domingo, 27 de janeiro de 2008

Festejemos a vitória

Se me permitem, vou dirigir este post especialmente ao Paulo Bento.
Desconfio que você, ou lê o KL ou tem alguém que lhe sopra o que por aqui vou escrevendo. Se assim for fico satisfeito...
Hoje na conferência de imprensa (acabou há segundos e eu já lhe estou a escrever, calcule a minha devoção...!) você disse que o Sporting, se for novamente à Champions, ou seja, se ficar em segundo lugar, terá pelo segundo ano consecutivo uma classificação melhor do que aquela que tem tido, em média, nestes últimos 27 anos. Pareceu-me que estava a dar um recado. Mas, eu próprio, aqui há tempos, lhe lembrei isso mesmo aqui nesta página. Lembrei-lhe isso a si e a muitos Sportinguistas distraídos que por aí andam, com uma visão soft dos problemas do Sporting.
Hoje, claro, você e os seus jogadores ofereceram-nos uma vitória porreira sobre um F.C. do Porto e um "mr. Jesualdo" indigente mental, que nunca se conseguem mostrar dignos na vitória ou na derrota e que, por isso, foram especialmente bem batidos.
Mas, a nossa frustração não se curou por milagre (até porque o Sporting ainda está dentro da média...)
Mais: você acrescenta que as crises aparecem e desaparecem, como se fossem coisa criada em laboratório. Mas, está engando. E quando fala na vitória de hoje como se ela tivesse apagado a crise e resolvido os problemas que o meu Clube vem enfrentando há anos mais engando está!
As crises do Sporting não vão e vêm... Estão! São! Aliás, não há crises. Há uma crise apenas, única, que está sempre latente e pende permanentemente, em primeiríssimo lugar, sobre as cabeças de todos vocês que ocupam cargos de responsabilidade no Sporting. Uma crise pronta a rebentar em qualquer altura que se chama "Falta de Projecto".
A curva mais apertada que o Sporting tem feito nestes últimos tempos não acabou ainda. Os pneus do carro ainda chiam. Mas, por agora festejemos o justo triunfo.

6 comentários:

  1. Olá Master.

    Aprovo tudo o 2que dizes aqui, excepto quando acusa PB de dizer que a crise a acabou com a vitória de ontem. Não foi o que ele disse. Disse, e acho que é verdade, que muitas das crises são criadas de fora para dentro. Disse que esta época temos passado por situações muito difíceis (também se ele não tivesse percebido isso…) e disse, não pela 1ª vez, que essas situações difíceis não se resolvem com uma vitória. Foi isso que percebi. Aliás, as minhas desculpas pela junção, o Darryl Jenks também se equivocou ao dizer que PB tinha dito que o 3º lugar é o objectivo do Sporting. Não sei o que ele, e o jornalista que com ele faz o tempo extra, distorcem as palavras tão escandalosamente, mas não vou perder mais tempo com isso pois tu aqui já repuseste a verdade

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  2. Olá Pedro,
    Não disse explicitamente é verdade. Mas, disse que as crises vão e vêm, como se tudo isto fosse uma questão de moda. Mas, e esse é justamente o ponto do meu post, o que fica no ar do que ele disse de facto é que quando há vitórias a malta adormece.
    Ora, não adormece, como se tem visto amiúde ao longo destes anos... Há é uns que demoram imenso tempo a acordar.
    Aliás o problema do Sporting reside justamente no facto de que quando o último "dorminhoco" acordar já não há Sporting...

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  3. Caro Master,
    Embora os técnicos sejam escolhidos pelos dirigentes e as duas instâncias (dirigente e técnica), como tudo na vida, não sejam estanques (interpenetram-se e interagem), em termos de análise não as devemos confundir. A instância dirigente é eleita, responde perante os eleitores e é a responsável última pela política interna do Sporting.
    Portanto, quando Bento menciona a crise está obviamente a falar dos aspectos dela que lhe dizem directamente respeito, ou seja, os desportivos, e não dos aspectos "políticos".
    Considerando apenas os aspectos desportivos, é bem verdade que a "crise" (desportiva) não se resolve apenas com uma vitória. Um aspecto importante é o da matéria-prima, ou seja, os jogadores.
    Quanto a isto, vamos lá a ver o que valem as novas contratações. Estas foram bem feitas em termos dos lugares que virão a preencher no campo. Mas também no início da época esse aspecto (ao contrário, por exemplo, do que acontece no Benfica, onde se compra porque o gajo é bom de bola, sem ter como critério primeiro as necessidades da equipa, considerado o seu modelo de jogo) foi acautelado; o problema foi que alguns dos jogadores não cumpriam os mínimos para jogar na nossa equipa.
    Para mim, em termos técnico-desportivos, a grande vitória deste jogo foi o facto de Vucevic ter atinado a jogar ao lado de Liedson. Espero que não tenha sido um sucesso esporádico.

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  4. "Embora os técnicos sejam escolhidos pelos dirigentes e as duas instâncias (dirigente e técnica), como tudo na vida, não sejam estanques (interpenetram-se e interagem), em termos de análise não as devemos confundir", explica-me lá ó Raul onde é que está então a "confusão" da minha "análise"...?!

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  5. Só quis dizer que, ao falar em crise, o Paulo Bento não se deve estar a referir à crise "política" (mais global) do Sporting, mas só aos seus aspectos desportivos.
    Quando referes que "a vitória de hoje" não apaga a crise nem resolve "os problemas que o (nosso) Clube vem enfrentando há anos" estás coberto de razão. E, claro, é este o fundo da questão, como reforças no teu primeiro comentário, preocupado (como todos nós, presumo) em garantir que não se adormeça à sombra dos louros. Só o que não acho é que possas atribuir ao Paulo Bento essa convicção (como refere o Pedro, nem mesmo limitando-a ao aspecto desportivo), como parece decorrer de: "quando fala na vitória de hoje como se ela tivesse apagado a crise e resolvido os problemas que o meu Clube vem enfrentando há anos mais engando está".

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  6. "Só o que não acho é que possas atribuir ao Paulo Bento essa convicção"... mas, justamente, atribuo-a! Foi o que ouvi e é por isso que me insurjo.
    Já não é a primeira vez que o PB fala demais (referências descabidas a colegas antigos treinadores do Clube, a um comentador, à situação do Clube, etc.) Há matérias que um treinador não pode (não pode!, ponto final, parágrafo!) abordar. Mas PB fá-lo.
    Ainda por cima porque certas coisas que se dizem vão implicar que um dia alguém venha cobrar...
    PB está mais cauteloso e comedido, mas de vez em quando ainda lhe escorrega o pézinho... É uma coisa que a experiência vai corrigir, certamente.
    Mas, estas bocas vão deixando mossa...

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