terça-feira, 27 de maio de 2008

Benefício da dúvida?

As linhas que se seguem constituem uma tentativa de produzir aqui algumas reflexões, de forma tão serena quanto possível, antes do importante acontecimento de amanhã.
Digo "tão serena quanto possível" porque nestas coisas do Sporting a serenidade é coisa que temos de encarar com algum cuidado. Se for demais, transforma-se em apatia, se for de menos tolda-nos a vista. Tentemos, pois...
Sabem os meus caros consócios (é a eles, mais que aos adeptos que eventualmente leiam estas linhas, que me dirijo) que estes anos mais chegados, desde que a presente direcção tomou conta dos destinos do Clube, têm sido pontuados por periódicas situações de enorme tensão. O que tem caracterizado estes períodos é a dramatização dos problemas, a utilização sitemática do argumento "depois de mim o dilúvio", a chantagem, os flic-flacs, o voltar com a palavra atrás, as surpresas desagradáveis, os argumentos obscuros, as evidências negadas, enfim, um sem número de factos que, todos juntos, nos levam no mínimo a ter que ter agora alguma cautela perante os argumentos apresentados.
São factos. Não há especulação.
Aqui há muito pouco tempo ouvimos as palvras optimistas do presidente do Sporting, escutámos-lhe as declarações ambiciosas e pudemos (não eu!, que já não vou em cantigas, mas certamentte muitos Sportinguistas) antever neste seu discurso alguma serenidade e optimismo quanto ao futuro. Estranhamente, em vésperas de importante AG, ouvimos-lhe dizer que "precisa de dinheiro!" e que "pode não haver dinheiro para pagar os salários de Junho." Então em que ficamos? Por que razão não sabemos claramente o que se passa? Por que razão o que é verdade um dia passa a ser motivo de dúvida no dia seguinte? Como podemos, nós Sportinguistas, viver nesta incerteza? Quem tem certezas? Porquê? Por que razão não se deu andamento, previamente, aos pedidos para que se dissipassem as incertezas, promovendo, designadamente, a tal auditoria externa, antes mesmo que ela tivesse sido pedida pelo Movimento Leão de Verdade?
O que ditou esta reviravolta operada agora em tão curto espaço de tempo? E que novas reviravoltas nos esperam? Que novas promessas ficarão incumpridas? Que novos coelhos sairão das cartolas directivas? Quem está esclarecido? Quem se sente honestamente esclarecido?
Por mim, e com a serenidade possível, digo-vos: perante todas estas contradições, dúvidas, recuos, nuvens e comportamentos tortuosos pretéritos, o melhor é dizer não a todas estas pretensões. O que está em jogo, caso elas fossem para a frente, é demasiado sério para que possa subsistir a mínima dúvida. Cabe agora aos que vêem sempre estas tentativas de mudanças radicais no Clube com leveza (senão mesmo com leviandade...) e benevolência perguntarem-se se acham convictamente que isto vai garantir a obtenção dos "títulos" que ambicionam. Cabe-lhes pedir justificações sérias para estes actos. Cabe aos observantes da "regra", cabe aos críticos da crítica, usarem agora as cautelas e os cuidados que os levam a não querer agitar demasiado as águas Sportinguistas e a criticarem aqueles que o fazem. E, depois, agirem então com prudência. É disso, justamente, que agora precisamos...
"Beyond a reasonable doubt!" dir-se-ia num daqueles filmes americanos que metem tribunais e julgamentos dramáticos.
Benefício da dúvida? A resposta é NÃO!

Retalhistas!

Rui Oliveira e Costa, Dias Ferreira, Carlos Araújo Sequeira, Paulo Abreu, Vera Jardim, Carlos Horta e Costa, Ernesto Ferreira (?), Silvino Sequeira e Eduardo Barroso são nomes que fazem parte de uma lista que figura na página principal do site do Sporting com declarações de apoio à proposta de venda do Clube a retalho que nos é feita pela actual direcção.
A manobra é baixa, a parada é alta. As responsabilidades serão um dia apuradas e a impunidade há-de ter um fim.