segunda-feira, 22 de maio de 2006

A Selecção

Neste tempo de entrada na silly season o país anda morno. As atenções dos que se interessam pelas coisas do futebol estão centradas no desempenho das selecções, enquanto Soares Franco se prepara para, na próxima AG, garantir a possibilidade antes negada de dispor do pilim resultante da venda dos anéis do nosso clube.
Pois precisamente a propósito da composição do grupo de convocados para a selecção A, venho chamar a atenção para uma grande responsabilidade que cabe ao Presidente do Sporting. Não sei se já repararam, mas, a par de 1 jogador (Maniche) formado nas escolas do Benfica e de 3 nas do Porto (Bruno Vale, Ricardo Costa e Postiga) há 8 (sim, oito!) formados nas escolas do Sporting: Figo, Simão, Miguel, Nuno Valente, Caneira, Boa Morte, Hugo Viana e Ronaldo.
Esta abada que damos aos nossos rivais, deve de qualquer modo encher-nos de orgulho; mas de que é que nos vale? Sim, de que é que isto nos vale se só um deles (por empréstimo e sem garantias de que continue) é que tem jogado no clube? E se, além disso, continuamos de tal maneira tesos que temos de vender património?
Ora a formação de jogadores é que devia ser o grande negócio do Sporting. Mas não é continuar a fazê-lo nos moldes em que tem decorrido até aqui, em que vendemos os jogadores sem os rentabilizarmos no clube, assim continuando pobres e sem vitórias.
O que temos de exigir aos dirigentes eleitos – por mais que nos custe são eles os nossos dirigentes – é que seja esta a última vez que se recorre a receitas extraordinárias (a venda do património não desportivo, neste caso) para colmatar dificuldades financeiras. O próprio FSF prometeu a pés juntos que as coisas se iriam passar assim: com o bago resultante da venda, além de outros magníficos benefícios, iríamos poder vender os talentos só depois de estes terem amadurecido no clube.
Eu não me vou esquecer desta promessa!