segunda-feira, 31 de março de 2008

Inverter o ónus da culpa

A propósito da entrevista dada pelo administrador da SAD Miguel Ribeiro Telles ao CM, admira-se ele com o grau de contestação a que esta direcção tem sido sujeita. A manobra de culpabilizar os contestatários é velha. A culpa por as coisas correrem mal é nossa, aliás...
Somos nós que estamos em campo, na secretaria, nos sentamos na tribuna...
Mas, não posso deixar de lhe perguntar: o dr. Telles queixa-se, mas conhece outra direcção do Sporting que tenha feito, com tanto empenhamento, o contrário daquilo que anunciou no programa de candidatura e depois no exercício do mandato? E tem ideia de outra direcção do Sporting que tenha errado tanto em matéria de decisão política do Clube como esta? Está admirado porquê?

domingo, 30 de março de 2008

A coisinha dele

Há pouco tempo, depois da última vitória por 4-1 do Sporting escrevi aqui que o resultado não poderia deixar de nos alegrar. Pode parecer absurdo a alguns patetas, mas as desgraças que acontecem ao Sporting nunca nos alegraram. Alegram-nos as vitórias. Só queríamos mesmo vitórias...
Ontem Paulo Bento, com a subtileza de um elefante numa loja de louça, dizia na conferência de imprensa que antecedeu o jogo de hoje que para ele é indiferente que os Sportinguistas digam bem ou mal da forma como o Sporting joga. Dito por outras palavras, Paulo Bento reage com indiferença às nossas apreciações e está-se marimbando para as nossas alegrias ou tristezas. As suas opções técnicas, conduzam elas a uma vitória ou a uma derrota da equipa, estão sempre certas porque ele as tomou e, como as tomou, estão ipso facto legitimadas. Ele é determinado e convicto e isso basta. É essa a única interpretação que se pode fazer destas afirmações levianas.
Ao mesmo tempo, o presidente do Sporting apelava ao apoio à equipa "nos momentos bons e maus". Os jogadores esses apelam também frequentemente ao apoio dos adeptos, mas para Paulo Bento o apoio e o reconhecimento do mérito, quando há mérito, é coisa despicienda. Ele lá segue, qual Lonesome Ranger, em direcção ao horizonte onde o sol se põe.
Como é indiferente o modo como nós reagimos ao comportamento da equipa, não vai ouvir Paulo Bento até ao fim da sua passagem pelo Sporting, pelo menos da minha boca, qualquer outra apreciação sobre a sua actuação. O Sporting vai vencer à custa da determinação do treinador, estamos todos certos...
No fim da época, se acontecer o pior e o Sporting não alcançar os tais vinte um pontos ou, mesmo que os alcance, não consiga diminuir a diferença para os adversários, a gente cá estará para lhe lembrar que quando "se põe uma coisinha destas em frente" o melhor é ter cuidadinho com o que se diz... É que fica gravado!
E, portanto, quanto ao jogo de hoje, voltem aqui ao KL lá para o fim da época que eu nessa altura digo o que penso...

quinta-feira, 27 de março de 2008

A origem do mau cheiro

Uma das ferramentas de que a Hidra se tem servido com mais desvergonha e que com mais desvergonha tem servido a Hidra tem o nome de "comunicação social". Para salvar a cabeça a Hidra vai certamente servir-se nos próximos tempos da artilharia toda que tem ao seu serviço neste sector.
Aliás já começou. Uma das ideias que vejo correr subtilmente por aí é a de que os "Assembleistas" são os radicais e agitadores, enquanto os "Congresseiros" são tidos por equilibrados e cuidadosos. "Provocador", "clivagem" e "terramoto" são palavras associadas à oposição. "Equilíbrio", "ponderação" e "alívio" são os tags associados à malta da situação.
Pois, pois!
Quem mergulhou o Sporting no maior terramoto da sua história foram mesmo os opositores da actual linha directiva, como é óbvio! Foram eles que assinaram os contratos, assumiram os projectos miríficos e enterraram o Sporting num lodaçal de dívidas! Foram os radicais que levaram às mudanças sem sustentação de que o Sporting padece hoje e foram os equilibrados e ponderados, claro está, que celebraram acordos ruinosos com a banca, venderam o património e se envolveram em negócios duvidosos envolvendo até gente, no mínimo, duvidosa.
Não estranhem portanto se um dia destes, para vos condicionar o vosso julgamento, começarem até a sair da vossa televisão ou do vosso jornal desportivo habitual, do meio de uma qualquer entrevista a um desses figurões que tem "livre-trânsito" (*) para falar em nome do Sporting, aromas estranhos. A bosta de vaca quando falarem da virulência da contestação e a Dolce & Gabanna quando começarem a dizer o "poema" que tem sido esta gestão do dr. Filipe Soares Franco...
Mas, não se deixem enganar com o cheiro! É mesmo esta gestão que é uma bosta, não os que a denunciam.



(*) Não resisto à tentação de acrescentar, em jeito de post scriptum, que quando falo em figurões com "livre-trânsito" considero que os há para todos os gostos. Mais ou menos alinhados com a direcção e alguns mesmo "travestidos" de contestatários. Todos deslumbrados com a "comunicação social". Mais do que com o Sporting.
Não me enganam, são todos iguais. Meta-se-lhes um microfone ou uma câmara à frente e incham logo a crista.
Alguns, para disfarçar, trocam a mão que pega na faca e no garfo, mas no final querem todos comer da gamela.

terça-feira, 25 de março de 2008

O grande cisma (*) no Sporting Clube de Portugal

Estava escrito: o Sporting vai-se dividir. É inevitável. É necessário.
De um lado estarão aqueles, como eu, que preconizam mudanças já. Do outro lado estarão aqueles que acham que ainda não é hora, que não há alternativa visível, aqueles que esquecem aquilo em que o Clube se tornou desde há várias décadas a esta parte e estão sempre à espera, não se sabe bem do quê… Aqueles que assistem à lenta derrocada do Sporting e parecem até ter prazer nisso.
O Sporting efectua uma das piores épocas de sempre. Fruto da política desta direcção malfadada, na continuidade do que tem sido a vergonhosa gestão do Clube desde há uma década e meia. O campeonato foi à vida mas logo vieram vozes dizer que o Sporting ainda estava envolvido em mais não sei quantas frentes, a tal história dos “objectivos”. Com o campeonato fora de mira e com o afundanço na classificação (o Sporting iguala neste momento o seu pior período de sempre, que ditou no passado saudáveis reacções de revolta), ficou o “objectivo” do segundo lugar. Docilmente, desavergonhadamente, os responsáveis aceitaram que estavam a lutar para não descer de divisão dos “grandes” (sim, porque talvez não tenham reparado, ou talvez não queiram reparar, mas o Sporting ocupa um lugar na zona da descida para a primeira divisão B!!). Ficou a Taça da “bejeca”. Nem essa porcaria conseguimos conquistar. Foi à vida! Nem tremoços! Fica agora a Taça de Portugal e uma luta absolutamente mirífica na Taça UEFA. Ou seja: o Sporting não se aguenta nas canetas contra o Vitória, mas quer lutar pela final da Taça de Portugal e, mais absurdo ainda, quer lutar pela Taça UEFA. E de que argumentos dispõe para essa luta, tendo em conta a miséria absoluta e indesculpável que tem sido esta época??!!
E mesmo que se aguente!! Que raio de época seria esta, num balanço final??!!! É que já se pode fazer um balanço final, caraças!!!! Mesmo que ganhassem tudo o que resta, quem é que pode achar que o que se passou este ano não foi sinal de que tudo está mal na maneira como o Sporting está a ser gerido financeiramente e desportivamente? Ou pensarão os Sportinguistas ingénuos e dóceis que procuram adiar o inevitável que o Sporting perde quatro vezes com o Vitório porque teve azar…?
Qual é o Sportinguista verdadeiro que pode esperar ou preconizar a espera pelo fim da época ou pelo fim do mandato da actual direcção para agir? Quem é que afinal defende a política da terra queimada: nós, que queremos que o Sporting mude JÁ e retome o seu papel histórico, antes que desapareça do mapa, ou aqueles que esperam que o Sporting bata no fundo absoluto para depois aparecerem como salvadores da pátria?!!
Por mim, digo BASTA! Estou CONTRA os Sportinguistas da situação! E grito tão alto quanto posso: fim a esta direcção, um novo rumo para o Sporting e luta contra os situacionistas!!!
JÁ!!!! ACÇÃO JÁ!!!!!
A AG dinamizada pelo movimento Leão de Verdade – Movimento de Cidadania Sportinguista é a única iniciativa que merece crédito e que eu apoio. Uma AG que aprove a destituição dos actuais corpos gerentes e marque eleições no prazo tecnicamente mais curto possível. Chega de bandalheira!
Aliá se querem mais uma prova de que é esta a iniciativa que esta direcção mais receia basta atentar no comportamento vergonhoso e na manobra reles e ignóbil, com intuitos manifestamente intimidatórios do Presidente da Mesa da AG. Não é qualquer pessoa que faz o que o dr. Rogério Alves fez a Sportinguistas tão ou mais legítimos do que ele: é o Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal. Se o doutor Alves pensava que dispunha ainda de algum (pouco) crédito no seu “plafond”, desengane-se. O seu plafond foi-se…
Se ainda não o fizeram, toca tudo a assinar o manifesto e a consolidar com uma dose maciça de assinaturas uma convocatória urgente da AG extraordinária. O movimento (já agora sugiro-o também daqui) que lance uma campanha de recolha de fundos para cobrir a verba necessária para que esta inicitiva tenha lugar rapidamente. Não será por falta de dinheiro que a AG se não vai realizar, pode o dr. Rogério Alves estar certo. Não foi, de resto, o actual presidente que disse que para se ser Sportinguista tínhamos de ter disponibilidade financeira? Pois vai ver que temos. Os Estatutos são para cumprir até ao fim dos fins!
RESPONSABILIZEMOS A PASSIVIDADE! ASSUMAMOS O CISMA NO SPORTING! VAMOS À LUTA! BASTA!

(*) Cisma: do latim schisma, separação...

sábado, 22 de março de 2008

Boa Páscoa

"Este ano a Páscoa é muito cedo!
A Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da primeira lua cheia, depois do equinócio de Primavera (20 de Março). Esta datação da Páscoa baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual a Páscoa é uma festa móvel no calendário romano.
Este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós irá ver alguma vez na sua vida! E só os mais velhos da nossa população viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (mais velhos do que 95 anos!).
1) A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo como este ano (23 de Março) será no ano 2228 (daqui a 220 anos). A última vez que a Páscoa foi assim cedo foi em 1913.
2) Na próxima vez que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos). A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818. Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano."

Boa Páscoa!

Ainda o "congresso"

Ainda a propósito do anunciado "congresso" leonino leia-se aqui, no blog Floresta do Sul, um depoimento bastante interessante. Ao ler estas palavras concluo que, das duas uma: ou somos (eu e pessoas como o autor deste reparo, "Sportinguistas antes de sermos portugueses"...), de facto, uma espécie em vias de extinção e nos deixamos passivamente extinguir, fazendo porventura, num derradeiro esforço, um apelo a uma qualquer dessas organizações internacionais românticas, dessas que lutam pela preservação das espécies, ou lutamos, nós próprios, para que a espécie subsista.
Leiam, leiam que vale a pena! E meditem, sobretudo aqueles que acham que o "congresso" vai ser a salvação da pátria.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Fildelidade ou consumo

Os que por aqui passam e fazem o favor de me ler já terão percebido que não morro de amores pelo génios do marquetingue que hoje mancham a paisagem Sportinguista.
O marquetingue é uma actividade onde infelizmente aparece muita gente oca e fútil e os que nos calharam em rifa não parecem fugir a esta regra.
Dizem os cânones do marquetingue que a fidelidade do consumidor é um bem inestimável para uma empresa, que é muito mais fácil servir e manter um cliente fiel. Dizem também que a fidelidade a uma marca é um valor difícil (oneroso, tecnicamente complexo) de alcançar e que, portanto, é mais fácil uma empresa actuar junto do mercado pela via dos produtos do que pela via da conquista da fidelidade dos seus clientes. Não será difícil a qualquer um de nós pensar em marcas e empresas que optam por uma ou outra estratégia e não será igualmente difícil imaginar as consequências que uma ou outra opção terão para cada uma delas.
A empresa gasolineira nos postos da qual habitualmente abasteço o meu carro tem desde há anos preocupações expressas no domínio do ambiente. Prefiro-a porque a associo a uma empresa limpa. Tem um cartão de pontos. Há anos que acumulo dezenas de milhares de pontos que nunca resgatei. Mas, continuo a abastecer-me junto dessa empresa porque me identifico com os princípios ambientais que perfilham e isso basta-me. Sou fiel por causa disto. A minha fidelidade levou anos a construir e deve ter custado balúrdios à dita empresa.
Ora, nos clubes desportivos a fidelidade é um (é "o"!) ponto de partida, é um dado adquirido. Parecerá pois totalmente bizarro que enquanto as empresas procuram transformar os seus clientes em clientes fiéis (e só não o fazem mais porque isso é caro), os clubes desportivos procurem, de forma pertinaz, destruir a fidelidade dos seus membros com o objectivo de os transformar em vulgares consumidores.
É certo que não é o Sporting o único a padecer deste mal. Mas, o Sporting é o tal Clube "diferente" e é-o talvez porque os seus membros são os mais fiéis, os menos volúveis e os menos sujeitos às flutuações da conjuntura. Não deixa, pois, de ser chocante, verificar que a esta fidelidade incondicional os responsáveis brinquem connosco, contrapondo receitas que apenas buscam um hipotético, episódico e, seguramente, irrelevante aumento de vendas, deixando escapar por entre os dedos fidelidades antigas, verdadeiramente sem preço, que se traduzem na receita estável que qualquer empresa almejaria.
Os exemplos de tiros no pé dados pelos gurus do marquetingue são inúmeros. O mais recente é o do novo cartão. Um cartão do Sporting é para qualquer Sportinguista, mais do que um cartão de membro de um clube: é um factor de distinção e de orgulho. Para mim, o cartão é um objecto quase sagrado! Não são necessárias mais mariquices nenhumas adicionais para eu ter um orgulho infinito no meu cartão. Um cartão do Sporting é o verdadeiro cartão dourado!
Um cartão do Sporting que dê pontos, que permita comprar pipocas num cinema ou uma qualquer patetice do género é uma verdadeira atentado. Pior: raia a provocação e a heresia! Brinca com sentimentos profundos, com as raízes mais fundas do meu Sportinguismo. Ofende a minha fidelidade.
Como podem os actuais gerentes do Sporting mostrar aquele contentamento, que se aproxima da boçalidade quando achincalham assim, implicitamente, os meus sentimentos?
Curiosamente, num verdadeiro acto digno do movimento surrealista, os mesmos que fomentam a pipoca e um cartão folclórico andam agora afadigados a promover o tal "congresso", uma iniciativa de cosmética de que afinal só poderão resultar, quando muito, meros, escassos e magros retoques nas fidelidades de alguns Sportinguistas? Fidelidades que de ordinário são completamente malbaratadas...
Vá-se lá entender esta gente.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Se fosse sempre assim...

A expressiva vitória de hoje deixa-nos, naturalmente, cheios de alegria. O que não pode deixar de causar estranheza são as brutais oscilações de rendimento desta equipa. O que vimos hoje, e essa tem sido a tónica ao longo de toda esta época, foram "dois Sportings" totalmente diferentes, quase irreconhecivelmente diferentes, e, em qualquer caso, inaceitavelmente diferentes.
Qual é o Sporting verdadeiro? O da primeira parte? O da segunda? O dos 4-0? O dos 4-1? O Sporting do 5º lugar? O finalista da Taça da Liga?
Em todo o caso, dificilmente podemos assistir impávidos e serenos a todas estas oscilações de rendimento e a todas estas mudanças de "humor" desportivo.
Entre a depressão e a euforia restam agora vinte e um pontos para o julgamento final. Sem direito a recurso!

domingo, 16 de março de 2008

A Hidra contra-ataca

Gostaria de receber telefonemas do presidente Soares Franco mas não tenho essa sorte. Aqui há dias jantava com o Leogarto, o nosso companheiro aqui do KL, toca o telemóvel e surge do outro lado a voz do senhor presidente em exercício a convidá-lo a angariar não sei quantos sócios e a tentar convencê-lo das virtudes do novo cartão que ele iria receber em breve. Não sei porquê, a mim nunca me calha em sorte receber estes telefonemas inventados pelas cabeças geniais do departamento de maquetingue do Sporting. Azar o meu, ou melhor, azar o deles que assim não contam com a minha colaboração preciosa, empenhada, desinteressada e talentosa... Bem feita!
Mas, não seria um telefonema sobre os benefícios do "cartão-fidelidade" que o Sporting agora inventou --antigamente a gente era fiel porque queria, não é ó rapaziada, agora somos fiéis porque dá pontos para ir comer cachorros quentes ao cinema...-- que eu gostaria de receber, não senhor! O que eu gostava mesmo era de receber uma qualquer comunicação do Clube a falar no tal congresso leonino que se prepara para "o segundo semestre deste ano", segundo diz o Jogo aqui (experimentem este link, mas não tenho a certeza de funcionar.)
Gostava de receber uma comunicação que me explicasse o que é este congresso, quem o promove, quais os objectivos e, sobretudo, para que serve. Tudo isto se prepara, aparentemente para júbilo de alguns, com a participação dos suspeitos do costume.
Mas, não se iludam: o dito conclave não servirá para rigorosamente nada. Não há nos Estatutos qualquer disposição que lhe permita ter mais utilidade do que aquela que lhe podemos facilmente adivinhar: constituir uma passerelle para figuras mais ou menos colunáveis, que, debaixo de uma bateria de holofotes cuidadosamente preparada e encavalitados como de costume na aura Sportinguista, vão tentar demonstrar que a democracia leonina afinal até existe.
Para além de se tratar de uma operação de charme --que alguns "charmosos" já se apressaram a apoiar entusiasticamente; o próprio presidente apoia a iniciativa!!--, e para além do previsível festival de banalidades e vaidades do costume que se adivinha, digam-me lá para que mais poderia servir uma tertúliazeca organizada nestes termos, quase clandestinamente, com o apoio dos mesmos que hoje causam tanto mal ao Sporting...?
Estas tentativas de última hora da Hidra para reconsquistar a credibilidade irremediavelmente perdida são patéticas. Tenhamos paciência...

Recordar é viver...

Leiam aqui uma entrevista dada por José Roquette ao Record em 1999. Leia, leiam!!
Um excelente serviço prestado pelo blog Visão Leonina a todos os Sportinguistas. Obrigado. Leitura absolutamente imprescindível!

sábado, 15 de março de 2008

Ao fundo

O Fundo (First Portuguese Football Player’s Fund) foi ao fundo pelo que diz o Futebol Finance. Mais acrescenta que este tipo de soluções poderá representar "o fim dos fundos de investimentos de jogadores em Portugal, mais uma das tentativas dos clubes para gerar receitas, que não parece ter tido grande sucesso."
Voltaremos ao tema aquando surgirem novos desenvolvimentos...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Venenos 37

Ontem Paulo Bento referiu na conferência de imprensa no final do jogo que há "campanhas" para fomentar um clima de desconfiança dos adeptos face à equipa. Depois destas afirmações resta uma de duas hipóteses: ou Paulo Bento adormece a assisitir aos jogos da sua própria equipa, ou nem sempre tem tido disponibilidade para assistir aos jogos na totalidade...

quinta-feira, 13 de março de 2008

Já está

Ah grande Pereirinha! Um golo soberbo que carimbou a passagem do Sporting aos quartos de final da Taça UEFA. Faço votos para que o Sporting analise com realismo este jogo e os jogadores não percam aquela capacidade de concentração que, felizmente, nestas alturas como dizia o Polga, parece aumentar...

quarta-feira, 12 de março de 2008

O passado, o presente e o futuro do Sporting

Quando se evoca o Sporting centenário há que, em nome da coerência, da honradez e da honestidade, assumir os princípios que norteiam este Clube desde a sua fundação. Um "Sporting" que não respeite os seus princípios fundadores não é mais o Sporting Clube de Portugal. É uma outra coisa qualquer, que até pode ser legítima, mas que não pode contudo encavalitar-se no ADN do Sporting original para fazer vingar ou impor uma outra realidade totalmente diferente.
Digo isto porque creio que o que está hoje em causa no Sporting, antes de tudo o resto, é, na sequência da reconversão do Clube, o nosso papel, como Sportinguistas. Convém desde logo lançar a pergunta: será igual o nosso papel no contexto de um Sporting "tradicional" e de um Sporting "reformado"? Falamos da mesma coisa?
Na minha opinião, claramente, não.
Um Sporting tradicional é o de uma união cívica, alicerçada na prática e no fomento da prática desportiva, solidário, humanista, de princípios. Um Sporting reformado é um negócio. Esta diferença dita a forma como a instituição é gerida e lida com os seus problemas. No primeiro modelo, existe o primado da dádiva e da ajuda mútua. No segundo modelo impera o deve e o haver. Não são modelos compatíveis porque se cancelam mutuamente. Não é possível dar ao haver, nem é coerente dever ajudar.
É nesta encruzilhada que se encontra o Clube hoje. Hoje os Sportinguistas têm de lidar com o facto de as suas acções terem consequências contraditórias. Ajudam e são exortados a ajudar (a apoiar, a comprar, a integrar-se), mas o produto das suas acções, a consequência de todo esse seu envolvimento vai para o poço do deve e do haver. A realidade do Sporting hoje parece resumida a um frio e impessoal relatório semestral à CMVM. Os problemas que se resolviam anteriormente na via da solidariedade, derrapam agora na via da bolsa de valores.
Neste contexto cabe perguntar o que fazemos nós no meio deste filme?
Muita gente confunde o desejo de alcançar o rigor de gestão, as contas limpas e a contenção orçamental com o modelo reformado. E ipso facto o modelo reformado como o único capaz de assegurar aquele desiderato. Mas, uma coisa não tem rigorosamente nada a ver com a outra. No modelo reformado cria-se uma rubrica contabilística designada "Princípios" e depois sorteia-se o seu conteúdo numa passatempo que decorrerá no intervalo de um qualquer jogo. No modelo tradicional os Princípios levam-nos a ter de encontrar a rubrica contabilística que melhor os acolha, para melhor os poder levar à prática.
A contabilidade e as boas práticas de gestão são os mecanismos e não os fins que o Sporting deve usar para atingir os seus propósitos e cumprir os seus desígnios.
No passado, os princípios Sportinguistas foram suficientes para ir gerindo as coisas. A generosidade, a solidariedade e o sentido de entreajuda terão certamente funcionado quando as dificuldades apertavam. Depois o Sporting envaideceu-se com os seus feitos e começou a cometer o pecado da gula, ingerindo mais alimento do que aquele que a bolsa lhe permitia adquirir. Aí estão os pecados originais do Sporting: vaidade e gula! A fraqueza originada pelos pecados cometidos abriu as portas à confusão e ao oportunismo.
É nesse contexto que surge o "modelo" actual. Um "modelo" ainda híbrido, que se aventura nos terrenos da deriva consumista, mas que guarda pudicamente a distância relativamente aos sócios. É esse modelo hipócrita, corrupto, sem glória e condenado à morte, que os actuais corpos gerentes tentam controlar. Fazem-no com palavras mansas, para não espantar a caça, aguardando o momento de desferir o golpe. Mas os seus resultados são absolutamente desastrosos e colocam em perigo qualquer cenário futuro.
E, precisamente, quanto ao futuro, o que está em causa é simples: que modelo de Sporting? O modelo dos princípios ou o modelo do consumo.
Se vingar o modelo dos princípios, contarão certamente com muitos de nós que neles se revêem e por eles estão dispostos a todos os sacrifícios, como de resto acontece desde há tantos, tantos anos! E, note-se, sem nada cobrar em troca. Só precisamos de encontrar o modelo adequado de enquadramento da nossa participação.
Se vingar o modelo do consumo, os dirigentes do Sporting que o vierem a gerir podem contar com duas coisas: como sócio, nunca irei permitir que usem a imagem do Sporting Clube de Portugal --essa "unidade indivisível (...) que tem como fins a educação física, o fomento e a prática do desporto (...) [e] como símbolo o leão, que significa a força, destreza e lealdade que devem constituir apanágio de toda a sua actuação"-- para vender mais uns cachorros quentes ou marcar mais pontos no "cartão-fidelidade". Lutarei até ao limite das minhas forças para que esses símbolos e princípios sejam sempre pertença de quem a eles tem legitimamente direito. Se perder, irei pregar para outra freguesia porque a mim não me apanham mais, simplesmente, como cifra de cifrão.
Mas, não se vão sem dura luta!!

terça-feira, 11 de março de 2008

Lindo enterro

Os criativos do Sporting resolveram desenterrar a "campanha do telefonema" usando, desta feita, o presidente do Sporting a fazer um apelo aos sócios para se envolverem na campanha de angariação de novos sócios. Esperar-se-ia coisa mais imaginativa. E esperar-se-ia sobretudo que Soares Franco se comprometesse, ele próprio, a angariar um número significativo de sócios para compensar aqueles que abandonaram as fileiras Sportinguistas nestes últimos anos, fartos da forma como têm sido tratados...
Publiquem os números do êxodo se forem capazes!!
Toda esta campanha é, na minha humilde opinião, ridícula e desajustada da realidade. Nenhum potencial novo sócio do Sporting se deixará hoje enganar com a facilidade que os dirigentes certamente imaginam. O que Soares Franco busca não são accionistas? O que vale um sócio para o Sporting hoje? Que poder tem hoje um sócio? Acharão os wizards do marketing do Sporting que, para além dos trouxas que já lá andam, alguém está hoje pelos ajustes de servir simplesmente de carne para canhão comercial sem contrapartidas claras, compensando os cofres do Clube com o seu dinheiro para os dirigentes irem a correr usá-lo para abater o défice? E que contrapartidas têm eles para oferecer aos novos sócios? O espetáculo do lindo enterro deste ano?
Como dizia alguém aqui no KL há uns tempos (perdoe-me, mas não me lembro quem foi) "prefiro ir ao cinema!"
A propósito, vendo bem as coisas, até estou a ser injusto com o departamento de marketing do Sporting... Nem estamos assim tão fora do mainstream como isso. O Futebol Finance revela hoje que o Espanhol de Barcelona resolveu "construir um cemitério no espaço do antigo estádio do clube Cornellá-Prat, para enterrar os adeptos que desejem ficar ligados ao clube depois da sua morte." Outros clubes, como o Real Madrid, o Manchester United, o Liverpool, e o Arsenal terão já "manifestado interesse em implementar o projecto." Mas o Espanhol não é o primeiro. "Na Argentina o Boca Juniors já tem o seu próprio cemitério."
O Boca Juniors e o Espanhol poderão estar na vanguarda dos cemitérios, mas em matéria de lindos enterros ninguém desaloja facilmente o Sporting do primeiro lugar!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Está na hora!

Há qualquer coisa má no ar que os Sportinguistas andam a respirar. Qualquer coisa os anda a obnubilar... Um fuminho maroto andará a toldar-lhes, quiçá, o discernimento e a capacidade de reacção.
O Sporting está a ter uma das suas piores prestações de sempre na modalidade rainha, aquela que o presidente Soares Franco dizia que era a única que lhe interessava, para a qual apontou as baterias. Em tempos não tão recuados como isso, por motivos bem mais fúteis e, por vezes, de forma totalmente injustificada, assistimos a tremendos "levantamentos de rancho" nas hostes Sportinguistas que levaram a quedas, a grandes movimentações, a discussões acaloradas. Desta feita, quando verificamos claramente que o Sporting nunca esteve tão mal ao longo de toda a sua história, quando finalmente temos razões concretas e objectivas para justificar o que está a suceder --o Sporting está a ser mal gerido e o momento miserável e vergonhoso que atravessamos é fruto de uma política totalmente disparatada-- olhamos em volta e o que vemos nós? O adormecimento geral.
Anda tudo a dormir! Já ninguém se dá sequer ao trabalho de barafustar.
Mérito para esta direcção de opereta que conseguiu pôr os Sportinguistas a roncar! Mérito ao mérito!
E, contudo, nunca como hoje foi tão clara a causa dos males do Sporting. Sportinguistas: o desastre actual é resultado da gestão ruinosa de Soares Franco! É a consequência desta prioridade cega, tola e servil dada ao "serviço da dívida", deste recurso aos restos de colecção a "custo zero" e a esta espécie de Feira do Relógio desportiva onde o produto adquirido é, na sua maioria, de refugo ou resultado de contrafacção e, acima de tudo, é consequência da criação deste tal mito da "formação", com o qual nos andam a enganar há anos. A percentagem de atletas oriundos da "formação" na equipa do Sporting é significativa e o que deu ela? Eu digo-vos: hipotecou a hipótese de tirar partido daquilo para que foi criada. A prestação da equipa queima inexoravelmente os talentos que acorrem à Academia. Vai ser difícil recuperar os actuais atletas de excepção do Sporting depois desta temporada verdadeiramente desastrosa e isso já se sente. E vai-se tornar difícil ao Sporting poder, mais uma vez, vir a usufruir do justo valor dos lucros que gera.
Os pilares em que assenta esta filosofia de gestão do SCP estão errados e os frutos estão à vista.
Por mais retórica com que nos tentem enganar, por mais conversa finória que nos tentem impingir a verdade é esta: o Sporting chegou a 8 jornadas do final do campeonato a correr o risco muito real de nem sequer ir à UEFA. O que aconteceria pela primeira vez...
Como dizia a canção... Aaaaaccccooooooooooorrrrrddddaaaaaaaiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 9 de março de 2008

Em 5º e em risco de cair para 6º

O sentimento de vergonha por esta miserável exibição do Sporting (mais uma!) é tal que eu temo não conseguir ser muito objectivo nas minhas palavras. Mas, enfim, vou tentar.
O Sporting lá se bateu galhardamente para defender a sua 5ª posição (já estávamos em 5º na última jornada pessoal, se calhar não deram por isso...) Foi mais uma exibição com direito a "olés"... (Hein, dr. Soares Franco!! Este ano é que é um fartote de olés!! E, já agora, também não foi a primeira vez que isto aconteceu na presente época pessoal; se calhar também não deram por isso...) Foi, finalmente, mais uma exibição --porventura a exibição-- que hipoteca inexoravelmente a próxima época...
Nada mau para um dia de trabalho!
Retenho três questões que me parecem dignas de aqui referir.
Em primeiro lugar, entrámos já na fase em que jogadores e treinador fantasiam no final do jogo, tecendo comentários cujo conteúdo deverá corresponder a uma partida que eles imaginam que teve lugar, mas que na realidade não teve. Moutinho dizia, por exemplo, que "entrámos bem no jogo" e Bento dizia que "controlámos a partida até ao primeiro golo." Devem ter estado todos num estádio diferente daquele em que decorreu a partida a que todos nós assistimos. Ou então o que vimos foram hologramas. Ou, muito provavelmente, o choque é tanto (também para eles, coitados!) que entraram naquela fase que em Psicologia, a propósito de uma situação traumática como a perda de um ente querido, por exemplo, se designa por fase da negação...
É perfeitamente patético mas é verdadeiro.
Em segundo lugar, o Sporting já está desde há algumas jornadas abaixo da sua posição tradicional e nunca esteve tão mal classificado (salvo erro!) nesta altura do campeonato. Já estamos fora da média, relembro-o uma vez mais. Já estamos para lá dos nossos piores pesadelos. Agradeçamo-lo ao dr. Filipe Soares Franco e à sua inteligente e talentosa equipa. Bom trabalho e parabéns!
Aproveito para endereçar parabéns também a todos os defensores desta gestão! Para vós vai também o mérito de toda esta glória...
Mas, há ainda um terceiro aspecto, que me parece também interessante e para o qual chamo a atenção de todos. É que o Sporting está na iminência de não ir sequer a nenhuma competição europeia para o ano. Eles, coitados lá vão dizendo que continuam a lutar pelo segundo lugar, etc e tal, mas a realidade é que o Sporting, embora mantenha a 5ª posição na classificação, arrisca-se a descer para 6º já nesta jornada.
Faltam 8 jornadas para o fim do campeonato e estão 24 pontos em disputa. Nesta luta derradeira estão envolvidas equipas que jogam um futebol incomparavelmente superior ao do Sporting, que se encontram empolgadas e motivadas e que legitimamente espreitam a oportunidade de conquistar posições tradicionalmente detidas por um dos chamados "grandes". Neste sentido não será de admirar que o Sporting fique fora da carroça este ano, pela primeira vez...
E se a evolução dos acontecimentos for nessa direcção fico a aguardar com grande expectativa o teor do próximo relatório semestral da Sporting SAD à CMVM.
Ao que nós chegámos!

Porque não?

Numa entrevista a Luís Figo publicada hoje na revista Pública, é-lhe perguntado se tem algum clube do coração. Sem hesitar, Figo responde que "clube do coração é o Sporting e mais nenhum."
"Gosta do Sporting a ponto de vir a ser presidente do Clube?" pergunta ainda a entrevistadora. "Porque não?" responde Figo. "Se se desenhar uma carreira como executivo do futebol e se estiver realmente capacitado para servir o Sporting, é possível. Seria um marco importante na minha carreira profissional e pessoal."
Aqui há tempos tinha falado sobre isso aqui.
Porque não, pergunto eu também...? Tomara até que o futuro pudesse chegar mais depressa!

Campeã do Mundo


Naide Gomes venceu hoje o salto em comprimento nos Campeonatos Mundiais de Pista Coberta em Valência. Mais uma lição de/do atletismo. A marca obtida de 7m constitui novo recorde nacional. Parabéns!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Bom resultado


Sem realizar uma exibição equilibrada o Sporting obteve, contudo, um resultado que lhe permite continuar a manter vivo um dos seus objectivos. Esperemos que a capacidade de concentração não falhe em Alvalade e que a equipa mantenha também um elevado espírito de sacrifício.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Reservas

Polga tem andado ultimamente com uns curiosos lapsos de linguagem. Hoje, à partida para o jogo com o Bolton, o atleta declarou que nestes jogos "os níveis de concentração são naturalmente mais elevados."
Eu não sou psicólogo, mas quer-me parecer que há aqui matéria para reflexão. Se "nestes jogos" os níveis de concentração são mais elevados, quererá dizer que há jogos em que os níveis de concentração são, digamos, menos elevados...
O curioso é que é, justamente, nesses "outros" que o Sporting tem vindo a claudicar. Depreende-se portanto que, sob o ponto de vista estratégico, alguém anda a transmitir uma mensagem errada aos jogadores. Eles esforçam-se em determinadas situações, mas noutras acharão que não vale a pena.
Esperemos que amanhã a concentração seja elevadíssima. Porque no Sporting o tem de ser sempre e porque Polga nos garantiu que em jogos desse tipo ainda se eleva mais...
De resto, alguém deveria explicar aos jogadores do Sporting que não há uns jogos que requerem mais concentração e outros que nem por isso... Todos os jogos que o Sporting disputa são vitais, numa perspectiva temporal mais chegada ou mais longínqua. Todos têm implicações na estratégia do Sporting e a estratégia do Sporting não passa por perder uns jogos e ganhar outros... Vitória, concentração e dedicação totais e permanentes são dogmas do ideário Sportinguista.
Nem todos os atletas terão as qualidades necessárias que lhes permitem colocar-se a si próprios num estado de espírito correcto para encarar a sua prestação num Clube com a dimensão do Sporting. Caberá portanto aos líderes ter esse papel de condução dos acontecimentos.
O Sporting há muito que vem funcionando manifestamente na reserva das suas capacidades anímicas e aqui poderá estar uma parte da explicação para a prestação da equipa este ano. Os líderes não sabem ou não querem motivar os jogadores. A menos que lhes falte motivação a eles ou andem, eles próprios, a trabalhar sob reserva...
Mas, a gente sabe como dar a volta à situação!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Indignação e revolta

Não possuo dados estatísticos comigo (talvez um leitor misericordioso me possa ajudar), mas estou certo que é preciso fazer um doloroso exercício de memória e remontar a tempos recuados, que todos votámos para esquecer, para ver o Sporting classificado em 5º lugar à 21ª jornada...
Esta é que é a realidade.
E foi com esta gestão que isto sucedeu. E foi com esta gestão incompetente, servil, sem palavra e sem glória, do presidente Filipe Soares Franco que voltámos subitamente aos tempos de antanho. Ao tempo dos olés humilhantes e ao tempo das classificações vergonhosas. Ao tempo que todos votámos, repito, para esquecer!
O campeonato não acabou, eu sei, mas a estatística mostra que o desfecho final deste penderá mais para o afundanço do que para a recuperação. A conversa de Paraty-patatá não explica o essencial: o Sporting já está neste momento numa posição abaixo da média! E vamos ver se fica por aqui...
Foi contra isto, foi contra a média, que se insurgiram os Sportinguistas que votaram no projecto Roquette. Foi contra isto que a imensa maioria de Sportinguistas apoiou as mudanças nele preconizadas. Foi por repúdio de uma gestão com mais ou menos bigodes que os Sportinguistas escolheram outra via, mas o certo é que, em matéria de resultados, não há diferença. Ou melhor, há: agravámos o calote!
Por muito menos do que aquilo que se está a passar hoje com o futebol do Sporting Clube de Portugal, vi, num passado muito recente, indignação e revolta. E vi, em consequência, também lencinhos brancos e insultos que se revelavam despropositados, injustos e aviltantes.
Vi e indignei-me, eu!
Afinal quando é que estávamos mal? Nessa altura ou... hoje?
Que se passa agora Sportinguistas? Meteram a indignação e a revolta no saco?

domingo, 2 de março de 2008

Expliquem lá...



... como é que à 21ª jornada estamos em 5º lugar!



NÃO HÁ CAMPEONATOS PARA SEGUNDO!!

Aqui vos deixo alguns pensamentos em manhã de domingo. Em manhã de domingo e em dia de derby!
Acho verdadeiramente patético este ponto a que chegámos na Liga portuguesa: há um vencedor absoluto, destacado e há muito antecipado e há depois uns outros (no grupo dos quais se inclui o Sporting) que lutam para uma presença directa ou indirecta na Liga dos Campeões.
Se o objectivo (maldita palavra!) não for alcançado, o terceiro lugar será ainda assim motivo de destaque nos relatórios semestrais apresentados à CMVM. Se nem a presença na Liga dos Campeões for alcançada há sempre uma consoladora presença "europeia" que deixará a CMVM minimamente tranquila...
Ora, nada disto é desportivamente saudável.
Nós, os Sportinguistas questionamos frequentemente a atitude dos jogadores em campo, detectando, por vezes, a falta de um total empenhamento, mas a verdade é esta: que motivação pode ter esta malta, jovens de sangue na guelra, alguns com óbvio talento, desejosos de dar rapidamente nas vistas numa profissão de curta duração, sem grande tempo a perder, que motivação podem eles ter quando estão integrados numa equipa que se vai desenrascando (é o termo!), numa campanha de objectivos difusos e integram um Clube, também ele, com horizontes difusos? Que outra motivação poderão ter estes jogadores que não seja a de cumprirem os mínimos na esperança que outro clube, com outras condições e com outras ambições os contrate?
Claro, que me dirão que estes jogadores jogam no Sporting e fazê-lo deveria ser motivação suficiente. Deveria, mas não é pelos vistos. No Sporting a ambição fica-se pelo papel. Na prática nada é feito para lhe dar corpo. O Sporting é um clube em suspenso e os jogadores sabem muito bem isso. Melhor talvez do que ninguém. Não deve ser fácil manter o nível adequado de adrenalina quando a palavra de ordem parece ser: vão-se aguentando. A ambição não vem de baixo para cima. Seria totalmente contra natura se assim acontecesse. Teríamos nesse caso um clube de jogadores e seriam eles a conduzir os acontecimentos.
Não, os jogadores não revelam ambição porque os seus responsáveis, os responsáveis pelo Clube, não revelam ambição.
Lutar para uma entrada directa na Liga dos Campeões é um objectivo rasca! Lutar para uma disputa das pré-eliminatórias da Liga dos Campeões é ainda mais rasca, é certo, mas na realidade não é tão diferente assim.
Se calhar nunca foi dito assim aos jogadores mas, para uma equipa como o Sporting, só há um objectivo: vencer! A questão de ser primeiro, segundo ou terceiro é consequência da luta pelo único objectivo válido. Só um pode ganhar é certo, mas tem de tentar. Ser segundo numa luta taco a taco pelo primeiro lugar (e daí colher benefícios) é perfeitamente legítimo. Ser segundo numa luta pelo segundo lugar é desprestigiante, desmotivador e totalmente contrário aos objectivos de um Clube como o Sporting Clube de Portugal.
Porém, dito isto e apesar da ambição não dar hoje para mais, aviso daqui os jogadores do Sporting: ai de vocês se não ganharem o jogo de hoje!! É que a equipa do Sporting não joga para a CMVM! A equipa do Sporting não joga para cumprir os ditames do mercado de valores!! A equipa do Sporting joga pelos Sportinguistas e nós só queremos uma coisa: a vitória!!
Se ninguém vos tinha dito isto ainda tomem agora nota. E se alguém vos transmitiu outra mensagem que não seja esta, não acreditem. Não há campeonatos para segundo e qualquer de nós, em última análise, quer apenas uma coisa: vitórias!
Hoje, como sempre, é para ganhar!!

sábado, 1 de março de 2008

Os 3 macaquinhos chineses

Pedro Burmester (por quem tenho uma imensa admiração) foi entrevistado hoje na RTP1. Falou de futebol, sublinhou a enorme superioridade do seu Porto, em todos os domínios e dizia que o facto de o clube ter a vantagem que tem neste momento é mau porque lhe tira competitividade. No fundo, o que ele disse, sem o dizer, foi que a bater em mortos o Porto acaba por estar a hipotecar o seu futuro neste país... A verdade é dura, mas temos de a engolir.
O Porto, justificava ele, tem uma superioridade organizativa e desportiva tal (indesmentível, com mais ou menos apito, diria eu) que não sobra nada para a concorrência.
Instado a pronunciar-se sobre as causas de tal desiquilíbrio (que eu espero que neste ponto do meu post ninguém esteja a colocar em causa...), Pedro Burmester não hesita: é um problema de estrutura e vem de longe.
É simples.
Nós, os "oposicionistas" malandros, bloguistas desavergonhados, "mal-dizentes" contumazes, andamos a afirmar isto mesmo há uma data de tempo: o problema do Sporting é um problema de estrutura. É um problema simples dentro da complexidade da questão. Mas, o Pedro Brumester constatou o que qualquer pessoa de boa fé pode facilmente concluir, se não estiver naquela posição dos três macaquinhos chineses.
Ele disse, repito-o, tuto isto com uma enorme simplicidade e naturalidade. Porque o assunto, embora seja complexo, não tem várias interpretações possíveis.
Será que os Sportinguistas alguma vez aceitarão, de forma assim tão simples e tão natural, esta justificação para o continuado apagamento do nosso Clube, ou quererão teimar em viver neste clima de canto de sereia até ao naufrágio final?


PS- Já depois de publicado este post leio aqui no Futebol Finance um artigo sobre os resultados financeiros do FC Porto do primeiro trimestre. Leiam (de forma desapaixonada!) e comparem que vale a pena...