domingo, 17 de dezembro de 2006

A "enchente" de Alvalade

Todos nós pugnamos por um Sporting dinâmico, popular, participado. Que não haja dúvidas: eu gosto de ver Alvalade cheio, de sentir a participação e a comunhão do público com a equipa. Há poucos sentimentos assim, que experimentamos colectivamente. O futebol tem também essa função que não é de todo despicienda.
Tudo o que contribuir para motivar enchentes em Alvalade e transmitir apoio à equipa tem o nosso ámen. Digo "nosso" porque ainda há pouco o Raul se referiu aqui a este assunto e porque já noutras ocasiões referimos a necessidade de promover a participação dos Sportinguistas nas acções do seu Clube.
Da "enchente" de ontem se poderão tirar duas conclusões.
Primeira conclusão: se a política de preços (e de horários...) for correcta os Sportinguistas acorrem ao seu estádio. E seja pelo aplauso, seja pela assobiadela impaciente, os Sportinguistas fazem sentir uma presença calorosa a que os jogadores em campo não serão, certamente, indiferentes e que terá, seguramente, o seu efeito positivo.
Segunda conclusão: afinal a "enchente" não existiu. Os números oficiais mostram que ficámos ao nível de uma boa "casa" em dia de jogo excepcionalmente grande. Os responsáveis do SCP deveriam refletir seriamente sobre tudo isto. Uma mobilização como a que foi tentada para o jogo de ontem não conseguiu produzir a enchente que foi apregoada e que se procurou veicular para o exterior. A presença dos Núcleos deveria ser uma regra, não a excepção de Natal. A festa do futebol faz-se com essa presença regular e não sazonal... Para isso muita coisa deveria ser revista. Sem a presença dos Núcleos o número de espectadores ontem presentes em Alvalade seria certamente banal.
Vale a pena apostar seriamente nestas coisas. De forma continuada. E valeria a pena ter cerca de 40.000 espectadores em média a assistir aos jogos em alvalade. O que não vale a pena é esconder a cabeça na areia...