sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Alteraçao nos Estatutos do SCP

Os Estatutos do SCP são omissos no que respeita ao modo como deve decorrer a direcção do Clube, quando sucede uma qualquer anomalia ou interrupção nos ciclos normais. É o caso que resulta da demissão da Direcção anterior.
Não estão definidos limites claros de actuação da Direcção interina e não estão, sobretudo, definidos prazos para a transição entre a condição de interinidade e a fixação de novas eleições. Não está definido o que é um mandato para cumprimento de exclusivo de acções de gestão corrente, um mandato necessariamente transitório e de curta duração, e o que é um mandato outorgado para cumprimento de um programa eleitoral. As consequências estão à vista.
A falta de clarificação dos Estatutos nestas matérias permite que as Direcções em exercício se possam "internizar", ou seja, passar de internas a eternas, praticando actos e comportando-se de forma que viola, claramente, princípios da democracia.
Imaginemos um cenário em que, por exemplo, uma direcção de gestão fosse adiando a marcação de eleições e ao mesmo tempo fosse promovendo a implementação de um programa eleitoral antes de haver eleições, invocando, ainda por exemplo, uma pretensa ausência de alternativas. Um cenário em que, em vez de promover o aparecimento dessas alternativas e assegurar o processo eleitoral, marcando eleições num prazo técnicamente aceitável, fosse criando mecanismos para a sua auto-perpetuação no poder...
Ninguém toleraria uma situação destas, não é?
Atentem, pois, então no que se passa no Sporting Clube de Portugal e reflitam...

Nao percamos tempo: eleiçoes ja!

Face ao desastre que, sob todos os pontos de vista, foi a frustrada Assembleia Geral de ontem (que, de resto, já partia de pressupostos desastrosos!) e face ao previsível desastre que vai ser o desfecho da próxima, manda o bom senso que se passe já à marcação de eleições.
Obrigar os sócios a mais um exercício de dilação, que adie o inevitável é (mais) uma prova de desrespeito a que esta direcção interina pretende sujeitar os Sportinguistas. E a mais esse exercício deveríamos ser poupados. Todos beneficiariam. A começar pela tesouraria do clube...
Não vale a pena, creio, explicitar de forma detalhada todas as razões que me levam a propôr isto. Mas, vale ainda assim a pena lembrar que face à demissão do anterior Presidente eleito, o presidente interino deveria ter marcado eleições, não apresentar e tentar sufragar um programa eleitoral. Tudo o que se passar depois disto não passa de um abuso.
E se há algo que caracteriza a actuação desta direcção interina é mesmo a palavra abuso. Abuso, acompanhado de tendência para o desastre, prepotência e incompetência face aos quais devemos todos, serenamente, gritar basta!
O que se está a passar no Sporting é mau demais para podermos continuar assim por muito mais tempo. O nosso Clube é outra coisa que não isto que hoje temos perante os nossos olhos...