A entrevista do Presidente interino do Sporting vai certamente merecer uma análise e discussão amplas e cuidadas aqui no KL e noutras sedes. Aqui vão alguns dados para ir refletindo...
A presidência de Sousa Cintra culminou um processo dramático de desagregação do clube. Muitos adivinhavam na altura um fim sem glória. Surge então o chamado "Projecto Roquette" como tentativa de salvar o clube. A execução do projecto ficou aquém das expectativas (como já aqui referi antes), os propósitos de Roquette não são atingidos e o seu mentor demite-se. Dias da Cunha assume interinamente a presidência do clube. Deveriam seguir-se eleições. Mais ninguém aparece a disputar o lugar. O "projecto" de Dias da Cunha consiste em concluir o "Projecto Roquette". Dias da Cunha concorre às eleições com base nesse propósito e, na prática, todo este processo transforma-se numa legitimação da cooptação do presidente interino. A situação do Sporting agrava-se, o presidente interino demite-se, nas circunstâncias que todos conhecemos, o projecto Roquette/Dias da Cunha fica por se concretizar e Filipe Soares Franco é cooptado. Quando todos esperávamos saber a data das eleições, eis que Filipe Soares Franco nos vem agora revelar que tem afinal um projecto.
Poderemos talvez chamar-lhe "Projecto Roquette/Cunha/Franco".
O "projecto" que ontem nos foi, de forma meio desastrada, parcialmente revelado será, presume-se, submetido à Assembleia Geral, mas, na prática, algumas ideias de fundo estão já a ser levadas à prática. Franco, um presidente interino não legitimado por qualquer eleição, já começou, na prática, a pôr o seu "projecto" em marcha. São várias as medidas a implementar nos próximos 30-60 dias (segundo disse o próprio Presidente interino na sua entrevista.) Se a AG se manifestar a favor do "Projecto Roquette/Cunha/Franco" e destas medidas --que ele já está a colocar em prática antes de para isso ser legitimado-- Soares Franco ameaça avançar com a candidatura à presidência do Sporting. Como nenhuma outra candidatura séria se perfila no horizonte e a actual direcção dispõe da capacidade para executar este simulacro de projecto, a candidatura de Soares Franco afigura-se como a forma de legitimar mais uma vez uma cooptação. Para ficar tudo, portanto, na mesma. Esta a fórmula encontrada pela oligarquia para se perpetuar: ganhar por sucessivas faltas de comparência!
Como o Sporting é paixão e uma paixão não se discute, por mim anuncio desde já, solenemente, que a consumar-se este cenário, não legitimarei nunca mais este simulacro de democracia sportinguista. Será o divórcio. Basta!
Mas, deixo para já esta nota: a variável aqui chama-se "alternativa." Este o problema sobre o qual todos devemos seriamente refletir quando "desancamos" na actual direcção.
Se entendes por fim do Sporting a gestão de Sousa Cintra, que deixou o Clube precisamente a tempo de o ver conquistar o primeiro troféu de relevo ao fim de quase 15 anos, e com um passivo de 20 milhoes, e entendes o Projecto como a solução final, sendo que ao fim de 2 anos tinha aumentado o mesmo passivo para os 75 milhões...!!!
ResponderEliminarEu prefiro que o Sporting feche as portas que mantenha no comando os chulos que lá se instalaram há 10 anos... e se isso acontecer, para mim o Sporting morre e acaba-se, é tão simples como isso.
Não fui talvez claro: a gestão do Sporting (não só do Sporting, mas é o caso que me interessa) tem sido ruinosa desde há uma data de anos. E foi o termo de um certo estilo de presidência. O chamado "Projecto Roquette" apareceu teoricamente para inverter este processo. Mas falhou! Melhor: agravou-o!!!
ResponderEliminarEstá provavelmente na hora de enterrar o Projecto Roquette.
De facto nenhum dos nossos problemas de fundo foi resolvido, e nem mesmo o problema financeiro teve solução. Não há habilidades contabilísticas que possam iludir este facto.
O Sporting pode acabar, de facto. E para que isso não aconteça há que desalojar esta troupe que lá se instalou. Mas, também é preciso que surjam as alternativas...
Elas existem, mas o Projecto deixou as coisas de tal maneira que é muito complicado "entrar".
ResponderEliminarSousa Cintra teve a coragem, contra uma oposição feroz desde o 1º dia, de entrar e tentar resolver os problemas.
Cometeu muitos erros, fez algum trabalho, tendo em conta as condicionantes dou-lhe nota positiva, mesmo tendo criticado muita coisa.
Agora as coisas estão piores... essa é a herança do Projecto, mais ainda que as infraestruturas, que pelos vistos já são mal amadas.
Aliás FSF foi claro... ninguém veio ter comigo para saber qual a real situação do Sporting!!!
Fica a pergunta... E o que disseram aos Sportinguistas durante todos estes anos? Eram mentiras? Provavelmente.
Pois é verdade: o discurso de ontem não cola com o discurso de hoje. E é de facto estranho ouvir das mesmas bocas versões diametralmente opostas.
ResponderEliminarO problema parece-me aliás que começou no exacto primeiro momento em que esta nova dinastia tomou posse, mas foram muitos os sportinguistas que se deixaram embalar.
Embalámo-nos todos com uma suposta alternativa séria, face a um certo "populismo" (se é que este termo se pode usar no nosso clube) das direcções pré-"Projecto Roquette". No entanto tal não se verificou.
ResponderEliminarPassou-se muita coisa entretanto, ao longo dos tempos, desde 1995 quando este projecto que prefigurava o tal "25 de Abril" do futebol português. Nem 25 de Abril nem por o Sporting finalmente a correr sobre carris. Não espero que o nosso clube seja campeão todos os anos. No entanto a ideia que dá é que mesmo nas épocas de 1999/2000 e 2001/2002, aquando dos nossos últimos títulos, é de que estes não foram realmente planeados. De outra forma não tínhamos assistido à "dança das cadeiras" vergonhosa das épocas de 2000/2001 (3 treinadores, para variar) e de 2002/2003 (nem sei quanto+novela Jardel, etc).
Tanta gente que apregoa seriedade e que mergulhou o nosso clube novamente numa situação inimaginável.... em ano de Centenário!