terça-feira, 24 de outubro de 2006

O roubo da carteira

Para que se ponham a pau à entrada do Estádio, vejam aqui como é que me roubaram a carteira antes do jogo com o Porto.

Na Liga só mudaram as moscas

Hermínio Loureiro deslocou-se à Comissão Parlamentar em que está a ser debatida a nova Lei de Bases do Desporto (já aprovada na generalidade) para pôr em causa o seu art.º 45. Diz esse artigo que se «proíbe sob qualquer forma, as comparticipações financeiras por parte do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais a clubes desportivos que participem em competições de natureza profissional».
Ele, pelos vistos, é a favor da continuação do status actual de regabofe e adulteração da concorrência desportiva por via do financiamento de alguns e não de outros. É só lembrarmo-nos, por exemplo, de como o então presidente da Câmara do Porto, Fernando Gomes, utilizou os dinheiros resultantes das contribuições dos habitantes para financiar o seu clube do coração, o FCP.
Pois, nesta cruzada, HL fez-se acompanhar pela APAF, Sindicato de Jogadores, uma outra associação de árbitros e, ainda, uma associação de dirigentes associativos da… Madeira. Note-se que o Governo Regional da Madeira gasta por ano mais de 5 milhões de euros do Orçamento de Estado só em subsídios aos 2 clubes de futebol da ilha (Marítimo e Nacional). Acresce a isto, o comportamento de tantas Câmaras Municipais que empenham receitas para subsidiar os clubes da terra, às vezes com fortes suspeitas de fraude, como no caso de Felgueiras.
Mas o que é que os árbitros e sindicato de jogadores têm a ver com isto? É que a cruzada de HL não fica por aqui. Ele também se opõe à tentativa governamental de ir progressivamente aproximando os árbitros e jogadores do regime comum, em matéria de impostos e Segurança Social. Mas o que é que os jogadores e árbitros são a mais que o contribuinte comum? O grande argumento é que se trata de uma profissão de desgaste rápido. Mas isto não tem nada a ver com privilégios em sede de IRS, nem da tão carecida Segurança Social. Eles terão de pagar como todos nós. Há tantos jogadores que ganham tão bem que facilmente a classe se pode organizar para poupar durante a fase activa para ter uma reforma mais cedo, quando a sua carreira chegar ao fim.
Por último, a tão falada profissionalização dos árbitros está a caminho de se fazer quando as galinhas tiverem dentes. Se calhar HL estava à espera que fosse o Estado a pagar os respectivos custos, mas o secretário de estado Laurentino Dias já veio dizer que acha boa a ideia da profissionalização, mas que o Governo não paga. Então quem é que vai pagar uma decisão que custa muito caro?

Deste conjunto de atitudes e opiniões ressaltam 2 conclusões:
- HL quer manter as coisas (privilégios, subsídios e consequente adulterar da concorrência) como estão; não quer mudar nada.
- HL está na Liga mais para fazer oposição ao Governo que para fazer reformas no futebol.

Isto é muito grave!