domingo, 3 de fevereiro de 2008

É urgente mudar!

De uma posição crítica, mas distanciada, em relação ao actual estado de coisas no Sporting, começo agora a aproximar-me cada vez mais das posições que o Master tem vindo a defender.

A questão não advém apenas de não me rever nesta Direcção; que me lembre nunca me senti particularmente entusiasmado por nenhuma delas, desde a do João Rocha, antes de 74. O que se está a passar agora, no entanto, preocupa-me sobremaneira. Como associação centenária e com a História que tem, o Sporting deve assumir responsabilidades não só perante os seus sócios, mas perante os adeptos, e até para com o próprio país, enquanto sede de uma memória e sentir colectivos. Sempre achei que, para além da questão de ter melhores ou piores resultados que os outros clubes, o que não deixa de ter a sua importância, ser do Sporting era ser diferente. Ser do Sporting era mais do que ganhar ou perder campeonatos. A verdade é que a agenda e a postura da actual Direcção do Sporting mais não tem feito do que gerir os destinos do Clube, como se de uma empresa em situação económica difícil se tratasse. Não digo que a situação actual, muito em consequência de um Projecto Roquette completamente falhado, não seja difícil e não mereça decisões ingratas para fazer face às dificuldades económicas e de tesouraria que atravessam o Clube. O que entendo é que essa luta tem que ser feita com os sócios e não apesar dos sócios. As atitudes desta Direcção, pelo contrário, levam-me a acreditar que mais do que um sentimento de desprezo, subsiste nela uma postura de agressividade e de menosprezo pelos sócios, como se estes pudessem perturbar a concretização de um programa particular, que não se pretende submeter a discussão ou julgamento. Como se soubessem melhor do que nós a sopa que temos de comer e aquilo que é bom para nós.

Enquanto associação, as decisões no Sporting ainda devem emanar das posições colectivas dos seus sócios. E as Direcções do Sporting devem servir os sócios do Sporting e não fingir que eles não existem, ou pior, fazer tudo de facto, para que eles não existam. (aquilo a que assisti à entrada de Alvalade no dia do Sporting – Porto, junto à Porta C, polícia de choque a gozar com os sócios do Sporting, e eu a ver adultos, velhos, crianças, senhoras, o meu filho, o meu pai, pessoas cuja única coisa em comum naquele momento era a de quererem estar juntos, ver a sua equipa jogar e divertirem-se, a serem tratados como se de verdadeiros hooligans se tratassem, ou pior, como um rebanho de animais, deixou-me enojado com a forma displicente como se organizam as coisas em Alvalade e, na verdade, como os nossos dirigentes olham para aqueles que tudo deviam justificar)

Começo a ficar indignado quando percebo que o facto de se desvalorizar declaradamente o estatuto de sócio, de não se estimular a associação de novos sócios e de se ignorar sistematicamente a sua existência, tem muito mais a ver com a necessidade que a Direcção sente de maior poder e autonomia na condução dos interesses que hoje, mais do que há uns meses atrás, sinto que não têm nada a ver com os interesses do Sporting, mas sim com os interesses materiais de algumas instituições que precisam mais do Sporting do que o Sporting precisa delas.

Acho que chegou a altura da indignação. O Sporting não pode ser apenas um clube de futebol com um Estádio à volta. É preciso voltar a assumir o ecletismo que sempre foi uma máxima do clube. É preciso construir um pavilhão, apostar em outras modalidades amadoras, pôr o Sporting a viver na vida de muito mais gente. Tornar o Clube sede do orgulho de muita mais gente. Apelar ao sentido colectivo e de solidariedade dos sócios e simpatizantes e ao Sportinguismo.

Eu gosto muito de ver o Sporting à frente. Mas prefiro não ganhar mais campeonatos durante vinte anos, a voltar a sentir a tristeza que senti à entrada de Alvalade no outro dia. Prefiro pagar as cotas suplementares do tempo do Santana Lopes. Prefiro até voltar a ser humilhado pelos Vikings. Não posso é ver o clube a desaparecer lentamente, sem ícones sequer a que se agarrar. Sem Agostinhos, Mamedes, Bessones Basto. E nem quero pensar no que vai ser quando desaparecer o Prof. Moniz Pereira.

É urgente encontrar novas alternativas a esta geração de dirigentes. O Sporting não pode ser encostado à parede como se não houvesse opções. O Sporting tem que voltar a ser dos sócios!

5 comentários:

  1. Sporting Clube de Portugal... não é Sporting Futebol de Portugal!

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  2. Foi com algum desconforto que no programa da Antena 1 penso "artistas da Bola" ouvir o Dr Eduardo Barroso, que não tenho duvida, é um Sportinguista de alma e coração. Enquanto o representante do Porto ao eleger o melhor da semana falou na vitória da sua equipa de Basquete com a Ovarense e o do Benfica falou no record nacional do triplo salto do Nelson Evora o Dr. Eduardo Barroso disse:o pior, a exibição do Sporting no Restelo (o que concordo), o melhor sem saber o que dizer falou no Drogba e as suas exibições na CAN 08. Então e as vitórias neste fim de semana no atletismo em que fomos campeões masculinos e femininos pela 13º e 14º consecutivas. Que tristeza nitidamente o sr. Dr. sendo um distinto Dr não é a pessoa indicada para defender o Sporting.
    Quem indica os comentadores para os vários programas da televisão e da rádio? O que ganham nestes programas, para quem é o dinheiro.
    É tudo a nivel particular.Quem sabe?

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  3. O dr. Barroso é membro do Conselho Leonino e foi apoiante do actual presidente FSF.
    A massa que ganham à custa do Sporting não é para o Sporting... Tá quieto que a vida tá difícil!!

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