quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Árbitros para o seminário

Quando Hermínio Loureiro tomou conta da LPFP manifestámos, por diversas ocasiões aqui no KL, o nosso receio de que tudo fosse continuar na mesma no reino do futebol profissional.
O exercício do mandato tem vindo a tornar mais nítidas as razões da suspeita. Ora vejam...
O problema da arbitragem em Portugal é real. Toda a gente o reconhece e os processos que correm na justiça, só por si, dão ideia de que, mesmo à superfície, a situação é grave e requer medidas urgentes e excepcionais. Deveríamos, nestas circunstâncias, esperar que das instâncias desportivas competentes surgissem iniciativas concretas para produzir uma alteração radical no modo de funcionamento deste sector.
Pelas palavras de Hermínio Loureiro logo que tomou posse e nos tempos que imediatamente se seguiram, esperar-se-ia neste domínio uma acção decidida e um olhar frontal sobre os problemas. Ora, quando tem oportunidade de exercer a pregação, Loureiro... empata.
Vem isto a propósito de um seminário sobre arbitragem que hoje decorre no Porto organizado pela Liga.
Os gestores distinguem-se por tomar decisões e implementar medidas. Neste caso a medida tomada foi a de organizar uma "seminário". Para quê?
Apontada como uma das "bandeiras do mandato" por Loureiro a questão da arbitragem mereceu afinal dele uma medida meramente dilatória, um "seminário", onde certamente aqueles que andam já suficientemente debaixo dos holofotes vão ter a oportunidade de aumentar o número pessoal de "horas de vôo", embora fiquem todos muito mais sensibilizados para esta matéria... Decisões, concretas, só quando forem vencidas as "resistências", ou seja, só para as calendas. Fica tudo, em suma, na mesma.
É a técnica que já a série "Yes Minister", a brincar, denunciava: se tens um problema e não o queres resolver, cria uma comissão... ou organiza um seminário.
Da forma como as coisas estão, a realidade sobre a arbitragem é esta: são todos culpados até prova em contrário!!!!!

PS- Já agora, uma pergunta muito singela (pode ser que dê jeito para debater no seminário...): no desporto, o princípio da separação de poderes não se aplica porquê?

3 comentários:

  1. Acrescento que FSF e restante direcção do SCP, foram apoiantes deste Loureiro para o latifundio que é a Liga.
    Assim se vê a determinação do futuro presidente do Clube de Ténis do Estoril e demais direcção, na regeneração do futebol em Portugal.
    Ora conhecendo a lista deste Loureiro e sabendo de antemão que pelo menos o outro Loureiro, agora no pousio, dela constava ou estamos perante um gravíssmo caso de incompetência e profundo desconhecimento sobre o futebol português nos últimos... 30 anos, ou estamos perante uma conivência dissimulada e um alinhamento tímido com o status quo que tem vindo a imperar.
    Qualquer dos dois não serve, não honra e envergonha a dignidade, grandeza e príncipios do Sporting.

    P.S. E já agora o que é que o Rogério de Brito anda a fazer na Liga? E quem é que lhe paga?

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  2. Observações e perguntas pertinentes. Vão longe os tempos em que o Sporting liderava o movimento pela dignificação da actividade da arbitragem, propondo, nomeadamente, a sua profissionalização.
    Não é por acaso que os árbitros sempre odiaram o Sporting.
    Os princípios, entretanto, cairam (afinal a ideologia até acabou, não é...?!) e hoje é assim: seminários e Apito Dourado...

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  3. O Loureiro Hermínio é como aqueles tipos que, quando estala uma bronca qualquer, grita "agarrem-me senão eu mato-o!"
    As declarações (dele e do Vitor Pereira, já agora) durante e depois do tal seminário são uma coisa lamentável: excelência, mudança, ambições, convicções, etc, etc, conversa mesmo daquele tipo que se está a ver que nada vai ser feito.
    Mas a verdade, como dizes, é que, como estão as coisas hoje, eles são todos culpados até provarem o contrário!!

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