Diz Yourcenar, num dos seus Contos Orientais que Wang, um pintor, uma noite falou “como se o silêncio fosse um muro e as palavras cores destinadas a cobri-lo”.
É o que deve ter feito Paulo Bento enquanto, durante o intervalo do jogo com o Benfica, eu me passeava pela arquibancada, chateado e com pouca esperança. PB disse aos seus jogadores aquilo que Moutinho, ao ser inquirido sobre o assunto, respondeu terem sido “as palavras que nós precisávamos de ouvir para mudarmos de atitude”.
Já na primeira parte, PB havia notado que a sua escolha de recuar Veloso para central colocando Adrien a pivot defensivo (motivada pela falta de confiança que tem na capacidade de Gladstone; e não sou eu que o irei criticar por isso, face ao que o jogador tem rendido) não deu resultado. E, demonstrando uma sagacidade que nem sempre se tem verificado, tinha decidido arriscar substituindo Adrien por Izmailov, assim adoptando uma postura mais ofensiva.
A equipa entrou, pois, na segunda parte com uma disposição, atitude e capacidade de luta muito diferentes, para muito melhor. Mas os golos não surgiam.
Até que apareceu em campo o senhor Vanderlei Fernandes da Silva, no mundo da bola conhecido por Derlei. Só a garra com que entrou em campo transmitiu logo uma boa onda que se deve ter comunicado aos outros (eu cá fiquei impressionado e esperançado).
Foi o que se viu: abatemos os lampiões sem apelo nem agravo, de um modo que me recordou os famosos 7-1, sobretudo nas cavalgadas que deram nos 2 últimos golos.
Parece que, assim de repente, passámos de equipa à deriva a conjunto de craques. Não passámos. E não podíamos passar.
A época foi programada pelos dirigentes na base duma exagerada contenção de despesas, parecendo que, no Sporting, não existe o conceito de despesas de investimento, e que toda a estratégia se coloca ao serviço do abatimento do passivo, esquecendo que, como dizia o outro, há mais vida para além do défice. Assim, os “reforços”, tendo, é certo, sido escolhidos em função do modelo de jogo da equipa e das posições para que eram necessários (mérito que deve ser atribuído sobretudo à equipa técnica e não tanto aos dirigentes), foram escolhidos com pouco dispêndio e com pouca competência: muitos dos jogadores contratados não têm categoria para jogar no Sporting. A incompetência chegou ao ponto de, no chamado mercado de Inverno, se contratar um jogador que não estava a ser sequer utilizado na sua equipa (Tiuí), mantendo um jogador da casa já com algumas provas dadas em jogos importantes emprestado ao Fátima (Saleiro). É por estas e por outras que venho defendendo com unhas e dentes que Paulo Bento é o treinador certo para este momento do Sporting: ele trabalha com a matéria-prima que lhe dão, sem fazer ondas.
E se, neste caso do treinador, algum mérito terá de ser reconhecido aos dirigentes, que a magnífica vitória sobre os nossos rivais históricos não sirva, no entanto, de branqueamento das asneiras cometidas durante a época. Uma época em que a prestação da equipa, termine ela como terminar, será bastante insuficiente.
E só não o será mais porque a dos nossos eternos rivais ainda deverá ser pior. Se no nosso burgo reina a incompetência, no deles, além desta reina o caos. Dá para, adaptando o dito aos actuais dirigentes, parafrasear o que Pinto da Costa dizia sobre Vale e Azevedo: “Ele foi eleito e os mandatos são para se cumprir; deve continuar”.
Nota: A “quarentena” que mantive durante uns tempos (em que não postei no KL) foi ditada por motivos exclusivamente pessoais.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Um conjunto de desabafos em espécie de homenagem aos companheiros da última roulotte que tiveram ontem um jantar memorável, de sobremesa suprema
Segundo o Zé Diogo Quintela (ele sim um grande sportinguista rodeado de coisos por todos os lados), na sua crónica de “A Bola”, FSF quer o segundo lugar porque assim vai à liga dos campeões e não tem que pagar prémios por vitórias.
Nada parece ser tão verdade, tendo em conta as tristes declarações sobre a primazia da ida à liga versus a conquista da taça, tão próximas das do kadafi dos pneus, sobre a inapropriada conquista de títulos.
A verdade é que os patrões de FSF querem é guito e usam a mesma lógica para todos os negócios: desde que tenham o deles, não querem saber se nada sobra dos negócios dos seus clientes….
Dentro desta lógica, ou de uma outra tão absurda como esta, FSF apresentou o cartão de sócio numa versão merdosa do que já se faz aqui cá no burgo e ainda mais merdosa face a trabalhos louváveis como o do nosso parceiro de UBL Verdão.
Como para alguns negócios andamos a nadar em dinheiro, em vez de investir na captação de novos associados (que ainda por cima são chatos) gastou, esbanjou, um pipa de massa a telefonar-nos (claro que a TMN também quer retorno do investimento, não será?) a nós que já somos sócios e que já receberíamos o dito cartão sem necessidade dessa campanha absurda.
Que a lógica é entregar tudo ao BES, não só já sabia, como já aqui tinha escrito.
Agora o cartão não é do clube é do banco. Eu não quero um cartão do BES para nada. Tenho que deixar de ser sócio? Ou posso ser sócio sem cartão? Porque uma coisa é certa não estou nada inclinado em preencher os dados que me enviaram 35 dias depois da assinatura da carta que acompanhava o dito objecto, revelando a já conhecida incompetência da secretaria do clube (deve estar a passar para os serviços administrativos do BES), que não respeitou o empenho demonstrado por FSF ao assinar a dita exactamente no momento em que me telefonou, o que até lhe causou uma pequena entorse no polegar.
Nada parece ser tão verdade, tendo em conta as tristes declarações sobre a primazia da ida à liga versus a conquista da taça, tão próximas das do kadafi dos pneus, sobre a inapropriada conquista de títulos.
A verdade é que os patrões de FSF querem é guito e usam a mesma lógica para todos os negócios: desde que tenham o deles, não querem saber se nada sobra dos negócios dos seus clientes….
Dentro desta lógica, ou de uma outra tão absurda como esta, FSF apresentou o cartão de sócio numa versão merdosa do que já se faz aqui cá no burgo e ainda mais merdosa face a trabalhos louváveis como o do nosso parceiro de UBL Verdão.
Como para alguns negócios andamos a nadar em dinheiro, em vez de investir na captação de novos associados (que ainda por cima são chatos) gastou, esbanjou, um pipa de massa a telefonar-nos (claro que a TMN também quer retorno do investimento, não será?) a nós que já somos sócios e que já receberíamos o dito cartão sem necessidade dessa campanha absurda.
Que a lógica é entregar tudo ao BES, não só já sabia, como já aqui tinha escrito.
Agora o cartão não é do clube é do banco. Eu não quero um cartão do BES para nada. Tenho que deixar de ser sócio? Ou posso ser sócio sem cartão? Porque uma coisa é certa não estou nada inclinado em preencher os dados que me enviaram 35 dias depois da assinatura da carta que acompanhava o dito objecto, revelando a já conhecida incompetência da secretaria do clube (deve estar a passar para os serviços administrativos do BES), que não respeitou o empenho demonstrado por FSF ao assinar a dita exactamente no momento em que me telefonou, o que até lhe causou uma pequena entorse no polegar.
Défice de atenção

Ora aqui está mais um motivo de reflexão. A união e a exaltação Sportinguistas não se fazem na derrota, nem no desânimo, nem na escaramuçazeca pelos lugares secundários ou na obsessão contra o passivo. Nenhum Sportinguista perceberá jamais isso! O que os Sportinguistas buscam é a exaltação da vitória, o aconchego da solidariedade com os seus pares. É isso que é (que foi ontem!) o Sporting. E é isso que gera, por sua vez, receitas.
Na derrota, no desânimo e na permanente atitude de atirar a toalha ao tapete não medram sentimentos positivos. Não há união possível. O Sporting sem união é um clube condenado ao desaparecimento.
É de política e de estratégia que falo. Errada ou ausente, respectivamente, na actuação da direcção actual.
Qualquer direcção atenta, face a estes factos tomaria desde já medidas. O pior é que, como já há muito sabemos, o défice de atenção da direcção de opereta que actualmente governa os destinos do Sporting é maior que o de uma galinha e o mal vem de longe.
Mas, há tratamentos para isso...
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