sábado, 30 de setembro de 2006

Venenos 3

As papoilas saltitantes bazaram do CD da Liga; agora futebol para eles só depois de ouvir a canção mais larilas do planeta desporto, cantada pelo Pissarra, nos camarotes VIP da Luz.
Não há nada como as comadres zangarem-se, para que as verdades saltem cá para fora.
À semelhança do que se passou entre o orelhas e o vígaro-mor, o diálogo passou a ser do tipo ‘agarrem-me senão…’.
Mourão e Cebola ameaçam que isto e aquilo, e vígaro-das-batatas responde: “O Valentim é intocável; é tempo perdido pegarem comigo”. Assim também eu; ele é dois em um, primeira e terceira pessoa ao mesmo tempo!
Ainda por cima é o gajo mais leiteiroso que se conhece: não imaginam o número de cautelas que lhe saíram premiadas.
Com todos estes predicados e a ajuda dos árbitros que fazem vista grossa ao seu claríssimo fora-de-jogo, não é de estranhar que passe ao contra-ataque. E, quando lhe dizem que o fadista Mourão fez uma participação dele ao CJ da FPF por ‘eventuais ilícitos disciplinares’ afinfa-lhe: “ele pode ter feito essa participação, mas eu, se quisesse, também poderia fazer uma queixa contra ele ao Conselho Superior de Magistratura”. Pois é, em vista do que eles fazem a gente até se esquece de que são juízes.
Malta! Não sejam queixinhas, que a justiça cá em Portugal não resolve nada. Esperem mas é um pelo outro lá fora e, em público, ali à vista de todos, arregacem as mangas e atirem a merda toda para o ventilador.

Os dirigentes do Sporting lêem o King Lizards

Indo de encontro ao que vimos recomendando, os “dirigentes do Sporting […] sugeriram ao novo presidente da Liga para reconsiderar a sua posição quanto a Valentim Loureiro”, segundo notícia de “A Bola” de hoje. Em resposta, Hermínio Loureiro “considerou VL absolutamente intocável”. Segundo o mesmo jornal, esta posição “surpreendeu os dirigentes do Sporting”, vá-se lá saber porquê!
Em todo o caso, e aqui é que está a agradável surpresa, “depois de um período de reflexão”, ainda segundo “A Bola”, durante o qual devem ter consultado o KL, ficaram arrependidos por terem dado aval a Loureiro & Loureiro, os quais, depois da nega do Hermínio aos dirigentes do Sporting, mais que nunca se perfilam como duas faces da mesma moeda.
Armados dos novos saberes, “deram ao novo presidente um prazo de três meses para que todos os órgãos da Liga funcionem com rigor e isenção”. Assim, apesar de manter Rogério de Brito na direcção da Liga, o Sporting “assume uma posição vigilante quanto aos próximos tempos”.
Nunca para lá devíamos ter entrado, dada a maneira como tudo aquilo foi cozinhado; mas mais vale tarde que nunca.
Agora vamos a ver se a notícia se confirma e, nesse caso, como é que se processa a tal “vigilância”.

"O futebol tem momentos utópicos"


"O futebol tem momentos utópicos - nele o quase impensável pode tornar-se real." Poderia ser este o mote desta edição da Análise Social dedicada ao futebol, sob o título genérico Futebol Globalizado. O nosso companheiro Leoscorp chamou-me a atenção para este nº da AS e eu decidi partilhar esta informação com todos os leitores do KL. Na nota introdutória, da qual retirei o título deste post, refere-se ainda que "o 'Futebol Globalizado' é o primeiro contributo académico sobre o futebol mundial publicado em Portugal."
Para quem gosta deste desporto, para quem gosta de o analisar e refletir sobre ele, para quem se interessa pelo meta-futebol, aqui fica a sugestão.
ANÁLISE SOCIAL nº 179, vol. XLI, 2º trimestre de 2006. À venda nas livrarias.

Venenos 2

Carlos Queirós disse no final da partida do Manchester United com os galináceos que estes jogadores não tinham pernas... Não sei se o professor falava em sentido figurado ou literal. Por mim, acho que há, de facto, pelo menos um desses jogadores a quem falta mesmo uns quantos centímetros de perna. Falta-lhe aliás em tamanho de perna o que lhe sobra em tamanho de papo. Afinal é uma galinha!
Nem lhe consigo escrever o nome, mas vocês sabem de quem eu estou a falar.
É triste: apesar do tamanho, nem sequer podemos dizer que é um homenzinho...

O mito: “o Sporting não joga pelas alas”

Dizem as estatísticas que (no campeonato) o Sporting é a equipa que, das três grandes, tem, em média, menos faltas cometidas por jogo (14, contra 16 do Porto e 17 do Benfica) e mais remates à baliza (15, contra 14 do Porto e 11 do Benfica).
Quanto aos cruzamentos temos uma média de 20 por jogo, muito mais que o Benfica (11) apesar de este jogar com extremos de raiz. Somos pouco superados pelo Porto (22), embora tenhamos mais cantos (8 para 6).
Acresce que dos 20 cruzamentos efectuados frente ao Aves, 10 partiram da linha, e 5 tiveram como consequência o remate.
As estatísticas valem o que valem, mas estas parecem confirmar que é um mito o que se diz quanto às limitações do Sporting por não ter extremos de raiz. E aqueles que invectivavam o Douala enquanto ele cá estava (numa maledicência auto-flagelatória tão comum entre os sportinguistas) foram os mesmos que gritaram 'aqui d’el rei' quando ele se foi embora, esquecendo que se pode jogar pelas alas sem ter extremos de raiz.
É o que o Sporting faz, até agora com sucesso. O segredo está na mobilidade dos jogadores. No Sporting um dos médios abre para a sua ala, quando a equipa está de posse da bola; além disso os avançados são extremamente móveis e, como diz Luís Freitas Lobo a propósito do Sporting-Inter: "sempre que um dos médios rompia a atacar, esse movimento era acompanhado pelo descair de um dos avançados para o flanco respectivo arrastando marcações, forçando a defesa italiana a alargar e abrir espaços de penetração onde ora furavam desde trás os criativos Nani-Moutinho-Romagnoli, ora surgiam entre estes os avançados móveis Liedson-Djaló, que depois voltavam a flectir para a área, de fora para dentro".
É esta a forma normal de jogar do Sporting; não tendo extremos de raiz, tem intérpretes suficientemente versáteis para exercerem esse tipo de função quando é preciso.