terça-feira, 5 de setembro de 2006

Palmadas nas costas, almoçaradas e camarotes VIP


Enquanto os actores do fenómeno futebol (jogadores e treinadores) situam o País (em termos do sector futebol) em 2.º da Europa e 4.º do mundo, os dirigentes(?) provocam e/ou consentem e não são capazes de resolver as questões que surgem.
No caso Mateus, é o que se tem visto: ninguém se entende e perfilam-se catástrofes.
No caso "apito dourado", as coisas arrastam-se e alguns processos são arquivados, como se vê na amostra junta, que tanscrevo do Record (eles não se vão chatear com certeza).
Mas o cúmulo veio do medíocre comportamento dos dirigentes convidados do programa "Prós e Contras" em que todos conseguiram estar mais de duas horas sem dizer nada que tenha contribuído para a melhor informação do grande público; quem estava confuso, mais confuso ficou, no meio daqueles doutores e majores todos.
Alguma coisa, no entanto, se clarificou para nós que julgávamos que havia dissenções entre eles porque a Liga não queria implementar os ditames da Federação (o que até a FIFA sabe, porque o escarrapachou num comunicado): ficámos a saber que tudo se resolve aos abraços e em almoçaradas, ou camarotes VIP dos estádios. Neste particular a patética intervenção telefónica de Luís Filipe Vieira contribuiu para compreendermos melhor a corja.
No decorrer do programa Valentim disse que LFV foi o primeiro presidente a sugerir-lhe que se candidatasse a Presidente da AG da Liga. Para "repor alguma verdade nas palavras do major" LFV fez questão de telefonar para o programa para confirmar que pediu a Valentim para, "face à situação do futebol português, não abandonar a Liga". Acrescentou, no entanto, que "a condição para o Benfica o apoiar era os membros [da Comissão de Arbitragem (CA) da Liga] não serem escolhidos em AG, mas fosse a APAF a escolher". E lanço uma pergunta [à qual, diga-se de passagem, ninguém lhe respondeu]: "houve algum clube que interferisse na CA?" Noutro camarote VIP LFV, ciente do poder que tem em pôr e dispor, disse a Valentim: "deixe a Liga; se eu me envolver numa situação dessas, o senhor poderá ser o futuro presidente da mesa da AG". Uns tempos depois "o senhor major ligou para minha casa e disse-me: ‘Luís Filipe, já não me candidato à liderança; apoia-me para a AG?'"
Se dúvidas tivéssemos elas teriam sido dissipadas: tudo o que se passa no futebol é cozinhado entre dirigentes -- cargo para aqui, benesse para acolá -- mesmo entre aqueles que aparecem na opinião pública como inimigos figadais: o mesmo dirigente que afirma que "a Liga é um polvo", é quem anda a arranjar lugares de dirigente para a cabeça desse polvo.
Podemos acreditar na sinceridade deles? Podemos acreditar neles?
Claro que não! O que ninguém consegue é arranjar maneira de nos vermos livres deles.