segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Ainda o "caso Deivid" e o que eu vejo com os meus óculos novos...

Desculpem insistir, mas os blogs têm esta virtude. Podemos ir fazendo ajustes, reforçando ideias ou alterando pontos de vista na hora. No caso vertente, os meus óculos continuam a dar-me uma imagem que, lamento dizê-lo (não gosto de dizer mal por sistema...), é francamente negativa.
Os factos são estes. Deivid chegou ao Sporting com uma missão e uma aura. Nem a missão foi cumprida, nem a aura se justificava. Pelo meio ficaram cenas de birra, férias prolongadas, declarações de intenção, de insatisfação e de vontade de mudar de clube, etc, etc. E ficou sobretudo um registo de quase total falhanço. A imagem que Deivid construiu ao longo desta sua passagem por Portugal --creio que ninguém o negará-- é profundamente má.
Ora, como referi em post anterior, o Deivid surpreendeu-nos com uma exibição excepcional frente ao Boavista. Nunca lhe tínhamos visto uma exibição assim. Parecia outro jogador. Até sorria... Mas, a surpresa não ficou por aí. Na manhã seguinte lá chegou a bomba: Deivid ia para o Fenerbahçe. Uns dizem que por 6 milhões, outros dizem que por 4.5... O negócio estaria todo concluido antes do jogo de sábado. Dirão uns: foi um negócio exemplar, discreto e eficaz. Um jogador que nunca se afirmou, foi vendido, com lucro, de forma que surpreendeu toda a gente. Nada mau...
Pelo meu lado, acho tudo isto inaceitável e não creio que haja desculpa para ninguém.
Ainda pensei que o jogador se estava a mostrar ao possível novo patrão no sábado, o que já de si seria lamentável. Mas, não! O negócio já estava concluido, Deivid sabia do negócio, os responsáveis técnicos e directivos sabiam do negócio e no sábado a substituição operada por Paulo Bento tinha uma história cujo fim já era conhecido por todos os actores. Deivid afinal jogou como que dizendo "Ora vejam lá o que vocês andaram a perder e vão perder no futuro!"
Na prática, a situação do Sporting é esta: com o campeonato já iniciado, perdemos um jogador para uma posição chave, que afinal até era bom, vamos ter de gastar dinheiro (que, foi-nos dito, não abunda...) num novo, e vamos contratar um jogador que já perdeu a pré-época.
Esta história, que parecia simples, tem afinal um enredo bem mais complicado e revelador do que se pensava...
E não é dos óculos!


PS- Lembram-se do Rogério? Do seu último jogo ao serviço do Sporting com a saída já anunciada? Descubram as diferenças...