sábado, 11 de março de 2006

Entrevista de Eduardo Bettencourt

A ler absolutamente. Muita coisa fica por perceber, mas muita coisa fica também esclarecida.
Uma coisa que fica completamente clara é que nem este, nem nenhum dos outros dirigentes da era Roquette e pós-Roquette, são responsáveis pelo fosso em que o Sporting mergulhou. A culpa anda sempre por ali misturada numa bruma difusa. A culpa é sempre não se sabe bem de quem. Pois se havia rigor, havia auditorias, havia plafonds precisos, não é? Bom, o certo é que acabou tudo num trambolhão dos 277 milhões...
Tudo terá, se calhar, acontecido por magia!! Ou talvez por culpa dos sócios...
Se foi magia, quem foi então o ilusionista que se lembrou de montar um projecto que estava, comprovadamente, muito para além das possibilidades do Sporting, arrastando milhares e milhares de sócios e simpatizantes do Clube para essa miragem??!!!
Mas, por outro lado, se esta actividade só dá prejuizo e é o sorvedoiro que toda a gente diz que é, porque é que andam tantos bancos, notórias empresas e demais instituições variadas atrás dela??! Porque se dedicam a ela tantos figurões que dela só se queixam? O que raio é que se passa com o futebol?!! O que raio se passa concretamente com o Sporting??!!!
A tudo isto Bettencourt diz nada. Uma desilusão, este dirigente que até gozou de alguma margem de manobra e suscitou uma certa expectativa...

2 comentários:

  1. A precipitação do descalabro financeiro no Sporting deve-se ao desastre desportivo das últimas três épocas. O Sporting não só não ganha nada há três anos, como não capitalizou os títulos conquistados em 2000 e 2002 (participação desastrosa na LC de 2000/2001 e eliminação na pré-eliminatória da LC de 2002/2003). Isto para além dos erros clamorosos de gestão cometidos entre 1995 e 2000, e que abriram o buraco na SAD. Entretanto, os custos não pararam de subir, enquanto as receitas baixaram significativamente.

    O futebol é o motor do clube. Se o futebol estiver mal, não há Alvaláxia que nos salve. O Alvaláxia poder ser uma fonte de receitas, mas não é A fonte de receitas. Mas isso também não é razão para que se venda tudo!
    Durante anos, quando o Sporting ainda não tinha quebrado o jejum no campeonato, José Roquette alegava que tinha feito obra e que o património imobiliário era mais importante que vitórias desportivas. Agora vem outro figurão alegar o contrário. Diz o cooptado que se se vender o património o Sporting passa automaticamente a fazer boas prestações na Liga dos Campeões e já não precisa de mais nenhuma fonte de receitas sem ser o futebol.

    Pá, eu não sei qual é a idade mental desta "elite" que tem mandado no Sporting, mas pelos menos eu tenho a certeza que tomam os sportinguistas por parvos. São só desculpas, atrás de desculpas. Quando o Roquette não tinha mais nada para mostrar sem ser o imobiliário, desdenhava o futebol e não se ralava nada com o insucesso desportivo. No entanto não se privou de se associar à equipa para festejar o campeonato de 1999/2000...

    Agora, o cooptado, como está a ser obrigado pelos bancos a vender imobiliário, vem dizer que o Sporting até fica melhor sem as infraestruturas em causa, e que vamos ser um clube "europeu" graças a isso. Como se a penhora a que estamos a ser sujeitos fosse alguma coisa boa.

    O património não desportivo é um complemento de receitas. Por si SÓ não garante a sustentabilidade financeira do clube, como Roquette andou para aí a dizer. Mas a sua venda também não resolve nenhum problema estrutural, e muito menos vai tornar o Sporting mais competitivo no futebol, se continuar a ser gerido por burgessos.

    A verdade é que esta gente não tem uma estratégia para o clube, apenas se dedicando a fugas para a frente para continuarem agarrados ao poder. Cabe aos sportinguistas arranjar alternativas a esta gente, porque já se viu que vira o disco mas toca o mesmo.

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  2. Excelente e totalmente factual a opinião expressa do Alex.
    Concordo em absoluto.
    Parabens e Saudações Leoninas

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