sexta-feira, 10 de março de 2006
A venda a partir das 14h
Aqui há umas três semanas fui comprar um bilhete para um amigo, sócio e detentor, como eu, de Lugar de Leão. Fui munido do cartão que ele me deu para o efeito. Quando cheguei à bilheteira o funcionário informou-me que aquele lugar já tinha o bilhete adquirido. Intrigado com o mistério telefonei-lhe e concluimos que o cartão dele ainda era o antigo. O número não estava actualizado e, portanto, o detentor do antigo número dele já teria adquirido o seu bilhete. O meu amigo espumava do outro lado e tentava transmitir-me a justificação para não ter o novo cartão: tinha-o pedido em Setembro --em Setembro!-- e ainda não o tinham mandado! Estávamos em Fevereiro... De resto, durante todo este tempo tinha comprado os seus bilhetes sem problemas com o cartão antigo.
Fácil, julguei eu... Bastava o funcionário introduzir o nome dele e facilmente se saberia o novo número. Engano, explicou o funcionário, ele não tinha acesso à base de dados dos sócios (?) e eu teria de ir à secretaria pedir um papel com o novo número. Expliquei ao meu amigo que não podia ir à secretaria, enquanto, simultaneamente, tentava perceber do funcionário porque é que ele, numa bilheteira do Estádio de Alvalade, não tinha acesso à lista de associados do Clube e não podia, ele, verificar o novo número de sócio. Respondeu-me a criatura que não tinha, e pronto! Era assim...! O meu amigo do outro lado, dizia-me "deixa estar, se é assim não vou!" E não foi!
Hoje, fui comprar um bilhete para mim. Chegado à mesma bilheteira, aberta mas sem ninguém lá dentro, deparei com uma fila já de tamanho avantajado. Estranhei. Pensei, o funcionário foi à casa de banho... Também tem direito. De repente alguém surge por trás do vidro. Era, por acaso, o mesmo funcionário do episódio anterior. Deu umas pancadinhas no teclado do computador, encolheu os ombros e afastou-se outra vez. Nesta altura já a fila tinha um tamanho mais respeitável. As pessoas entreolhavam-se, intrigadas e naturalmente incomodadas. Ao fim de uma meia-hora (pela minha saúde!) o funcionário apareceu de novo. E lá se dignou então informar o pessoal que havia um problema com os computadores e que só ao fim da manhã poderiam começar a vender os bilhetes. De seguida, as pessoas começaram a dispersar, murmurando insultos entre os dentes. Tinham passado mais de 45 minutos com isto tudo. Para alguns, que já ali estavam quando cheguei, seguramente, mais.
Eu, pelo meu lado, fui fazer outras coisas que tinha de fazer e voltei ao "fim da manhã" para me deparar com a bilheteira encerrada e com o cartaz que a foto mostra...
Resultado: "por motivos informáticos" não vou ao jogo!
Não é por mais nada... é que não admito ser tratado assim por ninguém, em qualquer circunstância, sobretudo quando sou eu a pagar...
Para aqueles que acham que o Sporting mudou muito nestes últimos dez anos, fica este testemunho do que é um clube movido ainda a carvão... Noutras paragens e em clubes a sério, os detentores de lugares especiais e os adeptos comuns podem adquirir os seus bilhetes através da internet e até através das máquinas do Loto, em qualquer vulgar tabacaria. O Sporting não! O Sporting encontrou a sua via. Original, sem dúvida. Talvez devido ao facto de o Clube andar ainda movido a carvão, tudo se processa, em plena era digital, de uma forma, digamos, mais compassada, mais artesanal, mais caseira, mais pão com manteiga...!
Enquanto esperava da primeira vez, recordo-me de me ter perguntado o que levaria aquele grupo de pessoas, no qual me incluia, a estar ali, numa situação tão desagradável de espera e de desconforto (frio e ventania).
Há motivos para a gente se aguentar tenazmente numa fila para comprar um bilhete para a bola. Mas também há motivos para dizer: Não!!
O problema não é, infelizmente, pontual. É o resultado de dez anos de gestão ineficiente e feita apenas para deitar poeira para os olhos, cujos resultados agora se revelam perante nós.
A leviandade que leva os actuais responsáveis a tratar a clientela desta forma será a mesma, certamente, que os levará a pretender vender o Sporting a retalho...
Os associados que se lixem!!
(Mas vou à Assembleia!!!!!)
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O ponto chave do teu post é quando afirmas (correctissimamente) que o problema não é pontual.
ResponderEliminarPontual é as coisas funcionarem de forma profissional, que foi afinal sempre o que foi defendido pelo Projecto.
Este maltratar os Sportinguistas está na base da situação em que nos encontramos e é triste que até um ladrão de pneus e traficante de droga já o tenha afirmado, em resposta a declarações idiotas do co-optado.
A falta de respeito para com os sócios e simpatizantes é grotesta (comparem a antiga sala de sócios e o actual dispensário); não se deveria fazer do alvaláxia o ponto de reunião de todos os sportinguistas? Criando um espaço digno e apropriado?
ResponderEliminarO Alvaláxia era justamente suposto que fosse "um ponto de reunião de todos os Sportinguistas." Foi assim, pelo menos, que foi "vendido" inicialmente....
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