segunda-feira, 28 de abril de 2008

Smash!


A direcção comemorou dois anos de mandato. Não faltaram as habituais barrigas de aluguer para redigir panegíricos sobre o trabalho realizado e sobre as maravilhas que aí vêm. Para o ano é que é, rapaziada! A satisfação é tanta que, segundo consta, há uma maioria que quer FSF outra vez, imaginem! Vem mesmo a propósito, parece até de encomenda...
Mas, a verdade é que a direcção manteve em dois anos este Sporting no seu pior patamar. Ninguém pode estar satisfeito com o que se passa no Clube. A insatisfação é de facto tão clara que nunca se viu uma oposição tão activa e tão presente. Nunca se viu tanto mal estar, tanta organização e tanta iniciativa para tentar esclarecer ou simpesmente manifestar o descontentamento dos Sportinguistas. A agitação é tal que até a própria direcção se encavaliotu numa iniciativa, implicitamente crítica, de Sportinguistas, tomando-a como sua, para aparecer quiçá (isto eu já acredito em tudo!) como uma direcção de... oposição. Mas, é também esta celebrativa direcção que vai mesmo ter de enfrentar uma inusitada Assembleia Geral Extraordinária para esclarecer alguns aspectos que carecem de explicação.
Em nome do Fim do Défice (FD) o Sporting foi alvo de curas violentas de emagrecimento. Mas, não só não se avista fim ao FD, como a cura de emagrecimento, ao contrário do que seria de esperar, não visou os gordos! Visou os magros. São sempre os magros que acabam FD, vítimas das curas de emagrecimento. Os gordos continuam gordos, que isto de princípios é para aplicar... em princípio! Se alguém tem de ser vítima de FD que sejam os magros que até já estão habituados.
O Sporting não passa hoje, feitas as contas, de uma meia FD!
E nada melhor do que comemorar o bom trabalho executado. Sugiro um jantar. Só gente de fato e gravata. Rigorosamente. Só mesmo a elite, la crème de la crème! Nada de mulheres que isto de Women tem dias... O jantar pode ser no estádio, que por enquanto ainda se chama de Alvalade. Que o champagne corra generosamente pela pista para comemorar estes dois anos magníficos de FD. Sugiro pratos leves, saborosos e deliciosamente perfumados para lembrar tão auspicioso momento.
E aproveito então o espírito comemorativo --espero que ainda vá a tempo-- para enviar à excelentíssima direcção... a sobremesa!

Conduta

Decidi não falar mais da equipa até ao final da temporada, mas nada me impede de falar do treinador, sobretudo quando o motivo da conversa nada tem a ver com futebol. O Paulo Bento, volta não volta, surpreende-nos com mais uma fuga do pé para a chinela. O modo como falou do treinador do Guimarães ter-vos-á escapado, leitores do KL, mas a mim não me passou e, confesso, chocou-me. Estou certo que o visado não terá ficado lá muito contente. A comparação feita sobre o número de anos que ambos os treinadores levaram para treinar um "grande" é absolutamente chocante e revela bem em que patamar se situa afinal o treinador do Sporting.
No fim de contas, o que Cajuda fez foi apenas lembrar que o Sporting (juntamente com aquele tal outro bando de cujo nome eu nunca me lembro) deveria estar a lutar pelo primeiro lugar e está a lutar, ombro a ombro com o Guimarães, pelo segundo...
Nada de extraordinário teve este desabafo do treinador do Guimarães. É verdade!
Terá sido isto que deixou PB irado?
Seja como for, é por tudo isto, mais até que pelo resto, que eu não gosto do PB.
A impunidade de que ele goza só encontra paralelo na sorte que teve em ter encontrado os Sportinguistas distraídos este ano, talvez com o que se passa com o Clube. Em ano normal, em ano de mais atenção ao que ocorre na vertente desportiva, a coisa ter-se-ia passado de outra forma...
O que o Paulo Bento precisa mesmo é de mandar calafetar as condutas de comportamento que exibe e, manda a prudência, aguentar-se, refrear-se e descer à terra. Caramba homem, está quase a acabar!

domingo, 27 de abril de 2008

Momento de Poesia

Canção grata

Por tudo o que me deste
inquietação cuidado
um pouco de ternura
é certo mas tão pouca
Noites de insónia
Pelas ruas como louca
Obrigada, obrigada

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Que bem que me faz agora
o mal que me fizeste
Mais forte e mais serena
E livre e descuidada
Sem ironia amor obrigada
Obrigada por tudo o que me deste

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão


Florbela Espanca

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Poeira para os olhos?

Ultimamente temos vindo a assistir a um conjunto de "aquisições" para os quadros do SCP que me (nos) deviam deixar satisfeito(s), mas que, ao contrário, me suscitam algumas interrogações e me deixam inexplicavelmente inquieto...
Aqui há algum tempo foi anunciada a colaboração de Tomás Morais, o seleccionador nacional de râguebi. Ontem surgiu o nome de Sá Pinto. Significativamente, a vinda destes nomes para o universo Sportinguista faz logo, com toda a facilidade, capa dos jornais.
Não estando em causa o estatuto destas figuras, nem o seu valor técnico e desportivo, quer-me parecer que a política de contratações e a estratégia de "profissionalização" do Sporting (ainda ontem referida pelo presidente do Sporting numa notavelmente esclarecedora entrevista à RTP 2) visa mais fingir que se está a atacar os problemas do que resolvê-los de facto. O que podem fazer, por si sós, Tomás Morais ou Sá Pinto se quem manda, quem assina os cheques ao fim do mês, não tem rumo?
Fosse eu mauzinho e diria que estas, como outras figuras que venham porventura a surgir, parecem mais instrumentos de uma manobra de lançamento de poeira nos olhos dos Sportinguistas, do que de um plano coerente de "profissionalização" das estruturas de trabalho...
A sua notoriedade não substituirá nunca uma visão estratégica que, no caso do Sporting, é (sublinhado!) totalmente inexistente. Não se pode fazer omoletes sem ovos e não são estes nomes que vão trazer os ovos que o Sporting necessita. Quer-me, pois, parecer que à falta de uma política coerente para o Clube, os dirigentes actuais enveredaram por uma estratégia tipo "caras-notícias", na esperança de que uns quantos nomes mais notórios (nalguns casos com ressonância fácil nos corações Sportinguistas) mascarem as suas próprias limitações e uma administração à bolina.
Quem virá a seguir? A Madonna...?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Nação leonina está a desmobilizar

Sob o título "nação leonina está a desmobilizar", noticia hoje o Record que o Sporting perdeu este ano 126.000 espectadores no seu estádio, em relação à época passada.
Este é mais um reflexo do que aqui temos vindo a denunciar quanto ao comportamento dos dirigentes face aos adeptos. Filipe Soares Franco e a sua direcção têm andado a dilapidar o principal património do clube, que são os seus adeptos.
É também mais uma razão para a importância que reveste a criação da Associação de Adeptos Sportinguistas. O post que refere a constituição da AAS não é claro quanto a se, como e quando se poderão inscrever os associados que o queiram fazer. Por outro lado precisamos de conhecer os estatutos e saber das intenções da AAS com mais precisão.
De facto, até agora a coisa foi feita quase em segredo, sem uma tentativa prévia de agregar outros interessados que não os seus promotores, o pessoal da Visão Leonina. O que torna a tarefa de agregação de todos os outros adeptos que acham necessária uma associação deste tipo desde logo mais difícil. É pena que assim tenha sido, pois prefiro instituições que surjem no decurso de processos mais agregadores à partida, como o que levou à criação da União de Blogues Sportinguistas, por exemplo.
Mas isto, sendo uma limitação que o processo tem à partida, não é razão para que não se apoie a iniciativa, sempre na esperança de que a mesma se mostre aberta à participação dos adeptos, real e democraticamente e não apenas na manifestação inicial de intenções.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Não há "clientes" Sporting

A nova Associação de Adeptos Sportinguistas é uma iniciativa importante que me mereceu (e merece!) aplauso incondicional. Merece também alguma reflexão adicional.
Esta Associação não vai, naturalmente, contar com a minha filiação, embora a recomende e o vá continuar a fazer. Não por qualquer divergência de fundo com os propósitos conhecidos, expressos nos seus princípios fundadores (*), mas porque misturar sócios e adeptos do Sporting nesta organização pode ser contraproducente, pode desvirtuar o seu desiderato e afectar a sua capacidade de intervenção.
Os adeptos do Sporting constituem seguramente a maioria do universo Sportinguista. O seu relacionamento com o Clube e o relacionamento do Clube com eles tem especificidades próprias e suscita problemas exclusivos que merecem e carecem de tratamento particular.
O surgimento desta Associação constitui assim uma excelente forma de lhes dar resposta.
O tratamento das especificidades do estatuto de adepto (há que lutar pela criação do estatuto do adepto!) encontra aqui o seu instrumento privilegiado.
Outra coisa é o estatuto de sócio, definido claramente no Estatutos do Clube. Concordo que sócios e adeptos se terão de juntar para resolver alguns dos problemas que os afectam. Mas institucional e formalmente estes estatutos são diferentes, têm consequências diferentes e precisam de ferramentas específicas para lidar com os seus problemas próprios.
Não está de todo em causa o grau de Sportinguismo dos adeptos e dos sócios do Sporting. Conheço muitos adeptos cujo Sportinguismo não hesito nem por um momento em classificar como exemplar, assim como conheço sócios cujo "sportinguismo" os devia levar às galeras, sem apelo nem agravo... Em certa medida, o papel do adepto é até mais ingrato do que o do sócio. Se a direcção nem aos sócios dá crédito, quanto mais aos adeptos!
Mas, antevejo com o aparecimento desta Associação uma nova era para o Sporting, porque existe agora um interlocutor forte que terá por trás de si a força de um grupo de gente que os responsáveis leoninos conhecem bem, que usam quando lhes convém, mas em relação ao qual se estão efectivamente marimbando. Pagam e nem sequer bufam porque não têm (tinham!) local para o fazer.
Por este lado, portanto, os AAS estão de parabéns.
O que não podemos admitir neste universo constituído por adeptos e sócios é o conceito peregrino do "cliente Sporting" que já vi por aí recentemente. Se algum dia o Sporting ficar reduzido à "clientela" esse será o dia em que o Clube morrerá defintivamente.
Todos nós temos de conviver no estádio com os adeptos dos outros clubes que nos visitam e temos de os suportar. Mas, digo-vos que prefiro mil vezes um adepto ferrenho de outro clube sentado ao meu lado, a um "cliente" de ocasião do meu Clube, amorfo e volúvel, que não espera mais do que ser "bem servido". Mal de nós, Sportinguistas, se algum dia tivermos de gritar "A Deco não manda aqui!"


(*) Concordo em particular com a ideia de proporcionar um elo de ligação ao Clube e com o propósito adicional de, ao fazê-lo, poder trazer para esta interacção antigos sócios que já não frequentam o universo Sportinguista. É um assunto ao qual, como sabem, eu sou particularmente sensível e que já abordei neste espaço por diversas vezes e é uma ideia importantíssima.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Recolha de assinaturas para a AG Extraordinária

O Leão de Verdade - Movimento de Cidadania Sportinguista informa que vai estar presente para recolha de assinaturas, pela última vez, no dia 27/4, no Alvaláxia junto ao Rocódromo, a partir das 18.30h. Uma derradeira oportunidade para quem não assinou ainda o pedido de convocação da AG Extarordinária.
Junte o seu voto aos nossos.

Nova associação Sportinguista

Nasceu a Associação de Adeptos Sportinguistas. Leiam aqui pormenores sobre este novo centro de reflexão Sportinguista ao qual eu, pessoalmente, desejo o maior sucesso.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Marquemos a diferença

Turbillhões vários têm afectado o clima dos clubes portugueses nestes últimos tempos. Os factores que determinam esta conjuntura climatérico-desportiva não surgiram ontem, mas agudizam-se e provocam neste momento um fenómeno que podemos designar por aquecimento clubístico global.
As diferentes figuras e figurinhas que conduziram, justamente, os clubes à situação presente --tirando todos eles o cavalinho da chuva ácida que corrói a paisagem clubística-- acham que só há uma única solução para resolver o problema e gritam: mais poder às SADs!
São todos iguais, de todos os quadrantes só se ouve a mesma conversa.
Em duas palavras, o que estes cavalheiros pretendem é retirar o controlo das SAD's pelos clubes. Prescindindo desse controlo o capital das SAD's pode-se abrir a outros investidores. Mas, esses investidores vão ter que rentabilizar os seus investimentos com base nas receitas que provêm , directa ou indirectamente, dos bolsos dos únicos que as podem gerar: os adeptos. Ora, se são os adeptos que originam sempre as receitas porque é que a solução "SAD" é melhor que a solução "clube"?
Aqui entra o sofisma... Clubes são estruturas amadoras, sem capacidade para se governarem a si próprias. No discurso destes cavalheiros, ouve-se falar de profissionalismo e de estrutura profissional como equivalente a SAD. Há portanto que "profissionalizar". Mas, as SAD's não conquistam nenhum mercado, nem há verdadeiramente risco nenhum: os clubes cedem os sócios e adeptos que têm e garantem o mercado a estes "profissionais". Os investidores "investem" em vinha vindimada. Os sócios prescindem, através de autorizações dadas em AG, dos seus direitos como sócios e remetem-se à condição de clientes. Através da "empresarialização" as receitas provenientes dos sócios e adeptos, que não chegavam para garantir a vida do clube, já vão ser suficientes para garantir a vida da empresa. É estranho, mas é verdade.
O "milagre" fica-se então a dever à "profissionalização", eufemismo para mais uns tachos para uns gulosos. Ora, o que os arautos da cedência da maioria do capital das SAD's não explicam é o que é que impede um clube de ser uma estrutura profissional... com sócios? O que é que impede que um clube desportivo seja gerido de forma profissional e rigorosa? Serão estas exigências contraditórias?

Pelo que consigo observar aqui da minha janela, há muita gente crédula que ainda não percebeu o que está em jogo. Por isso, antevejo num futuro não muito distante crises profundas nalguns clubes, que irão inevitavelmente ditar, nuns casos, o seu desaparecimento, e, noutros casos, a sua descaracterização total. Este fim de semana tivemos já, pelo menos, dois casos que ilustram o que estou a dizer, que dizem o que é a fragilidade e a demência que domina este meio. Outros clubes se lhes seguirão estou certo. Mas, entre a falência de uns e o travesti de outros há outras vias. Entre fechar a porta e entregar a portaria a gulosos haverá certamente outras escolhas. No Sporting, quero acreditar que somos diferentes, mais atentos e mais fiéis aos nossos princípios. Quero acreditar que saberemos honrar essa diferença.

"Quem sois vós, meus irmãos e meus algozes? Quem sois? Visões misérrimas e atrozes?" perguntava Antero no poema que reproduzi no último "Momento de Poesia"...
No Sporting, precisamos apenas de saber indentificar os cantos de sereia que zunem aos nossos ouvidos e ter a coragem de lhes calar o pio! É a única forma de impedir a implosão do nosso Clube.

AG ou Congresso? Não! AG e Congresso!

É muito claro o que é proposto por Leão de Verdade ao encetar o processo de realização de uma Assembleia-Geral extraordinária, pois tal vem expresso na OT proposta:
1) Deliberação sobre a realização de auditoria externa e independente ao Sporting Clube de Portugal e a todas as sociedades do Grupo Sporting com apresentação de contas consolidadas;
2) Discussão dos termos de pagamento do passivo bancário do Sporting Clube de Portugal e das sociedades do Grupo Sporting e de medidas tendentes à sua renegociação;
3) Discussão dos termos do negócio de venda dos terrenos do antigo Estádio José Alvalade (UOP 30) e dos direitos de superfície do Interface do Campo Grande e de medidas tendentes à sua renegociação;
4) Discussão dos termos do negócio imobiliário da venda do património não desportivo e avaliação dos respectivos resultados.

Mais afirmam os promotores que não querem “destituir esta direcção”, a qual “deverá manter-se em funções até ao final do seu mandato”; o que aliás seria impossível dado que “a destituição de direcções do SCP não é possível numa AG que não tenha esse ponto na ordem de trabalhos”, como é o caso.
Postas as coisas assim, não hesito em aderir, pois acho o processo correctíssimo. Também eu não estou nada interessado em que o objectivo imediato seja a demissão desta direcção. Neste aspecto táctico estou em desacordo com Master Lizard; eu quero, sim, que esta direcção seja corrida, mas em eleições e havendo uma alternativa, de programa e de lista, a ela.
O cenário contrário levaria a um período de direcção em gestão corrente, sem garantias de que surgisse uma alternativa melhor (e todos sabemos, porque o sofremos na carne durante anos e vimos outros sofrer ainda pior, o que é o arrivismo e o oportunismo na sociedade portuguesa em geral e no futebol em particular). Corríamos o risco de saltar da frigideira para o lume. Nisso não estou interessado; a haver mudança, que à partida fiquemos convencidos de que vamos para melhor.

Mas também se prenuncia um Congresso do Sporting e muitos sportinguistas hesitam sobre se devem ou não participar, se devem ou não opor-se à sua realização. Isto porque a ideia do Congresso veio dos corpos dirigentes do Sporting.
Dada a prática anterior desta direcção, dá para desconfiar de que se tenham de repente convertido à democracia e queiram saber as opiniões dos associados. E acredito que, face à contestação que sabem existir, expressa por todo o lado, nomeadamente nos blogues, eles queiram obter uma legitimação adicional e procurem controlar o processo de molde a que as vozes discordantes sejam abafadas.
Cabe-nos a nós, que temos vindo a fazer oposição e a procurar formas de organização que nos permitam intervir, fazer com que não seja assim. Porque, não tenhamos dúvidas: se nos demitirmos e não participarmos, então é que eles se apresentarão como ganhadores, pois não terão uma oposição a sério.
A AG extraordinária pode, e deve, servir como um abanão na prosápia dos dirigentes, e um sinal de que precisam de contar connosco; além de que nela poderemos obter informação preciosa para a preparação do Congresso.
Mas é fundamental participarmos em força e o mais possível organizados no Congresso.
Assembleia-Geral? Sim!
Congresso? Sim!
Não permitamos que o Congresso se transforme num reforço da situação!
Mobilizemo-nos!

domingo, 20 de abril de 2008

Momento de poesia

No turbilhão

No meu sonho desfilam as visões,
Espectros dos meus próprios pensamentos,
Como um bando levado pelos ventos,
arrebatado em vastos turbillhões...

Num espiral, de estranhas contorções,
E donde saem gritos e lamentos,
Vejo-os passar, em grupos nevoentos,
Distingo-lhes, a espaços, as feições...

-Fantasmas de mim mesmo e da minha alma,
Que me fitais com formidável calma,
Levados na onda turva do escarcéu,

Quem sois vós, meus irmãos e meus algozes?
Quem sois, visões misérrimas e atrozes?
Ai de mim! ai de mim! e quem sou eu?!...


Antero de Quental

sábado, 19 de abril de 2008

Vergonha de jornal, vergonha de jornalista e vergonha de dirigentes

Vejam como se faz uma "notícia". Diz então o Record (não resisto a transcrevê-la aqui na totalidade para comodidade dos leitores do KL...):

"O Estádio José Alvalade e a Academia vão passar em breve para a SAD. A vontade dos responsáveis não é nova – Rogério Alves falou do assunto no final do último Conselho Leonino – mas, segundo Record apurou, já foram dados mais passos importantes, sobretudo a avaliação de ambos os activos.
No entanto, a decisão está sempre dependente da aprovação em assembleia geral, altura em que o presidente dos lisboetas explicará a importância desta operação e o que implicará em termos futuros. Mediante o sim da reunião magna, o clube irá também saldar as dívidas que tem com a Sociedade."


Lê-se e não se acredita. Para além de dar um doce a quem consiga indicar aqui uma única concordância entre um sujeito e um predicado, pergunto: então em que ficamos? O Estádio e a Academia "vão passar em breve para a SAD" ou "está sempre dependente da aprovação em AG?" E o "sim" já terá sido dado e nós não demos por isso...? E se a malta dissesse "não" aquilo não passava, ou como o Record já deu a "notícia", a tal intençãozinha já é um facto?
O autor desta bela prosa, senhor Bernardo Ribeiro e o seu jornal, que lançam este tipo de achas para a fogueira e se prestam a participar neste tipo de manobras, não se deverão admirar se um dia a gente se chatear... É este tipo de alarvidades, que volta não volta surgem em folhecas como o Record, que nos vem lembrar porque é que estamos decididamente contra os actuais dirigentes do Sporting.
Claro que o senhor Ribeiro tresanda a barriga de aluguer --para além de demonstrar ter um conflito insanável com a Língua Portuguesa (o que para um jornalista, convenhamos, é mau...)-- e percebe-se claramente a intenção deste texto repugnante.
Será então isto um exemplo do que chamam jornalismo de esgoto?

sexta-feira, 18 de abril de 2008

E agora a AG Extraordinária

Quarta feira passada não ficou só marcada pela goleada saborosa. A campanha de recolha de assinaturas organizada pelo Leão de Verdade - Movimento de Cidadania Sportinguista atingiu o número de assintaturas necessário para a convocação da AG Extraordinária!
É um dado adquirido: vamos ter AG Extraordinária! Vamos pois poder exigir esclarecimentos sobre alguns factos do passado recente que estão mal explicados e vamos ter a oportunidade de lançar propostas para discussão do futuro do nosso Clube.
Não é altura de exprimir divergências, é altura de encontrar pontos de convergência. Não é altura de apontar as diferenças que nos separam, é altura de falar unidade. Não é altura de assobiar para o lado, é altura de explicar.
Exige-se de todos os Sportinguistas que amam o Clube e que não se revêem nesta gestão toda a disponibilidade, todo o empenhamento e toda a atenção na preparação do evento que poderá ditar a mudança do Sporting. Exige-se rigor. Exige-se determinação.
Exige-se que todos agora digam PRESENTE!
A convocação desta AG Extraordinária, pela adesão que o movimento suscitou (e que não terminou aliás, pelo que exorto todos os que o não fizeram a assinar também este pedido de convocação), é em si um sinal claro de que algo está efectivamente mal e que vamos ter de mudar. Esta AG traduz o descontentamento que os Sportinguistas sentem (uns mais do que outros, é certo, uns de forma mais sentida e mais clararamente expressa do que outros, também é certo) em relação ao modo como o SCP evoluiu na última década, num percurso paradoxalmente mais nebuloso do que nunca e com um rumo inexplicavelmente atribulado.
Mas, não estamos em campanha eleitoral! Não estamos dispostos a ouvir promessas, nem cantares doces.
Queremos explicações.
Espera-se dos orgãos directivos, eleitos democraticamente, que cumpram o seu papel e que correspondam com dignidade à iniciativa democraticamente legítima que estes sócios resolveram tomar.
Há milhares de olhos atentos e bem abertos a apreciar o desenrolar dos acontecimentos!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Que os 5-3 não branqueiem a incompetência

Diz Yourcenar, num dos seus Contos Orientais que Wang, um pintor, uma noite falou “como se o silêncio fosse um muro e as palavras cores destinadas a cobri-lo”.
É o que deve ter feito Paulo Bento enquanto, durante o intervalo do jogo com o Benfica, eu me passeava pela arquibancada, chateado e com pouca esperança. PB disse aos seus jogadores aquilo que Moutinho, ao ser inquirido sobre o assunto, respondeu terem sido “as palavras que nós precisávamos de ouvir para mudarmos de atitude”.
Já na primeira parte, PB havia notado que a sua escolha de recuar Veloso para central colocando Adrien a pivot defensivo (motivada pela falta de confiança que tem na capacidade de Gladstone; e não sou eu que o irei criticar por isso, face ao que o jogador tem rendido) não deu resultado. E, demonstrando uma sagacidade que nem sempre se tem verificado, tinha decidido arriscar substituindo Adrien por Izmailov, assim adoptando uma postura mais ofensiva.
A equipa entrou, pois, na segunda parte com uma disposição, atitude e capacidade de luta muito diferentes, para muito melhor. Mas os golos não surgiam.
Até que apareceu em campo o senhor Vanderlei Fernandes da Silva, no mundo da bola conhecido por Derlei. Só a garra com que entrou em campo transmitiu logo uma boa onda que se deve ter comunicado aos outros (eu cá fiquei impressionado e esperançado).
Foi o que se viu: abatemos os lampiões sem apelo nem agravo, de um modo que me recordou os famosos 7-1, sobretudo nas cavalgadas que deram nos 2 últimos golos.

Parece que, assim de repente, passámos de equipa à deriva a conjunto de craques. Não passámos. E não podíamos passar.
A época foi programada pelos dirigentes na base duma exagerada contenção de despesas, parecendo que, no Sporting, não existe o conceito de despesas de investimento, e que toda a estratégia se coloca ao serviço do abatimento do passivo, esquecendo que, como dizia o outro, há mais vida para além do défice. Assim, os “reforços”, tendo, é certo, sido escolhidos em função do modelo de jogo da equipa e das posições para que eram necessários (mérito que deve ser atribuído sobretudo à equipa técnica e não tanto aos dirigentes), foram escolhidos com pouco dispêndio e com pouca competência: muitos dos jogadores contratados não têm categoria para jogar no Sporting. A incompetência chegou ao ponto de, no chamado mercado de Inverno, se contratar um jogador que não estava a ser sequer utilizado na sua equipa (Tiuí), mantendo um jogador da casa já com algumas provas dadas em jogos importantes emprestado ao Fátima (Saleiro). É por estas e por outras que venho defendendo com unhas e dentes que Paulo Bento é o treinador certo para este momento do Sporting: ele trabalha com a matéria-prima que lhe dão, sem fazer ondas.
E se, neste caso do treinador, algum mérito terá de ser reconhecido aos dirigentes, que a magnífica vitória sobre os nossos rivais históricos não sirva, no entanto, de branqueamento das asneiras cometidas durante a época. Uma época em que a prestação da equipa, termine ela como terminar, será bastante insuficiente.
E só não o será mais porque a dos nossos eternos rivais ainda deverá ser pior. Se no nosso burgo reina a incompetência, no deles, além desta reina o caos. Dá para, adaptando o dito aos actuais dirigentes, parafrasear o que Pinto da Costa dizia sobre Vale e Azevedo: “Ele foi eleito e os mandatos são para se cumprir; deve continuar”.

Nota: A “quarentena” que mantive durante uns tempos (em que não postei no KL) foi ditada por motivos exclusivamente pessoais.

Um conjunto de desabafos em espécie de homenagem aos companheiros da última roulotte que tiveram ontem um jantar memorável, de sobremesa suprema

Segundo o Zé Diogo Quintela (ele sim um grande sportinguista rodeado de coisos por todos os lados), na sua crónica de “A Bola”, FSF quer o segundo lugar porque assim vai à liga dos campeões e não tem que pagar prémios por vitórias.
Nada parece ser tão verdade, tendo em conta as tristes declarações sobre a primazia da ida à liga versus a conquista da taça, tão próximas das do kadafi dos pneus, sobre a inapropriada conquista de títulos.
A verdade é que os patrões de FSF querem é guito e usam a mesma lógica para todos os negócios: desde que tenham o deles, não querem saber se nada sobra dos negócios dos seus clientes….
Dentro desta lógica, ou de uma outra tão absurda como esta, FSF apresentou o cartão de sócio numa versão merdosa do que já se faz aqui cá no burgo e ainda mais merdosa face a trabalhos louváveis como o do nosso parceiro de UBL Verdão.
Como para alguns negócios andamos a nadar em dinheiro, em vez de investir na captação de novos associados (que ainda por cima são chatos) gastou, esbanjou, um pipa de massa a telefonar-nos (claro que a TMN também quer retorno do investimento, não será?) a nós que já somos sócios e que já receberíamos o dito cartão sem necessidade dessa campanha absurda.
Que a lógica é entregar tudo ao BES, não só já sabia, como já aqui tinha escrito.
Agora o cartão não é do clube é do banco. Eu não quero um cartão do BES para nada. Tenho que deixar de ser sócio? Ou posso ser sócio sem cartão? Porque uma coisa é certa não estou nada inclinado em preencher os dados que me enviaram 35 dias depois da assinatura da carta que acompanhava o dito objecto, revelando a já conhecida incompetência da secretaria do clube (deve estar a passar para os serviços administrativos do BES), que não respeitou o empenho demonstrado por FSF ao assinar a dita exactamente no momento em que me telefonou, o que até lhe causou uma pequena entorse no polegar.

Défice de atenção

Já há imenso tempo que não andava aos saltos e aos abraços com os companheiros de bancada, alguns deles absolutos desconhecidos que só vão à bola nestas ocasiões. Nalguns casos a comoção era visível nos rostos. Também à saída eram vários os Sportinguistas que trocavam calorosos comentários com os companheiros ocasionais ao longo do percurso pelos corredores, escadas e outros acessos. À despedida um entusiástico aperto de mão, quando não mesmo um abraço. Nas roulotes cantava-se em coro, bem alto, vozes de amigos e de companheiros de circunstância. Éramos só um!
Ora aqui está mais um motivo de reflexão. A união e a exaltação Sportinguistas não se fazem na derrota, nem no desânimo, nem na escaramuçazeca pelos lugares secundários ou na obsessão contra o passivo. Nenhum Sportinguista perceberá jamais isso! O que os Sportinguistas buscam é a exaltação da vitória, o aconchego da solidariedade com os seus pares. É isso que é (que foi ontem!) o Sporting. E é isso que gera, por sua vez, receitas.
Na derrota, no desânimo e na permanente atitude de atirar a toalha ao tapete não medram sentimentos positivos. Não há união possível. O Sporting sem união é um clube condenado ao desaparecimento.
É de política e de estratégia que falo. Errada ou ausente, respectivamente, na actuação da direcção actual.
Qualquer direcção atenta, face a estes factos tomaria desde já medidas. O pior é que, como já há muito sabemos, o défice de atenção da direcção de opereta que actualmente governa os destinos do Sporting é maior que o de uma galinha e o mal vem de longe.
Mas, há tratamentos para isso...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ventos de mudança

Fusões, OPAs e outras excitantes operações aguardam o nosso futuro bloguista. Mantenham-se sintonizados nesta onda...

O derrotado da noite: Filipe Soares Franco

O meu Sporting jogou contra aquele bando de merdosos, cujo nome eu nunca consigo recordar e enfiou-lhes cinco-batatas-cinco! O júbilo é compreensivelmente grande. As hostes leoninas cantam por essa noite fora depois de assistirem a uma vitória empolgante como foi esta.
Dir-se-ia que o tal bando de energúmenos que defrontou o glorioso Sporting Clube de Portugal foi então o derrotado da noite. Mas, não! O grande derrotado foi o actual presidente do Sporting, dr. Filipe Soares Franco.
Quem é que no seu perfeito juízo poderia afirmar antecipadamente que o jogo de hoje não era o jogo da época? O jogo, este jogo, era o jogo da época fosse qual fosse o seu desfecho. Tendo corrido como correu foi mais do que o jogo da época: foi o jogo da década! Tivesse o Sporting sido derrotado esta noite e eu queria ver como ia ser o resto da época... Os apanha-bolas de Alvalade devem certamente conseguir falar do Sporting com um maior sentido de oportunidade e convicção...
A verdade é que há muito que o Sporting não respirava vitória como hoje. Há muito que os adeptos não viam um Sporting tão categórico e determinado como hoje. Há muito que não se via um jogo de bola tão bom como o de hoje. Pois é, mas devia ser sempre assim.
É isto que os adeptos de futebol (a modalidade eleita pelo actual presidente como a modalidade de todas as modalidades...) esperam: bons jogos, vitórias e determinação permanente em vencer.
Não é isto que o Sporting de hoje oferece aos seus adeptos.
Montada como está, a estrutura do Sporting apenas pode pode dar-nos uma fugaz miragem de vitória. Não é esta estrutura que vai permitir ao Sporting poder estar ao nível a que esteve hoje. O que é pena e dá uma imagem do Sporting totalmente do avesso.
Mas, cuidado! Os Sportinguistas gostam é disto. E ao proporcionar aos adeptos o espetáculo de hoje o que sai das gargantas Sportinguistas é certamente o grito: "Queremos mais!"
Como vai a actual direcção descalçar esta bota? Como vai ela criar condições para que os adeptos se revejam na sua equipa, estejam em sintonia com os seus feitos, vibrem com os seus golos, se deixem inebriar pelos seus sucessos e participem neste indescritível ritual de vitória como aquele a que hoje assistimos? É que não há milagres: o passivo que alguns dirigentes criminosos criaram, ou ajudaram a criar, só se abate com um Sporting vitorioso. Não se abate, nem com miragens, nem com "chicóespertices" pseudo-financeiras, nem com travestis de gestores...
Filipe Soares Franco é o presidente da derrota, da luta pela manutenção e sai do confronto de hoje com cinco-nódoas negras-cinco.

Momento de poesia

As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;


Luís de Camões

Esclarecimento

No mínimo este assunto carece de um esclarecimento oficial...

domingo, 13 de abril de 2008

Momento de poesia

Aquela fé tão clara e verdadeira,
A vontade tão limpa e tão sem mágoa,
Tantas vezes provada em viva frágua
De fogo, i apurada, e sempre inteira;

Aquela confiança, de maneira
Que encheu de fogo o peito, os olhos de água,
Por que eu ledo passei por tanta mágoa,
Culpa primeira minha e derradeira,

De que me aproveitou? Não de al por certo
Que dum só nome tão leve e tão vão,
Custoso ao rosto, tão custoso à vida.

Dei de mim que falar ao longe e ao perto;
E já assi se consola a alma perdida,
Se não achar piedade, ache perdão.

Sá de Miranda

sexta-feira, 11 de abril de 2008

DERROTA

O presente escrito constitui apenas um lembrete para todos aqueles que se tenham porventura esquecido do essencial, para todos aqueles que tenham ouvido ultimamente falar, quer o senhor presidente da direcção do Sporting, quer o seu treinador (seu dele, presidente do Sporting...), sobre o domínio que o Sporting exerce sobre os adversários embora acabe por perder os jogos.
Com aquele paleio para adormecer em que eles se tornaram especialistas, o essencial estará certamente a passar ao lado dos Sportinguistas: continuamos na senda das derrotas, somos cada vez mais um clube de segunda, um clube miseravelmente derrotado!
É mais um ano em que ficamos pelo caminho, é mais um ano a lutar para evitar a descida da divisão dos grandes, é mais um ano em que continuamos a justificar as sucessivas derrotas com o que há-de vir aí, num futuro que ninguém vislumbra claramente.
O que há-de vir, digo-vos eu, é mais uma (inevitável) derrota e a conversa dos responsáveis, aqueles a quem os Sportinguistas pagam ou em quem confiam para dirigir os destinos do Clube, será mais uma vez a de vir dizer que para a próxima prova, para o próximo "objectivo", é que é!! Não percebem que a gente percebe que o problema reside neles, na sua ausência de competência, de visão estratégica, de espírito Sportinguista.
No Sporting é assim: resta-nos sempre um objectivo qualquer, que sobrou depois de todas as humilhações e depois de todas as DERROTAS! E não passamos disto...
O próximo objectivo há-de saldar-se por mais uma derrota (é assim há décadas e, dada a ausência de quaisquer medidas substanciais para além do paleio, nada faz antever a inversão do curso destes acontecimentos!), mas esta gente encontrará sempre artes para nos procurar manter na expectativa, a expectativa será defraudada e, assim, o ciclo infernal continuará.
Até que... esta gente seja toda posta no lugar em que merece. Até que... esta gente seja toda inexoravelmente posta na rua.
Fica um aviso: depois de vos virem repetir a conversa do costume, que ainda resta o "objectivo" do segundo lugar na Liga, que resta o "objectivo" da Taça ou o "objectivo" do diabo que os carregue, quando já não restar mais "objectivo" nenhum e o resultado tiver sido o mesmo de sempre, lembrem-se do que eu aqui escrevi...
O meu objectivo é claro!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Momento de poesia

DESLUMBRAMENTOS

Milady, é perigoso contemplá-la,
Quando passa aromática e normal,
Com seu tipo tão nobre e tão de sala,
Com seus gestos de neve e de metal.

Sem que nisso a desgoste ou desenfade,
Quantas vezes, seguindo-lhe as passadas,
Eu vejo-a, com real solenidade,
Ir impondo toilettes complicadas!�

Em si tudo me atrai como um tesoiro:
O seu ar pensativo e senhoril,
A sua voz que tem um timbre de oiro
E o seu nevado e lúcido perfil!

Ah! Como me estonteia e me fascina�
E é, na graça distinta do seu porte,
Como a Moda supérflua e feminina,
E tão alta e serena como a Morte!�

Eu ontem encontrei-a, quando vinha,
Britânica, e fazendo-me assombrar;
Grande dama fatal, sempre sozinha,
E com firmeza e música no andar!

O seu olhar possui, num jogo ardente,
Um arcanjo e um demónio a iluminá-lo;
Como um florete, fere agudamente,
E afaga como o pêlo dum regalo!

Pois bem. Conserve o gelo por esposo,
E mostre, se eu beijar-lhe as brancas mãos,
O modo diplomático e orgulhoso
Que Ana de Áustria mostrava aos cortesãos.

E enfim prossiga altiva como a Fama,
Sem sorrisos, dramática, cortante;
Que eu procuro fundir na minha chama
Seu ermo coração, como a um brilhante.

Mas cuidado, milady, não se afoite,
Que hão-de acabar os bárbaros reais;
E os povos humilhados, pela noite,
Para a vingança aguçam os punhais.

E um dia, ó flor do Luxo, nas estradas,
Sob o cetim do Azul e as andorinhas,
Eu hei-de ver errar, alucinadas,
E arrastando farrapos - as rainhas!


Cesário Verde

quarta-feira, 9 de abril de 2008

AG Extraordinária - recolha quase no fim

Faltam apenas cerca de 400 votos para completar os 1500 necessários para a convocação da AG extraordinária.
Passem, por favor, pelo Alvaláxia, junto ao Rocódromo, nos próximos jogos em casa para completar o número de votos necessário. Em alternativa poderão visitar o Leão de Verdade deixar lá a vossa assinatura ou fazer o download dos ficheiros em formato PDF da Folha de Recolha de Assinaturas e da Folha de Controlo das Assinaturas.
O futuro joga-se dentro e fora de campo!

domingo, 6 de abril de 2008

Momento de poesia

Ai, flores, ai, flores do verde pino

Ai, flores, ai, flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?

Ai, flores, ai, flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo?
Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi à jurado?
Ai, Deus, e u é?

Vós me preguntades polo vosso amigo?
E eu ben vos digo que é sano e vivo.
Ai, Deus, e u é?

Vós me preguntades polo vosso amado?
E eu ben vos digo que é vivo e sano.
Ai, Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é sano e vivo
e seerá vosco ante o prazo saido.
Ai, Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é vivo e sano
e seerá vosco ante o prazo passado.
Ai, Deus, e u é?

El-Rei D. Dinis

Não há campeonatos para segundo, parte II

Um adepto entrevistado ontem depois do jogo do Porto dizia, depois de lhe perguntarem porque é que ele achava que o clube se tinha sagrado campeão, que (as palavras não são textuais) "temos os melhor presidente, a equipa mais sólida, o clube mais organizado." Era mais ou menos isto.
Independentemente de podermos ter a nossa opinião sobre o estilo, os valores e as vicissitudes que rodearam e rodeiam a vida daquele clube, a verdade é que não há grande dúvidas sobre a absoluta legitimidade desta simples constatação. A questão foi aliás resumida, de forma lapidar,  por Pedro Burmerster --que referi aqui há algum tempo-- sobre a superioridade do Porto: é uma questão estrutural. Não são os outros clubes que vacilaram este ano. Não houve uma vantagem conjuntural, ou um golpinho de sorte no triunfo do Porto deste no. Há uma vantagem estrutural.
Só os cegos continuam teimar em não ver isto e só eles poderão embarcar na conversa triste da direcção actual do Sporting, exemplo da qual são as declarações recentes do presidente Soares Franco em Glasgow. Elas constituem um verdadeiro manual de disparate, paleio de um perdedor sem vergonha. 
Enquanto os valores que norteiam a direcção do Sporting forem estes não nos resta outra solução senão colocar tudo em causa. Absolutamente tudo! Razão tem o António Manuel Venda quando aqui lança a dúvida sobre a competência de Soares Franco para dirigir os destinos do Sporting. Tal como ele também dou os parabéns ao Porto e chamo incompetente a este presidente do Sporting, um derrotado que finge não saber que não há campeonatos para o segundo lugar.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O futuro está aí!

Segundo informa o Leão de Verdade - Movimento de Cidadania Sportinguista, "Chegámos aos 1000 votos! Faltam 500! Gostaríamos de completá-los no jogo contra o Braga, onde lá estaremos no Alvaláxia, 2 horas antes do jogo."
O movimento é imparável. Falta um pequeno e derradeiro esforço para, nos termos das regras estatutárias do Clube, começarmos a desenhar, todos juntos, o futuro do Sporting.
Poderão também, em alternativa, visitar o renovado site do Leão de Verdade e deixar a vossa assinatura.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Momento de poesia

Verdes são os campos

Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Luís de Camões

Sem palavras

terça-feira, 1 de abril de 2008

Perdas e ganhos

Os processos que correm no Tribunal e na CD da LPFP contra o FCP, União de Leiria, Boavista e respectivos presidentes, e contra os dois árbitros Paixão e Duarte, não podem deixar de nos excitar a curiosidade. Ora aqui está um caso a seguir com toda a atenção.
Na perspectiva de destes processos vir a resultar alguma condenação, mais do que perceber quem ganhou com tudo isto, deverá interessar aos Sportinguistas, sobretudo, perceber claramente quem perdeu...