domingo, 10 de dezembro de 2006

A crise

Bastaram duas derrotas seguidas e a ameaça (séria!) do fim antecipado da época para colocar as hostes Sportinguistas em estado de sítio. Duas bolas que batem na trave, uma cabeçada falhada frente à baliza deserta, um jogador em dia não, uma opção porventura errada do treinador e a casa ameaça logo ruína total!
Tudo isto dá que pensar.
Não é preciso ir muito longe para perceber que há crise e da grossa! Basta ouvir o tom das declarações dos responsáveis para perceber que não se trata de um problema de falta de produtividade conjuntural do Liedson, ou de haver necessidade deste ou daquele novo elemento para o lonsango... A crise existe, latejante, e a qualquer momento ameaça rebentar com estrondo! A crise começa por se revelar, desde logo, na enorme dificuldade, senão mesmo na total inabilidade em neutralizar os epifenómenos que a indiciam publicamente, mal estes se começam a manifestar. E adivinha-se, sub-reptícia mas letal, nas opiniões desencontradas dos diversos actores desta novela. À espera de um rastilho de tamanho certo.
A habitual cadeia de reacções que se desencadeia nestas alturas só não tem, desta feita, uma expressão mais dramática porque, se calhar, está frio e chove...
Já no passado chamei aqui a atenção, sem ser totalmente compreeendio, para o facto de que o afloramento de certo tipo de reacções --condenáveis, frequentemente, é certo, sob o ponto de vista dos métodos utilizados-- não pode ser ignorado e as suas motivações e veemência têm de ser levadas muito a sério!
O certo é que a crise, insidiosa, tem uma dimensão que sobreleva a simples mudança táctica ou de protagonistas e tem origens remotas, perfeitamente conhecidas, mas nunca enfrentadas com determinação. Enquanto essa questão não estiver dirimida a nossa expectativa quanto ao futuro só pode, pois, ser (ainda na minha simples opinião!) de sereno pessimismo...
Quanto ao jogo de sábado, não foi um jogo a sério. A vaia final dos adeptos setubalenses à sua equipa prova-o!

3 comentários:

  1. Os estados de alma não são uns melhores que os outros. São como são. Pode Master Lizard estar pessimista e Raul estar optimista a propósito da mesma situação, que daí não vem mal ao mundo sportinguista. É meu feitio, em situações de dificuldade tentar puxar para cima, se calhar "esquecendo" por momentos alguns actos de má gestão e procurando propor soluções para os problemas de curto prazo.
    Em todo o caso não perfilho as tuas teses catastrofistas, Master.
    Embora esteja preocupado, claro!

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  2. Estamos (porque eu sei!) a falar da mesma coisa :-)
    As teses não são catastrofistas. São "impotentistas". A bola de facto está noutras mãos e a gente só pode ir barafustando por aqui por este canto. E esperar que alguém pense nisto um bocadinho. Só nós dois não chega...
    Mas, eu receio que seja mesmo assim mau, sabes...?

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  3. Vocês os dois leram "a Bola" no Domingo? é que é há um artigo claro para esta questão. Fala de um tal Ferguson e de um tal Wanger terem levado anos para conquistar os primeiros títulos.... a memória é curta e estes senhores, acho que treinam lá para os lados de Inglaterra, estão por lá há tantos anos que nem sempre as coisas lhes correm bem. Campenonatos não os vêm desde que lá está um tal de Mourinho, aquele que a juveleo não quis no Sporting, mas nem por isso ouvi falar em demissões. Ouve-se pouco por cá, deve ser disso....
    Por outro lado, parece que os projectos, naquelas bandas, são de continuidade o que os leva a já saberem que será o futuro treinador, aquele senhor que cá se chama adjunto.... (no caso do senhor ferguson, acho que está doido, mas isso é outro rosário).

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