segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Tarde piaste

Pode o dr. Miguel Ribeiro Telles vir fazer as declarações que quiser agora, mas a verdade é que a (única) reacção até agora conhecida da administração peca por dois motivos. Os ingleses dizem a este propósito: "too little, too late!".
O caldo está definitivamente entornado e nada poderá inverter agora o curso dos acontecimentos. O valor das acções do Sporting não engana!

Dão-me licença?

Pode um lagarto, de uma espécie em vias de extinção, que já não é sócio do SCP, dizer o que lhe vai na alma?
Está tudo preocupado com pormenores e ninguém parece interessado em criticar as razões primeiras do mal-estar que todos sentimos e é reflectido no nosso blog.
Embora agora afastado dos meandros do Clube, o que me rouba capacidade para entender certas reacções da massa associativa e me impede de ajuizar conscientemente os actos da direcção ou as opções do treinador, o ter visto jogar o Sporting nas décadas de 40 e 50 e ter pertencido ao Conselho Geral nos anos 60, permite-me estabelecer comparações que gostaria de partilhar convosco, a conta-gotas, para não vos chatear muito!
Antes, porém, à guisa de preâmbulo, uma confissão. Não me chocou por aí além o resultado do desafio com o Braga. A equipa, não jogou melhor nem pior do que noutros desafios ultimamente disputados. Há uns dois anos que a equipa vem demonstrando uma confrangedora inépcia atacante. Creio que já aqui o referi. A culpa do "desastre" de ontem deve ser repartida pelo treinador e pelos jogadores. Um porque já devia ter reconhecido as insuficiências do sistema que adoptou, os outros porque deviam treinar, mesmo "fora de horas" e exaustivamente, (como o Peyroteu e o Eusébio treinavam...) o remate à baliza, de todos os ângulos e em todas as circunstâncias. Não fazem mais nada e deveriam justificar as fortunas que lhes são pagas.
Mas não exageremos. O resultado de um jogo de futebol, onde somos simples espectadores sem influência directa no seu desenrolar, nunca poderá constituir uma humilhação pessoal...
Vocês vão ver que daqui a 20 anos os resultados deixam de vos emocionar tanto e as bocas dos lampiões nem sequer deixarão mossa...

Um momento de poesia

Não sei se foi de propósito ou não, mas esta citação das Poésies de Lautréamont não podia ser mais apropriada. Como tem origem (creio que) numa leoa, nunca se sabe se não há mesmo recado...

Olés

A última vez que ouvi "olés" num jogo do Sporting foi ainda no Estádio antigo. Em casa, sim! Já nem me recordo do nome da equipa porque a vergonha foi tão grande que o assunto ficou arrumado num canto obscuro da minha memória. Nem com hipnose lá vou...
O Sporting tinha descido ao seu nível competitivo mais baixo e o desespero levou os próprios adeptos Sportinguistas a tratarem a equipa daquela forma humilhante em busca, quiçá, de uma reacção.
Depois disso vieram as promessas de novos tempos, veio uma nova dinâmica, novos projectos, a esperança da mudança.
Pela primeira vez desde que entrámos na era do "projecto" sofremos todos o enxovalho de ter de ouvir "olés" dos adeptos do nosso adversário. Estes não queriam dizer outra coisa que não fosse isto: o Sporting revelou-se totalmente impotente para travar a equipa oponente!
Tempos houve em que uma equipa que tivesse o atrevimento que o Braga ontem teve e se aventurasse daquela forma perante o Sporting levava uma valente "trepa". Ontem o que vimos desde o primeiro minuto foi um Sporting vassalo, sem garra, acabrunhado, remetido para um jogo encolhido como se fosse uma daquelas equipas de fundo da tabela que visitam um grande.
Já aqui disse que não creio que estas coisas estejam a acontecer por acaso, nem creio que se trate de uma situação conjuntural. Repetirei até que me ouçam que o Sporting padece de um mal antigo e profundo que não foi resolvido desde que esta "dinastia" tomou conta do poder. Há que defenestrá-los! A eles e a todos os que deram o seu aval a esta gestão de opereta! O desastre desta gestão Sporting é total!
Pensavam que com um paleio enleante, um perfume caro, umas gravatas vistosas e um fato de bom corte enganavam a malta. Talvez sim, mas acabaram toureados em Braga. E isso não se lhes pode perdoar.
Tomem nota: foi sob a presidência de Filipe Soares Franco que a equipa de primeira categoria de futebol do Sporting Clube de Portugal voltou a ouvir "olés" num estádio.
Fora com as "chocas"! Chega de tourada!