terça-feira, 20 de novembro de 2007

To run or not to run...

"Em Portugal é normal ouvir um assobio ou outro", declarou Nani a propósito do jogo da Selecção de amanhã. "Faz parte do futebol," concluiu. É verdade, tornou-se norma ouvir assobios nos estádios e os adeptos não discriminam: as vítimas podem ser os jogadores da sua equipa ou da equipa adversária, do seu clube do coração ou da Selecção Nacional. Todos diferentes, mas todos iguais no tratamento.
No último jogo da Selecção a atitude de Nani e de alguns dos seus pares fazia adivinhar tragédia. Tiveram sorte. Vamos ver o que dará a atitude "contida" amanhã.
Nani deveria pensar antes de proferir estas palavras (esta malta ganha tanta massa e não arranja um assessor qualquer que lhes tempere o comentário?) Quando estava no Sporting jogou frequentemente a meio gás. Todos diziam que ele era bom, que era mesmo muito bom! Mas a gente muitas vezes não via. Episodicamente quando os deuses e os ventos estavam de feição lá se via uma exibição mais digna de nota. Quando alguém espreitava das bancadas certamente... O mais das vezes ficávamos com a promessa. Depois, claro, lá vinham as desculpas: as botas, a azia, é jovem, está transtornado da psique, eu sei lá...
No Manchester, está bom de ver, adivinha-se outra disposição: os patrões já pagam melhor, são muito mais simpáticos, tratam a gente já com outra deferência e a gente, que remédio, tem de jogar bem. O tempo é que é uma gaita!
No Sporting o Nani estava frequentemente atacado de melancolias que o impediam de dar o seu melhor. Agora que o clima inglês lhe limpou o espírito reclama, resoluto, o fim do assobio.
Esta coisa das exibições a meio gás dá que pensar. É frequente ver jogadores em campo com aquela atitude bovina típica (a pastar, portanto!) quando as circunstâncias e o talento deveriam justificar outra atitude. Jogadores que mais tarde vamos ver (graças ao trabalho meritório de serviço público da Sport TV) noutros campeonatos a correr furiosamente e a deixar, então sim, a pele em campo semanalmente.
Há dias o PC deixou aqui, num post aliás cheio de oportunidade, uma interrogação que eu gostaria de levar mais longe, se possível... Dizia ele que "nesta minha [dele... e minha, nossa portanto!] lógica da batata ninguém me tira da ideia que há questões extra jogo que determinam a convocação de jogadores para o banco, mesmo quando os efectivos não jogam!" Eu pergunto mesmo se não há também questões extra jogo que determinam a disponibilidade do jogador convocado se entregar mais ou menos ao cumprimento do seu dever contratual?
Será que o teste do assobio engana?

1 comentário:

  1. A nossa selecção apurou-se esta noite, para o Europeu de 2008, mas esta foi das piores campanhas a que já assisti. E digo isto porque, quando Portugal enquanto selecção de futebol, não era considerada uma selecção de Top, ou seja que estivesse sempre presente em campeonatos, quer da Europa quer do Mundo, e com boas prestações nos mesmos, à selecção nacional não era exigido qualquer presença nos mesmos, tudo o que aparecesse era algo de extraordinário, e do qual nós nos orgulhar-nos-íamos. O problema é que a equipa das Quinas, habituou-nos mal, ou seja, apartir de meados de 90, logo após termos conquistado o Mundial de Júniores, por 2 vezes, o patamar elevou-se, e a selecção por uma, ou outra vez, poderia ter alcançado algum titulo, mas quando se tratava de qualificações, deixa-mos de parte a tão famosa calculadora...

    in Bancada Sul

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