quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

UNIÃO DE BLOGS LEONINOS

Foi aprovada por unanimidade no passado Domingo dia 27 de Janeiro, no espírito da Missão 2008, a criação da União de Blogs Leoninos, vulgo UBL.
Os seus fundadores são:
- Sangue Leonino http://www.osangueleonino.blogspot.com/
- Centúria Leonina http://centuria-leonina.blogspot.com/
- King Lizards http://kinglizards.blogspot.com/
- A Última Roulote http://ultimaroulote.blogspot.com/
A ideia principal subjacente a este projecto prende-se com a promoção de ideias/projectos que, uma vez discutidas e aprovadas no seio da UBL, permitam uma exposição simultânea em todos os blogs aderentes. O know-how resultante dessa mediatização, será aproveitado e incorporado num documento final a apresentar ao Sporting, se for caso disso.
Os documentos aprovados pela UBL serão publicados em todos os blogs que dela façam parte.
Esta iniciativa é aberta a todos os participantes da blogosfera que queiram aderir. Como requisitos para participação nas reuniões da UBL, deverão ter espírito Democrático e como único interesse elevar o nome do Sporting Clube de Portugal.
Inscrições em:
- Pelo Sangue Leonino: luisferreirahenrique@sapo.pt
- Pela Centúria Leonina: verdao@netcabo.pt
- Pelos King Lizards: raul.ph@netcabo.pt
- Pela Última Roulotte: ultimaroulote@gmail.com

Quanto tempo mais?

As declarações de Paulo Bento no final do jogo com o Penafiel constituem a prova de que tudo está em aberto no que respeita à existência de uma grave crise interna no Sporting, mas também querem dizer que os dias de Paulo Bento como cordeiro de serviço ao sacrifício estão a chegar ao fim.
Nada que não se percebesse já há muito tempo, mas agora é mais claro do que nunca.
Lamento profundamente dizê-lo, mas o adiamento da solução desta situação não se pode aplaudir.
Já há tempo Paulo Bento tinha sugerido que as resposabilidades têm de ser assumidas de forma hierarquizada. Quando disse isto Paulo Bento revelou, talvez sem querer, que o problema do Sporting está (estava na altura e continua) longe de ser um simples problema de resultados. Mas, agora temos um dado novo: Paulo Bento parece farto deste seu papel no altar dos sacrifícios Sportinguista. Ainda bem. O que ele terá "aguentado" até agora só pode dizer bem do seu carácter. Se, de facto, o Sporting pudesse ter um Ferguson eu apostava também nele...
Mas, nem o Sporting é o Manchester, nem, sobretudo, esta direcção demonstra ter estofo daquele que a gente necessita e, portanto, esta novela só pode ter um fim.
Repito: o adiamento desta solução não se pode aplaudir e o facto de não conhecermos, no momento, nenhuma alternativa credível para ocupar a direcção dos destinos do Sporting não pode constituir desculpa para evitar o inevitável. A desculpa da falta de alternativa cria uma espécie de ditadura dentro do Sporting e a factura dos "ganhos" desta pretensa "estabilidade" vai-nos cair em cima com estrondo! E, se calhar, o facto de não se convocarem eleições antecipadas é uma excelente desculpa para os vários possíveis candidatos credíveis a dirigentes do Sporting continuarem a tirar o cavalinho da chuva. Convoquem-se eleições, promova-se o debate e vão ver se não aparecem logo alternativas!
Inácio dizia hoje na TSF (*), claramente, que os treinadores do Sporting são a tropa de choque para camuflar os desaires das direcções. Falou num muro de betão que, no caso do Porto, a direcção forma entre os sócios, por um lado, e a equipa técnica e o plantel, por outro. Ele saberá melhor do que ninguém do que fala. Nós que andamos antentos sabemos isso. Nem é preciso conhecer por dentro a realidade.
Acabem com o sacrifício!

(*) Já agora Inácio, daqui se me escuta, aproveito para lhe dizer, a propósito destas suas declarações, que, eu como sócio do Sporting, honrá-lo-ei sempre pelo facto de nos ter tirado do jejum de dezoito anos e sempre achei um acto verdadeiramente canalha esse de, após essa histórica conquista, lhe terem tirado o tapete!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Com Paulo Bento, para superar a crise


Queria só aproveitar esta onda de vitórias para voltar a falar no caso Paulo Bento. Penso que uma parte dos adeptos do Sporting ainda não percebeu que, com o plantel que temos, ningém seria capaz de fazer melhor que o que Paulo Bento tem feito (relativizando, porque talvez o Mourinho...; ninguém a quem o Sporting possa pagar).
Paulo Bento já nos tirou da fossa por duas vezes e a coisa está encaminhada para de lá nos tirar uma terceira. Mas os sócios parece que não querem.
É indecente que seja assobiada a entrada de Farnerud (e estou à vontade para o dizer, porque não gosto dele como jogador e acho que não tem categoria para jogar no Sporting, como venho escrevendo desde há muito tempo). No entanto, olhem para o banco do Sporting e digam-me lá quem é que punham a jogar, sendo necessária a substituição de um médio (no caso para prover à rotação dos elementos e obviar a fadigas escusadas).
O problema está no plantel (e nas lesões) que temos e não em Paulo Bento. E é inacreditável que seja precisamente quando começamos a ganhar qualquer coisita, quando demonstramos, apesar das notórias insuficiências do plantel(*), algumas possibilidades de safar a época (**), que alguns se manifestam em público contra decisões correntes do treinador.
Se eu soubesse que ele me lia, dir-lhe-ia para continuar sem desânimos, porque agora entraram reforços e os que tiveram lesões prolongadas estão a voltar; e por cada adepto que, quanto a mim avaliando mal, faz dele bode expiatório da medíocre prestação da equipa, há dois ou três que, como eu, fazem costas com costas com ele, porque sabem que só acarinhando a equipa nos momentos menos bons há a possibilidade de ultrapassar crises.
Temo que estes descabeçados protestos ponham em causa a continuidade do nosso treinador, que já hoje se manifestou chateado com este tipo de reacção por parte do público.
Uma substituição do treinador nesta altura iria ser desastrosa.
Depois não digam que não vos avisei!

(*) que ultrapassam a competência do treinador, estando por determinar o grau da a sua responsabilidade nelas
(**) já ganhámos a supertaça, podemos ganhar a Taça da Liga e a de Portugal, fazer 2.º no campeonato e ir até não se sabe onde na UEFA

Patrício A

Não posso deixar de assinalar a convocação de Rui Patrício para a Selecção Nacional. Tratando-se de um guarda-redes, de um jovem e de um "produto" (isto sim!) com a marca Sporting, esta distinção não pode deixar de nos encher de satisfação. A boa exibição contra o Porto terá sido a proposição ou o corolário desta convocatória...
Confesso que admiro o modo como Rui Patrício aparenta passar ao lado destas polémicas em torno do guarda-redes titular da equipa sénior do Sporting, seguindo determinado com o seu trabalho. Poderá ser essa a qualidade que Scolari distinguiu.
O Sporting está desde há muito na sombra das convocatórias para a Selecção A e já era tempo de ter um lugarzito ao Sol.
É das coisas que mais me dói e um dos grandes mistérios deste Clube: ver o quase toque de Midas do Sporting por todas as selecções e depois olhar para dentro e encontrar a casa totalmente desarrumada.
Dá mesmo que pensar...

domingo, 27 de janeiro de 2008

Festejemos a vitória

Se me permitem, vou dirigir este post especialmente ao Paulo Bento.
Desconfio que você, ou lê o KL ou tem alguém que lhe sopra o que por aqui vou escrevendo. Se assim for fico satisfeito...
Hoje na conferência de imprensa (acabou há segundos e eu já lhe estou a escrever, calcule a minha devoção...!) você disse que o Sporting, se for novamente à Champions, ou seja, se ficar em segundo lugar, terá pelo segundo ano consecutivo uma classificação melhor do que aquela que tem tido, em média, nestes últimos 27 anos. Pareceu-me que estava a dar um recado. Mas, eu próprio, aqui há tempos, lhe lembrei isso mesmo aqui nesta página. Lembrei-lhe isso a si e a muitos Sportinguistas distraídos que por aí andam, com uma visão soft dos problemas do Sporting.
Hoje, claro, você e os seus jogadores ofereceram-nos uma vitória porreira sobre um F.C. do Porto e um "mr. Jesualdo" indigente mental, que nunca se conseguem mostrar dignos na vitória ou na derrota e que, por isso, foram especialmente bem batidos.
Mas, a nossa frustração não se curou por milagre (até porque o Sporting ainda está dentro da média...)
Mais: você acrescenta que as crises aparecem e desaparecem, como se fossem coisa criada em laboratório. Mas, está engando. E quando fala na vitória de hoje como se ela tivesse apagado a crise e resolvido os problemas que o meu Clube vem enfrentando há anos mais engando está!
As crises do Sporting não vão e vêm... Estão! São! Aliás, não há crises. Há uma crise apenas, única, que está sempre latente e pende permanentemente, em primeiríssimo lugar, sobre as cabeças de todos vocês que ocupam cargos de responsabilidade no Sporting. Uma crise pronta a rebentar em qualquer altura que se chama "Falta de Projecto".
A curva mais apertada que o Sporting tem feito nestes últimos tempos não acabou ainda. Os pneus do carro ainda chiam. Mas, por agora festejemos o justo triunfo.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A crise e as batotas dos nossos rivais

Tracei, em dois posts anteriores sobre o chamado Projecto Roquette, o quadro das culpas próprias que justificam a situação, financeira e desportiva, actual do Sporting. Dito de outro modo, tratei dos factores endógenos.
Não podemos, no entanto, perder de vista que os nossos adversários principais não estão dentro do nosso clube. Se o fizermos, com a paixão que é própria do futebol, arriscamo-nos a cair no mesmo tipo de armadilha em que se envolveram as claques. (Só para dar um exemplo, O Directivo XXI criou-se como dissidência da Juve Leo e houve um período – que, felizmente, parece por agora ultrapassado – em que o ódio entre as duas claques as fazia esquecer o motivo da sua existência – o Sporting – e se envolviam no mesmo tipo de lamentáveis agressões que de vez em quando ocorrem entre bandos de clubes diferentes).
Não esqueçamos que os nossos adversários são exógenos ao Sporting: são os outros clubes que concorrem connosco na obtenção de vitórias e da grandeza que estas necessariamente acarretam. Os nossos principais adversários são o Benfica e o Porto.
Como longamente descrevi em posts de Agosto/2006 (aqui, aqui e aqui) a disputa pela hegemonia do futebol português (a que se processa fora das quatro linhas) jogou-se em dois tabuleiros: batota nas arbitragens e/ou batota nos benefícios concedidos por entidades públicas (governo e autarquias).
Se o FCP entrou em grande no controlo dos organismos que dirigiam a arbitragem para começar o seu período de hegemonia (fins dos anos 70), não descurou a obtenção de fundos, sobretudo a partir do começo deste século e, mais marcada e definitivamente, com a nova era de construção de equipamentos, nas vésperas do Euro/2004. Muito do dinheirinho dos impostos cobrados aos munícipes do Porto serviu para privilegiar o clube na construção do seu Estádio. O FCP foi muito mais beneficiado pela autarquia que os seus congéneres de Lisboa, em processos que levantaram muita celeuma e acabaram como é normal em Portugal quando há interesses ponderosos (leia-se eleitores) em jogo: em águas de bacalhau. Mas também outro município veio a proporcionar de borla ao clube um benefício que os seus rivais tiveram de pagar bem caro: Gaia, que ofereceu (sim, é verdade, de borla) ao FCP um modelar centro de treinos.
Desta subversão da concorrência (isto é, batota) entre os três maiores clubes portugueses têm muito de que se queixar os de Lisboa: Sporting e Benfica. Mas o Benfica foi também muito privilegiado em relação ao Sporting. Assim, de repente, ocorrem-me estes casos:
- Recebeu de imediato o que resultou da permuta de terrenos com a Câmara, o que não aconteceu com o Sporting, que só agora (e num processo problemático e mal esclarecido) está a entrar em posse do que foi acordado; entretanto gastou milhões em juros (davam para comprar um Cardozo) do dinheiro que ficou a dever por não ter esse na sua posse;
- O escândalo das acessibilidades avaliadas em 2,5 milhões e pelas quais o Benfica recebeu (segundo denúncia do vereador José Sá Fernandes nunca desmentida) 8,1 milhões (quase dava para pagar outro Cardozo), parece que antes de a obra estar acabada; o Sporting, tanto quanto sei, nada recebeu a título de acessibilidades;
- Mas o escândalo maior foi o que Vilarinho protagonizou, ao recomendar o voto dos benfiquistas no partido político que, palavras dele, beneficiou o clube; pudera, o fisco, num processo que nunca foi devidamente esclarecido (deve ter ficado no deve/haver das benesses entre partidos do poder) perdoou ao clube, na época mais negra da sua história, uma dívida de 2 milhões de contos em juros de impostos (dava para comprar um terceiro Gardozo, e ainda sobrava), assim dando aos contribuintes a importante lição de que vale a pena ser caloteiro.

Mas não podemos ficar, numa de Kalimero, a lamentar-nos das malandrices que nos fizeram. Os nossos dirigentes têm também a sua dose de culpa, ao deixar que estas coisas aconteçam sem espingardar, fazendo os possíveis para impedi-las. Ou será que têm medo de mexer na merda, com medo de, também eles, saírem borrados?

O bom e o mau no Projecto Roquette (2)

Arrolei no post anterior sob este título os aspectos negativos do Projecto Roquette. Mas este projecto e, mais geralmente, a entrada em cena de Roquette, teve também muitos aspectos positivos para o Sporting. As ideias que vou agora desenvolver já eu postei há uns meses atrás:
- Continuo a achar que o nosso clube entrou numa nova era com Roquette: da era do populismo com patos-bravos como protagonistas, passou-se para um tempo em que pelo menos começou a haver projectos a ser executados e não sucessões de iniciativas casuísticas e gamanços daqueles que nunca se chegam a provar (com a excepção do do Vale). Como disse no citado post, “encaro a nossa fase Jorge Gonçalves como equivalente à fase Vale e Azevedo no Benfica; a fase Sousa Cintra equivale (em pior) à actual fase LFV deles”. Acho portanto que, se nós estamos mal, eles quanto a este aspecto (e não só) ainda estão pior. Não estou a defender que tenhamos chegado ao paraíso, mas com gestões do tipo populista ainda estaríamos na pré-história do séc. XXI.
- No aspecto do controlo das contas e dificultação dos desvios de fundos para proveito próprio, a constituição da SAD foi um instrumento importante, como venho defendendo (v. também os comentários do link). Como aí digo, não sou um entusiasta deste tipo de capitalismo aplicado ao negócio do futebol, mas acho que ele é inelutável e irreversível. E Roquette foi o primeiro a, percebendo isto, conseguir implementá-lo. Quando tratar do assunto “adeptos” procurarei dizer qual o tipo de resposta que estes (nós) podem dar para que o negócio não engula a paixão.
- No aspecto património, as vantagens são indiscutíveis: o Sporting possui actualmente um estádio moderno e funcional e um complexo desportivo em que funciona uma Academia que tem sido um viveiro de talentos elogiado por toda a Europa.

Mas, dir-me-ão, se é tudo assim tão bom porque é que estamos cheios de dívidas e nunca mais conseguimos entrar numa senda de vitórias?
Por dois tipos de razões: pela má gestão do Projecto (como em parte referido no post anterior sob o mesmo título deste) e pela batota feita pelos nossos mais directos adversários.
De facto, não era o Projecto que era mau, mas sim o modo como ele foi implementado. Como desenvolvi no post de Abril do ano passado atrás citado, “um dos aspectos do PrR que mais gritantemente falhou” foi o que tinha a ver com “a perspectiva de desenvolver negócios não desportivos lucrativos para, dizia Roquette, com os lucros gerados nesses negócios, o Sporting manter uma autonomia financeira que o tornasse independente da bola na trave”. Desenvolvia eu depois o exemplo do Copenhaga como um projecto semelhante que teve sucesso, para provar que a ideia não era má, em si. O problema está em que os portugueses não são como os dinamarqueses e o que resulta ali, pode não resultar aqui. A minha tese é de que aqui não resultou por defeito das pessoas que foram chamadas para implementar as ideias de negócio; foi isto que impediu as empresas para tal constituídas de terem sucesso. Assim, “à pala dos negócios extra-desportivos foram-se constituindo e desfazendo sociedades, pagando ordenados a administradores, gastando à tripa-forra o património do nosso clube”.

Já com isto escrito (e entretanto não publicado por eu ter tido problemas informáticos ao mudar de operador) tive conhecimento do Manifesto SCP – Mais e melhor Sporting, o qual exprime com muita exactidão o que penso acerca deste assunto. Transcrevo um resumo, com a devida vénia: “O Projecto Roquette errou na gestão. Exactamente aquilo que deveria ser a sua mais valia foi o seu maior pecado. Foi incompetente. Construiu-se um Estádio que em vez de gerar lucros gerou prejuízos. As empresas que deveriam gerar lucros geraram prejuízos. A área comercial, Alvaláxia, que deveria gerar lucros acumulou prejuízos. Os gestores «altamente profissionais» mostraram incompetência”.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Objectivo: encher o estádio!

Muito se fala em objectivos esta época. Paulo Bento menciona a palavra objectivo, pelo menos umas três ou quatro vezes em cada uma das suas intervenções. Cumprimos os objectivos nuns casos, não os atingimos noutros. Hoje cumprimos e o Sporting ganhou e bem --frente a uma equipa sem grande faísca, é certo-- mas num estádio desoladoramente vazio.
Ora aqui está o objectivo para o cumprimento do qual apenas dependemos de nós próprios, como se costuma dizer em "futebolês": encher o estádio.
Que razões levam a uma ausência tão significativa, o que se passou e se passa para tamanho divórcio, que consequências tem isto tudo para o Clube? Aqui temos matéria que deveria levar-nos a todos a uma profunda e muito realista reflexão. Sobretudo aos críticos da crítica que, a menos que façam um exercício totalmente torcido de análise da realidade, dificilmente encontrarão justificações simpáticas para uma banhada destas.
Por uma vez estamos inocentes malta! Nem os blogs apelaram à deserção das bancadas, nem as claques decretaram o boicote...
A equipa fez o que devia fazer (e fê-lo, repito, bem), mas o público --esse malandro!-- não compreendeu nada disto. Ingratos!
Será que tivemos a mobilização em bloco dos dignitários do Clube por se contar com casa vazia? A tribuna, essa, estava composta...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Pressão baixa...


Vê-se e não se acredita! Então o Sporting Clube de Portugal coloca no seu site um banner como este?! Se outras provas fossem necessárias para avaliar a qualidade desta gente que frequenta os corredores do poder do Sporting, a publicação de uma coisa destas no site oficial do Clube veio torná-las redundantes.
O Sporting Clube de Portugal promove --aproveitando recursos do Clube-- campanhas contra um apresentador de televisão?! E esta inacreditável direcção, que não promove qualquer espécie de diálogo com os sócios e adeptos, que mantém em relação a todos nós uma atitude de inaceitável sobranceria, vem solicitar, em nome da instituição Sporting e num orgão oficial do Sporting, a opinião dos Sportinguistas sobre matéria que institucionalmente lhe não diz respeito?
Isto parece coisa de um blog que o senhor tanto abomina, ó dr. Soares Franco! Com uma pequeníssima diferença: foi publicado no site oficial do Sporting...
Quem deu aval a esta irresponsabilidade?!
Nada disto surpreende verdadeiramente. Já aqui há tempos Paulo Bento, numa daquelas ocasiões em que devia estar calado, veio atacar, durante uma conferência de imprensa oficial na Academia, esta personagem que parece unir os ódios da "tiozada" toda. Esteve mal, por dois motivos. Primeiro, porque o fez e, segundo, porque o fez envolvido nas cores do Sporting. Agora é isto...
À pressão alta não se pode responder com pressão baixa. Fica mal a quem a exerce e dá um sinal enorme de fraqueza, embora a Hidra possa estar convencida do contrário...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Nivelar por cima

Felizmente que uma parte significativa da chamada blogosfera --que retrata e reflete a generalidade da opinião leonina-- compreendeu o que se passa hoje no Clube e não desiste de afirmar a sua vontade de impor um novo rumo para o Sporting.
O Sporting de hoje não é certamente o pior clube do mundo, não é o que está pior organizado, nem o que tem a pior prestação. Mas, está longe de poder ser considerado satisfatório por quem seja mais ambicioso.
Uma das reacções que vemos aparecer, volta não volta, nos momentos de mais acesa discussão sobre o futuro do Clube, é a das comparações. Mas será que os adeptos da comparação colocam o Sporting lado a lado com os clubes poderosos e realmente significativos? Não, preferem avaliar o Sporting por analogia com o que se passa nos clubes portugueses que se encontram em maiores dificuldades. Clubes que lutam para evitar a descida ou militam em escalões inferiores. Não me custa adivinhar que, se for caso disso, os adeptos da comparação invoquem as nossas glórias passadas para valorizar o pedigree do Sporting. Dá jeito... Mas, quando se trata de enfrentar a realidade de hoje comparam o nosso Clube com agremiações sem expressão, nem peso no panorama desportivo português. Estranho militantismo Sportinguista este, limitado ao confronto com os medíocres ou a consolar-se com o mal dos outros...
Eu, cá gosto de pensar no Sporting por contraponto aos grandes clubes do mundo. Os pequenos clubes, os clubes mal geridos, os clubes satélite estão frequentemente numa condição para a qual foram arrastados pelos seus desmandos, pelo seu conformismo e pela sua própria falta de visão e de ambição. Esta falta de visão e de ambição afecta todos os clubes é certo, mas até por isso, e em qualquer circunstância, não são os clubes em dificuldades que nos podem servir de bitola. Não me consola absolutamente nada que este ou aquele clube esteja pior do que nós, ou que este ou aquele clube não tenha dinheiro para consertar o relvado ou pagar os salários aos seus jogadores.
Claro que a situação dos adversários actuais ou potenciais do Sporting me preocupa e muitas vezes aqui no KL temos proclamado as reservas que a organização do futebol nacional nos merece. O futebol português não está a ser dirigido pelas mãos correctas e os seus princípios organizativos deixam muito a desejar. Mas, são coisas diferentes, por um lado, o ideário Sportinguista e, por outro, o ideário organizativo do futebol nacional. São coisas diferentes que merecem acções estratégicas diferentes e assentam em pressupostos diferentes. Não serve de nada misturá-las.
Gostaria, como todos certamente gostaríamos, de ter um Sporting de grande projecção nacional e internacional, vencedor dentro e fora das fronteiras. Não se atinge uma posição dessas sem um elevado nível de organização e sem uma ambição inabalável e interstícia, que envolva de modo indissolúvel dirigentes, atletas e adeptos. Os outros não nos devem interessar, temos de traçar e cumprir o nosso próprio caminho. Mas, se nos tivermos de comparar então que seja com quem está situado a um nível superior. Não parece legítimo estabelecer paralelos entro o Sporting e equipas em zona de despromoção ou de escalões inferiores. Eu, por mim, gosto de nivelar por cima. Mas, infelizmente parece que há Sportinguistas que se contentam com pouco...

sábado, 19 de janeiro de 2008

Intervalo, crise segue dentro de momentos...

No rescaldo do jogo com o Lagoa, pode-se dizer que o Sporting aliviou a pressão e regressou às sempre esperadas e por nós todos sempre saudadas vitórias.
A crise, essa, segue dentro de momentos. O Sporting pode assim preparar agora o próximo embate com mais alguma folga e o ânimo um pouco mais elevado.
Uma vitória, é uma vitória, é uma vitória!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Dois blogs associados do KL

Permitam-me uma chamada de atenção para dois blogs que tivemos a iniciativa de criar para ajudar o processo de debate e esclarecimento que decorre neste momento no universo Sporting. Os links estão aqui mesmo ao lado mas eu, já agora, aproveito para acrescentar mais qualquer coisa sobre eles.
O Blog Manifesto existe desde há cerca de 2 anos. Foi criado para disponibilizar não só esse documento que elaborámos no final de 2005, a que chamámos "Manifesto- Sporting uma História com Futuro", mas igualmente para poder albergar as críticas, as sugestões e os comentários que os Sportinguistas quiseram e quiserem fazer-lhe. Continuaremos a publicá-los pela mesma via que sugerimos no início: seja por entrada directa na página de comentários do blog, seja por envio de uma mensagem para o email do KL (king.lizards@gmail.com).
Um outro blog mais recente chama-se Correio dos Sportinguistas. Aceita todos os comentários que os leitores quiserem fazer sobre a actual situação do Sporting. Favoráveis ou desfavoráveis. Um blog feito pelos leitores, que não têm paciência ou disponibilidade para criar o seu próprio blog. Basta um simples email para correiosportinguista@gmail.com. Neste Correio dos Sportinguistas trazemos os comentários dos leitores para a primeira página.
Participe! Diga aos Sportinguistas o que pensa. Contribua com as suas sugestões e com a sua experiência.
Todo o nosso esforço será pouco para trazer o Sporting de novo a um tempo de glória.

Organização, solidariedade e realismo

São vários os movimentos que já se organizaram no sentido de ajudar a dar um novo e melhor rumo ao Sporting Clube de Portugal. Saúdam-se sem descriminações!
O melhor que o Sporting tem é esta capacidade de reflectir sobre os problemas que o afectam e a generosidade e dádiva que tudo isto demonstra.
Todos o esforço é necessário, todos os movimentos organizados são úteis e, repito, todos se saúdam.
Permitam-me adiantar aqui uma palavra de cautela.
1) O movimento de oposição ao satus quo Sportinguista mostra-se aparentemente pujante, tem toda a legitimidade e parece colher inúmeros apoios. Mas, há uma coisa que não se pode subestimar: o poder da Hidra! E os interesses (dela Hidra, não do SCP) que tem para defender. A Hidra não vai cair sem uma luta intensa e cortar-lhe as cabeças não vão ser favas contadas. Desengane-se quem assim pensa.
Preparem-se para o renascer das cabeças da Hidra! Preparem-se para a luta!
2) O movimento de renovção Sportinguista não se pode fazer contra os Sportinguistas e contra a sua unidade. Exige-se uma total soladariedade entre nós todos neste momento. Não podemos subsitutir uma clicke por outra!
O que está em causa neste momento é substituir a Hidra pelos Sportinguistas! Não queremos a Hidra II...
3) É absolutamente necessário, antes de mais nada, trazer os Sportinguistas abstencionistas de volta ao Clube. Como ontem escrevi, a arma da Hidra é a indiferença. Acrescento o desencanto. O primeiro objectivo é, portanto, reconquistar a participação e a confiança dos que se afastaram do Clube há muito. Cada um de nós tem certamente na sua esfera de relações uma mão cheia de casos de sócios, ou antigos sócios, que não vivem hoje os problemas do Clube, mas que são do Sporting. O Sporting já foi o clube com mais sócios em Portugal! É preciso contar com eles. São a maioria! E serão eles, connosco, o motor da renovação.
É preciso vencer a indiferença e é preciso viver o sonho do Grande Sporting outra vez!
Mobilização geral!!!
Há dois anos fizemos uma tentativa de reunir algumas boas vontades à volta das ideias de um Manifesto que mereceu a atenção e a concordância de muita gente. A nossa incipiência organizativa e o facto de termos subestimado o poder de sobrevivência da Hidra ditaram os resultados que todos conhecem. O Sporting não sobreviverá a um novo golpe da Hidra.
Tomemos pois todas as inciativas que o nosso Sportinguismo, a nossa capacidade e o nosso dinamismo ditarem, mas façamo-lo de uma forma organizada, solidária e com os pés no chão!
O KL está atento e pronto.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Tendências

Surgiu recentemente uma "tendência" entre alguns adeptos e comentadores do universo Sportinguistas que é a de atribuir àqueles que se atrevem a exprimir uma opinião crítica sobre a actual situação do Clube o epíteto de defensores da "política da terra queimada."
Vi-a usada recentemente por um jornalista e por um leitor do KL. Não sei se há aqui um nexo de causalidade, mas há pelo menos uma coincidência temporal. Será, portanto, uma via que se desenha.
Como estes chavões, usados por vezes sem sentido, têm tendência para se espalhar como o fogo no restolho (ainda o tema da labareda...) vale a pena tentar analisar a razão do uso desta expressão.
De entre os casos conhecidos, há um cuja "vítima" foi o blog nosso vizinho Leão da Estrela. Trata-se claramente de um "recadista" e portanto a coisa explica-se. Noutro caso, sucedido aqui no KL, um leitor envia-nos um comentário para a nossa caixa de correio onde, entre outras coisas, me acusa de ser partidário do fósforo.
Ora, esta opinião absurda e infundada, embora legítima e que eu aliás levo a sério, preocupa-me.
Nunca na história do KL alguém poderá detectar qualquer tendência para outra coisa que não seja defender o Sporting com unhas e dentes! Ninguém nos poderá acusar de querer outra coisa para o Clube senão querer torná-lo o mais sublime do Universo. A nossa paixão pelo Sporting não tem limites e não pede meças a ninguém!
Mas, eu não sou parvo, nem ando distraido... Nem, como já referi aqui noutras circunstâncias, confundo sportinguismo (assim, com letra pequena) com Sporting.
E penso. Penso muito nestas coisas e vou achando útil transmitir os produtos destas minhas reflexões aos meus correlegionários e discutir com eles a justeza destas reflexões. E ouço e discuto as suas.
Aqui no KL somos todos bastante informais e por vezes o tom das nossas apreciações e a forma de nos expressarmos pode ser mais ou menos levezinha. Mas, tenham uma certeza: só nos move o Sporting!
Gostaria de poder dizer isso de alguns escribas que todos podemos ler por aí. E gostaria de poder dizer isso da direcção que conduz os destinos do Sporting e de muita gente que gravita em torno do Clube. Mas, não posso.
Percebo, pois, certas reacções oficiais à crítica. Mas, confrange que Sportinguistas anónimos, banais como eu, se envolvam de forma tão assanhada na defesa do indefensável status quo do Clube. Pergunto-me porquê...
O cronista do Público Rui Tavares publica hoje uma crónica, sob o título "Não pergunte", a propósito da questão dos salários dos gestores. Nela refere, a determinado passo: "todos temos a impressão errada de que a maioria da opinião publicada em Portugal é conservadora. Infelizmente, é pior do que isso: limita-se a ser uma reacção instintiva de protecção do status quo."
Não é só a opinião publicada. Frequentemente a opinião dos cidadãos em geral limita-se a "ser uma reacção instintiva de protecção do status quo." E a opinião Sportinguista também padece por vezes desse mal.
Por que raio de carga de água surge esta teoria da "terra queimada" entre adeptos Sportinguistas? Se reconhecem que a terra está queimada digam: quem a "queimou"? Quem tem o poder? Quem chega aos media? Quem anda nas bocas do mundo? Quem faz asneira e se escuda nos "boletineiros" do costume para a adoçar ou apagar? Quem organiza campanhas, quem compõe a imagem, quem compra consciências? Quem entra, quem sai, quem assina os cheques? Não sou eu, seguramente.
Ingénuo será aquele que pensar que eu ou qualquer outro bloguista temos o poder de atear fogo. Ingénuo ou mal formado.
O que temos nas mãos, é verdade, é o poder de contrapor aos boletineiros, aos cirurgiões de "face lift", ou aos organizadores de campanhas uma outra verdade. Que pode ser inconveniente.
Há uma grande diferença entre mim e um qualquer membro da direcção actual do Sporting, guardadas as devidas distâncias. O que eu penso digo-o aqui de caras. E os leitores confrontam-me com as minhas próprias omissões e incoerências ou aplaudem-me (felizmente é mais esse o caso...). Mas, não tenho o poder de queimar o que quer que seja.
Quem pode confrontar os responsáveis Sportinguistas actuais com os seus actos? Onde está a democracia Sportinguista? E quem tem o poder do fogo?
Ainda assim devo confessar que, como referi a um outro leitor do KL que questionou algumas das minhas posições, prefiro mil vezes o confronto de ideias do que a indiferença. É com ela que o status quo conta...
Mas, queimado, meus senhores, só o leite creme.

O bom e o mau no Projecto Roquette (1)

Venho notando uma tendência em alguns dos sportinguistas mais enragés de fazerem uma espécie de flash-back em que quase se mostram nostálgicos dos tempos anteriores à “dinastia” Roquette, como se as desgraças do Sporting tivessem começado então.
Ora, por mais deméritos que tenha (e tem alguns) o chamado Projecto Roquette, dificilmente poderemos dizer que foi com ele que começou a desgraça do Sporting. Atribuamos o seu a seu dono.
Quando Roquette encetou a sua participação na gestão do Sporting, é preciso dizê-lo, fruto de sucessivas “gestões” pato-bravísticas, o clube estava de rastos. Para mim, e para a maioria dos sportinguistas, Roquette constituiu a esperança de uma mudança de rumo do clube, no caminho de uma grandeza patrimonial e duma independência financeira que este não tinha. No papel, o Projecto Roquette parecia bom e fui um dos que, confesso, nele acreditou. Em traços gerais consistia o Projecto Roquette em, por um lado, dotar o clube de infraestruturas (estádio moderno e centro de treinos, que veio a tomar a forma de Academia) que permitissem o desenvolvimento da actividade de eleição do clube, nas suas vertentes desportiva e de negócio. Por outro lado, de um grupo empresarial que estendesse os negócios a outros sectores de actividade, cujos lucros permitiriam que o negócio central (o futebol) não ficasse dependente da “bola na trave”. Isto, como projecto, repito, soou-me bem, na altura.

O que correu mal:
- Os capitais próprios do Sporting (oriundos da constituição da SAD, pela subscrição das respectivas acções) não chegavam nem para a cova dum dente, pelo que se teve de fazer toda a obra com recurso a um montante elevadíssimo de capitais alheios, o que está ainda a custar um balúrdio anual em juros;
- Ao que me dizem, o facto de a construção de estádio e Academia terem sido feitos em regime de administração directa, veio a onerar custos de forma assustadora; ora, havendo um protagonista comum aos dois acontecimentos, é legítimo suspeitarmos que tal se tenha devido a motivos semelhantes aos que fizeram a EXPO98 perder uns milhões de contos com o negócio dos barcos-hotéis;
- Ao cheiro de mais uns milhares de euros, os dirigentes resolveram aumentar a capacidade do estádio em cerca de 10.000 lugares (a comparticipação do Estado era em função do número de lugares dos estádios) o que implicou o sacrifício do pavilhão que era para ocupar o espaço onde, como recurso, se resolveu construir o Alvaláxia;
- O Alvaláxia foi então concebido como fun centre e o seu sucesso dependia do negócio imobiliário a fazer com os terrenos do antigo estádio, pois seriam estes que trariam habitantes e movimento àquela zona. Como se sabe, ainda está para ser decidido este assunto, que envolve o Sporting o Metro e a Câmara de Lisboa e o terreno é, de há uns quatro anos a esta parte, um ermo, no qual até dá medo passar à noite. Nestas condições o Alvaláxia tornou-se num enorme flop financeiro, o Sporting nunca usou os lugares a mais do estádio e ficou sem pavilhão;
- O facto de o Sporting não possuir pavilhão próprio potenciou os prejuízos das actividades chamadas amadoras, o que tem vindo a contribuir para os prejuízos gerais do clube, além de diminuir a capacidade de obter títulos;
- As tais empresas que se constituíram para gerar lucros adicionais aos do futebol (para não se depender da “bola na trave”) foram um outro autêntico flop; não porque a ideia fosse má, mas porque a sua implementação foi tenebrosa. O seu objecto era estranho à “vocação” do clube e quem as “geriu” deve ter-se preocupado com tudo menos com os interesses do Sporting; gastaram-se rios de dinheiro em burocracias e em ordenados, em prejuízo de todos (menos dos que embolsaram esses ordenados);
- O resultado de todos estes factores, somado a uma gestão feita com os pés, traduziu-se em prejuízos de uns 100 milhões de euros durante os primeiros 10 anos da gestão dos tempos Roquette até à eleição da presente direcção (durante a gestão da qual, manda a verdade que se diga, houve alguns lucros).

Em próximos posts tentarei abordar as componentes positivas do Projecto Roquette e a desigualdade de tratamento dos três grandes por parte dos poderes públicos, até chegar ao actual estado de coisas. Por último, tentarei falar na parte sempre mais esquecida, mas que é a mais importante disto tudo: nós, os adeptos.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A questão da SAD

A propósito da existência de uma SAD no Sporting devo dizer que não estou nada de acordo com o que Master Lizard vem defendendo no KL.
Não porque eu seja um grande simpatizante da via do grande capital no seio dos clubes desportivos. Tenho aqui uma posição do tipo da que toma o aristocrata de “O Leopardo”, esse extraordinário filme de Visconti: o conde Tommaso di Lampedusa defende a nova tendência mais “democrático-burguesa”, o que parece completamente contra natura. Simplesmente o que ele tem é a clarividência de perceber que o que está em causa é a própria sobrevivência da aristocracia e que só assim é que a consegue garantir.
As SAD são, de facto, uma mistificação. É como se fossem instituições de capital de ponta, mas não passam de maneiras de angariar fundos junto dos adeptos. Estes contribuem para os respectivos capitais comprando acções, por amor ao clube do seu coração. Tirando os especuladores bolsistas, para quem nada interessa se uma acção está cotada acima ou abaixo (no nosso caso muito abaixo) do valor facial porque o que lhes interessa é comprar em baixa e vender mais alto que o que compraram (ou seja, a especulação), ninguém comprou acções do seu clube para com elas ganhar dinheiro. Comprar acções é, pois, uma espécie de esmola que os adeptos dão ao seu clube. (É por isso que afirmações do tipo das que Soares Franco proferiu, de que espera em breve distribuir dividendos aos accionistas da SAD, não podem ser encaradas senão como manobra propagandística; se não for assim, é pior, como tentarei demonstrar.)
Como é que começou a era das SAD? Estava-se numa época em que havia que dar o salto de clubes financiados pelos governos (à pala da “utilidade pública”) para entidades autónomas. No Sporting, foi o tempo de arranque do Projecto Roquette. Este projecto envolvia o investimento de avultados capitais. Como financiá-lo? O Projecto Roquette continha em si os meios de financiamento, que passavam pela constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD). Também nisto, como em tantas outras coisas, o nosso clube foi pioneiro, graças a Roquette e ao seu projecto. A SAD do Sporting foi precursora de um movimento que se havia de tornar inelutável; foi por isso imitado pelos outros dois grandes clubes rivais e, em seguida, por muitos outros.
Foi, pois, com esta manobra de constituição da SAD que o Sporting angariou alguns capitais próprios e uma credibilidade para obter empréstimos junto da banca. O que lhe permitiu entrar na via moderna quanto a instalações desportivas: estádio e academia de futebol.
As SAD têm uma outra vantagem: ao contrário do que possa parecer pelo seu nome (Sociedade Anónima Desportiva), as SAD são instrumentos de controlo dos clubes pelos adeptos. Isto se, como é o caso no Sporting (nos outros clubes também, nuns mais, noutros menos), os estatutos previrem uma blindagem da maioria das acções afectando-as ao próprio clube. Não podendo ser vendidas, as acções estarão sempre nas mãos do clube, o que permite o controlo da SAD pelos sócios do clube, em Assembleia Geral. Isto é, no Sporting, mais de metade das acções não são anónimas: pertencem ao clube.
Há ainda outra enorme vantagem das SAD cotadas em Bolsa: é que a gestão se torna mais transparente em virtude de as administrações serem obrigadas a tornar públicos os actos de gestão mais significativos. É assim que os adeptos e o público em geral ficam a saber, por exemplo, quanto é que se deu por determinado futebolista.
Por último, não acho que seja possível, hoje em dia e face à actual legislação, regredir no caminho das SAD. Para lá do problema que seria, de repente angariar capital para devolver aos accionistas o valor das suas acções, o clube que fizesse essa regressão colocar-se-ia nas mãos dos futuros dirigentes que elegesse. Duvido que houvesse quem se candidatasse a isso: é que, por lei, os dirigentes de clubes que não têm SAD são pessoalmente responsáveis pelos eventuais prejuízos.
O que fica dito não significa que não tenhamos de estar atentos às manobras que os dirigentes tenham em intenção fazer com a SAD, o clube e o seu património.
O que Filipe Soares Franco apresenta como estratégia de recuperação financeira do clube passava pela alienação do património não desportivo, mas não só. Ele pretende fazer um aumento de capital (por outras palavras, solicitar mais esmolas junto dos adeptos) e alienar uma percentagem significativa das acções detidas pelo clube, pois diz que não é preciso deterem-se 51% das acções (como acontece hoje) para se garantir o controlo da instituição.
Para obter clientes para estas operações FSF pretende valorizar as acções, torná-las apetecíveis junto do mercado. Chegamos então ao mais grave disto tudo: o presidente quer descapitalizar o clube, passando o seu património (estádio e Academia) para a SAD!
Em vez de nos distrairmos com uma inglória luta pela reversão do caminho da SAD temos é de tomar atenção a este tipo de operação, a qual pode ser muito útil no imediato, mas representa o empobrecimento (irreversível?) do nosso clube.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A casa está a arder

O post anterior motivou um comentário do Raul, meu caríssimo companheiro destas lides bloguísticas, e eu creio que o assunto merece ser passado aqui para a primeira página do KL. Deste modo se abre a discussão sobre o tema.
A direcção do Sporting não tem condições para continuar a exercer o seu mandato. De um ponto de vista objectivo, todos os pressupostos em que assentou a eleição da direcção de Filipe Soares Franco estão por cumprir e é isto que está na génese da presente crise. Este incumprimento demonstra uma incapacidade inultrapassável para honrar o pacto que foi estabelecido com os sócios. De um ponto de vista subjectivo, nem quero sequer imaginar quais as consequências que terá mais um resultado negativo da equipa de futebol e os efeitos nefastos de uma crise daí resultante, passada já para o patamar da turbulência popular.
O bom senso aconselha a que esta crise seja estancada já, antes que tome proporções que ninguém deseja e que ninguém consiga controlar.
Na minha opinião a direcção deverá renunciar ao mandato. A direcção pode ficar em funções até à proclamação dos novos corpos gerentes, ou então o Presidente da AG poderá, conforme estabelece o artigo 42º dos Estatutos, "nomear uma comissão de gestão ou uma comissão de fiscalização, ou ambas (...) para exercerem as funções que cabem ao Conselho Directivo e ao Conselho Fiscal e Disciplinar", conforme o caso. Nada a recear, portanto: os Estatutos têm, muito justamente, horror ao vazio!
Há dois aspectos daqui decorrentes que deverão ser tidos em conta.
Em primeiro lugar uma eventual demissão tem de ser acompanhada pela promoção de um amplo debate interno sobre o modelo que queremos para o Sporting Clube de Portugal. Somos nós que pagamos, somos nós que temos de decidir o que queremos para o nosso Clube. E somos nós que temos de arcar com as consequências. Não são os bancos, os mecenas, as figuras carismáticas ou quaisquer dos autodenominados e abomináveis "notáveis". Deste debate interno surgirão certamente as soluções para o futuro do Clube. Se os Sportinguistas se demitissem de encontrar vias para ultrapassar os problemas seria então normal que os legítimos representantes do Clube procedessem da maneira que entendessem para fazer face ao futuro. Mas, até lá é preciso criar condições para que os sócios se pronunciem sobre o que querem para o Clube. Dar voz aos sócios e promover a sua participação é uma exigência que temos de fazer e condição sine qua non para qualquer solução futura. Não podemos abdicar nunca de fazer ouvir a nossa voz sobre o que entendemos necessário para o Sporting e devemos exijir que nos seja dada. Se não forem proporcionados mecanismos de particpação dos Sportinguistas no debate sobre o Clube qualquer solução futura será uma farsa e estará desacreditada à partida. Não quero dizer com isto que todos os Sportinguistas participem, mas têm de ser garantidas condições amplas para uma genuina e ampla participação. É uma exigência!
Em segundo lugar, não é dispiciendo que a renúncia do mandato do Conselho Directivo se faça dentro das normas estatutárias do Clube, ou fora delas e fora do controlo dos orgãos competentes.
Há tempos reclamei aqui, a bem da dignidade de todos os intervenientes e a bem do Clube, a demissão da actual direcção. Esperemos que esta demissão não se venha a processar apenas após termos de passar pelo habitual calvário dos lenços brancos, dos coros de insultos, das esperas, etc. É que o Sporting, um Clube que já está bastante fragilizado, não vai aguentar muito mais cenas deste tipo sem entrar em colapso geral e irreversível.
É claro que o caos instalado e o sentimento profundamente negativo hoje sentido pela generalidade dos Sportinguistas não eram imprevisíveis. Previa-se tudo isto aliás desde há dois anos... Mas, é agora que a crise está completa e abertamente instalada e é agora que temos de lhe fazer face. Não podemos adiar medidas sob nenhum pretexto e temos de nos assumir agora, não logo.
A casa está a arder e não podemos esperar pela constituição de um corpo de bombeiros, pela elaboração de um manual de combate a incendios, ou pela nomeação de um comandante para dirigir o combate ao fogo.

A Hidra

A Hidra de Lerna, saberão os leitores destas coisas da Mitologia, era um monstro criado por Hera para pôr à prova Héracles. Tinha várias cabeças e para a abater Héracles teve que as cortar rapidamente e usar um estratagema para impedir que elas voltassem a crescer de novo.
Também no Sporting se instalou desde há muito uma Hidra. Uma Hidra com muitas cabeças. Os Sportinguistas têm cortado uma ou outra cabeça, mas não tendo usado um estratagema adequado, como fez Héracles à sua Hidra, as cabeças voltam a crescer e este monstro estúpido, feio e medonho volta a tomar conta de tudo.
Há para aí gente a reclamar a cabeça de Paulo Bento. O próprio Paulo Bento já pôs a cabeça a jeito. Ora, o monstro que foi criado para nos pôr, a nós Sportinguistas, à prova tem mais cabeças para além da de Paulo Bento. E, não tenhamos ilusões, todas elas têm de ser abatidas e neutralizadas para que a Hidra não renasça. Há cabeças pequeninas e há cabeçorras disformes. Há cabeças que estão aqui e cabeças que vigiam à distância. Há cabeças para todos os gostos.
Mas há cabeças óbvias! A começar pela cabeça do presidente Filipe Soares Franco. Ele é --e é preciso que os Sportinguistas compreendam isto com clareza, de uma vez por todas-- o primeiro responsável por toda a situação que o Sporting está a viver. É ele que oficialmente assina os cheques e é ele que estatutariamente tem a responsabilidade primeira por todo o descalabro que está a acontecer.
Foi ele que quis abandonar o Sporting e que voltou depois, insistindo numa candidatura que iria salvar o Clube. Está-se a ver que salvação nos caiu no regaço...
Salvemo-nos nós, mas dele!
Mas, a cabeça de Soares Franco não chega! E é muito importante também que os Sportinguistas percebam isto. Com a sua cabeça terão de ser cortadas também as cabeças dos seus companheiros de lista, subalternos, amanuenses e colaboradores que por eles lá foram entretanto metidos. Se não fizermos isto, tal como as cabeças da Hidra, esta gente vai renascer e voltar a colocar o SCP em situação de crise na primeira oportunidade que se lhes deparar.
Pelo que se percebe (estas coisas são sempre tratadas com grande mistério, numa altura em que se exige total esclarecimento) já há por aí umas cabeças a tentarem renascer antes mesmo de serem cortadas. Já se perfilam "alternativas" e "soluções"...
Ora TODAS AS CABEÇAS desta Hidra são parte do problema e têm por isso de ser cortadas.
TODAS!!
Não há cabeças boas e cabeças más. Há cabeças responsáveis. Todas têm a sua quota parte no que está suceder. Temos de saber distinguir as cabeças da Hidra e temos que estar atentos às cabeças que a Hidra esconde. Não há cabeças brancas...
E temos de ter tolerância zero para com as manobras que esta Hidra pode estar a tramar. Há aí cabeças a tentarem fugir ao castigo, apresentando-se aos olhos dos Sportinguistas com uma aura de virtude que não têm e mostrando-se como reserva virtuosa quando, de facto, o tempo e as acções mostraram que não passam de uma reserva viciosa.
A actual direcção tem que nos vir prestar contas sobre toda a situação que o Sporting está a viver. Exigem-se esclarecimentos! Urgentes. Exige-se transparência e exige-se o primado do Sporting Clube de Portugal sobre tudo o resto!
Mas, independentemente dos esclarecimentos que possam vir a ser prestados e que nos são totalmente devidos, não há outra solução para o Sporting: a Hidra tem de ser abatida.
É a Hidra que constitui o problema!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Reflexões após o jogo com a Académica

Num artigo de António Tadeia no DN (aqui citado por “Sangue Leonino”), cuja leitura completa recomendo, respigo a seguinte parte:
«O problema do Sporting […] chama-se projecto. Debelados os equívocos do projecto-Roquette, que pretendia fazer do Sporting uma joint-venture entre futebol e imobiliário, continua a haver excesso de mentalidade empresarial em Alvalade. Do mundo empresarial, os clubes devem herdar o rigor, o profissionalismo e a capacidade para inovar nos planos comercial ou de marketing, mas nunca a mentalidade que faz do princípio de causalidade a raiz do pensamento.»
Vem isto a propósito da constituição do plantel para esta época e das asneiras que os dirigentes fizeram ao deixar sair alguns jogadores que muitos sportinguistas só agora percebem como eram importantes.
Tadeia põe o acento tónico nas saídas e desvaloriza as asneiras feitas com as entradas. Eu cá acho que foram tão importantes as asneiras com as saídas, como as que se fizeram com as escolhas dos substitutos. Vendo bem, e dada a inevitabilidade das saídas de Nani e Caneira, até acho mais importantes as que se fizeram com as novas aquisições.
O resultado está à vista nas exibições recentes da nossa equipa.
No jogo de há pouco contra a Académica meteu impressão como é que é possível, depois de se ter tido uma boa atitude competitiva, o colectivo se ter esforçado e dominado durante quase todo o tempo, vir-se a perder ingloriamente a vitória no jogo no último minuto. A explicação que encontro assenta na inexperiência; como disse Paulo Bento, com um canto a favor tinha de se ter tido a esperteza de manter a bola naquela zona e não a deixar sair dali (e temos jogadores com suficiente habilidade para o conseguir).
Com a qualidade do plantel que tem, com o desânimo que os últimos (negativos) resultados e exibições hão-de ter provocado na equipa, não percebo que se atribua ao treinador a responsabilidade do presente estado de coisas e se o queira fazer substituir.
Apesar de haver já muitos sportinguistas que se pronunciam a favor desta solução, quanto a mim muito desajustada e indesejada, mantenho a opinião de que fazer isso nesta altura seria dar um tiro no próprio pé.

F***-**!

Deve ter sido a palavra mais ouvida hoje...
Isto parece um suplício. Vocês sabem o que significa a palavra suplício: punição, tortura, tormento, sofrimento cruel.
Mas, afinal, quem é que querem punir? Porque nos torturam assim? Porquê este tormento?! Porque nos causam este sofrimento cruel? Cruel! Cruel! Cruel!!!
Acabem com este suplício, por favor, que a gente não aguenta mais um jogo assim. F***-**!

sábado, 12 de janeiro de 2008

Mercenarização não é profissionalização: fim à SAD!

Defendi desde há muito tempo, e continuo a defender, que a SAD devia acabar. Não sei quais são as implicações jurídicas de uma tal medida, nem tenho contas mágicas feitas sobre o prejuízo que a SAD terá causado ao Clube. Mas, os resultados e a desadequação da solução SAD aos fins que todos ambicionávamos parecem evidentes, como evidente parece que a SAD foi um mau negócio para o Sporting.
Antevejo uma plêiade de leitores, daqueles mais sérios e pós-modernos, a esboçarem um sorriso trocista depois de lerem esta minha observação --se calhar entre eles estarão muitos que atacaram a ideia da SAD anteriormente com unhas e dentes...-- mas é esta a minha firme convicção.
E afirmo portanto com toda a força: maldita a hora em que nos tornámos SADISTAS!
Que grandes argumentos foram apresentados para a criação da SAD?
Em primeiro lugar, a transparência e lisura de procedimentos de gestão. Não creio que seja necessária uma SAD para isto. Bastava haver um Sporting melhor e mais seriamente gerido. Para chegar onde chegámos bastava continuar a rebaldaria.
Depois, claro, vem o argumento dos investimentos e da criação de capital de que o Sporting precisava. Ora, o capital apareceu, sim senhor, à custa dos bancos e dos trouxas dos sócios, como eu, que foram engatados e se precipitaram a comprar "lugares especiais” no novo estádio.
O Sporting nunca foi um "investimento" atractivo para ninguém fora do universo leonino. E nunca será porque para o tornar atractivo ao universo não leonino, o Sporting teria justamente de destruir o universo leonino e com isso perder-se-ia a indentidade "Sporting". O Sporting daria então lugar a um Sporting marca branca, um Sporting genérico. Não estamos livres de que nos aconteça isto, contudo... E de certa forma já acontece, porque em matéria de “sportinguismo” o Clube já conheceu melhores dias... Mas, estão certamente a ver o absurdo de tudo isto se a fórmula por hipótese vingasse.
Flexibilidade comercial, foi outro dos argumentos apresentados. Negócios à fartazana, empresas, holdings, participadas e outras preciosidades do género. Este argumento pegou até que o próprio mentor do projecto veio dizer que as diversas vertentes comerciais projectadas não eram apropriadas a uma estrutura voltada para o futebol e se passou tudo a patacos como é conhecido... Incrível, mas verdadeiro, este salto mortal irá certamente ficar para a história do capitalismo e dos capitalistas portugueses!
O célebre argumento da "bola na trave" bateu, ele próprio, na trave e fez ricochete logo que a bola bateu pela primeira vez na trave, na primeira crise de resultados pós-projecto... Hoje o argumento da “bola na trave” está morto e enterrado pelos seus próprios autores. Não abona absolutamente nada em favor do jeito para os negócios e do talento para gerir o Sporting que os grandes feiticeiros da finança “sportinguistas” alardeavam, mas eles teimam em fazer-nos crer que sim...
No geral, o projecto Roquette desfez-se em fumo e sobra dele hoje, apesar das aparências, ou com a ajuda delas, uma manifesta atmosfera de profunda decadência.
De facto, no concreto o que é que nos restou desta pífia incursão capitalista, desta aventura verdadeiramente SADica em que nos meteram?
Em primeiro lugar, o maior defice de que há memória. Em termos absolutos e em termos comparativos, não pedimos meças a ninguém: o Sporting caminha com larga vantagem à frente dos clubes portugueses mais encalacrados. Gestão para o Sporting não significa hoje trabalhar com o orçamento mais baixo dos três grandes, mas abater o défice mais alto! Esta é que é a realidade.
Em segundo lugar, uma desresponsabilização total, questão que podemos resumir no seguinte argumentário: o Clube ambiciona naturalmente resultados, consentâneos com os seus pergaminhos, mas a SAD não deixa fazer investimentos! Ah, mas a SAD não tem resultados, então a culpa é do Clube que dá prejuízo. E vice- versa, conforme as conveniências...
Em terceiro lugar, um Sporting entregue na prática a lampiões, andrades e quejandos, com impunidade total e licença para matar! Pelas malfeitorias que vemos fazer aos próprios auto-proclamados "sportinguistas" que por lá têm passado imaginamos as malfeitorias que os que assumidamente o não são farão.
Em quarto lugar, uma SAD que se usa do Clube (ou seja, dos seus sócios e do seu património material e histórico), mas que não serve o Clube!
Em quinto lugar, uma empresa que não teria qualquer viablilidade sem o Clube e sem os sócios, mas que age como se estes não existissem.
Em sexto lugar, uma SAD que não é uma instituição normal de mercado, mas antes uma aberração, uma perversão, um tumor gerido por homúnculos travestidos em gestores, mercenários que brincam com os valores, os sentimentos e o dinheiro dos sócios.
Por tudo isto, a SAD tem de ter um fim e por tudo isto temos de encontrar uma nova fórmula organizativa para o SCP. Uma fórmula que reflita o que o Clube é hoje e o que para ele projectamos para amanhã. Podemos estudar modelos de referência, podemos idealizar o nosso próprio modelo, e uma coisa é possível assegurar: SAD não é fatalidade e SAD não serve!
O debate está lançado e podemos estar certos que, ou acordamos para esta realidade e nos organizamos para definirmos o que queremos, criando, nomeadamente, uma nova fórmula organizativa, que dê um novo rumo ao Sporting --mas um Sporting para os sócios e com os sócios--, ou os pesadelos como este que estamos mais uma vez vivendo ir-se-ão repetir.
Se assim for cá nos encontraremos então, certamente, na próxima curva à espera da próxima derrapagem.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Uma raiva impotente

O dr. Dias Ferreira é uma criatura de quem já por várias vezes falámos aqui no KL. Figura patusca, com conversa por vezes dúbia (às vezes até parece um tipo sensato!), fala por vezes como se lhe fosse na alma uma enorme raiva. Talvez por isso, há anos o Evol Roma alcunhou-o de Taliban.
O distinto causídico foi criando um enorme património mediático à custa do Sporting. Exibe-se sem pudor como se fosse o Sporting, à custa do Sporting! Se não fosse o Sporting o dr. Dias Ferreira era tão anónimo como eu, ou como o senhor Marques que vê os jogos do Sporting no café aqui ao pé de mim... Ambos nos mostramos raivosamente impotentes, mas só quando o nosso Clube está a levar na pá e a gente não consegue ir ao Conselho Leonino, telefonar para alguém da Direcção ou ir à SIC Notícias dizer o que pensa. Tirando isto, de resto, o senhor Marques e eu somos uns paz d'alma.
Perde-se já na bruma dos anos a memória dos serviços que o dr. Dias Ferreira terá prestado ao Clube e não se vislumbra outra razão para tanta "notoriedade" que não seja a que decorre de ele ter "alapado" no Sporting para dar nas vistas.
Os orgão de informação, "na impotência da sua desconcertante mediocridade" decidiram atribuir-lhe uma quase pensão vitalícia que não sabemos se reverte, pelo menos em parte como seria justo, para o Clube de que se diz apoiante. Tirando essas "permanências" ainda faz uns ganchos (como já não terá idade para fazer "oficiosas" tem de recorrer ao gancho) sempre que o País precisa de "perceber" o que se passa no Sporting.
Não sei o que faz correr o dr. Dias Ferreira, mas talvez alimente a secreta esperança de chegar um dia a Presidente do Sporting.
Se alguma vez lhe passar isso pela cabeça devo avisá-lo que o Movimento preconizado pelo Pedro (que sugeria aqui há dois anos um Movimento do tipo "se o Dias Ferreira for eleito não vou à bola") está devidamente estruturado e legalizado e só aguarda o momento oportuno para entrar em acção...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Bonfim...?

Sobre o jogo de hoje nada há a dizer. Fica-nos a imagem de Paulo Bento nas declarações finais. É pena que nenhum dos SADicos de serviço dê a cara nesta altura e que tenha de ser ele a aparecer. O rosto da crise! E que rosto, caramba... Devo dizer que tenho de tirar o chapéu ao Paulo Bento e elogiar o seu comportamento e a forma como tem sabido gerir este imbróglio em que se meteu. É justo hoje distinguir o treinador do Sporting.
Disse que a culpa do que se passa dentro de campo é exclusivamente sua e repetiu que sabe assumir as suas responsabilidades (é um facto!). Mas, subentende-se claramente nas suas palavras que espera que os responsáveis fora do campo assumam as suas.
Não vai ter um bom fim todo este triste fadinho, mas o Paulo Bento, com toda a sua simplicidade, é o único que, apesar de tudo, sai de todo este processo com a imagem menos chamuscada. Desejo-lhe, sinceramente, muita sorte.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A cabeça do treinador? Era só o que faltava!

Há uma velha tendência entre os sócios do Sporting de, enervados com uma sucessão de desaires desportivos da equipa de futebol, começarem a desancar a torto e a direito. O alvo mais fácil e imediato é o treinador.
O Sporting está em período de crise desportiva (num esforço de abstracção, só vou abordar aqui esta). Ainda hoje, mesmo há bocadinho, ouvia eu Carlos Daniel, no Trio d'Ataque, perguntar ao representante do Sporting se ele achava que o treinador está em causa. Respondeu Rui Oliveira e Costa, e muito bem, que agora só o que faltava, para a crise ser total, era lançar mais uma acha para a fogueira, nela imolando o nosso treinador, Paulo Bento.
Não é que eu ache que Paulo Bento não tem cometido um ou outro erro. Mas continuo a achar que ele é o treinador indicado para o Sporting na fase actual do clube. Ele está bem longe de se incluir no lote dos principais responsáveis dos desaires da equipa esta época.
Como venho aqui reiteradamente escrevendo, as principais responsabilidades recaem nas contratações que têm sido efectuadas nos últimos tempos. E, apesar de, como escrevi no meu último post, Carlos Freitas (e com ele a prospecção do Sporting, se é que esta existe devidamente estruturada) ter uma larga quota parte de responsabilidade, já que é o dirigente responsável por essa área, não pode ser ele o bode expiatório do que se passa.
É certo que, com o orçamento disponível (em certos períodos pouco mais de metade dos dos nossos principais rivais internos) se pedia uma habilidade, um génio, redobrados, o que não se conseguiu.
Mas também é certo que, a montante, houve uma política de contenção demasiadamente conservadora. Bem sei que há um acordo com os bancos que não nos permite fazer tudo o que desejaríamos. Mas isto não serve de desculpa para a decisão sobre os gastos ter sido tão desajustada, nomeadamente nesta época. Um bom gestor é aquele que consegue um equilíbrio correcto entre a contenção financeira adequada à recuperação das finanças do clube e a necessidade de investir para garantir vitórias que permitam a continuação de obtenção de receitas no futuro. É patente que este equilíbrio não se conseguiu com os dirigentes actuais.
(Vejam como estas coisas são uma pescadinha de rabo na boca: disse que me ia centrar nas questões desportivas e já estou a falar nas financeiras.)
E, como isto está tudo ligado, aí está como a pouca disponibilidade de verbas para aquisições se tornou um problema para a obtenção de reforços capazes de garantir sucessos desportivos.
Mas, se calhar, foi melhor assim: com muita massa nas mãos o Carlos Freitas ainda era capaz de, gastando mais, não ter obtido melhor...
Agora, com os jogadores que tem ao seu dispor (tendo de jogar com Ronys e Purovics como primeira escolha, e conseguindo não deitar as mãos à cabeça ao olhar para as alternativas que tem no banco), não sei qual era o treinador que faria melhor que o Paulo Bento.

O Sporting tem de mudar!

O Sporting está metido num enorme bico de obra. Tentarei explicar porque digo isto.
Ao contrário do que pensam algumas cabeças iluminadas (grupo onde se inclui o actual presidente em exercício do SCP) os blogs constituem um barómetro interessante para avaliar a opinião leonina. Tentar reduzi-los a um fenómeno de moda, sem importância, pode ser um erro que se paga caro. Na falta de outros mecanismos de participação na vida do Clube, muitos Sportinguistas, amantes verdadeiros do seu Sporting, recorrem aos blogs para exprimir as suas opiniões sobre o que se vai passando.
É a única forma de participação na vida do Clube que conheço neste momento! Viva pois a internet!
Ora, no auge da última "crise" Sportinguista os blogs multiplicaram-se, revelando uma enorme agitação, grande pujança e um intenso fervor clubístico. Lembrar-se-ão, certamente da última crise. Foi só há dois anos... Foi aquela crise que levou à demissão de Dias da Cunha. Aquela crise da qual resultou a convocatária de uma AG apressadamente cancelada por falta de condições para albergar todos os sócios que nela quiseram participar...
Lembro-me de aqui no KL, durante esse período, choverem os comentários e as referências aos nossos escritos eram frequentes. Tínhamos comentadores quase "residentes" e a movimentação parecia imparável. A crítica era generalizada e a vontade de participação inequívoca. Os blogs retrataram e continuam a retratar bem esta realidade.
O resto da história é conhecido: apareceram "alternativas" (havia alternativas...), ganhou de forma surpreendente a lista liderada pelo actual presidente em exercício, e a situação é o que é... Depois da eleição de Soares Franco, eu próprio fui fazer o luto durante algum tempo, e apesar do entusiamo e da militância demonstrados, uma série de blogs fechou a porta, os comentaristas desapareceram e o desinteresse (esse "desinteresse" Sportinguista que parece mais uma distância prudente, é verdade, já que a presente companhia não inspira confiança) instalou-se nas hostes Sportinguistas.
Como era de prever, aos primeiros sinais de derrota os Sportinguistas voltaram a manifestar-se. A paz em que se viveu desde a eleição de Soares Franco foi, como era facilmente antecipável, uma paz podre. Porque Soares Franco não era afinal "alternativa". Não resolveu nenhum dos problemas que afligem seriamente o Sporting. As brasas sobre as quais o Clube vive desde há anos mantêm-se acesas e, claro, a malta de vez em quando dá uns pinotes para evitar mais queimaduras.
Mas, os Sportinguistas que observam o Sporting à distância são agora mais. Com queimadelas, sobre brasas e muitas vezes em brasa, nós cá vamos tentando manter o interesse vivo, mas a maior parte dos Sportinguistas vive alheada do Clube. E a distância afastou muitos para além do ponto de retorno.


Há aqueles para quem a crise não tem rosto. A equipa joga mal e pronto! Ninguém é culpado. E há outros que dão rostos mais ou menos óbvios à crise. Mas, quando eu, pessoalmente, dou um rosto preciso à crise, como aqui tenho feito, estou a cometer um pecado do qual me pretendo hoje penitenciar. É que a crise de facto não tem rosto. Tem rostos! E esses rostos são os de todos nós.
Se quisermos ser coerentes e rigorosos pegamos nas fotos digitalizadas dos nossos cartões de sócios, formamos um enorme painel e vamos todos a correr colocá-lo no exterior do estádio de Alvalade com o seguinte título: OS CULPADOS SOMOS NÓS!
Nós que apenas olhamos para o Clube quando há bronca, nós que não conseguimos encontrar formas de nos organizarmos para obstaculizar a instalação de mafarricos como estes que que nos vêm cantando a "canção do bandido" desde há tantos anos, nós que achamos que o nosso Clube é diferente, mas nas alturas delicadas deixamos que se proceda de forma rigorosamente igual ao que fazem as agremiações mais reles deste país, nós que "encostamos" em gente sem categoria para resolver os nossos problemas e que depois nos admiramos quando esses mesmos em quem a gente se encosta aproveitam para resolver o problema deles. Quem vê o Sporting Clube de Portugal apenas como uma mera equipa de futebol? Nós! Quem se demite de participar na vida do Clube? Nós! Quem assobia um sócio que exprime a sua opinião numa AG apenas porque exprime uma opinião diferente da nossa? Nós! Quem cala a mercenarização (não a profissionalização!) do Sporting? Nós!
Nós! Nós! Nós!

Ora, porque digo então que o Sporting está metido num bico de obra do caraças? A crise é um estado crónico de funcionamento do Clube e as medidas para a combater são urgentes e profundas. Mas o verdadeiro combate à crise ou a implementação séria de novas medidas correctivas terão de vencer um primeiro obstáculo, esse sim, terrivelmente difícil: a indiferença doss Sportinguistas. A mudança não passa pela remodulação conjuntural deste ou daquele personagem, nem pelo emprego desta ou daquela medida em particular. A mudança está em nós.
Tem, claro, de haver Sportinguistas capazes de proceder às reformas necessárias e reconduzir o SCP ao seu estatuto e dimensão naturais. Mas, como, entretanto, o Sporting continua a ser uma realidade apetecível que muita gente está disposta a canibalizar, se a "alternativa" vier do lado dos canibais, as fileiras de Sportinguistas que observam o Sporting ao longe vão engrossar, a crise vai seguramente conhecer novos episódios e o Sporting, estou em crer, vai acabar por desaparecer num acto de autofagia... Uma "alternativa canibal" pode matar definitivamente o Sporting.
O Sporting que existe hoje já não é o Sporting do nosso imaginário. Por isso muitos já abandonaram o Clube. Um Sporting canibalizado levará os "resistentes" a tomar uma decisão final e radical sobre a sua filiação clubística. Do Sporting que hoje sobra não sobrará então nada.
Se a alternativa vier, no entanto, dos Sportinguistas verdadeiros, que tenham a coragem de assumir uma nova forma de organização do Clube e que o queiram devolver aos seus valores iniciais (os valores que nos levaram ao Sporting e que aqui nos unem) o Sporting tem futuro.
Se esta alternativa se não vier a concretizar, restar-nos-á a alternativa ao Sporting...

O Sporting tem de mudar! E alguém tem, de facto, de proceder a essa mudança. Porém, parece-me que aceitar uma "alternativa", apenas por ser uma "alternativa", abre as portas novamente aos canibais e é a receita para a próxima crise. E deixar tudo na mesma apenas porque não há "alternativa" é deixar os canibais que já lá estão e achar que os Sportinguistas são incapazes de decidir o futuro. Achar que os Sportinguistas são incapazes é renegar as convicções mais íntimas que me levam a ser Sportinguista!
É este o dilema e o desafio que se nos coloca.
Eu por mim acredito nos Sportinguistas e acredito que seremos capazes de encontrar as soluções para as nossas dificuldades. Não tenho nenhum problema em ficar "orfão", estou farto das balelas que nos andam a contar há tanto tempo, e defendo que a actual direcção apresente a demissão e deixe aos Sportinguistas a solução da crise. Acho isso até a solução democraticamente mais correcta.
Aqui está pois o apelo, de novo e com toda a convicção: demitam-se!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Freitas desamparou a loja

Ao contrário do que vem aqui insistentemente preconizando Master Lizard, não sou, em relação aos dirigentes do Sporting, adepto do "vão-se embora, desamparem a loja". Pergunto: "e depois?" Ao que me poderão responder: "depois logo se vê", na presunção de que aparecerá alguém. Como se aparecer alguém, mesmo se isso fosse certo (que não é), fosse o suficiente.
Sou inequivocamente, como o somos todos aqui no KL, da oposição à actual direcção leonina, cujo rosto é o seu presidente Filipe Soares Franco. Mas, não concordando com a sua política no geral, concordo com alguns aspectos desta (mesmo em relação a estes - por exemplo, a venda do património não desportivo - opondo-me firmemente ao modo como estão sendo implementados). Quer dizer, não é por ser contra que perco a capacidade de avaliação dos actos concretos. Como tenho aqui dito, até as más direcções têm aspectos em que acertam. E têm sectores que são bem geridos (por exemplo, e tanto quanto se sabe, o sector de formação). Isto é, não faço o exercício mecânico-simplista do tipo: a direcção é uma merda, logo tudo o que vem dali é merda.
E, sobretudo, sempre tenho afirmado que para haver mudança de direcção tem de haver previamente alguém credível como candidato aos lugares. Não sou adepto do "logo se vê".
Vem isto a propósito da demissão de Carlos Freitas. Alguns embandeirarão em arco e dirão "até que enfim!", reacção a que também eu sou tentado. No entanto digo que, ao mesmo tempo que fico contente fico apreensivo.
Fico contente porque, conheço a fama que Freitas tem (ou tinha, com as anteriores direcções) de gastador. Diziam-me: "ele, se pode comprar por 1.000 compra por 1.500 ou 2.000". Agora, e foi uma das coisas que mudou com a actual direcção, há contenção de despesas e já não se pode comprar caro. É preciso muito mais habilidade e conhecimento do mercado para se comprar jogadores de jeito por pouco dinheiro. É preciso haver uma prospecção feita em condições, com técnicos competentes a fazer observações de pelo menos 3 jogos completos de um jogador previamente referenciado, além das observações de jogos completos em vídeo (e não cassetes com os melhores momentos do "craque", coisa em que os "empresários" são exímios, mas só engole quem quer).
Freitas não demonstrou esta habilidade.
No que respeita a esta época, o sector técnico do futebol definiu correctamente as prioridades: um defesa esquerdo, um central, um avançado lutador e bom a defender, um outro avançado alto para alturas do jogo em que se tenha de fazer futebol directo, enfim, dois médios, um direito e um esquerdo, com capacidade para fazer as alas, assim criando a possibilidade de uma alternativa ao 4x4x2 com losango.
Definidas (bem definidas) as prioridades, havia que se desdobrar em contactos e observações. E escolher bem. Foi aqui que a porca torceu o rabo, foi aqui que algo falhou.
Além de não termos tido sorte (lesões de Derlei, que estava a provar bem ao lado de Liedson, e de Pedro Silva, em quem se mantinham esperanças como adaptado ao lado esquerdo), não houve competência (muito menos génio) nas escolhas; sobretudo no que respeita a Purovic e a Had. Nenhum destes tem categoria para jogar no Sporting.
A saída de Freitas constitui, pois, uma daquelas excepções ao que é costume na sociedade portuguesa em geral e, em particular, no Sporting: a culpa morre solteira, isto é, a falta de competência não é punida.
A Freitas aconteceu, pois, aquilo que devia ser normal: os resultados foram maus? então adeus, ó vai-te embora; desampara a loja!
Agora o caso deixa-me apreensivo: é que é preciso reforçar a equipa no decurso deste mês!
Será que existe alguém competente, honesto, com espírito de serviço ao clube, com conhecimento dos dossiês, experiente, aí disponível? É que se trata de um cargo de grande responsabilidade e de exigência de competência.
Uma jogada de génio, de serviço ao clube, perdido embora o campeonato, pode salvar-nos a época.
E génio e serviço do clube não é o forte destes dirigentes que temos.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Ditar a regra

Volta não volta, uma volta pelos blogs Sportinguistas dá-nos um instantâneo da paisagem do Clube. De um modo geral (diria, na sua esmagadora maioria) os blogs revelam o enorme descontentamento que grassa hoje nas hostes leoninas. Mas, lá aparece sempre o incauto que ainda acredita no Pai Natal (embora a época natalícia já tenha terminado), que espera o milagre ou que continua sem perceber nada do que se passa à sua volta.
Há por exemplo aqueles que teimam em não perceber que a crise de resultados que actualmente a equipa do Sporting vive, com todo o seu trágico rol de nefastas consquências, pondo em perigo inclusivamente tudo o que de bom o Clube faz ou representa, se deve a uma qualquer causa metafísica. Criticam, nomeadamente, esta fulanização que eu não me canso aqui de sublinhar: a culpa dos desastres do Sporting é do presidente Filipe Soares Franco.
Desculpem trazer para a colação (como os advogados gostam de dizer) o exemplo do FC Porto, mas creio que é apropriado. Quem pode colocar em causa que o sucesso do Porto se fica a dever ao seu presidente? Mais de metade dos anos que passou à frente do Porto, Pinto da Costa festejou-os como campeão. Passaram por lá não sei quantos treinadores e não sei quantos jogadores, houve não sei quantas equipas técnicas, mas houve apenas um presidente. E é da sua responsabilidade a contratação de todos esses jogadores e técnicos. Para o bem e para o mal está na primeira linha de tudo o que se passa. Impossível não concluir que a ele se deve o êxito portista.
Por mim, não exulto particularmente com os êxitos do Porto e imagino que nem sempre eles terão sido alcançados por métodos particularmente virtuosos, mas o presidente do Porto exerceu sempre o cargo que corresponde ao título que ostenta: presidente do FCP. Não me passa pela cabeça e não passará certamente a ninguém que a tenha que o dia a dia do seu clube, as decisões e orientações estratégicas não fossem intensa e cuidadosamente vividas por si. Não vejo o presidente do Porto a dedicar uma horita ao clube e a mostrar-se despudoradamente ufano por isso. Não o vejo declarar face ao reconhecimento das necessidades do clube que os consequentes processos de contratação de meios (humanos ou materiais) passem primeiro por não sei quem e só depois de já estarem decididos é que vão ao ámen final (e quiçá formal...). Talvez este distanciamento explique muita coisa.
A culpa dos maus resultados e do mau desempenho do Sporting não se fica a dever ao que o presidente Soares Franco faz. Fica-se a dever ao que ele não faz! Não foi ele que de facto esteve em campo ontem no Bessa. Não foi ele que determinou os titulares. Não foi ele que escolheu os suplentes. Mas, é ele que não está lá para resolver a alhada em que eles se meteram e nos meteram a nós.

O que se passou ontem no Bessa não é infelizmente excepção, é regra. E a regra não pode ser mudada por quem obedece, mas sim por quem manda. Usamos por vezes a expressão "ditar a regra". "Ditar" como em "ditador"...
Por uma vez, Liedson não resolveu... Descobriu uma "ditadura" sem "ditador" e um "quartel" sem "general". Agora ninguém lhe aplica a regra. Ora, estão a ver?

sábado, 5 de janeiro de 2008

O Sporting de Soares Franco - Algumas Notas Soltas e uma Conclusão

1. A reacção de Paulo Bento à entrevista de Liedson:
"Nao abordei o assunto com o Liedson (...)" - disse Paulo Bento na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Boavista para a Liga.
Então um jogador assalariado do Sporting afronta o seu líder publicamente e não é confrontado internamente pelos seus responsáveis?? O jogador não é castigado?? Não é excluído da convocatória? Paulo Bento acanha-se de confrontar e dialogar com Liedson sobre o assunto?

2. Incoerências de Paulo Bento no tratamento dos jogadores:
Beto. Histórico jogador do clube, aparentemente discordou do seu treinador, de forma frontal, numa discussão de balneário. Foi afastado do clube.
Stoikovic. Guarda-redes internacional, e apesar de um erro infantil nas Antas, demonstrou qualidades acima da média nos jogos realizados pelo clube e pela Selecção da Sérvia. Está afastado da equipa principal, segundo se sabe, porque chegou atrasado de uma deslocação pela Selecção... jogamos com um júnior com os resultados vistos; Leixões, Leiria, Bessa. Como é possível estrear um júnior na posição que mais experiência requer para um candidato ao título e a provas europeias??
E Liedson? Grande jogador, mas todos os Natais temos 'novela' e desestabilização. Qual o efeito desta dualidade de critérios no espírito do grupo? Como nos sentiríamos nós nos nossos empregos em igual situação?

3. Master Lizard relembrou-nos uma verdade incontornável - 2 títulos em 25 anos!
Porquê?
- Temos gestores financeiros e não desportivos;
- O objectivo não tem sido o desporto mas os lucros;
- Soares Franco numa das suas entrevistas recentes afirma - "no curto prazo a SAD estará apta a distribuir dividendos aos seus accionistas (...)". Então não temos dinheiro para reforçar a equipa de futebol para verdadeiramente lutar pelo título, reduzimos à mediania uma equipa brilhante de Futsal, temos o Andebol em 6° lugar, pela 1ª vez na nossa história a nossa liderança no Atletismo é ameaçada (último campeonato ganho com 1 ponto de vantagem sobre o Benfica), e o Sr. SF está preocupado é com os dividendos que pode entregar ao BES?
- A abordagem de investimentos na equipa de futebol tem sido ridícula. Emprestados e dispensados de outros clubes, muitas vezes de nível inferior, (casos de Robaina, Farnerud, entre outros) pagos com salários elevados. Se olharmos as contas da SAD facilmente identificamos mais de €9 Millhões empregues em empréstimos, salários, rescisões e em jogadores sem qualidade nos últimos 2 anos. Lizandro Lopez custou €4 Milhoes ao Porto e o Lucho também. Caneira teria custado €4 Milhões.
- A equipa não tem símbolos. O nosso capitão tem 21 anos! 2,5 anos de equipa principal. Liedson e Polga, os últimos criadores de novelas, têm 5 anos de clube. Que autoridade tem um capitão de 21 anos que está a dar os seus passos iniciais no futebol de alto nível nestas situações?
- A defesa titular do Sporting é composta por 2 juniores - Patricio e Ronny - e não tem jogadores internacionais no sector recuado. Nao conheço nenhum candidato ao título por essa Europa fora nestas condições...
- Os reforços de Janeiro... continuamos à espera. Pelos vistos não há urgência. Paulo Bento disse ontem que nnao espera reforços. Carlos Freitas fez uma pausa para reflexão (abandona a equipa exactamente na pior altura - derrota em Braga - e ajuda à instabilidade) mas pelos vistos considerou que está no bom caminho...

Poderia enumerar mais e mais exemplos de uma gestão desastrosa a nível desportivo. As contas do clube e o saldo de tesouraria são importantes, mas apenas e só para pagar as nossas dívidas/investimentos. Com baixos lucros o Sporting vive bem, sem títulos, o Sporting que outrora foi um grande, vai desaparecer.

Temos de mudar! Mobilizem-se! Participem na vida do clube, nas AGs, pressionem!

Parabéns JVP

JVP diz que o seu maior erro foi ter saído do Sporting. JVP numa entrevista muito lúcida diz que não se apercebeu da real crise do futebol em Portugal e das motivações que levavam o Sporting a propor-lhe uma renovação por valores inferiores aos anteriores.
Não estou de acordo com tudo o que JVP diz na entrevista. Acho até que ele fica aquém quando justifica o seu erro com o período que atravessava ao nível dos negócios e da vida particular. Não porque não considere que os factores que ele aponta sejam importantes, mas porque ele não dá, consciente ou inconscientemente, valor ao papel do seu empresário.
Os empresários surgiram porque os jogadores sentiam que não tinham nem capacidade de negociação, nem capacidade de organização da, digamos assim, sua empresa unipessoal (ou seja de tudo o que não seja a parte operacional que neste caso é jogar à bola).
Ando para escrever um post sobre o papel de Paulo Barbosa nas relações dos jogadores com a SAD e com PB. Mas temo não ter tempo para recolher a informação necessária. Infelizmente aqueles que recebem dinheiro para estas coisas, não as acham suficientemente importantes, ou recebem para o não acharem pelo que as histórias ficam sempre mal contadas…..
Parabéns ao JVP, pois admitir que nos enganámos é uma das mais nobres atitude humanas.

Soares Franco....... Nada mudou no Sporting

Este blog nasceu da necessidade que alguns amigos sentiram de poder denunciar o que não vai bem no nosso clube. Porque ele nos diz muito, achávamos que valia a pena denunciar o que não ia bem. Como tudo na vida ele foi evoluindo, foi enriquecido com outros amigos que entretanto forma colaborando e tem-se mantido devido à inestimável persistência do nosso Master (que tanta falta nos faz no estádio). Evoluíram também o tipo de contributos. Mas apesar de tudo nada evoluiu desde o meu 1º post (que lamentavelmente não sei linkar...)
De facto de que serve dizer-se que somos diferentes se há casos destes como o que me relatou o meu grande amigo Davide Freitas. Leiam e chorem, porque ninguém vai ligar nenhuma lá para os lados dos responsáveis...

"Como sabes eu sou sócio do Sporting há 35 anos (desde que nasci), tendo como número de sócio 5.967.
Quando tive o meu primeiro filho, Francisco Diogo de Freitas, que agora tem 3 anos e nove meses, porque tive disponibilidade de tempo, inscrevi-o como sócio do Sporting com poucos dias de vida, tendo ele agora o número de sócio 73.600.
Quando nasceu a minha filha, Constança Diogo de Freitas, que agora tem 1 ano e três meses, por um motivo ou por outro, não tive logo a disponibilidade de a ir inscrever logo como sócia. Só quando ela tinha 1 ano, 1 mês e 7 dias é que consegui ir inscrevê-la como sócia do Sporting (número de sócia 92.398). O problema foi que no acto da inscrição, porque já tinha mais do que um ano de vida não foi aceite como sócia familiar, como filha de sócio (com a correspondente isenção de pagamento de quotas até aos seis anos), mas sim como sócia infantil (tendo que pagar desde já uma quota mensal de 3 euros).
A justificação que me deram é que o sistema informático já não aceitava a sua inscrição como sócia familiar, ao que eu respondi que não podia ser o sistema a mandar no Clube e na sua relação com os sócios.
Não questiono o pagamento das quotas de 3 euros, que até podiam ser pagas por todos os sócios pequenos, desde que os pais tenham manifestas possibilidades para as pagar.
O que questiono é a falta de atenção e cuidado para com os sócios, e em particular a um sócio do tipo que eu sou, com muitos anos de filiação, que nunca deixei de ser sócio, apesar de ter passado por muitas desilusões, grande parte delas provocadas pela má gestão dos elementos que foram passando pela Direcção e agora Administração do Sporting e das suas participadas e que inscrevi os meus dois filhos como sócios deste nosso Grande Clube.
Será que não deveriam ter mais atenção a este tipo de situações? Será que o sistema é cego? O que será que a suposta gestão profissional do Sporting pensa deste tipo de relação Clube/Sócio? Enfim, que vontade terão os pais de incentivar os filhos para acarinhar um Clube, que parece ser um Híbrido entre uma suposta profissionalização e um provincianismo parolo."

De facto, caro Davide, há tanta coisa para mudar neste nosso clube que se aproveita do nosso amor para nos enxovalhar.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Paredes de vidro

Inacreditável tudo isto! Dúvidas houvesse sobre a existência de uma verdadeira crise no Sporting e o mais recente "caso Paredes" logo as dissiparia. Tudo isto parece um daqueles episódios, dezenas de vezes repetidos nos canais temáticos quando falta material novo.
Hoje ouvi um membro do CL dizer que isto também se passa nos outros clubes, só que não se sabe... Longe de constituir motivo de consolo esse facto só revela a fragilidade deste Clube. Um clube de vidro, sempre na iminência de se escaqueirar.
Se formos fazer uma análise aos inúmeros "casos" que surgem no Sporting (não necessariamente os mais recentes) podemos facilmente associá-los a momentos de crise. Se repararmos na sua frequência ficamos a perceber o verdadeiro estado do Sporting.
Os casos como o de Liedson, ou mais recentemente, o de Paredes estão manifestamente associados a fases de crise de liderança, durante os quais os atletas se sentem "autorizados" a tomar atitudes fora do quadro de regras do Clube que os emprega. Não tenhamos ilusões: estes casos não vão ter nunca tratamente adequado, o Sporting é sempre, de uma forma ou de outra, a parte prejudicada em tudo isto, mas, pior que tudo, ninguém os consegue prevenir.
No Sporting estamos sempre a ter mais do mesmo. Só não temos é o que interessa.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Plano para o novo ano

Este início de ano é um pretexto para fazermos umas continhas que permitirão ajudar a perceber a origem da crise do Sporting.
Nos últimos 25 anos (vinte cinco anos, um quarto de século, um quarto da vida do Clube...) o Sporting ganhou dois campeonatos de futebol. Tivemos os tais sete "títulos" em sete anos que o outro reclamava e tivemos --agora a sério!-- muitos feitos dignos de realce noutras modalidades. Algumas destas modalidades, como o atletismo por exemplo, merecem até mais crédito do que qualquer outra pelos feitos alcançados. Num balanço geral a instituição Sporting Clube de Portugal, no seu todo e no âmbito da dimensão e do papel histórico que tem na sociedade portuguesa, não está desacreditada.
Mas, a realidade é esta: em 25 anos, dois títulos.
Durante este mesmo período o F. C. Porto arrecadou 15 títulos na prova maior do futebol português, ou seja, 60% dos títulos em jogo nestes últimos 25 anos e projectou-se no mundo de forma que não deixa margem para sofismas. O Sporting, esse, atinge mínimos históricos.

Ao longo de todos estes longos anos não encontramos uma orientação uniforme na direcção do Clube. Fomos assistindo a períodos de má gestão, a fases em que imperou a proverbial tendência para o tiro no pé, os erros de casting, o voluntarismo, etc. Todos estes factores pesaram no comportamento desportivo do futebol Sportinguista. Até surgir o advento da chamada "era Roquette". A partir daí podemos distinguir duas outras fases. A fase "Roquette" propriamente dita, marcada por graves erros de estratégia, de gestão e por oportunismos vários, mas também uma fase marcada por uma inequívoca vontade de vencer e de voltar a dar dimensão ganhadora ao Clube, e a fase actual, em que, embora obrigada a ter de lidar com as consequências negativas da má gestão anterior, a direcção optou por apagar do vocabulário verde e branco a palavra "vencer". Joga-se em todos os tabuleiros para a mera manutenção (há um sub-campeonato dos grandes onde o Sporting joga, desde há anos, para não "descer" --a média de classificações demonstra-o sem equívocos), para os mínimos, para ir cobrindo a factura, para evitar a queda fatal, enquanto, no plano internacional, se perde por falta de comparência. Esta é a realidade dos factos.
A estratégia actual poderia ser legítima se víssemos que o Sporting recuperava entretanto forças na retaguarda e se preparava com determinação para um futuro de grande pujança. Mas, a verdade é que o que tem estado a acontecer neste interim é a perda irrecuperável de todo o élan que existia e o desbaratar de forma miserável do nosso património mais valioso: os sócios e adeptos.
Sem vitórias, sem uma dinâmica de vitória clara, o Sporting perde fôlego, perde sócios, perde adeptos, actuais e potenciais, e hipoteca assim as suas fontes futuras de receita. Cada um de nós conhece, certamente, uma mão cheia de antigos sócios que se desligaram completamente do Clube e de adeptos que já nem por desfastio olham para um jogo do Sporting na televisão (1). Todos nós vemos gente nova atraída pelos feitos de outros clubes, que potencialmente poderia ser Sportinguista. Uma situação agora tornada ainda mais dramática com a possibilidade de seguir os melhores campeonatos europeus, onde jogam aliás, para nossa raiva, muitos daqueles que o Sporting deixou escapar das suas fileiras.
O Sporting vive das receitas do futebol e o futebol está em dívida, serve para cobrir dívidas e não pode, tal como está concebido, gerar quaisquer mais valias. Ou seja, a dívida --que só pode ser coberta pelo futebol-- não vai parar de se acumular com esta estratégia de "serviços mínimos" e o panorama não pode senão tornar-se mais problemático. A "salvação", o mito do clube de formação não passa disso mesmo: de uma manobra de propaganda para dar a sensação vã de glória aos resistentes, uma estratégia da qual o Sporting de modo algum poderia, no figurino escolhido, retirar todo o potencial ganho. Os Sportinguistas vibram aliás mais com os êxitos dos atletas oriundos do Sporting do que com os seus actuais atletas.

Diz-se amiúde que o futebol mudou. É verdade, embora nem sempre para melhor (2)... Pois bem, face aos resultados e olhando para estes 25 anos, se o futebol mudou, a única conclusão que podemos tirar é a de que o Sporting não se soube adaptar aos novos tempos. As soluções encontradas em determinada altura, quando a dinâmica do Clube era favorável à criação de uma vaga de vitória, foram incompetentes e, dir-se-ia, quase criminosas. Na actualidade, a estratégia seguida perpetua a tendência de derrota. É uma estratégia mesquinha, desinspirada, rotineira, oportunista e nunca fará o Clube passar da cepa torta.
Esse é o único pecado dos dirigentes actuais. E não é pequeno. Na actualidade, não se consegue vislumbrar senão um horizonte negro para o nosso Clube do coração. Tudo, na verdade, está hipotecado e tudo continuará hipotecado enquanto se mantiver esta estratégia.
Ao dizer isto não estou a retirar nem um micrograma à grandeza do Sporting e não vacilo nem por uma fracção de segundo na minha paixão pelo meu Clube de sempre!
Estou apenas a ser realista.
Na história da Humanidade houve grandes impérios, grandes nações, grandes instituições que foram varridas do mapa. Por vezes foram-no apesar de uma luta feroz para manter a sua grandeza. Mas, não há nenhum grande império, não há nenhuma grande nação, não há nenhuma grande instituição que não tenha de lutar para manter a sua grandeza. A luta é a condição da grandeza e a única realidade que espera quem aspira à grandeza.
O que nunca admitirei em circunstância alguma é que a grande instituição que é o Sporting Clube de Portugal se arrisque a ser varrida do mapa e se resigne a desaparecer sem luta!
Ora aqui está o plano para 2008...



(1) Não nos iludamos com as gameboxes vendidas, nem com as manifestações de júbilo pelos últimos campeonatos ganhos. Tudo isto podia ser dobrado ou triplicado se tivéssemos um Sporting ganhador. O universo Sporting está muito aquém do que poderia ser.
(2) Aliás, dá-me sempre vontade de rir quando ouço esta conversa do futebol ser hoje diferente. Em Portugal, os estádios esvaziaram-se e isso prova que a diferença foi para pior. Aqueles que se resignam perante esta situação deveriam parar para pensar se não há algo de errado no futebol pós-moderno...