terça-feira, 6 de setembro de 2005

Admin. Fiscal 1 - Sporting 0

Confesso que estou incomodado.
Dever dinheiro não é crime, desde que a dívida esteja enquadrada num plano de pagamentos. Acontece o mesmo com as nossas casas e respectivos créditos imobiliários.
De facto custa-me a perceber que a Administração Fiscal penhore as contas de um contribuinte sem esclarecer a origem da alegada dívida.
Mal comparado, seria como um banco bloquear a conta de um cliente sem o informar se a dívida que motivava tal comportamento tinha a ver com a falta de pagamento do crédito imobiliário, do crédito pessoal, por falta de pagamento do visa, por abuso da conta ordenado ou qualquer outro. Seria como inibirem o cliente do uso de cheques sem o informarem qual o cheque sem provisão que originava esse procedimento.
No fundo, esta Administração Fiscal é a mesma que volta e meia escreve postais a mortos exigindo pagamentos relativos a períodos em que o defunto já o era.
A nossa Administração Fiscal, no fundo, é como o resto doo País; é do ”além”.
É inaceitável, PONTO! (ou “pim”, como diria o Almada).
Outra questão é a tomada de consciência de que existem dívidas no Clube anteriores a 96 por saldar.
Serão as contas do clube tão transparentes como se apregoa?
Será que quem vier tomar conta do Clube (em continuidade ou ruptura) não vai ter surpresas desagradáveis com dívidas a saltarem subitamente por debaixo do tapete?
A mim cheira mal.
Posso parecer pequenino e sem visão; é verdade que eu, tal como o Cristo que voltou a estar na moda, também não percebo nada de Finanças.
Se calhar ter dívidas tão antigas que nem mesmo o Clube as consegue definir ou contabilizar com acuidade é normal. Mas eu acho estranho. E acho que estas notícias tendem a desmotivar quem estiver com vontade de se candidatar a assumir os destinos do Clube.
Voltando às metáforas caseiras da nossa realidade, será como ir ver uma casa, decidir comprá-la e depois descobrir que existe uma disputa judicial sobre o verdadeiro proprietário do imóvel. Vocês fariam o que eu faria: esquecíamos e continuávamos à procura, não era?
Será que com tanto ano sabático e de controle supostamente apertado e rigoroso dos custos ainda conseguem ficar dívidas de 500.000 contos com mais de 10 anos?
Afinal de contas, o Sporting não contesta a existência da dívida, apenas alega (e aparentemente com razão) algumas questões processuais.
Por isso fica a pergunta: não teria sido melhor comprar um jogador a menos durante a última década e ter pago aquela bosta?
E não teria sido melhor tê-lo feito há uns anos com claros benifícios em juros de mora e outras vantagens financeiras?
Não seria melhor hoje termos mais folga financeira e aparecermos de cara lavada e peito feito?
Serei o único a pensar assim?

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