeonatos mais poderosos (o mesmo se diga de contratações de craques em fim de carreira, salvo casos tipo Smeichel). Quando esse regresso se processa os jogadores estão já em declínio de carreira e, salvo excepções que se contam pelos dedos (estou-me a lembrar do Mozer), não se apresentam com motivação suficiente. Falando do futebol português em geral, foi assim com Edmilson, com Zahovic, com Robert e com mais alguns barretes caríssimos, cujos nomes agora não me ocorrem (aquele avançado calmeirão do Leste), mas vocês lembrar-se-ão de alguns.
Por outro lado sectores fundamentais da equipa são muito jovens e inexperientes. (E não me venham dizer que a equipa do Porto ainda é mais jovem que a nossa; isso é verdade em média geral e apenas por uma ou duas décimas de ano; e não com a concentração em sectores-chave do campo como acontece no Sporting).
Last but not least, Liedson, uma peça-chave do conjunto, não tem rendido o que era expectável, no capítulo (fundamental) em que se mostrou tão exímio no passado recente: marcar golos. Este foi um dos aspectos capitais em que o jogo da equipa falhou e que, nem eu, nem Paulo Bento, nem o opositor mais empedernido deste, nem ninguém, acreditaria que claudicasse tão fragorosamente (fomos o segundo pior ataque de toda a primeira fase da Liga dos Campeões; pior só o Levski). Com Liedson a render como nos seus bons tempos haveria golos, os jovens não teriam entrado em parafuso e a equipa (apesar da tosquice dos reforços) teria passado à fase seguinte da Liga dos Campeões.

Quem só se preocupa com as vitórias, não importa a que preço, pode agora vociferar para os dirigentes, exigindo craques a peso de ouro, como no tempo do Duque. Entrar-se-ia no caminho de contratações do tipo exemplarmente ilustrado pelo, agora tão propalado, negócio de João Pinto. Para quem não saiba, tudo aponta para que esse atleta nos tenha custado cerca de 2 milhões de contos (10 milhões de euros). Foi figura central do último campeonato ganho pelo Sporting, mas foi por actos de gestão deste tipo que o Sporting chegou a uma situação de quase falência financeira.
Correspondeu este a um dos muitos anos em que o Sporting andou, acompanhando aliás a prática corrente no futebol português, a viver acima das suas capacidades. Os outros clubes grandes (Porto e Benfica) ainda não entraram na política de rigor que os tempos presentes aconselham, à qual, com o fim dos subsídios das Câmaras e das Regiões Autónomas recém-aprovado na Lei de Bases do Desporto, serão obrigados a também se submeter, mais tarde ou mais cedo. O Sporting tem a vantagem de já ter começado. (Assim estivesse esta direcção a dar atenção aos associados e à insubstituível força que eles constituem para o clube).
Apesar de o momento ser delicado (tendo sido eliminados desperdiçámos as receitas da UEFA), o sucesso desportivo obriga a que se tenha de ir às compras na reabertura do mercado, mas, quanto a mim, há duas regras de ouro que não podem ser transgredidas:
• Não se pode gastar o dinheiro da venda do património não desportivo na compra de jogadores;
• Não se pode vender os jovens talentos (Nani, Moutinho, Djaló, Veloso, e mesmo Custódio, Carlos Martins e Rony) para obter dinheiro para as compras.
Tentemos despachar os que vieram “por engano” e, sem entrar em loucuras, reforçar a equipa, para ver se garantimos a (fundamental) presença na Liga dos Campeões para o ano que vem.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Lamber as feridas e dar a volta por cima

No fim do jogo com o Spartak, três jovens sócios exibiram grandes letreiros do tipo dos que anunciam saldos no supermercado, que diziam: Liedson 0,31€; Paulo Bento 0,00€ e um terceiro que não consegui ver. Todos os circunstantes se opuseram a este tipo de protesto acusando-os de não serem verdadeiros sportinguistas, ao que eles respondiam exibindo os cartões de sócio. No ambiente de enervada e quente frustração que se vivia a oposição aos jovens tomou aspectos de alguma violência, embora não atingindo as pessoas: os cartazes foram-lhes confiscados e rasgados pelas pessoas presentes.
Considero este episódio significativo da actual reacção à triste situação que a equipa vive. Mesmo assim os sócios parecem continuar a dar o benefício da dúvida ao treinador e à equipa. É certo que, um pouco mais tarde nessa mesma noite, no inquérito aos espectadores do Trio de Ataque, a votação sobre quem era o principal culpado da crise desportiva do Sporting teve como "vencedor", com cerca de metade dos votos, o treinador, vindo a seguir os reforços do ano, e só com cerca de 10% a equipa. Sendo, como se sabe, o treinador tradicionalmente o bode expiatório mais imediato e fácil, parece-me mais significativa a votação nos fracos reforços do ano.
Fico contente com isto. De facto, escaldado por aquelas quase duas décadas sem ver o padeiro, mas vendo os treinadores não aquecer o seu lugar, não sou nada favorável à solução da facilidade: almejo uma situação do tipo do Manchester United, em que ao treinador é dado tempo para construir e estabilizar a equipa. E para atingir este escopo já se sabe que se tem de atravessar altos e baixos.
Não podemos ter aquela reacção típica dos adeptos (sobretudo no Sporting) em que os mesmos jogadores e o mesmo treinador que ainda há umas semanas eram bestiais, subitamente passaram a ser umas bestas. E então entretemo-nos a dar tiros nos pés.
Cito Rui Dias (Record): «Em estado de graça, o 4x4x2 em losango foi o sistema que melhor potenciou as características dos jogadores do Sporting – agora, que surgiram recuos inesperados, tira largura ao ataque; quando ganhava, a rotatividade era uma bênção para quem precisa de crescer ou adaptar-se – a perder, é um disparate não pôr sempre os melhores. Paulo Bento viveu o primeiro fracasso da carreira e tem pela frente delicada prova de fogo: lidar com a derrota, resistir aos profetas do instante e prosseguir o caminho vitorioso. O grande treinador define-se em momentos destes».
Eu continuo a achar a táctica boa. O Sporting, sem ter extremos de raiz, atacou sempre muito pelas alas e, descontando estes últimos jogos em que jogámos muito mal, as estatísticas colocavam-no a par do Porto no aspecto dos cruzamentos tirados entre a linha de grande-área e a linha de fundo. No nosso grupo da Liga dos Campeões fomos os que beneficiámos de mais cantos (exceptuado o Spartak que só teve mais 1: 34 para 33). Nesse mesmo grupo, o Sporting foi a equipa com mais posse de bola (53%).
Sem concordar com todas as opções (sobretudo aquela de pôr o Romagnoli e o Bueno de início contra o Benfica), também concordo com a rotatividade, sobretudo tendo em conta o plantel pouco numeroso e jovem do Sporting (23 jogadores, contra, por exemplo, 29 do Benfica).
Por último, na minha leitura o treinador Paulo Bento tem sabido motivar os jogadores e mantê-los sempre disponíveis para dar o concurso à equipa. O descalabro dos últimos jogos deve-se à imaturidade de sectores fundamentais da equipa, cujos rapazes não tiveram capacidade para dar a volta a situações de contrariedade motivadas por golos sofridos prematuramente, em jogos de grande importância. Falhou a força anímica conjuntural, mas o balneário mantém-se coeso.
Em resumo: o único erro grave de Bento foi ter dito que estava contente com o que tinha e não exigia mais. Mas também aqui compreendo que o que ele quis, mais do que dizer que não reivindicaria reforços na abertura do mercado, foi significar uma compreensão pelas dificuldades financeiras do Sporting, que recomendam contenção.
O problema está nos recursos: de orçamento e de plantel. Desenvolverei este ponto em próximo escrito.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Ilusões

Hoje os Sportinguistas estão divididos entre a ira, o desânimo, o conformismo e a ilusão de que o futuro será melhor.
Não, não estou a referir-me ao rescaldo de nenhum jogo em particular. Só tinha ilusões em relação à carreira do Sporting nas competições em que está envolvido quem ainda não percebeu o imbróglio em que o Clube está metido.
E o imbróglio não vem de sexta-feira à noite. O imbróglio tem mais de quarenta anos. Hoje a situação é de iminência de extinção, mas as raízes do problema vêm de longe. E não são todas imputáveis ao Sporting.
Vamos, tudo o indica, passar por mais um período de turbulência. Acabou o estado de graça. Adivinha-se a preparação de novos cordeiros para o sacrifício habitual.
Quem sabe onde e como isto vai acabar?
Já vimos que não existem soluções milagrosas para curar o Sporting. Já vimos que quem fala alto também se engana. Já vimos que a maioria pode ser iludida. Já vimos que a minoria não pode ser ignorada. Já vimos que as formas organizativas actuais do Sporting, com todo o seu "glamour", não passam de ilusão, não resolvem os problemas, nem espelham a formação social do Clube.
Que fazer então?
Mantenho que o Sporting tem de voltar às suas origens, aos seus valores primeiros. Mantenho que a representatividade do Sporting tem de ser muito mais alargada e que para isso devemos encontrar formas organizativas apropriadas. Mantenho que não devemos andar a viver a mentira, que foi propagandeada pela geração de dirigentes que neste momento conduz os destinos do Sporting: encolhemos, não crescemos. O Clube não se situa, de facto, no plano em que os Sportinguistas o desejariam ver ou se convenceram que está colocado. Ao Sporting falta-lhe músculo, combatividade e perspectiva de futuro. Não passamos de uma comissão liquidatária em forma de clube. Somos hoje uma imagem triste e longínqua do que fomos. O Clube tem vindo a definhar e vai continuar a definhar nesta agonia lenta, alimentado pela ilusão de que é o que não é, ou que pode deixar de ser o que é por um golpe de asa de um qualquer Messias iluminado. Mas, o Sporting só vai ser o que os Sportinguistas pensam que o Sporting é, se os Sportinguistas se empenharem em transformar o Sporting no que os Sportinguistas querem que seja! Com os Sportinguistas! Não sem, nem contra os Sportinguistas! Com os Sportinguistas, repito!!
Os problemas do Clube não são nada fáceis de resolver. E não se situam só no plano interno.
Mas também eu tenho uma ilusão: penso que é possível ao Sporting ultrapassar de vez os seus problemas e ajudar a resolver os problemas que o afectam mas que o ultrapassam, se os Sportinguistas puserem essa questão no topo das suas agendas.
A situação, como a vejo hoje, é simples: se os Sportinguistas não colocarem o Sporting no topo das suas agendas, alguém o vai, ou continuará a fazer por eles. E assim será até o nosso Clube, tal como o conhecemos e aprendemos a amar, se esgotar em defintivo.
O KL está e vai continuar a estar aberto e pronto para o debate. Sempre que e quando julgarem oportuno.

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Juízes e futebol

Uma mistura que tem de tudo menos o que devia ter: justiça!
Aqui há tempos falou-se na questão dos fumos estranhos que rodeiam a Liga e o CD no processo Apito Dourado. Como se sabe, há um facto ainda por esclarecer: houve um requerimento do presidente do CD da Liga, na altura o desembargador Gomes da Silva, para o Tribunal de Gondomar passar certidões sobre o processo qua aí estava a decorrer. A solicitação decorria do facto de estarem envolvidos agentes desportivos, e de, de acordo com os estatutos da LPFP, ter de automaticamente ser aberto um processo disciplinar aos referidos agentes. Que neste caso envolveria as figuras que todos nós conhecemos. Ora, depois da demissão de desembargador Silva, tomou conta do cargo o desembargador Pedro Mourão que voltou a requerer as referidas certidões, referindo, ao que parece no seu pedido, que já havia sido feito um pedido semelhante que ficou nas gavetas da Liga. Porque depende aparentemente o CD da Liga para efeitos de cumprimento deste aspecto dos estatutos, é assunto cujo clarificação nos merceria eterna gratidão. Todos temos uma enorme curiosidade em saber qual vai ser o desfecho de todo este imbróglio...
Também o famigerado caso Mateus veio trazer a lume uma questão bizarra: uma decisão tomada pelos membros do CD da Liga (juízes conselheiros e desembargadores, que sancionaram o Gil Vicente por ter recorrido a tribunais comuns para derimir o processo) foi apreciada por um juíz em início de carreira do Tribunal Administrativo por via da providência cautelar interposta por aquele clube. Outro assunto que o comum dos mortais não toleraria, mas que no mundo do futebol parece ser perfeitamente normal...
Mas, não fica por aqui o rol de bizarrias no edifício da justiça desportiva portuguesa.
Sabe-se hoje que o Conselho Superior de Magistratura pondera a alteração do estatuto que permite aos juízes fazerem parte de orgãos de justiça em organismos ligados ao futebol. A decisão ameaça gerar polémica. Hermínio Loureiro já veio dizer que há uma visão complexada sobre o futebol e que o desporto ficaria mais fragilizado se não pudesse contar com a presença de magistrados. Mas, a verdade é que a fragilidade vem da falta de credibilidade das instâncias e agentes desportivos. No caso da justiça desportiva isso é flagrante. A polémica é apenas e tão somente fruto de não se atacar este problema de frente.
Mas, o que verdadeiramente espanta é que as vozes que geram esta polémica não reclamem a alteração completa do sistema de justiça desportiva português. Todas as bizarrias a que temos vindo a assistir não passam afinal dos corolários lógicos da rebaldaria que reina neste domínio.
Quem tem estatuto de administrador da justiça no campo do desporto em Portugal? Quem deve resolver os problemas existentes?

domingo, 3 de dezembro de 2006

Já estamos em saldo!

Depois da derrota de 6a feira, os serviços do Sporting --que habitualmente não ligam nenhuma aos associados e fazem mesmo questão de os tratar, frequentemente, de forma miserável...-- estão desde ontem a enviar SMS aos sócios exultando-os a "marcar presença" no jogo da próxima 3a feira. As bilheteiras estão abertas durante o fim de semana e há bilhetes a 10 euros!
Dez euros...
Deve ir um enorme pânico neste momento pelas bandas do Edifício Visconde de Alvalade...

sábado, 2 de dezembro de 2006

Dois discursos

A fractura, mesmo ténue, que os discursos de Paulo Bento e Soares Franco indicia constitui uma má notícia para o futuro do Sporting.
Do lado de Paulo Bento há duas conclusões a extrair das declarações que produziu. A equipa jogou mal e ele assume, como é seu saudável costume, as responsabilidades na totalidade. "Não houve casos", declarou, e foi o Sporting que falhou. Do lado de Soares Franco, o Sporting jogou bem, pressionou, e foi a arbitragem que influenciou o jogo ao não assinalar uma pretensa grande penalidade.
Todos sabemos que uma equipa vencedora é aquela em que existe um simbiose total entre os adeptos, a equipa e a direcção. Se quiserem analisar todos (todos!) os casos de sucesso, em Portugal e lá fora, vão verificar que se confirma este trinómio.
Ora, no Sporting tem havido, nesta nova fase, uma sintonia manifesta entre a equipa (incluindo a técnica, claro) e a direcção, ficando os adeptos numa situação de sintonia expectante (pagamos para ver...), mas mesmo assim de sintonia. Nas declarações de Soares Franco e de Paulo Bento de ontem começamos a notar uma clivagem insanável. Soares Franco, o Presidente do Sporting, joga o habitual jogo do varrer o lixo para debaixo do tapete, enquanto Paulo Bento, o sustentáculo de todo o edifício erguido pela direcção tutelada por Soares Franco, se diz responsável pelo sucedido e assume, como é seu apanágio, repito, a sua quota parte no insucesso. Mas, a verdade é que Paulo Bento está longe de ser o rosto dos desaires.
Está, na minha opinião, iniciada a guerra das responsabilidades.
Vamos ver o que vai dar este choque de opiniões. Se os resultados se forem aguentando, o ónus desta, aparentemente, leve guerra de responsabilidades vai ser adiado no tempo. Se os resultados forem um desastre (já vamos ter oportunidade na próxima terça-feira de ver qual foi o efeito desta triste derrota na equipa e, nomeadamente, se a época não foi já ao ar...) não tenhamos dúvida: vai estalar a grande guerra das responsabilidades. A coragem de Paulo Bento, creio, funciona para os dois lados...
Oxalá me engane, mas, sabendo como todos nós sabemos o modo como nos últimos anos o Clube vem reagindo aos infortúnios, o futuro mais ou menos imediato do Sporting afigura-se-me bastante conturbado...
A falta de resultados deu sempre mau resultado!

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Não acredito!!

Confesso que tive uma sensação semelhante àquela que resulta de comer uma omolete de salmonelas.
Não quis, e não quero, acreditar!
O presidente de uma agremiação que tem um campo de jogos ali em frente do Colombo (cujo nome sempre me escapa...) disse na televisão (eu ouvi-o!), a propósito do jogo de amanhã, que se vai inaugurar uma nova era nas relações entre os dois clubes. Nomeadamente, dizia ele, sociedades comerciais. "Podem perfeitamente os dois clubes terem (sic!) empresas em comum," declarou com ar determinado. "Porque não hádem (sic) ter uma empresa comuns?" perguntava admirado. "Porque não hádem (sic) ter uma empresa de segurança, por exemplo?" interrogava quase escandalizado... "Porque não hádem constituir ambos os dois (clubes, presume-se...) empresas?" rematou, enquanto eu apanhava o que resta da minha mandíbula inferior que entretanto me caíra no chão.
A entrevista durou uns escassos minutos, mas de certeza que foi batido mais um recorde do Guiness...
Fica aqui o aviso: a primeira empresa que o Sporting constituir com essa agremiação o meu cartão de sócio será devolvido com um enorme estrondo à direcção.
A menos que a primeira empresa seja uma escola, quiçá baseada no método da "Cartilha Maternal" de João de Deus, que ensine a língua pátria a esta pobre criatura. Neste caso seria uma obra de caridade que eu me sentiria no dever de apoiar...

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

O Sporting é secundarizado na imprensa

Já não é de hoje: no confronto com os outros clubes principais, o Sporting aparece sempre em segundo plano na imprensa. Hoje no Telejornal das 13h da RTP 1, a notícia de abertura da página de desporto era a lesão do Piccoli... Reparem: o jogo é em Alvalade, o Sporting tem um avanço de 7 pontos sobre o adversário (cujo nome, como sabem, me escapa sempre...!), mas a grande notícia do dia era o estado do tal jogador. E as notícias sobre o Sporting lá apareceram ao fim de uns longos cinco minutos de noticiário sobre a lesão do referido jogador e o relatório médico e mais rebéu-béu!
Não é a primeira vez que o Sporting é remetido para as últimas páginas dos telejornais. Mesmo quando, pela hierarquia das coisas, tudo indicasse que devia ser manchete. Neste aspecto chega a dar vontade de rir observar os alinhamentos dos telejornais. E não temos que nos queixar: o mal é geral. Todas as estações de televisão tratam o Sporting de forma democraticamente miserável. O Sporting, se quer publicidade, paga-a! E só é notícia a ocupar lugar de destaque nos noticiários pela negativa (veja-se o que aconteceu recentemente com o caso Veiga).
Porquê?
Que critérios orientam isto? Quem define os critérios? Porquê? Porquê?!
Dirão vocês: estás paranóico! Ah, estou?! Então façam a contabilidade das notícias sobre o Sporting, comparem-na com a dos outros clubes e depois mandem o relatório aqui para o KL que a gente publica!

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Reforços em Janeiro

Primeiro: elogie-se a política de contratações do Sporting nesta época, sob o ponto de vista orçamental. Vejamos.
A diferença entre os preços de compra e venda de Deivid deu para financiar todas as contratações, pelo que a receita do empréstimo de Douala (500mil €) é lucro. Claro que faltaria contabilizar as contratações a “custo zero”, sabido que sempre há uma compensação (da ordem dos 500mil €, segundo se diz). E tudo foi feito com a maior discrição: por exemplo, só se soube do affaire Deivid depois do jogo com o Boavista.
Segundo: ponhamos reticências (daquelas que têm uns pontos muito grandes) às mesmas contratações sob o ponto de vista desportivo. Bueno só entrou bem neste último jogo contra a Naval; Romagnoli mostra uns ‘apontamentos’ aqui e ali; Alecsandro umas vezes é um pouco efectivo, para no jogo seguinte desaparecer; Farnerud parece banal, embora esforçado; Paredes aparenta já não ter a mesma ‘pica’ para jogar à bola.
Terceiro: elogiemos mais uma vez os putos, que se vêm fazendo jogadores importantes na equipa à medida que cresce a sua experiência. Moutinho é já um jogador em pleno, indiscutível na equipa, mas é um caso muito excepcional em vários aspectos; teria, já, lugar em equipas do maior gabarito europeu. Os outros, uns mais outros menos (cuidado com o deslumbre da fama, Nani!), vêm dando mais-valias à equipa.
Quarto: a importância que vem tendo Paulo Bento pelo “empenho, honestidade e ambição” que demonstra no seu trabalho e no “crescimento como homens, atletas e lutadores” dos jogadores do Sporting (citações tiradas do post do Pedro). Além disso por a equipa ter um figurino e princípios de jogo que aparentam estar bem apreendidos: o fio de jogo mantém-se apesar de PB proceder à rotação dos intérpretes (indispensável, sobretudo numa equipa de plantel curto).

Tudo isto é muito bonito, mas tem-se provado que não temos equipa para concorrer com as melhores da Europa e, mesmo a nível interno, o Porto (bem sei que tem o dobro do nosso orçamento) parece mais bem apetrechado que nós.
Logo, há dois tipos de medidas que têm de ser implementadas na reabertura do mercado, ou seja, já:
• Cumprir a promessa, que tem vindo a ser reafirmada, de os jovens talentos não serem transaccionados a correr (como aconteceu tantas vezes no passado) e manterem-se no clube em processo de valorização;
• Investir em reforços. Emprestados, ou a custo zero, mas custando mais uns ordenados mensais, precisamos, pelo menos, de um ponta de lança e de um central alto e raçudo (tipo Enak).
Espero que isto tenha sido previsto no orçamento.

O sportinguismo de Figo

Muito se tem glosado a atitude festiva de Figo aquando do golo do Inter ao Sporting. Também fui dos que não gostaram. Não havia necessidade, dir-se-á.
Mas Figo achou que tinha de fazer aquilo. A maneira como li o gesto vai no sentido de ele ter, desse modo, querido significar que o seu medíocre desempenho em Lisboa contra o Sporting não foi influenciado pelo seu sportinguismo e que, como bom profissional, ele é adepto da equipa que lhe paga. E não quer continuar no banco.
Pode ser que o homem seja (esta atitude vai nesse sentido) um pesetero, como lhe chamaram os adeptos do Barça.
Outra coisa é se ele é ou não adepto do Sporting, porque isso já entra no campo (mais irracional, se se quiser) da emoção, da paixão. Para confirmação do sportinguismo de Figo, citemos palavras de uma sua recente entrevista:
«Tive colegas muito mais dotados do que eu que, não obstante o seu talento, não alcançaram o meu nível. Isto deveu-se ao trabalho, à minha força de vontade, à ajuda dos meus companheiros, dos meus amigos e da minha família. Esforço, dedicação e devoção para chegar à glória (lema do Sporting, para quem não saiba, acrescento eu): aprendi o significado destas palavras no Sporting, a equipa onde dei os primeiros passos, palavras que segui como regra de vida, tendo-as sempre presentes na minha mente.»

A festa do golo



É por estas e por outras que a gente gosta de bola...

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Vou juntar-me à discussão

Estes dois últimos posts do Pedro e do Raul suscitam questões importantes que me obrigam a juntar à discussão. De facto parece não haver qualquer espécie de dúvida: Veiga agente pintas, espécie de oportunista manhoso que tem esta obsessão contra o Sporting, decidiu atirar uns tiros para o ar. Não duvido, nem por um momento, que as manobras obscuras que Veiga diz envolverem gente do Sporting não passem de uma cortina de fumo que aquele cavalheiro decidiu erguer em desespero de causa, quando se tornou patente a todos que o seu castelo se começou a desmoronar.
O Presidente Soares Franco já esclareceu, tranquilamente, de forma que não deixa margem para dúvidas aquilo que tinha a esclarecer, desmentiu aquilo que tinha a desmentir, o Sporting constitui-se assistente no processo e o assunto parece arrumado. Veiga e o Sporting são como azeite e água. Por mais que ele queira não se misturam.
Mas, atenção: pelo facto de, neste caso, parecer estarmos, claramente, perante um simples caso de "ramona" não quer dizer que o rumo do Sporting seja o correcto e que o futuro se afigura radioso. Não afigura! E que tenhamos de perder o sentido crítico. Não temos! Não devemos!
O Clube está a enfrentar o período, talvez, mais negro do seu historial. E eu, pela minha parte, continuo a manter as minhas mais sérias duvidas sobre a nova "lógica de actuação" inaugurada pela era Roquette.
Mas, só faltaria que elementos eleitos pelos sócios do Sporting em eleições livres para os orgão do Clube estivessem envolvidos em caldinhos com gente de reputação duvidosa, do tipo que aquele cavalheiro insinuou.
Já agora, espero que a "Sábado" tenha bons advogados...

Largar uma quinhentola para se livrar do xadrez

Quero manifestar a minha concordância com o escrito abaixo, a que o Pedro não soube que título dar.
Também eu não ponho as mãos no lume por alguns dirigentes que passaram pelo Sporting (por exemplo, a fama de Duque precede-o).
Mas, para já, quem está em causa é o Veiga e não o Sporting.
O caso merece alguma reflexão.
É certo que nós, aqui no KL, estamos normalmente na oposição, no que respeita aos dirigentes Sporting. Mas esta oposição situa-se num patamar superior ao das anteriores fases de tipo "pato-bravo", na qual o Benfica ainda se mantém (o que parece encher os seus adeptos de contentamento, pois até já ganharam um campeonato, ao fim de uma data de anos de jejum). Quer dizer que, por mais descontentes que estejamos com os nossos dirigentes, rejeitamos um regresso ao passado em que o clube era dirigido por chicos-espertos mais ou menos bem sucedidos nos seus negócios. Deste ponto de vista abençoado Roquette, fautor principal desta passagem para uma outra lógica de actuação.
O nosso principal rival (nós, que somos pessoas de princípios, não mudamos de rival; como o fazem outros, a reboque de conjunturas) tem um problema que radica numa razão de natureza histórica: tornou-se na outra face da moeda do Porto, quando este começou a disputar-lhe (com sucesso aliás) a hegemonia. E isso manifesta-se de todas as maneiras, começando pelos tiques provincianos e acabando na reprodução dos actos de gestão. É assim que vemos jogadores (Féher, Jankauskas, Maniche, Deco, Sokota, Cândido Costa, Zahovic, Drulovic, etc.) e treinadores (F. Santos, Jesualdo) transitarem entre um e outro desses clubes (diga-se de passagem com nítida vantagem para o Porto).
Este fenómeno atingiu enfim a fase dirigentes, com a chamada do Veiga, este sim uma daquelas pessoas a quem eu nunca compraria um piassaba, quanto mais um carro em segunda mão.
A este propósito, atenhamo-nos à sabedoria popular, citando alguns provérbios:
• Quem anda à chuva, molha-se.
• Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.
• Quem brinca com o fogo, queima-se.
• Tantas vezes vai o cântaro à fonte que um dia lá fica a asa.

Pois é Veiga, a vida é mesmo assim: nem sempre se ganha, nem sempre se perde e quanto mais alto se sobe maior é o trambolhão.

Venenos 9

Venenoso, este Eduardo Madeira, um dos elementos do "Biqueirada"... Relativamente ao preço dos bilhetes para o jogo do Sporting-Benfica disse ele (cito de cor...): "Há uns clubes que roubam nos resultados. O Sporting inventou esta: rouba os sócios no preço dos bilhetes!!"
ROUBA os sócios!! Sabem como se chama uma pessoa que rouba outra, sabem??!!!
Ah!, ganda Eduardo!

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Não sei que título dar

O caso José Veiga traz-nos a um ponto para mim determinante para o futuro do Sporting como o quero e, se assim for, para o futuro do futebol. De facto já aqui escrevi que não ponho a minha mão no fogo por alguns ex-dirigentes e este caso permitirá precisamente perceber se esses dirigentes se comportaram como deviam ou o fizeram como consta para os lados dos coisos.
Para já gostei da posição de FSF na entrevista após o jogo. Também gostei de saber que os dirigentes ouvidos não vieram levantar suspeitas para a praça pública.
Gosto que Só nos pronunciemos sobre o que temos de nos pronunciar e que não alimentemos discussões sobre o sucedido.
Lamentavelmente o arruaceiro do Dr. Dias Ferreira dizendo que não podia dizer lá foi atirando para o ar que o caso contem mulheres… Que pena este senhor ser uma referência do Sporting! Que falta de decoro aquele que demonstrou ontem!

Limpar as feridas e seguir em frente!

Saímos da Liga dos campeões por um conjunto de razões que todos conhecem. Ter um grupo de miúdos jovens franganotes não dá muitas garantias na luta directa com o Inter e Bayern.
Mas é o que temos e foi com o que temos que aceitámos o desafio. Por isso ficam sempre bem as palavras do Paulo Bento. Podíamos ter feito melhor, temos que lutar pela UEFA.
Não ouvi o choradinho dos coitadinhos e dos azares. Ouvi, aliás, dizer que uma equipa tem que estar pronta para as contrariedades. Ouvi, também, que não se fazem comentários a quente para o balneário (ouviu engenheiro? espero que não!)
Ouvi dizer que a vida continua e que agora há outros objectivos a cumprir.
Os jogadores do Sporting se ainda não o perceberam, vão recordar para sempre o Paulo Bento pela importância que ele já representa no seu crescimento como homens, atletas e lutadores.
Só espero que o Sporting o saiba manter para além dos resultados porque ele merecerá sempre o nosso carinho e respeito enquanto trabalhar com este empenho, esta honestidade e esta ambição.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

As vias da justiça desportiva portuguesa

Havia um anúncio na televisão aqui há uns tempos no qual uma personagem (supostamente, a mãe) pedia a uma outra personagem (supostamente, a filha) que lhe explicasse qualquer coisa sobre a internet mais barata. "-Como se eu fosse muito burra!", dizia a actriz.
Pois é isso que eu peço aos gentis leitores do KL: expliquem-me lá então, por favor, como se eu fosse muito burro:
1- Porque é que (soubemos agora), a Liga Portuguesa dos Clubes de Futebol (LPCF) não solicitou aos tribunais a matéria de prova que lhe permitiria instaurar processos disciplinares aos envolvidos no chamado caso "Apito Dourado", apesar de ter sido para isso instada pela respectiva CD. Entre muitos outros, recorde-se, deveria ter sido aberto um processo disciplinar ao major Valentim Loureiro, anterior presidente daquele organismo e actual presidente da respectiva Mesa da Assembleia Geral.
2- Quem vai avaliar e sancionar a conveniente ausência de resposta da Liga? A Liga?!
3- Mas, antes disso, digam-me porque é que é à CD da Liga que cabe actuar nestas matérias, ao mesmo tempo que delibera sobre quem deu a canelada em quem, ou quem não pagou o IRC a tempo? Será legítima uma amplitude tão vasta de competências de actuação?
4- A Liga é uma associação comercial que actua no terreno do desporto profissional. Não deveria ser um orgão fora deste circuito a actuar e avaliar questões de infracção moral ou legal? Poderão rebater esta ideia dizendo-me que a Liga faz parte da FPF... Mas, justamente, porque é a LPCF membro da FPF? Não há conflito de interesses (desportivos, comerciais, morais ou outros...)? E porque é que as “Comissões Disciplinares” funcionam no próprio seio dos organismos que é suposto observarem?
5- Quem pode julgar quem? Quem está acima dos interesses particulares para poder decidir sobre possíveis conflitos ou injustiças? Que normas deverão ser seguidas por princípio?
6- E não é a FPF membro da FIFA...?
7- Porque nos admiramos então tanto por o futebol português andar como anda?
8- E o que diria um cidadão comum que tivesse um conflito com a empresa em que trabalha, por exemplo, e visse esse conflito obrigatoriamente apreciado pelo departamento jurídico da empresa? Ou o que diria a empresa se fosse o departamento jurídico do sindicato a que o cidadão comum pertence por hipótese, a decidir sobre o desfecho desse conflito...? E se, por exemplo, os conflitos entre empresas e cidadãos comuns fossem dirimidos pelos advogados da associação comercial a que eventualmente as empresas pertencessem?
9- E o que dizer, para tornar este panorama ainda mais confuso, de todos estes orgãos travestidos em tribunais serem compostos por juizes de carreira travestidos em juízes de ocasião?
Isto são perguntas de leigo, claro.
Perdoem-me a ignorância e a ingenuidade... mas, expliquem-me lá tudo isto então “como se eu fosse muito burro”...

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Venenos 8

Por aquilo que se viu ontem da exibição do Nuno Gomes, o homem deve ter ficado perturbadíssimo com as notícias sobre o Veiga... Livra!
Alguém contabilizou os golos falhados? Eu perdi a conta...

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Iordanov

Os pormenores sobre a triste polémica à volta do Iordanov são conhecidos e, por isso, não vos vou maçar repetindo-os. O motivo que me leva a escrever é simples: não quero deixar de marcar aqui uma posição clara sobre tudo isto. E o que penso neste caso é também simples: sejam quais forem as razões de índole legal que assistam ambas as partes, tudo isto mete nojo!
Não é de estranhar que as coisas se passem assim no Sporting de hoje. Afinal já se passaram no Sporting de ontem. Outros grandes atletas do Clube, alguns capitães como Iordanov, foram igualmente tratados de forma canalha, depois de terminarem a carreira. Há, portanto, um triste patromónio nesta matéria.
Em vez de corrigir os disparates que foram cometidos no passado os actuais dirigentes teimam em repetir a asneira. E é, se calhar, por esta razão que o Sporting chegou ao ponto a que chegou: atingiu o invejável estatuto de espécie em vias de extinção.
Escrevi aqui há tempos que um clube como o Sporting não sobrevive sem mística e que esta não se compra. É um "produto" que não há, simplesmente, à venda nos supermercados... Os mágicos do défice parece não conseguirem encaixar esta verdade singela.
Resta-nos ter de admitir que estamos perante mais um feito notável na modalidade desportiva em que o Sporting, campeão das modalidades, se tem revelado mais ilustre nestes últimos anos: o tiro no pé!
Iordanov: nós é que não te vamos nunca esquecer!

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Venenos 7

Quem visse a foto anexa diria que José Veiga tinha acabado de se juntar às fileiras do SIS. Auricular no ouvido (reparem bem!), olhar atento e vigilante, parece que Veiga está numa operação da "secreta". Parece claramente que está a ver se não anda AlQaeda no horizonte... Afinal, não! Não é o SIS. É o XIS!
Fontes bem colocadas que consultámos rebelaram-nos que o Beiga estaba afinal a marcar o Xistra!

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Venenos 6

Carvalhal foi despedido do Braga. Fontes geralmente bem informadas asseguram-me que a direcção bracarense tomou esta decisão com base no meu Veneno anterior. Não terão gostado de saber que os jogadores vieram passear ao Alvaláxia em vez de jogar à bola...

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Exemplo

A cena protagonizada pelo Djaló e Paulo Santos foi feia. Podia ter sido pior, mas felizmente não foi mais longe... No meio de tudo isto houve um momento bonito. Refiro-me àquele em que Yannick Djaló se dirigiu do meio campo até junto à baliza onde o seu colega Paulo Santos, estirado no chão, recebia tratamento médico para o confortar. Não é habitual ver este tipo de reacção nos jogadores portugueses. Djaló merece por isso uma saudação especial.
Também gostei daquele momento em que Paulo Santos, demonstrando, apesar de bastante mal tratado, não ter afinal perdido o sentido de humor (a sua passagem pelo Sporting pode ter dado frutos...), efectuou aquela dança ao pé-coxinho acabando por neutralizar a fúria da Juve Leo.
O jogo, aliás, quase que se quedava por estes dois momentos altos...

Venenos 5

Carlos Carvalhal declarou que vinha ao Alvaláxia (sic!) para ganhar. Disse, que eu ouvi!
Enganou-se, portanto, em todas as frentes...

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

De vez em quando...

De vez em quando lá vem um daqueles momentos em que é necessário tirar o chapéu e fazer uma vénia até ao chão. Ora leiam lá esta pérola de autoria do Bulhão Pato no Mãos ao Ar de hoje.

Um ano de Paulo Bento

Parabéns ao "Gato Fedorento" por ter conseguido fazer a caricatura do nosso treinador com tanta graça.



Mais a sério, recomendo a inteligente entrevista que Paulo Bento deu a "O Jogo". Fica-se a perceber bem como tem estado a ser construída a equipa e a forma de jogar do Sporting.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Variações sobre a palavra "resolver"

Primeiro foi preciso que viessem os miúdos para resolver o que parecia estar condenado a tranformar-se num grande embrulho em Aveiro. Embrulho atado sobretudo pelas estrelas cadentes do Sporting que hoje Paulo Bento resolveu brindar com a titularidade.
Depois, vejam lá, Liedson resolveu mesmo! Lá marcou o golo da diferença.
A coisa parecia, portanto, resolvida.
Afinal os miúdos --muito bem secundados por uma defesa que hoje resolveu meter folga!-- resolveram complicar.
E o golo de Liedson afinal acabou por não resolver nada.
No entanto, continuo a pensar que esta equipa "resolveu" ser campeã...


PS- Uma nota para o Carlos Martins: vê lá se resolves usar os miolos de vez em quando pá!

terça-feira, 24 de outubro de 2006

O roubo da carteira

Para que se ponham a pau à entrada do Estádio, vejam aqui como é que me roubaram a carteira antes do jogo com o Porto.

Na Liga só mudaram as moscas

Hermínio Loureiro deslocou-se à Comissão Parlamentar em que está a ser debatida a nova Lei de Bases do Desporto (já aprovada na generalidade) para pôr em causa o seu art.º 45. Diz esse artigo que se «proíbe sob qualquer forma, as comparticipações financeiras por parte do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais a clubes desportivos que participem em competições de natureza profissional».
Ele, pelos vistos, é a favor da continuação do status actual de regabofe e adulteração da concorrência desportiva por via do financiamento de alguns e não de outros. É só lembrarmo-nos, por exemplo, de como o então presidente da Câmara do Porto, Fernando Gomes, utilizou os dinheiros resultantes das contribuições dos habitantes para financiar o seu clube do coração, o FCP.
Pois, nesta cruzada, HL fez-se acompanhar pela APAF, Sindicato de Jogadores, uma outra associação de árbitros e, ainda, uma associação de dirigentes associativos da… Madeira. Note-se que o Governo Regional da Madeira gasta por ano mais de 5 milhões de euros do Orçamento de Estado só em subsídios aos 2 clubes de futebol da ilha (Marítimo e Nacional). Acresce a isto, o comportamento de tantas Câmaras Municipais que empenham receitas para subsidiar os clubes da terra, às vezes com fortes suspeitas de fraude, como no caso de Felgueiras.
Mas o que é que os árbitros e sindicato de jogadores têm a ver com isto? É que a cruzada de HL não fica por aqui. Ele também se opõe à tentativa governamental de ir progressivamente aproximando os árbitros e jogadores do regime comum, em matéria de impostos e Segurança Social. Mas o que é que os jogadores e árbitros são a mais que o contribuinte comum? O grande argumento é que se trata de uma profissão de desgaste rápido. Mas isto não tem nada a ver com privilégios em sede de IRS, nem da tão carecida Segurança Social. Eles terão de pagar como todos nós. Há tantos jogadores que ganham tão bem que facilmente a classe se pode organizar para poupar durante a fase activa para ter uma reforma mais cedo, quando a sua carreira chegar ao fim.
Por último, a tão falada profissionalização dos árbitros está a caminho de se fazer quando as galinhas tiverem dentes. Se calhar HL estava à espera que fosse o Estado a pagar os respectivos custos, mas o secretário de estado Laurentino Dias já veio dizer que acha boa a ideia da profissionalização, mas que o Governo não paga. Então quem é que vai pagar uma decisão que custa muito caro?

Deste conjunto de atitudes e opiniões ressaltam 2 conclusões:
- HL quer manter as coisas (privilégios, subsídios e consequente adulterar da concorrência) como estão; não quer mudar nada.
- HL está na Liga mais para fazer oposição ao Governo que para fazer reformas no futebol.

Isto é muito grave!

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

A nova mística do Sporting

Vi há pouco tempo num blog (confesso que não me lembro qual e disso peço desde já desculpa) alguém perguntar onde estavam os reforços do Sporting. A pergunta, retórica, pretendia chamar a atenção para o facto indesmentível de que é sobre os ombros dos jovens oriundos da Academia que assenta o sucesso das equipas de Paulo Bento.
Não sei de facto o que é mais notável neste momento, se os resultados que têm sido objectivamente obtidos, se o manifesto talento, se o esforço visível para corrigir os erros que vão ocorrendo devido à compreensível imaturidade e à óbvia falta de experência. Ou seja: mesmo perdendo ou empatando, como foi o caso ontem com o Porto, vemos esta equipa bater-se até ao último instante, com uma dedicação e uma sabedoria que há muito tinham abandonado os relvados por onde o Sporting vai passando.
Os miúdos do Sporting não inventam bodes expiatórios (à imagem do treinador), nem ignoram o talento e o poder que têm. Mas, colocam todos esses factores em perspectiva.
O símbolo ou epítome de tudo isto é, claro, o João Moutinho, mas não é só ele que merece os louros. Talento, determinação, humildade e vontade de fazer bem constituem a parte nuclear do ferramental dos jovens formados pelo Sporting. Não vejo hoje vedetas pré-formatadas, mas sim formiguinhas determinadas.
Se calhar, será isto que está na origem das palmas no final do SCP-Bayern, mesmo com o resultado adverso.
Como não tenho a memória curta (a minha RAM futebolística tem vários terabites!), lembro-me de equipas do Sporting em que parecia (parecia!) que havia "determinação" apenas quando se tratava de deixar o Sporting mal visto, e em que o "esforço" feito era, justamente, no sentido de fazer mal!
Com estes jovens algo da "mística" Sportinguista foi finalmente recuperado e os padrões globais da equipa foram claramente elevados (há figuras do plantel vindas de outros tempos que quase não reconheço; os miúdos não serão alheios a estas reviravoltas, certamente...). Esta nova mística deveria ser motivo de reflexão para muita gente. Está assim provado (e todos, sublinho, TODOS, jogadores, dirigentes, técnicos e adeptos o podem testemunhar) que futebol sem mística não funciona. E que mística não se compra.
Resta-nos tirar o chapéu e curvarmo-nos perante esta generosa garra e esta determinação em fazer bem.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

PAULO BENTO !

Gostava de realçar o discurso do Paulo Bento. Ontem e quase sempre (só não digo sempre, pois não me lembro se alguma vez estive em desacordo).

É um discurso à Sporting!

Porque enfrenta as situações de forma clara e inequívoca, não fala no “vocês sabem de quem eu estou a falar” porque ele diz logo o que quer dizer. E não deixa dúvidas a ninguém sobre as posições que toma. Não me refiro aquelas que são do seu livre arbítrio enquanto treinador, porque ele só tem que explicar as opções que faz aos patrões, e, mesmo assim, em momentos de avaliação dos resultados (eu, por exemplo, gostava mesmo de saber o que se passa com o Abel, mas perante a postura profissional do Paulo Bento não me resta senão confiar que há razões para isso).

Foi assim quando da saída do Sá Pinto. De tal forma que por muito que a imprensa desportiva tentasse criar um caso este nasceu morto. Ainda retenho na memória (pelo que podem não ter sido estas as palavras exactas) “Eu disse-lhe que não contava com ele, se ele mesmo assim quis informar que pretendia continuar não posso fazer nada.”

Foi assim, ontem. Falhámos, trabalhámos para um resultado melhor, mas falhámos e os falhanços pagam-se caro (não estou de acordo que seja na Liga dos Campeões, pois acho que é em todo o lado, mas isso não interessa nada para aqui).

Não foi, nem o árbitro (aliás como se pode andar a dizer mal dele?), nem a relva, nem que os jogadores são jovens, nem que não isto ou aquilo. Foi que entrámos mal no jogo, eles aproveitaram e, vai daí, saiu uma derrota porque não fomos capazes de ser eficazes contra 10.

Querem melhor que isto? Não se aproveitou da ovação dos adeptos, não branqueou que as coisas ficaram mais difíceis.

Só para comparar, os coisos tiveram o mesmo discurso após o jogo com o Sporting da Escócia. A diferença está que eles têm um ponto e nós 4! E essa diferença torna o discurso do Paulo Bento em algo a que devemos dar atenção pois para ele as coisas são primeiro aquilo que ele gostaria que fossem e depois aquilo que são, coincidam ou não (como diria o Esteves, versejei.)

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Amanhã e Sempre - Sporting!

Antes do jogo com o Inter, digo-o frontalmente, esperava conseguir um empatezinho…. Aconteceu aquela beleza que se viu e, naturalmente as expectativas subiram. De repente passámos de um “talvez à uefa” para um apuramento quase garantido. Confesso que me preocupa este deambular de expectativas!

Amanhã jogamos contra o Bayern num ambiente de euforia justificada. Espero que todos os adeptos presentes estejam com o Sporting seja qual for o resultado e exibição.

Se sempre me chateiam os assobios à equipa amanhã seria o cúmulo da ingratidão tal ocorrência…..

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Nova Liga, velha Liga

Num post recente exprimi a minha apreensão pelas palavras dos novos dirigentes desta "nova" Liga na sua tomada de posse, que me pareciam prenunciar a vitória, ou a derrota anunciada de um deles dentro de pouco tempo. Mas, o que a "nova" Liga parece desde já indiciar, certamente também, é a tentativa de criar uma nova era de promiscuidade entre o poder político e o mundo do futebol. Mais requintada e mais subtil, mas igualmente triste e sinistra.
Oxalá me engane, dizia eu nesse post, e repito-o agora...
Hermínio Loureiro, deputado do PSD e ex-secretário de Estado da Juventude e Desporto de um governo PSD, recorde-se, trocou o estatuto de vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata pelo de presidente de uma liga de desporto profissional, embora mantenha o lugar de deputado. No mesmo momento, o líder do seu partido anuncia a apresentação de propostas de lei de combate à corrupção desportiva, enquanto uma nota do Ministério da Justiça sublinha a concordância entre o PSD e o Governo quanto à necessidade de promover uma revisão da legislação sobre comportamento anti-desportivo.
O recente pacto sobre a justiça entre o PS e o PSD deixou, como é sabido, de lado a questão da corrupção, mas a corrupção desportiva parece merecer consenso...
Temos, de um lado, um líder da bancada parlamentar de um partido da oposição "sacrificado" no altar do futebol; vemos, do outro, uma clara e inequívoca comunhão de esforços entre as duas forças políticas dominantes no país em matéria de futebol; tudo aponta para que os despojos deste sacrifício venham ser partilhados por essas forças políticas, que estão na origem desta iniciativa; por outro lado ainda, verifica-se com mágoa que a iniciativa da regulação do futebol está entregue a políticos, com os diversos agentes do futebol a ver passar o comboio, revelando indiferença, quiça conluio, ou pelo menos, uma total e condenável falta de poder de iniciativa.
O que se pode concluir de tudo isto? Em primeiro lugar, que num país que glorifica por todo o lado o desporto rei, é à iniciativa política que se poderá vir a ficar a dever a regulação que o desporto rei não conseguiu produzir por si. Em segundo, que um país onde se denunciou com gritos de indignação as ligações perigosas entre o mundo da política e do futebol, está agora na iminência de ver uma submissão total, oficial e firmada em papel timbrado do Estado do futebol à política. Em terceiro e último, que forças políticas que cantam constantemente ossanas à iniciativa privada tentam "estatizar" totalmente (leia-se "partidarizar") a "indústria" do futebol doméstico, produzindo uma verdadeira "lei de condicionamento industrial" travestido de operação de limpeza.
A "nova" Liga é a velha Liga com mais sagacidade. A menos que a "velha" Liga ainda não tenha dito a última palavra. E tudo fique na mesma.
Em todo o caso, o futebol está feito ao bife!
Oxalá me engane...

Venenos 4

É uma associação primária, é verdade, mas sempre pensei em salsichas quando ouvia falar no nome do árbitro Isidoro. O homem não era para mim um árbitro, era um enchido. Nunca conseguia por isso vê-lo como um árbitro legítimo, com cursos, insígnias da FIFA, calçado Adidas e todas aquelas coisas que dão legitimidade e conferem autoridade a um árbitro. Havia aquele nome. E havia, por isso, qualquer coisa que, à partida, não colava, conferindo-lhe uma aura de salsicheiro e retirando-lhe qualquer resquício de credibilidade. Mesmo que a sua reputação fosse imaculada, como a virgindade da minha tia Maurícia, um árbitro chamado Isidoro não podia suscitar qualquer respeito.
Aqui há pouco tempo ficámos a saber que o senhor Pinto da Costa terá falado ao senhor Pinto de Sousa no nome de Isidoro. Desta conversa de Pintos resultou uma tarefa para o árbitro Isidoro: ele iria apitar a final da Taça de Portugal de 2003. Nesse mesmo ano Isidoro, o cantor, gravou o seu primeiro CD intitulado "Memórias". No ano seguinte gravou "Laços de Amor", celebrando certamente memórias de um outro C.D.. Agora o ex-artista do apito brinda-nos com um novo trabalho chamado, apropriadamente, "Sesta na Bancada". Para adormecer, portanto. Isidoro vira cantor de protesto e reclama justiça para os árbitros, gritando com ar alucinado "Tem de mudar! Tem de mudar! No juiz tens de confiar!"
Como árbitro, a credibilidade de Isidoro caminhava pelas ruas da amargura. Como cantor de protesto a credibilidade deste artista reduz-se dramaticamente a uma mera salsicha de cocktail.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

João Moutinho


Depois da excelente vitória da selecção de sub-21 contra a Rússia, fácil é embandeirar em arco sobre tão grande proeza.
Sempre estive convencido da nossa superioridade, mesmo após a derrota por números expressivos no primeiro jogo.
Mas o que quero realçar são as enormes demonstrações de vontade, suor, empenho, sacrifício e, porque não, classe que os jogadores portugueses demonstraram. Estou convencido de que foram estes predicados postos em campo pelos jogadores, todos eles, que ganharam a eliminatória.
Toda a orquestra está de parabéns. Mas tem de ser realçado o maestro. E o maestro foi, nos dois jogos, João Moutinho.
Ele não só foi o melhor nos dois jogos contra a Rússia, como foi simultaneamente maestro, solista e carregador de piano.
No primeiro jogo, em que perdemos, remou contra a maré, foi o melhor português, foi um gigante. Por razões tácticas, um ou os dois avançados descaíam para as alas e ele foi encarregado de penetrar na área pelo meio. Foi assim que fez o (magnífico) passe para o golo de Portugal, mandou uma bola à trave e ganhou bolas no jogo aéreo (ele que é um pequenitates).
Esteve, nos dois jogos, muito bem, não só táctica, física e tecnicamente, como também do ponto de vista da disponibilidade e entrega ao jogo.
Ele sabe o sítio exacto do campo em que é preciso estar, sabe o perfeito tempo de fazer o passe curto, o passe longo, a finta, a corrida, a progressão, a ajuda defensiva, a marcação dos cantos e dos livres, o nervo e a serenidade.
Isto é tanto mais de realçar quanto muitas vezes se desculpam exibições menos conseguidas dos jogadores com a chamada falta de motivação; porque é final de época, porque o jogo era a feijões, porque há indefinição quanto à renovação do contrato, sei lá que mais... Ora quem mais que Moutinho se podia queixar de falta de motivação, quando teria mais que legítimas expectativas de ser convocado para os A e foi jogar nos sub-21?
Moutinho provou, mais uma vez, a sua enorme maturidade, grande categoria técnica e superlativa qualidade humana.
A bola gosta de jogadores como Moutinho. Eu também!

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Loureiro, o outro

Também eu estou, de um modo geral, de acordo com as críticas que aqui têm sido expendidas acerca da qualidade actual do jornal Record. Nomeadamente no que respeita ao seu inqualificável director.
Quero, em todo o caso, registar uma excepção. Esta diz respeito não ao jornal em si, mas a uma revista que sai semanalmente com o mesmo: a "Dez". Nesta João Marcelino tem dado à estampa opiniões frontais e esclarecidas sobre os vergonhosos dirigentes do nosso futebol, particularmente o corrupto/corruptor-mor Valentim Loureiro.


Vale a pena lerem esta opinião acerca do novo Loureiro, que coincide, em substância, com a minha. Além das partes que sublinhei, reparem nas recomendações que o autor faz ao novo Loureiro (queiramos ou não, é com ele que teremos de conviver a partir de agora), nomeadamente uma coisa que ele "deve fazer desde o primeiro minuto": "recusar-se a prestar tributo a quem pensa continuar a reinar através dele".

Se Hermínio Loureiro não seguir estas recomendações, apenas as moscas terão mudado...

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

FC Barcelona


A notícia já tem um mês, mas só agora tomei dela conhecimento. Creio que merece um destaque muito especial aqui nas páginas do KL.
O Barça firmou uma aliança com a UNICEF. Como resultado desta aliança o FC Barcelona irá prestar apoio financeiro (no valor de 1 milhão e quinhentos mil euros), através da sua fundação, a projectos por todo o mundo, em especial, àqueles que ajudem a proteger crianças em locais onde surjam crises humanitárias, ou onde o fenómeno da SIDA esteja a aumentar.
Se bem que tenha patrocinadores, nas camisolas do Barça nunca se viu, como é sabido, nenhuma referência a esses patrocínios. Numa altura em que os clubes de futebol se esgatanham para arranjar patrocínios pintados no mais alto pilar dos seus santuários, que lhes permitem alimentar todos os devaneios, desportivos e para-desportivos; em que toda a gente que se envolve neste universo perverso se coloca em bicos de pés para parecer maior do que é na realidade; numa altura em que se vê tanta gente a sugar o tutano do futebol, não dando nada (NADA! ZERO!) em troca; numa altura em que os únicos "valores" que contam são os nominais, mobiliários ou imobiliários; numa altura em que a palavra escândalo aparece rabiscada por todo o edifício do futebol, nesta altura precisa é bom ver que há afinal outros caminhos possíveis. O Barça paga para ostentar a sigla UNICEF nas suas camisolas!
Não creio que haja jantares de borla, nem dirigentes cândidos, puros e inocentes, sobretudo no universo do desporto, e em particular o do futebol, mas, ao mostrar a sigla UNICEF nas suas camisolas, o Barça dá um contributo corajoso e eloquente para mostrar que existe alternativa a esta pandemia de bandalheira e a este inexorável caminho em direcção ao caneiro que hoje parecem ser as únicas vias que o desporto em geral e o futebol em particular percorrerem.
Sempre nutri uma simpatia muito especial pelo FC Barcelona, devo confessar. Se não fosse do Sporting seria quiça do Barça. A sigla UNICEF presente nas camisolas do Barça mostra que, mesmo nos moldes actuais de enorme pressão financeira, é possível não ter de vender a alma ao diabo para apoiar o nosso ideal desportivo.

Imprensa desportiva: uma boa ideia

Aqui há dias um dos membros do "Biqueirada" (não é fixação...) chamou a atenção, num daqueles raros momentos sérios que o programa tem, para o facto de lhe parecer que o jornal Bola se estava a transformar no orgão oficial de um determinado clube (de cujo nome, como sabem, nunca me consigo lembrar, mas cuja sede fica ali para os lados do C. C. Colombo...). Os momentos sérios do "Biqueirada", justamente porque são raros e surgem num contexto contrastante, adquirem um peso significativo. Permito-me, aliás, chamar a atenção dos "biqueirantes" para o facto de o efeito destes momentos sérios ser demolidor!! Quando quiserem de facto arrumar com alguém, falem a sério! Não abusem dos momentos sérios, porém e atirem só para matar!
Mas, falava de jornais...
Infelizmente, não é só a Bola que merece ir para o quadro de excedentários. Nenhum outro orgão de informação desportiva escapa à crítica. Ainda hoje tivémos mais um exemplo com o Record e o seu "dossiê" sobre as finanças do Sporting. Uma manchete bombástica, uma foto de FSF na primeira página empunhando um suposto mapa de tesouro e facilmente se concluiria que estaríamos perante revelações escaldantes de grandes e espetaculares novidades. Afinal, lido o artigo ficámos todos na mesma. Mas, ninguém aparece na primeira página de um jornal, mesmo uma folha de paróquia como é o Record, sem um qualquer propósito e este "dossiê", caído nesta altura, assim, do céu aos trambolhões, há-de ter água no bico...
Muitos outros exemplos permitem demonstrar o total descrédito da imprensa dita desportiva portuguesa. Ainda há dias se falou aqui no KL de vários outros, também do Record. Para além das "encomendas", a forma como passaram ao lado de problemas de enorme importância como o processo "Apito Dourado", por exemplo, a arrogância com que o fazem, a forma como tratam o fenómeno desportivo em geral, a falta de isenção, de capacidade de análise, a falta de atenção escandalosa que demonstram em relação aos outros desportos que não o futebol, a sua enorme e generalizada falta de qualidade, enfim, chegam para fazer da imprensa desportiva algo que nos remete mais para o universo dos jornais de promoções dos supermercados que nos enchem as caixas do correio do que para o universo da Comunicação Social.
Interrrogado uma ocasião sobre o que achava da "civilização ocidental", Gandhi respondeu: "acho que seria uma boa ideia!"
Estou como ele... Imprensa desportiva portuguesa?! Acho que era uma boa ideia.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Liga e sequelas...

Toda esta saga da Liga me faz lembrar as produções de Hollywood que vão espremendo a teta até já não dar mais. Ontem tivemos o "Liga 3" com os artistas do costume. Não me parece candidato a Oscar...
Oxalá me engane, mas as palavras de Hermínio Indiana e Rocky Valentim na diferida tomada de posse não pressagiam nada de bom...

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Que seja para continuar


Liedson molhou a sopa, finalmente! Que seja o primeiro de uma longa série e que sirva para coroar uma performance que considero bastante boa, a que só têm mesmo faltado, de facto, os golos...
A distinção que aqui lhe faço justifica-se pelo que tem feito em prol da equipa desde o início da temporada. O golo de hoje dar-lhe-á decerto o ânimo que necessita para que o seu trabalho descole definitivamente.

domingo, 1 de outubro de 2006

Veja na televisão que ir o estádio dá muito trabalho e nós já vendemos as gamebox

O Sporting SAD, apresentou as suas contas. Para além dos resultados económicos, a Administração, através de Pedro Afra, afirmou: “Estamos a conseguir elevar a condição comercial do Sporting a um patamar europeu.”
Concretamente, o director-geral comercial da SAD, fez o ponto de situação da SAD relativamente aos lugares anuais no Estádio de Alvalade. A campanha “Garra Centenária” resultou, até ao momento, na venda de 33.500 gameboxes, mais do que as 29 mil da última temporada e “mais do que os 32 mil bilhetes de época do Inter de Milão”; dos cerca de 160 camarotes do estádio, 81 por cento estão negociados; e nos lugares de empresa, a ocupação ronda os 100 por cento.

Para além da imprensa da especialidade continuar a confundir o clube com a SAD, não sei se por ignorância, se por não se tratar de desporto ou para defender propositadamente os interesses dos accionistas sem clube, facto que, por si só, nos deve merecer a maior das atenções mas cuja análise não pretendo agora abordar, espanta-me a falta de respeito que o senhor director-geral tem pelos paradigmas que são inerentes à sua própria actividade. Refiro-me ao facto de o Sporting jogar amanhã às 19 e 15 num total desrespeito pelos 33.500 compradores de gameboxes cuja actividade profissional não vai permitir assistir ao jogo todo. Jogo que já pagaram por inteiro.

Não vou, por enquanto, considerar que a Administração deveria devolver a parte do custo da gamebox referente a este jogo, mas lembro que tem vindo a ganhar força a ideia que a Brisa deve fazer um desconto sempre que a auto-estrada está em obras!

Quero, no entanto, chamar a atenção para que os “clientes” cansam-se de ser maltratados e se é verdade que no negócio futebol os resultados ajudam a desculpar muita coisa, também é verdade que a falta deles potencia o seu afastamento.

Aliás a lógica do futebol, mesmo deste futebol globalizado, continua a depender de haver espectadores nos estádios, porque eles é que compram o merchandising, consomem as cervejas e as bifanas, fazem subir o valor dos espaços comerciais envolventes. Não será por acaso que nos outros países, onde o futebol também é televisionado em ppv a ditadura das televisões não conseguiu acabar com o prazer de um jogo a meio da tarde. A Sportv terá sempre campeonatos para transmitir pelo que se está a marimbar para os clubes. Terá a administração da SAD consciência de que nenhum negócio é eterno se não for cuidado de modo a ser revitalizado antes do início do declínio?

Mais um novo membro

Saudações especiais para Brown Lion, a mais recente aquisição da refulgente equipa do King Lizards!

sábado, 30 de setembro de 2006

Venenos 3

As papoilas saltitantes bazaram do CD da Liga; agora futebol para eles só depois de ouvir a canção mais larilas do planeta desporto, cantada pelo Pissarra, nos camarotes VIP da Luz.
Não há nada como as comadres zangarem-se, para que as verdades saltem cá para fora.
À semelhança do que se passou entre o orelhas e o vígaro-mor, o diálogo passou a ser do tipo ‘agarrem-me senão…’.
Mourão e Cebola ameaçam que isto e aquilo, e vígaro-das-batatas responde: “O Valentim é intocável; é tempo perdido pegarem comigo”. Assim também eu; ele é dois em um, primeira e terceira pessoa ao mesmo tempo!
Ainda por cima é o gajo mais leiteiroso que se conhece: não imaginam o número de cautelas que lhe saíram premiadas.
Com todos estes predicados e a ajuda dos árbitros que fazem vista grossa ao seu claríssimo fora-de-jogo, não é de estranhar que passe ao contra-ataque. E, quando lhe dizem que o fadista Mourão fez uma participação dele ao CJ da FPF por ‘eventuais ilícitos disciplinares’ afinfa-lhe: “ele pode ter feito essa participação, mas eu, se quisesse, também poderia fazer uma queixa contra ele ao Conselho Superior de Magistratura”. Pois é, em vista do que eles fazem a gente até se esquece de que são juízes.
Malta! Não sejam queixinhas, que a justiça cá em Portugal não resolve nada. Esperem mas é um pelo outro lá fora e, em público, ali à vista de todos, arregacem as mangas e atirem a merda toda para o ventilador.

Os dirigentes do Sporting lêem o King Lizards

Indo de encontro ao que vimos recomendando, os “dirigentes do Sporting […] sugeriram ao novo presidente da Liga para reconsiderar a sua posição quanto a Valentim Loureiro”, segundo notícia de “A Bola” de hoje. Em resposta, Hermínio Loureiro “considerou VL absolutamente intocável”. Segundo o mesmo jornal, esta posição “surpreendeu os dirigentes do Sporting”, vá-se lá saber porquê!
Em todo o caso, e aqui é que está a agradável surpresa, “depois de um período de reflexão”, ainda segundo “A Bola”, durante o qual devem ter consultado o KL, ficaram arrependidos por terem dado aval a Loureiro & Loureiro, os quais, depois da nega do Hermínio aos dirigentes do Sporting, mais que nunca se perfilam como duas faces da mesma moeda.
Armados dos novos saberes, “deram ao novo presidente um prazo de três meses para que todos os órgãos da Liga funcionem com rigor e isenção”. Assim, apesar de manter Rogério de Brito na direcção da Liga, o Sporting “assume uma posição vigilante quanto aos próximos tempos”.
Nunca para lá devíamos ter entrado, dada a maneira como tudo aquilo foi cozinhado; mas mais vale tarde que nunca.
Agora vamos a ver se a notícia se confirma e, nesse caso, como é que se processa a tal “vigilância”.

"O futebol tem momentos utópicos"


"O futebol tem momentos utópicos - nele o quase impensável pode tornar-se real." Poderia ser este o mote desta edição da Análise Social dedicada ao futebol, sob o título genérico Futebol Globalizado. O nosso companheiro Leoscorp chamou-me a atenção para este nº da AS e eu decidi partilhar esta informação com todos os leitores do KL. Na nota introdutória, da qual retirei o título deste post, refere-se ainda que "o 'Futebol Globalizado' é o primeiro contributo académico sobre o futebol mundial publicado em Portugal."
Para quem gosta deste desporto, para quem gosta de o analisar e refletir sobre ele, para quem se interessa pelo meta-futebol, aqui fica a sugestão.
ANÁLISE SOCIAL nº 179, vol. XLI, 2º trimestre de 2006. À venda nas livrarias.

Venenos 2

Carlos Queirós disse no final da partida do Manchester United com os galináceos que estes jogadores não tinham pernas... Não sei se o professor falava em sentido figurado ou literal. Por mim, acho que há, de facto, pelo menos um desses jogadores a quem falta mesmo uns quantos centímetros de perna. Falta-lhe aliás em tamanho de perna o que lhe sobra em tamanho de papo. Afinal é uma galinha!
Nem lhe consigo escrever o nome, mas vocês sabem de quem eu estou a falar.
É triste: apesar do tamanho, nem sequer podemos dizer que é um homenzinho...

O mito: “o Sporting não joga pelas alas”

Dizem as estatísticas que (no campeonato) o Sporting é a equipa que, das três grandes, tem, em média, menos faltas cometidas por jogo (14, contra 16 do Porto e 17 do Benfica) e mais remates à baliza (15, contra 14 do Porto e 11 do Benfica).
Quanto aos cruzamentos temos uma média de 20 por jogo, muito mais que o Benfica (11) apesar de este jogar com extremos de raiz. Somos pouco superados pelo Porto (22), embora tenhamos mais cantos (8 para 6).
Acresce que dos 20 cruzamentos efectuados frente ao Aves, 10 partiram da linha, e 5 tiveram como consequência o remate.
As estatísticas valem o que valem, mas estas parecem confirmar que é um mito o que se diz quanto às limitações do Sporting por não ter extremos de raiz. E aqueles que invectivavam o Douala enquanto ele cá estava (numa maledicência auto-flagelatória tão comum entre os sportinguistas) foram os mesmos que gritaram 'aqui d’el rei' quando ele se foi embora, esquecendo que se pode jogar pelas alas sem ter extremos de raiz.
É o que o Sporting faz, até agora com sucesso. O segredo está na mobilidade dos jogadores. No Sporting um dos médios abre para a sua ala, quando a equipa está de posse da bola; além disso os avançados são extremamente móveis e, como diz Luís Freitas Lobo a propósito do Sporting-Inter: "sempre que um dos médios rompia a atacar, esse movimento era acompanhado pelo descair de um dos avançados para o flanco respectivo arrastando marcações, forçando a defesa italiana a alargar e abrir espaços de penetração onde ora furavam desde trás os criativos Nani-Moutinho-Romagnoli, ora surgiam entre estes os avançados móveis Liedson-Djaló, que depois voltavam a flectir para a área, de fora para dentro".
É esta a forma normal de jogar do Sporting; não tendo extremos de raiz, tem intérpretes suficientemente versáteis para exercerem esse tipo de função quando é preciso.