domingo, 8 de janeiro de 2006

Estou farto!!!!!!

A expectativa era grande no início, em Agosto. Depois de uma época recheada de emoções positivas e negativas, de orgulho e frustração e de grandes vitórias, mas também de derrotas marcantes, o facto de não se ter aberto mão de um grande número de jogadores e de se ter apostado em alguns reforços que na minha modesta opinião, considerava fulcrais (a questão do lateral-esquerdo!!!), pensava que com tranquilidade poderíamos todos, desde o presidente ao comum adepto, aprender com os erros passados e melhorar os pontos menos positivos.

Não tinha ainda o jogo entre o Sp. Braga e o nosso Sporting começado e já me encontrava a fervilhar de raiva, tentando consolar-me junto do facto de "nunca se estar contra o nosso clube." As sucessivas situações em que o Sporting se coloca e a que se dispõe envergonham-me cada vez mais e "apequenam" este enorme clube.

Já muito se tem escrito e o facto de eu estar no estrangeiro faz com que o meu conhecimento de causa seja extremamente diminuto em relação a um sem-número de pormenores nos últimos anos. No entanto, estou mais interessado nas conjunturas e tendências que nos factos pontuais. Porque razão temos ainda uma direcção não eleita que resulta do esgotamento de um modelo (ou falta dele) de outra direcção também iniciada sem acto eleitoral? Lembre-se que também Dias da Cunha e seus pares foram igualmente co-optados... O que faz realmente Filipe Soares Franco na direcção? Porque falhamos constantemente na relação com os jogadores? Porque razão acontecem os casos de Polga e Deivid, tal como aconteceram outros no passado? Porque razão ao mesmo tempo sentimos falta de jogadores como estes mencionados?

Em todo o caso parece ser certo que o modelo seguido se esgotou. Foram sucessivos os maus anos do ponto de vista financeiro, quando parecia que esta gestão permitiria ao Sporting equilibrar as contas e tornar-se mais competitivo no mercado de transferências e, naturalmente, nas competições desportivas em que se inseria. Nada mais falso! De outra forma conseguiríamos por certo montar uma estrutura competitiva no plano desportivo. Desportivamente, os maus anos foram interrompidos por 2 títulos que escapam da conjuntura de dominação do F.C. Porto: O de 1999/2000 e o de 2001/2002. Por muito que estes me tenham enchido de orgulho, é certo que não resultam do trabalho continuado dos dirigentes. São sim obra da fortuna. Falhámos e falhamos porque, em primeiro lugar, nunca soubemos criar as condições para que o sector da formação pudesse desenvolver-se. Em segundo lugar, a integração dos nossos jovens talentosos na equipa principal tem sido feita de forma deficitária e insuficiente, embora esta tendência possa estar a esbater-se um pouco com as inclusões de João Moutinho, Nani, etc. No entanto, ainda não me esqueci de como no mesmo ano, depois de se garantir que Quaresma e Ronaldo não sairiam ao mesmo tempo, tal não se verificou. Em terceiro lugar, a política de contratações tem sido mal concebida, mal elaborada e mal sucedida. Do ponto de vista estritamente técnico-táctico é errado contratar jogadores com o propósito de os adaptar. Tal foi visível, mais do que nunca, durante esta paragem de Natal. Esta política revela-se caricata e aterrorizadora e o resultado esteve à vista em Braga...

Porque foi Rogério embora? Porque joga Miguel Garcia (defesa-central) à direita e como pode um jogador que treme de ter a bola nos pés receber a braçadeira de capitão???

Porque foi Edson emprestado (defesa-esquerdo de raiz) e fica Tello (um médio-atacante centro adaptado)?

Porque são vendidos e emprestados 3 avançados e para a preparação de uma importantíssima deslocação contamos com apenas UM de raiz (não considero Douala um avançado de raiz)?

Naturalmente que para o fim fica a situação de Polga e Deivid, para a resolução da qual o "nosso" presidente sugere jogos na altura do Natal para isto se tornar uma "festa da família". Só pode realmente estar a gozar alarvemente com a nossa cara!

A manta de retalhos continua infelizmente, mas não vou alongar-me. Creio que é por demais evidente o que se passa em ano de Centenário. O que me choca é a enorme acomodação dos Sportinguistas face a esta situação! Andaremos todos a dormir? O que se vai fazer para combater esta inércia????

ELEIÇÕES JÁ!

ESTOU FARTO!!!

A regra

Confesso que neste momento cada derrota do Sporting é como se me dessem um murro! Sublinho neste momento porque noutras ocasiões e noutros tempos uma derrota do Sporting era uma situação conjuntural, a causa de um momentâneo acesso de raiva, logo passado, uma derrota era ditada por um momento de pouca inspiração, por um erro de tática ou estratégia, por uma qualquer argolada de um árbitro (chamemos-lhe "argolada" para não sermos mais cáusticos...). Tinha um efeito de duração limitada.
Hoje, pelo contrário, qualquer vitória do Sporting parece-me um feito conjuntural, uma feliz coincidência, um momento de inspiração, uma execpção!
Porque a derrota configura a regra. E cada derrota vive muito para além do seu período natural de validade. Cada derrota parece um daqueles rastilhos de acção lenta. Cada derrota suscita um turbilhão de pensamentos que vão muito para além de saber quem é titular, quem fica no banco, quem não foi convocado, ou quem jogou em que lugar. Já chegámos ao cúmulo de termos de perguntar, depois de um golo de um adversário, porque é que o autor desse golo foi dispensado na semana anterior, depois de uma passagem efémera e apagada pela equipa. E enquanto ainda estamos a pensar em tudo isto o mesmo autor bisa a gracinha...
Não, isto tudo é mau demais para que fique assim! Demasiadamente confuso, bizarro e de difícil digestão para que fique assim...