domingo, 22 de julho de 2007

Apontamentos do jogo contra o Lille

O guarda-redes

Não me tinham convencido, nos extractos de vídeo que vira, as actuações de Stojkovic (exceptuando a soberba exibição contra Portugal em 2006): estático e com fraca capacidade de reacção às contrariedades. Neste jogo e nos lances que vi contra o Guimarães pareceu-me rápido de reflexos e bom entre os postes, bem como a jogar com os pés. Também Rui Patrício, na sua inexperiência, parece vir a confirmar as esperanças que se depositam nele.

Os centrais

Polga, ultrapassados problemas disciplinares (que nunca mais se manifestaram), é um esteio da defesa (e agora, quanto a mim assisadamente, promovido a segundo capitão). Mas a boa notícia é Gladstone, que me pareceu um jogador com bom posicionamento e poder de antecipação, embora ainda sem confiança para construir jogo; a bola queima-lhe nos pés e ele despacha-a sem cerimónias, ou desfaz-se dela para o companheiro mais próximo.

O médio defensivo

Paredes voltou a não me convencer (embora pareça com mais vontade que na época passada) e Miguel Veloso, com falta de ritmo, complicou lances e perdeu bolas. Outra boa notícia veio de Adrien, que joga com grande à-vontade e habilidade e tem bom jogo posicional; no entanto desapareceu do jogo quando passou a médio direito (mas, mesmo nesta posição, poderá progredir muito).

A linha média

Fiquei convencido de que não irá ser difícil que este sector se apresente mais consistente que no ano passado: Romagnoli e, sobretudo, o grande João Moutinho (agora, merecidamente apesar da sua juventude, capitão de equipa) estão mais maduros e experientes e Simon Vukcevic deu alguns bons apontamentos, marcando um golo (embora muito consentido pelo guarda-redes contrário).


O ataque

O inevitável Liedson aparece possuidor de todas as características que fizeram dele um jogador imprescindível. Marcou dois golos em remates com o pé esquerdo, o primeiro de excelente execução (um tiro muito forte e indefensável) e o segundo fazendo uso de uma das características que o tornam um jogador de excepção, roubando a bola ao guarda-redes (este, se conhecesse Liedson, sabia que era muito perigoso tentar uma finta sobre ele). Derlei, embora neste jogo mais esforçado, continua a não me convencer. A novidade táctica está, contudo, na entrada de Purovic. Este tem 1,90m e a equipa tenta com ele o jogo directo: bola bombeada dos centrais ou do guarda-redes (como já disse Stojkovic evidenciou-se neste pormenor), o calmeirão dá-lhe de cabeça (na segunda parte, ou por já estar mais cansado ou porque os adversários fizeram melhor a cobertura, deixou de ganhar as bolas de cabeça) solicitando a irrequietude de Liedson. Esta jogada valeu o primeiro golo do Sporting. Sem que possa ser um sistema recorrente (tem de haver muito mais variedade de processos) a presença de Purovic, acrescenta esta possibilidade, que pode ser útil em certos jogos, ou em certos momentos do jogo.

Os laterais

Deixei para o fim este sector da equipa, por me parecer que é o mais problemático. Sendo Abel um jogador relativamente seguro, é o único disponível para preencher o lado direito da defesa. Mas o problema é ainda maior à esquerda: tanto Rony como André Marques não têm (pelo menos por agora) classe suficiente para o jogo do Sporting. Rony não tem velocidade. Mas poderia compensar isso com uma boa colocação no terreno e inteligência a ver o jogo (como era o caso, por exemplo, de Rui Jorge); ora o jogador não possui nem uma nem outra destas capacidades e, não raramente, vêmo-lo a correr atrás dos adversários, por não prever contra-ataques e se ter adiantado excessivamente em certos momentos (como noutros pode, despropositadamente, ter ficado atrás). André Marques pode vir a dar um bom lateral, mas não tem ainda um jogo convicto, parecendo receoso, tímido e com falta de determinação.

Em conclusão

O plantel não pode ainda estar fechado, se quisermos fazer uma época em que nos possamos bater pela vitória no campeonato até ao fim e passar a primeira fase da Liga dos Campeões.
É preciso contratar um defesa esquerdo, pelo menos.

5 comentários:

  1. Há lugares a preencher, mas também há uma ou outra dispensa que se afigura inevitável, ou se impõe mesmo... Vamos ver o que nos reserva a semana.

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  2. Ora viva!
    De acordo no geral, só pequenas notas: Polga merece muita estima, Derlei muito pouca, parece-me em ambos os casos exagerado. QUanto a Rony nãot er velocidade... não a sabe usar (lá está, o jogo posicional em falta), mas tem-na, acho.
    Laterais: temos novela à vista com o brasileiro ex-acadmémica e ainda nem acabou a do Caneira. André Marques e Rony, só um pode ficar, precisamos de um potencial titular para a direita e de um titular quase absoluto para a esquerda, mas o tempo passa e algo me diz que isto ainda rola para a época de Janeiro.
    Como, por este andar, oa dversário do jogo de apresentação. Pelos vistos a nabice e engonhanço não s´~ao só com a CML...

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  3. Huelva... ainda somos tramados pelos que lhes oferecemos

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  4. Tenho os mesmos temores de Leone quanto a as contratações que faltam serem feitas a tempo.
    Quanto a Derlei e Paredes, como vastamente expliquei aqui no KL, não é este o tipo de contratações que me parece vir a ter rendimento, mas desejo estar enganado e que venham a verificar-se excepções (como aconteceu com Acosta).
    Quanto a Polga: com a sua idade e classe (mediana), o mais provável é que venha a ficar até ao fim da carreira no Sporting. Por isso, se não voltar a desatinar (mas nisto a idade, trazendo experiência, é boa conselheira), virá no futuro a ser uma referência da equipa. Os adeptos devem, pois, na minha opinião, acarinhá-lo e não continuar a tomá-lo de ponta.

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  5. Agora que as notícias dão o caneira como certo em Valência, precisamos mesmo desse defesa esquerdo. Fala-se do brasileiro do Belenenses, embora já tenhamos mais estrangeiros que portugueses no plantel...

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