segunda-feira, 18 de junho de 2007

As flores do iogurte

Um comentário do Cleone a um post meu anterior suscitou-me agora este. Eu creio que será lícito esperar que não haja mais saídas para já. Mas, quanto a este assunto também não há que fazer nenhuma tragédia. Há jogadores que podem sair sem graves danos futuros, mas há outros que não devem sair! Pelo seu valor desportivo, pelo potencial que têm, pela capacidade de direcção que demonstram, pela autoridade que exudam dentro e fora de campo, por tudo isso são cruciais para a estratégia actual do Clube. São símbolos e deveriam ser guardados por necessidade actual e para referência futura. A sua influência estende-se para além dos 90 minutos de uma partida. Chamemos-lhes "flores do iogurte"... São atletas que "fazem" outros atletas. O Sporting precisa deles se quer continuar a manter a cantera e se quer continuar a manter o interesse na sua cantera. Há aqui uma diferença importante!
A solução "formação" é boa para o Sporting, nas condições actuais do Clube e do futebol português. Mas, é-o também para os outros clubes. A concorrência agora não parece significativa, mas poderá sê-lo num futuro não muito longínquo. A solução "formação" é válida para a concorrência e a capacidade do Sporting para atrair novos talentos passa também por manter factores de atracção. Boas condições logísticas e bom nível de organização podem não bastar. Um atleta sólido, com carisma é um factor de valor incalculável para atrair os futuros talentos. É necessário que o Clube tenha também uma montra adequada para mostrar os seus talentos e enquadrar bem os seus símbolos, mas é preciso que esses símbolos existam.
Há, pois, jogadores cuja despedida do Clube não significará nunca mais do que o natural cumprimento do seu desígnio e do desígnio do Clube. Mas, há outros cuja eventual falta poderá revelar-se um erro de consequências irreparáveis.
Deixo à imaginação de todos adivinhar quem eu considero ser a nossa "flor do iogurte"...