segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

O modelo e o sistema de jogo

Como muito bem afirma LF Lobo, “cada treinador deve ter um modelo preferencial e quando um clube o contrata, está a contratar os dois, treinador e modelo”.
Quando, na sequência da situação de descalabro (muito mais disciplinar do que técnico) a que a tinha conduzido Peseiro, a direcção do Sporting resolveu entregar a liderança técnica da equipa a Paulo Bento (PB), estava a tomar uma atitude arriscada (dada a juventude e falta de prática a alto nível do técnico) mas, podemos agora afirmar, sagaz.
De facto o modelo de eleição de PB é o mesmo que Peseiro utilizava: posse de bola e sua circulação de pé para pé, com uma transição defesa-ataque de forma apoiada e grande entreajuda dos elementos que preenchem as diversas posições. Assim, sem grandes abalos para a equipa, o modelo de jogo foi mantido na segunda metade da época anterior, transitando para esta época.
Também o sistema que serve este modelo de jogo foi mantido: o 4x4x2 com losango. É por isto que PB pode justificar os bons resultados de início de época dizendo que “já tínhamos sistema e modelo de jogo definidos, com os quais os jogadores estavam identificados”.
É também por esta razão que pode haver rotação de elementos, do modo como PB a tem vindo a fazer: todos sabem o que devem fazer quando vão ocupar determinada posição no campo. No entanto, com a eliminação das provas europeias, deixou de ter haver recurso a esta estratégia, e os procedimentos já começaram a ser alterados, havendo a curiosidade de saber como irão agora as coisas continuar a processar-se. É que a rotatividade era também utilizada como meio de trazer os jogadores motivados, pois sabiam poder ser chamados à equipa a todo o momento (coisa que seria impossível fazer, por exemplo, no plantel, de 29 elementos, do Benfica). Agora terão de ser usados outros métodos.
A rotatividade, no entanto, e adequadamente, foi sempre relativa, já que há uma espinha dorsal da equipa que (salvo lesões ou castigos) é sempre mantida: Ricardo, Polga, Moutinho e Liedson.
Mas PB também refere (na entrevista de fundo que deu, aqui há uns meses, a seguir ao jogo com o Porto), na sequência da afirmação de continuidade de modelo e sistema entre a época passada e esta: “E depois tivemos o cuidado de procurar outros elementos que não tivessem dificuldades de adaptação a essa realidade”. Ora uma das coisas que falhou foi precisamente isto. Ou melhor, até talvez os elementos se adaptem ao modelo de jogo; o problema é que não têm demonstrado qualidade que justifique as contratações.
Daqui a necessidade reiteradamente afirmada, mas que é necessário repetir até ficarmos cansados, para ver se alguém nos ouve, de contratação de um ponta-de-lança de categoria para jogar ao lado de Liedson.
Tentarei, em escritos futuros, analisar a equipa, a partir dos elementos da sua “espinha dorsal”.

5 comentários:

  1. Um ano de 2007 cheio de boas notícias pessoais, profissionais e sportinguistas são os votos do Blog O LEÃO DA ESTRELA!

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  2. Agradecimentos e desejos de um bom ano de 2007 também Leão da Estrela

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  3. Caro Raul,
    Cá espero pela restante análise. Como sabe, discordo dos louvores ao PB, que, como muito bem diz, repete o modelo do Peseiro com uma suposta disciplina que não me convence nada. Mas cá estou para o ler, enquanto vemos relva crescer - talvez á terceira seja de vez...
    Bom Ano
    CL

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  4. Obrigado pelos desejos de Bom Ano, que retribuo. Quanto ao PB, caro Carlos Leone, estamos em desacordo: eu acho que a disciplina tem sido imposta e que o balneário percebe o treinador.
    Mas analisarei a coisa num próximo escrito sobre o Carlos Martins.
    Entretanto publico hoje um primeiro escrito de análise da equipa, que espero recolha uma quase unanimidade, visto ser sobre o J. Moutinho.

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