terça-feira, 17 de abril de 2007

"Betão! Betão! Betão!" uns pasmam-se outros não...

Não acredito em bruxas, mas às vezes até parece que elas andam por aí...
Depois de toda esta cena patética que resultou do acordão do STJ sobre o artigo do Público, eis que surge um novo episódio a afectar a imagem do nosso Clube. Refiro-me, claro, ao problema do loteamento dos terrenos do Sporting, cuja resolução foi, como se sabe, adiada. Como não acredito em bruxas, como referi, não acredito que o senhor vereador Sá Fernandes faça parte de uma qualquer cabala contra o Sporting. As coincidências temporais não devem, pois, passar disso. Nestas coisas nunca podemos ter certezas, porque a parada é alta e a fita e os seus actores são do tipo Bollywood. Mas, nunca se sabe...
As bruxas, se as há, têm contudo uma ajuda preciosa da parte dos gestores do Sporting.
Eu, por mim, reflito sobre todo este problema e não consigo deixar de pasmar...
Vou às origens e pasmo! Parece quase inimaginável que os "craques" da gestão que se propuseram tirar o Sporting do pântano em que se havia atolado, conceberam um "projecto" que não tinha recuo, não tinha plano B e, verifica-se agora, tinha uma série de pontas soltas que ninguém soube, conseguiu ou quis atar. Fico totalmente perplexo quando verifico que se lançou um projecto de enorme ambição e dimensão, que com ele se inflamou a imaginação dos sócios, levando-os a sancioná-lo, que não continha afinal quaisquer mecanismos de controlo, ou prevenção de catástrofes...
O projecto Roquette não passou afinal da aplicação da velha estratégia à portuguesa do "todos ao molho e fé em Deus!!"
Pasmo, portanto, quando verifico que o tal loteamento dos terrenos não estava afinal escorado em terreno sólido (em sentido literal e em sentido metafórico...) Era uma espécie de "supônhamos"...
Continuo a pasmar quando observo a fase seguinte. Passaram anos (não meses, mas anos!), e, percebe-se agora, ninguém negociou, ninguém alterou, ninguém introduziu correcções no projecto original, sabendo que as falhas originais tinham e iriam continuar a ter custos e que a ausência de correcções iria agravar toda esta situação. Pasmo, pois quando verifico a leviandade com que se deixou arrastar este problema.
Finalmente, continuo a pasmar quando verifico que depois do presidente do SCP ter afirmado que se o loteamento não fosse aprovado era o dilúvio e ter referido a verba perfeitamente obscena que o Sporting tem de pagar de juros por causa de todo este atraso, não foi antecipada a questão da cedência de terrenos à autarquia para espaços verdes, o que nos leva a ter de enfrentar mais este contratempo e a dispender mais um balúrdio de massa com os custos de mais este atraso. Desconfio que os crâneos do Sporting que concebem e definem estas estratégias andarão obnubilados com qualquer coisa de mau que o ar contém porque só assim se pode compreender tanta asneira!
Desconheço, é verdade, se esta exigência foi feita aos outros clubes da capital que mantêm relações semelhantes com a autarquia, e se relativamente a esses o senhor vereador Sá Fernandes também gritou como ontem, indignado, "É só betão! Betão! Betão!" Mas, ainda pasmado, pergunto como é que este problema escapou aos gurus de gestão, actuais inquilinos do edifício Visconde de Alvalade... O vereador levantou ou não levantou um problema legítimo? Se é legítimo agora não o era há um mês?!
Termino com um recado dirigido a quem de direito: deixem a equipa trabalhar até ao fim da época e depois desamparem-nos a loja que já não há pachorra para isto!!