segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Duas intervençoes, dois estilos

José Roquette falou sobre o actual momento so Sporting. Pediu calma e paciência e reconheceu que o Sporting é uma instituição especial. Devo confessar que tenho alguma saudade da forma como este ex-dirigente do SCP exprime os seus pensamentos e do modo como lidou com os momentos de crise.
Roquette falou no mesmo dia em que o presidente Dias da Cunha escreve (mais) um editorial no Jornal Sporting, apelando ao apoio dos adeptos e alertando para "forças" que tentam destruir o trabalho que está a ser desenvolvido no Sporting."
"Apoiem, apoiem sempre!" pede Dias da Cunha. Ficamos novamente sem perceber que forças são estas que estão a tentar destruir o trabalho que está a ser feito, que trabalho está a ser destruido e que tipo de apoio pretende que seja dado. O Presidente Dias da Cunha já devia saber que este tipo de comentários (variante da famosa frase "vocês sabem do que eu estou a falar!") não ajuda a resolver absolutamente nada, antes contribui definitivamente para aumentar a entropia.
Mesmo que existisse um inimigo do Sporting (externo, interno?), a luta em torno da qual todos poderíamos estar a cerrar fileiras pemanece perfeitamente obscura para a generalidade dos sportinguistas. Sobre quem deveríamos nós afinal estar nesta altura a derramar o nosso ódio...?
Numa altura destas e partindo do princípio que os inimigos do Sporting são mais do que moinhos de vento (este ano comemora-se o quarto centenário da publicação do D. Quixote, eu sei...), um dirigente atento aproveitaria a existência desses inimigos e canalizaria toda a energia gerada para ajudar reunificar as hostes. Infelizmente, não é o caso.
Roquette disse na entrevista à Renascença que acredita, genericamente, "em tudo aquilo que hoje é e representa o Sporting Clube de Portugal". Eu também.