quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Crise adiada

Antigamente era o presidente do FCP que ia a Fátima em tempo de crise, não era? Pois desta feita foi o Sporting que lá foi pedir para adiar a crise. Liedson fez o milagre enquanto Ronnie e Djaló demonstram que precisam urgentemente de desaparecer da vista dos adeptos durante uns tempos.
O Sporting, no seu todo, precisa de um desconto de tempo.
Perdão, foi você que disse Saleiro...?

terça-feira, 30 de outubro de 2007

E agora, Sporting?


Bem sei que a exibição da equipa contra o Fátima foi uma desgraça. A qual comprovou que o Sporting tem um plantel muito curto. Mas Paulo Bento, sabendo seguramente disto, arriscou numa equipa feita com muitos suplentes e o resultado foi mau.
Bem sei que em Roma a colocação de Miguel Veloso a central, retirando-o da posição em que vem constituindo um primeiro elemento de contenção e um bom iniciador da primeira fase de transição defesa-ataque desequilibrou a equipa: nem Veloso cumpriu bem como central, nem Moutinho rendeu como trinco. Isto reflecte, de novo, a insuficiência do plantel: na ausência forçada de Polga a equipa não encontra substituto à altura. Mas não se contratou um central, de seu nome Gladstone, que até foi convocado por Dunga para a selecção do Brasil? Não serve? Contra o Fátima não serviu: não se entendeu bem com Tonel e fez uma exibição muito má. É um facto que os dois não se entenderam, e admito que não sejam capazes de presentemente o fazer, por falta de maturidade, ou outra razão qualquer (hoje, no Trio de Ataque Rui Oliveira e Costa dizia que é por qualquer deles não saber jogar do lado esquerdo). Mas seria preferível não remeter Moutinho para o vértice inferior do losango, mantendo-o do lado esquerdo (onde poderia render mais ajudando Ronny), saindo Vucevic (que, com apontamentos de utilidade, tarda em afirmar-se inequivocamente) e entrando Paredes (mais experiente do que Adrien, que poderá e deverá, quanto a mim, começar a entrar aos poucos na equipa). Deste modo a equipa ganharia em equilíbrio entre sectores. Pois PB fez entrar Paredes exactamente quando comemos o segundo golo, solução que estava na calha com propósitos defensivos, mas deveria ter sido suspensa. Vá lá que depois PB fez entrar mais um avançado retirando um defesa. Mas esse avançado foi o cada vez mais comprovadamente incompetente Purovic (oxalá eu esteja redondamente enganado e estejamos perante um potencial Yazalde, como evoca o Pedro; mas o Chirola sabia tratar a bola, coisa que não vejo fazer a este Purovic). Voltamos a estar perante a insuficiência do nosso banco.
(Abro um parêntesis para dizer que defendi, e continuo a defender, que as contratações do Sporting tiveram esta época o mérito de ser cirúrgicas, no sentido de virem preencher as carências do plantel. O defeito está em que alguns dos contratados não vêm demonstrando a qualidade que uma equipa como o Sporting tem de exigir.)
Pois não chegou a PB o jogo de Roma para ver que aquilo assim não dava e repetiu a dose na Madeira. Com resultados igualmente nefastos.
Há ainda o caso do guarda-redes. Stoikovic tirou uns dias de férias não autorizadas e faltou a uns treinos. Quanto a mim teria de ser punido. E foi-o da maneira mais penalizante para o clube: não jogando num jogo em que, como se verificou, fez falta. Ora, PB, em vez de assumir que castigou o jogador, vem a público dizer que ele não jogou por razões técnicas, (não treinou, logo não estava em condições de jogar), o que é uma falácia que não fica bem. Tinha mesmo de o castigar para manter a disciplina do balneário, mas devia ter assumido que o castigou (já agora espero que tenha também sido punido monetariamente).
São muitos erros graves seguidos.
Os quais, no entanto, não justificam a reacção habitual de criar um clima psicológico que venha a contribuir para começar a derrubar o treinador.
Apesar de todos estes últimos erros, continuo convencido de que PB é o treinador indicado para o Sporting nesta fase da vida desportiva do clube.
Nas duas épocas em que, anteriormente, ele esteve à frente da equipa, passou por situações de crise e deu a volta por cima. Na última época essa recuperação foi de molde a recolocar-nos com a possibilidade de sermos campeões nacionais, o que só não aconteceu por um triz; e em ambas as épocas ficámos à frente dos lamps.
Paulo Bento pegou na equipa num tempo em que o clube vive graves dificuldades financeiras. O nosso orçamento é muito inferior aos dos clubes com os quais nos batemos. Gastámos em contratações menos de um terço do que cada um dos nossos dois rivais internos.
Paulo Bento continua, quanto a mim, a ser o treinador apropriado para servir o clube no contexto actual. Isto não quer dizer que tenhamos de dizer ámen a tudo o que ele diz e faz. Acabo de dar o exemplo, arrolando uma série de críticas à sua recente atuação.
Mas, na minha opinião, a obrigação dos sportinguistas é continuar a apoiá-lo e à equipa, assim estimulando o aparecimento de alegrias futuras.

Claro que joga quem o treinador escolhe, a questão é porque faz ele estas escolhas

O futebol evolui num sentido estranho.
O jogo em si passou a ser um mero episódio do negócio, perdendo o estatuto de objectivo em si mesmo. Aqui, neste nosso canto, este facto já estava consagrado há muito tempo, desde que inventaram as equipas que jogam para não descer de divisão. Não jogam para ganhar jogos. Jogam para manter um conjunto de negócios, nem sempre claros, para os quais precisam da visibilidade relativa a cada divisão em que militam. A famosa belenesização (ó Henrique como raio se escreve esta coisa que inventaste?) passa por aceitar que o nosso clube considere como inevitável deixar de ganhar. Nesse sentido, louvo os adeptos que foram pedir explicações à equipa e ao Paulo Bento. Eles não se resignam. Em Portugal, porque na UEFA, jogamos para não descer!

O facto de o jogo ser um mero episódio no processo industrial do futebol, faz com que haja blogues, como este, em que se analisa, à laia de uma moderna conversa de café, a gestão dos clubes respectivos (dos outros nem sei porquê, porque parece que não gerem nada. Só geram dinheiro em condições obscuras). É nessa óptica que faz sentido, na minha muito modesta opinião, olhar para as escolhas do treinador. Porque elas reflectem a persecução de uma política.

A minha questão não é, portanto, uma pergunta de treinador de bancada (e muito menos de PES ou CM). É uma pergunta sobre a política de gestão do nosso principal activo (ou melhor do principal activo da Sporting SAD) – o plantel (que é um termo que me irrita, mas enfim).

Fizemos os investimentos que fizemos. Como se trata de pessoas com culturas, práticas, alimentação, ritmos e línguas diferentes, há que dar tempo à sua adaptação (não é conversa, ainda ontem alguém referia, muito bem, que o BCP, no qual, infelizmente, o SCP não tem nenhum pai levou anos para que todos os colaboradores vindos dos bancos adquiridos se aculturassem).

Há quem, como eu, acredite que muitas mudanças ao mesmo tempo não dão resultados. Mas um jogador, mesmo em fase de adaptação, deve responder minimamente quando é chamado à equipa. É para isso que é convocado. Se não serve para substituir que faz ele no banco? Ou entrar na segunda parte é menos mau que entrar no início?

Nesta minha lógica da batata ninguém me tira da ideia que há questões extra jogo que determinam a convocação de jogadores para o banco, mesmo quando os efectivos não jogam!

Reforços de inverno

Fala-se muito de reforços de inverno. Mas, parece que é o Sporting que vai forneceer os reforços aos outros clubes...
Ouvimos falar da saída quase certa de Miguel Veloso, da possível saída de Liedson e, para além destes, podemos certamente contar com aquelas surpresas de última hora que ocorrem neste Clube da nossa tristeza. Estes ou outros irão certamente reforçar mais um grande emblema da Europa do futebol. Ao Sporting restar-lhe-á lutar por um lugar europeu, o que tendo em conta a fulgurante época a que estamos a assistir até agora não se afigura tarefa fácil.
As receitas da venda dos jogadores principais do plantel do Sporting irão, claro está, reverter a favor da redução de um défice gerado por esta visão empresarial delirante e espasmódica que tem caracterizado as direcções do Sporting de há anos a esta parte.
Se as gameboxes já não se venderam, como pretendiam os seus promotores, na altura em que o Sporting estava "em alta", vamos ver o que irá suceder quando/se o Sporting for afastado das competições em que está envolvido este ano, sem jogadores e remetido para o lugar garantido pela inexorável média dos últimos anos.
Com esta filosofia dos reforços só a custo zero, com as receitas também a zero e com a debandada dos nosso melhores jogadores, este ano é que ninguém nos pára!

sábado, 27 de outubro de 2007

E tudo o vento terá levado

A previsão de Paulo Bento não se verificou. Nem à terceira vencemos, e continuamos a não marcar. O Sporting voltou a mostrar incapacidade para se superiorizar perante um adversário irrequieto, mas fraquito. A equipa continua a demonstrar estar a passar por uma crise que me parece ter pouco de conjuntural. O semblante carregado e as palavras cautelosas de Paulo Bento parecem indiciar que algo irá certamente mal no reino da Dinamarca.
Quanto ao jogo em si, pouco ou nada há a dizer. Nem soubemos aproveitar o vento quando soprou a favor e as nossas aspirações poderão ter sido levadas por ele.
Continuo a achar que devemos aguardar pelas cenas dos próximos capítulos, mas cheira-me que vem aí nortada...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Um Sporting vintage?

Relendo algumas das coisas que tenho escrito aqui sobre este Sporting 2007-2008, reparo que não faltam elogios nos meus sucessivos escritos desde o princípio da época.
As recentes actuações da equipa têm motivado alguma apreensão e críticas que merecem ser tidas em conta. O que se vai lendo nos outros blogues, nos jornais, nas entrevistas, aqui mesmo no KL, nos posts e nos comentários e também nos mails privados que vou recebendo (não percebo porque é que há ainda tanta relutância da parte de alguns dos nossos leitores em publicar os seus comentários, até porque alguns mereciam grande destaque) diz-nos que há aqui ampla matéria de reflexão.
Não encontro razões para voltar com a palavra atrás relativamente aos predicados que tenho apontado a esta equipa do Sporting. No entanto, os resultados não são animadores e, confesso, algumas das críticas que tenho lido parecem-me totalmente legítimas e merecem toda a atenção.
Uma das características que tenho apontado a esta equipa é o sinal de maturidade que tem dado. Maturidade é, de facto, este ano uma palavra chave. A isso não deve ser estranho o facto de termos o capitão que temos, nem tão pouco (sejamos justos) termos o treinador que temos. Ambos parecem --cada um no seu plano e na sua escala respectiva-- ter aquela mistura perfeita de energia temperada com bom senso, aquele bom senso que normalmente só vem quando a fogosidade murcha. Neste aspecto, as condições de que dispomos este ano são, pois, perfeitas.
O Sporting parece de facto uma equipa madura, mas, hoje com ontem, nas alturas chave sente-se que falta gasolina para tanto motor.
Creio que muito do sucesso que o Sporting tem tido esta época se fica a dever, mais do que a tudo o resto, a esta maturidade do capitão do Sporting e do seu treinador. Há sempre dias melhores e dias piores, mas, no geral, é isto que penso que se passa.
O que motiva então os momentos menos conseguidos? Serão estes momentos menos conseguidos defeito ou feitio? Haverá solução para esta crise?

O ex-Presidente Dias da Cunha tornou popular um termo que, no meu entender, tem plena aplicação na actual conjuntura. O "sistema" é um facto e ataca quando menos se espera. Mas, quanto a mim, o "sistema" não existe só nos subterrâneos do futebol nacional, que são muitos e habitados pelos personagens mais abjectos, como todos suspeitamos. Não! O "sistema" existe certamente também dentro do Sporting! Percebe-se pela análise das intenções dos sucessivos dirigentes, pelas desígnios pífios dos responsáveis dos diversos sectores do Clube, pelas declarações e actuações contraditórias que há um "sistema" dentro do Sporting e que é ele que leva a que, mesmo numa situação conjuntural perfeita como é esta que em minha opinião estamos a viver, os sucessos fiquem adiados.
As condições estruturantes para um Sporting de topo não estão criadas. Nem mesmo este ano, em que dispomos de uma situação conjuntural de excepção para produzir uma boa época, se encontrou remédio para a moléstia habitual. É que não se fazem omoletes sem ovos, como me dizia um leitor, e o Sporting, por muito que nos custe, é isto: uma omolete adiada.

Não creio que seja altura para desanimar, ou para o "bota-abaixismo", e até admito que a pressão dos adeptos, o muito amor que existe pelo Clube, o brio dos seus atletas e o talento dos seus técnicos possam produzir o brilharete ocasional. Mas, a este Sporting falta tudo para ser o Clube que todos nós ambicionamos. E não é por nossa culpa, nem por culpa dos nossos atletas. O Sporting vintage está, receio bem, adiado.

Para amanhã só admito que se cumpra a previsão de Paulo Bento: nunca perdemos três vezes seguidas...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Se não foi castigo, fomos castigados!

É com algum pesar que venho pela primeira vez dizer que não estou de acordo com Paulo Bento. Não porque perdemos, porque isso são contas de outro rosário (importante, mas outro) mas porque ao fim de 2 anos algum motivo o tem levado a não seguir o seu caminho.

Dizer que um guarda-redes não foi convocado porque não treinou parece a toda a gente pouco sério, sobretudo se tivermos em conta que o treino não melhora muito a performance do Tiago (a sair deve ter aprendido com o Labreca). O que é que um guarda-redes não treinou com os colegas? Quantas vezes treinou o Veloso na posição de central? Mais do que o Gladstone?

É que perder para ganhar a equipa vale, na minha opinião, a pena. Perder porque o melhor guarda-redes não treinou um dia……

Por outro lado por que razão se manteve a entrada do Paredes quando a equipa tinha que mudar da questionável atitude defensiva para a recuperação de um golo de desvantagem? (apesar desta afirmação declaro desde já que nunca mais oiço o António Tadeia. Parece que faz força para perdermos!)

Para mim estas questões ainda andam em torno do jogo com o Fátima, com os reforços e com a velha questão da equipa base. Ou seja muda-se mais de metade da equipa e espera-se que os jogadores, os que verdadeiramente nunca treinaram profundamente nessa condição, se entendam. Sem qualquer referência à equipa base. Eu sei que o PB em tempos acreditava que o melhor era rodar sempre a equipa para que todos estivessem habituados a jogar com todos. Os resultados parecem dar razão a quem o criticava e ele, que é uma pessoa inteligente, acabou por estabilizar uma equipa base. Nunca se pode ter o melhor de 2 mundos e se há uma equipa base os que jogam pouco conseguem integrar-se numa equipa rotinada mas têm dificuldades em criar novas rotinas de repente. Seja qual for a melhor tese (equipa base ou rotação permanente) nunca se conseguirão resultados mudando muitos ao mesmo tempo.

Quanto ao jogo com a Roma, o que tenho a dizer é que ainda somos de outro campeonato, pior entenda-se, e que saúdo o Sr. Paulo Bento pelo grande trabalho que tem desenvolvido no sentido de subirmos de divisão ao nível europeu!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Pássaro a voar em céu escuro...

Tivemos o pássaro quase na mão. Nada a assinalar no que respeita à atitude da equipa. Quanto a mim, cinco estrelas! Até (e sobretudo) na reacção aos golos.
Mas, parece evidente que os limites desta equipa começam-se a vir à tona e que há aqui carências que urge mitigar. O cobertor começa a revelar-se escasso. Algo tem de ser feito no sentido de escorar esta equipa porque está visto que não há grande margem de manobra.
Aguardamos com curiosidade as cenas dos próximos capítulos, em especial, as cenas domésticas.
Curiosamente o céu aqui na minha terra começou desde ontem a ficar mais escuro...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Purovic

Ainda a propósito de jogadores que não rendem gostaria de vos recordar que muitos quiseram “fazer a folha” ao Yazalde no final da sua 1ª época no Sporting como podem ler aqui .

Bons devem ter sido os dirigentes que acharam que o Heinze, o Phil Babb ou o Tinga (grandes campeonatos na Alemanha) não serviam. Ou, se calhar, o dirigente e treinador do Estrela de Amadora que não viu potencial no Ronaldinho e o gajo dos coisos que não quis o Deco...

Fico-me por aqui. Só queria demonstrar que não me parece ser desde já condenável o dirigente que o contratou. Aliás nem percebo uma vez que não o vi fazer pior que o Djaló...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Iordanov-Sporting... match null

O "affaire" Iordanov-Sporting é uma das coisas mais tristes de entre as várias coisas tristes que se vão passando na vida do nosso Clube.
É difícil acreditar que não possa haver uma solução para este diferendo que tenha em conta, por um lado, o papel que Iordanov desempenhou e o especial significado que o jogador tem na vida do Clube e, por outro, os valores da instituição Sporting Clube de Portugal e a sua posição no panorama do desporto em Portugal e não passe por esta coisa bizarra do recurso aos tribunais.
Os adeptos, esses, entreolham-se incrédulos... Mais uma vez a comunicação do Clube a funcionar mal. Aqui há tempos tinha chamado a atenção para a necessidade de tratar este caso num outro registo (está aqui). Pelos vistos há neste Sporting a atracção pelo abismo...
Pinças, precisam-se para tratar este caso. E bom senso.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Oxalá seja melhor que o Purovic


«O Sporting vai mexer-se na reabertura do mercado de transferências mas o único objectivo é assegurar a contratação de um avançado», diz o Record.

Acho muito bem, digo eu.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Viva as novas tecnologias! VIVAAAAA!! (aplauso)

Quando faltam as ideias lá vem o truque das novas tecnologias... O discurso de Hermínio Loureiro, perante, entre outros, os presidentes da FPF, do FCP e da tal agremiação de cujo nome nunca me consigo lembrar, foi um desenrolar de lugares comuns a que não podia naturalmente faltar o recurso ao sempre útil "chip" e às tais câmaras na baliza...
Vê-se aliás o que isto das "tecnologias" dá... Passadas umas escassas semanas de iniciarem a via das "novas tecnologias" na arbitragem, com a distribuição do kit "mãos livres" aos árbitros, já estão a fazer reuniões magnas para ver o que está a correr mal.
Naturalmente que com este panorama a possibilidade de virem agora a ser introduzidos os tais "chips" e as tais câmaras nas balizas deixam-nos perfeitamente tranquilos: agora é que vai ser!
Não sei o que mais me espanta! Se a lata do presidente da LPFP em nos vir apresentar estas velhas, velhas ideias como se de uma nova revolução se tratasse, saidinha da sua cabecita inquieta; se este tom de cruzada pessoal, ridículo e despropositado; se a sua estultícia quando declara, pomposo, que quer Portugal a liderar este processo; se, finalmente, o facto de ele vir dizer isto tudo perante uma plateia (reduzida é certo) de figurões decrépitos e aquiescentes, alguns dos quais talvez tenham de vir, eles próprios, a usar "chip"... Figurões que são, eles próprios, os causadores de todo este desconchavo que reina no reino do futebol!
(Estranha no contexto deste coro de aquiescência a voz de Rogério de Brito... Afinal em que ficamos ó Sporting?! Fazemos voz de falsete?!!)
O futebol, esse, segue dentro de momentos!
Eu sei bem quem é que merecia que lhe introduzissem um "chip" e aonde...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Ainda a relva do Estádio


Parece que finalmente a questão do relvado irá ser resolvida. Irá? Esperemos que sim, claro. Mas o verdadeiro problema com o relvado não são os montes de relva que os jogadores levantam a cada jogada e os buracos que a televisão se delicia, sádica, a mostrar em "close-ups" de 70 polegadas! Buracos que motivam gargalhadas e escárneo. Gargalhadas e escárneo que motivam a profunda vergonha de todos os Sportinguistas que, impotentes, se vêem obrigados a assistir a todo este descuido, a toda esta falta de profissionalismo!
O problema está no que não se vê. Então se é assim desde há anos com o problema do relvado, onde está implantado o modelo "tapa-buracos" e badalhoco que se vê, se é assim com o relvado que é o palco principal do nosso Clube e ferramenta número um da nossa equipa quando nele actua, se é assim com uma questão que está à vista de toda a gente, o que será então nas outras áreas de actuação do Clube? Se conseguimos andar todos estes anos a tapar buracos e a substituir relva, para logo a seguir taparmos os outros buracos que entretanto ficaram a descoberto e se andamos nesta de substituir a relva substituída, como será com a contabilidade, com o deve e o haver, com as contratações de jogadores, de colaboradores, com a secretaria, com o "ticketing", com a segurança, com a informática, com as modalidades, com o jornal, etc, etc, etc...? Será a mesma badalhoquisse?
A questão da relva de Alvalade transcende o problema hortícula. Ela projecta uma imagem, um estilo, se quiserem, que deixam muito a desejar. E não indicia nada de bom para o resto.
Que os Sportinguistas meditem um pouco sobre esta matéria.
Que outros buracos, que outras catacumbas se escondem? Se é assim com a relva! Ou será que certos buracos só ao pontapé é que se vão ver...?

domingo, 7 de outubro de 2007

Sporting-Vitória de Guimarães e o comportamento do público

O Sporting entrou de forma muito inconsistente na primeira parte deste jogo, durante a qual não conseguiu contrariar o futebol bem urdido do adversário. A equipa do Guimarães mostrou-se muito coesa e organizada, destacando-se, no seu “epicentro”, Flávio Meireles, autêntico esteio impeditivo da organização do nosso jogo. No entanto os vimaranenses não criaram autênticas oportunidades de golo.
Havia que alterar qualquer coisa e Paulo Bento compreendeu-o muito bem. Ao contrário de outras vezes, processou as substituições necessárias atempadamente, fazendo entrar Izmailov e Purovic para os lugares das duas unidades que estavam a ser menos produtivas (Djaló e Ronny) logo ao intervalo. Foi uma opção claramente atacante e de risco, mas foi vitoriosa. Com estas alterações passámos a ter dois atacantes (Djaló só existiu para estragar os lances em que intervinha), Moutinho passou para o centro do campo, onde rende muito mais e o meio-campo fortaleceu-se sem que a defesa tivesse ficado enfraquecida, já que Veloso é, apesar de tudo, melhor que Ronny nessa posição (não esquecendo, contudo, que a produção deste, exceptuado este meio jogo, tem vindo a melhorar aos poucos).
Voltámos a ter alguma sorte, pois o Vitória não merecia perder por aqueles números e o primeiro golo aconteceu na sequência de uma jogada no mínimo duvidosa.
Tal como contra o Dínamo, não se pode dizer que tenhamos feito um bom jogo. Apesar de o ataque se ter continuado a mostrar muito pouco eficaz quanto à concretização, ganhámos porque a equipa supriu isso com determinação na segunda parte.
Quanto a Djaló já disse o que penso no post que escrevi sobre o jogo com o Dínamo: “começa a ser preocupante que ele não dê aquele pequeno passo que lhe falta para ser um bom jogador: não consegue definir bem os lances – no último passe, na última finta, no remate, no cruzamento. Sendo assim, e ainda por cima sem ter a mesma acutilância de Liedson quanto ao jogo defensivo no ataque, não sei se alguma vez irá lá…”
Quero, no entanto, amenizar esta apreciação (depois deste jogo em que ele, como se dizia dantes, não tocou na chincha) dizendo que o crescimento deste jovem se vem fazendo duma maneira que não é a melhor para ele. De facto, por necessidades da equipa, ele tem sido utilizado ou como segundo avançado ou como vértice superior do losango do meio-campo, posições a que ele teria de se adaptar, já que as suas características se coadunam mais com terrenos em que exista mais espaço, isto é, mais perto das laterais do campo.
Estou a dizer isto no intuito de contrariar a habitual tendência dos sportinguistas para, numa muito pouco salutar impaciência, zurzirem sobre os jogadores aos primeiros falhanços, assim prejudicando o seu normal processo de crescimento profissional. E vêm os assobios e o dizer mal da própria equipa e dos seus próprios jogadores.
O que se deveria fazer quando a equipa não encontra o seu ritmo e está a jogar mal era redobrar os incentivos e confiar no treinador: este é que tem de saber o que deve fazer para dar a volta ao texto.
E, desta vez, Paulo Bento deu a resposta adequada para ganharmos o jogo.

sábado, 6 de outubro de 2007

Toma! Toma! Toma!

Vitória dedicada a todos aqueles que esperavam um Sporting titubeante. Incluindo a rapaziada do assobio (a nossa brigada chilreante, parecem uns passarinhos, coitados!) que tem a memória curta e não sabe definitivamente o que é "apoiar" a sua equipa.
Vimos um Sporting como deve ser: frio, paciente e seguro do momento em que deve desferir o seu golpe fatal.
E vimos um Guimarães que parecia um daqueles jovens que ejaculam precocemente... Têm de aprender a conter-se!
No final um bom jogo, três golos e três pontos que souberam que nem ginjas (os nossos concorrentes directos não vão ter vida fácil se quiserem bater este Guimarães), e um desfecho mais que justo.
Mais uma etapa vencida.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Venenos 32


Razões de força maior (na verdade tenho estado a mudar a pele...) levaram-me a só hoje reparar nesta manchete da Bola. Ela quererá dizer que é preciso "mudar pessoas" ou mudar estas pessoas? Por um momento fiquei com esperança que a newsletter do grupo recreativo e excursionista "Os Contentes do Milhafre" tivesse passado a uma fase mais adiantada da revolução. Nunca se sabe...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Sporting-Dínamo de Kiev: reflexões

Não devemos embandeirar em arco com a vitória sobre o Dínamo. Este tem uma equipa longe de ser forte (é pior do que o Shakhtar, que jogou com os lamps) e, como disse Paulo Bento, tivemos alguma sorte.
Não se pode dizer que tenhamos feito um bom jogo. Como muito bem notam alguns comentadores deste blogue, o ataque continuou a mostrar-se muito pouco eficaz, o que, entre outras coisas, é atestado pelo facto de os golos terem sido marcados por defesas. A teimosia de PB no uso de Djaló só se compreende por PB não confiar em Purovic. Como eu também não confio: é um jogador pouco habilidoso, cuja única mais-valia poderá consistir no jogo de cabeça. E mesmo neste… tenho-o visto a perder muitas bolas que lhe são dirigidas, contra defesas que, podendo ser mais baixos, são mais decididos a fazer-se às bolas. Quanto a Djaló, começa a ser preocupante que ele não dê aquele pequeno passo que lhe falta para ser um bom jogador: não consegue definir bem os lances – no último passe, na última finta, no remate, no cruzamento. Sendo assim, e ainda por cima sem ter a mesma acutilância de Liedson quanto ao jogo defensivo no ataque, não sei se alguma vez irá lá…
Bom, mas isto são pechas sabidas e já antes analisadas. A novidade neste jogo contra o Dínamo veio duma zona do campo em que as coisas até costumam correr bem: o meio-campo. A maior carência veio de, quem havia de dizer, Miguel Veloso. Assustado pelo adversário, quiçá deslumbrado pelo facto de se sentir visto por meia Europa do futebol, Veloso mostrou-se hesitante e medroso. O que fez que se encostasse demasiado aos centrais, deixando a descoberto a sua normal zona de actuação à frente da defesa (e, marginalmente, contribuindo até para uma maior desorganização do sector defensivo). Isto teve consequências, por seu turno, no rendimento dos seus companheiros de sector. Moutinho, com a habitual generosidade, correu que nem um doido por todo o campo, tentando disfarçar a fraca cobertura daquela zona do campo. O rendimento de Romagnolli foi uma sombra do que tem sido, pois, perdido o seu normal espaço de actuação, ele recuou também no terreno e não teve jogo para fazer as suas costumeiras incursões em tabelinhas até à área adversária. Este facto veio, por sua vez, influir negativamente na prestação dos atacantes.
Não estou com isto a querer crucificar Veloso, um dos grandes valores desta equipa, mas a chamar a atenção não só para a sua inexperiência como, principalmente, para o pernicioso que pode constituir o excesso de vedetismo.
Bem esteve Paulo Bento no escalamento dos jogadores (por exemplo, insistindo, apesar das falhas que tem vindo a ter, em Stojcovic, o que permitiu a este realizar uma boa exibição) e, sobretudo, no discurso que deve ter tido no intervalo, pois a equipa veio do balneário com outra atitude em termos de disciplina e corrigiu o seu posicionamento em campo. E também esteve bem nas substituições (embora um pouco tardias) e no discurso após o jogo, em que reconheceu a sorte que tivemos, pois não só marcámos o segundo golo numa altura em que não tínhamos o controle do jogo, como podíamos ter sofrido mais golos. Também se mostrou “satisfeito com o resultado e muito satisfeito com a forma como os jogadores se batem em campo.”
O melhor de tudo isto, o que há que exaltar, é de facto o espírito de grupo, a capacidade de luta e, sobretudo, a actuação como equipa. Neste ponto, como aliás já se tinha provado na Luz e hoje se confirmou, o Sporting está a anos-luz dos lamps.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Polga!



Vitória suada mas saborosa esta de hoje! Claro que toda a equipa está de parabéns mas permitam-me que distinga um jogador: Polga!
Custou mas foi! Tivemos um "quatro em um" com este primeiro golo: foi um golo (aahh! a falta que eles fazem!!!), excelente, decisivo, e foi-o justamente na primeira vitória fora do Sporting para a CL.
Estou certo que apesar de termos de congratular toda a equipa pelo seu desempenho estarão comigo nesta distinção que faço ao Polga.
Agora vá lá malta: provem que a fava saiu aos outros!

Porque é que o Sporting não chega às 40.000 gameboxes e aos 100.000 sócios?

Sob este título vem o blogue Ofensiva 1906 arrolando razões para o, até agora, insucesso da campanha (?) movida pela direcção do Sporting. Nem sempre estamos de acordo com o O/06, mas não podemos deixar de dizer que a estratégia de desenvolvimento deste desígnio se revela muito incompleta, para dizer o menos.
Porquê? Porque não existe qualquer ideia agregadora dos associados em torno do clube.
E tal, como vimos reiteradamente dizendo, não parece fazer parte das preocupações da presente direcção. Parece não haver qualquer vontade de dar aos sócios a importância que eles deveriam ter, como autêntica seiva alimentadora de uma paixão que é o Sporting. Para isso os sócios deveriam ser chamados a participar na vida do clube, sentir-se com possibilidade de influenciar as decisões, sentir-se parte integrante da grande instituição que é o Sporting.
Ora isso seria uma grande chatice! Para os dirigentes actuais é muito mais fácil haver quem decide, eles, e quem acata as decisões, os sócios. As Assembleias-gerais são um fórum em que os associados apenas se sentem com vontade de intervir em raros momentos da vida do clube. E mesmo assim, a maioria da vezes para, uma vez que não existe apelo à participação nem discussão interna dos temas, seguirem de forma resignada e obediente o que preconizam os dirigentes.
Acções de expansão e agregação de apoio aos núcleos e delegações, campanhas de estímulo à angariação de novos associados, são feitas apenas com recurso a métodos de marketing e não têm alma; nelas não participa a componente que empolga, que suscita a paixão e o desejo de participar.
Mas tem tudo a ver com o perfil dos dirigentes que temos.

A Liga e a arbitragem

Importa situar o problema da arbitragem do futebol dos escalões principais no terreno supra-clubístico. Da arbitragem se exige que seja isenta e competente. Nenhuma destas exigências constitui matéria do domínio da metafísica. Aliás, um dos pecados originais da arbitragem é justamente o de pensar que ela é mais do que é. Os árbitros têm de apitar e bem. Sem enganos, de forma imparcial e tecnicamente correcta. A função, é bom que se lembre, é de entre as que estão envolvidas no universo do futebol de topo a menos exigente e de mais fácil execução. A arbitragem só é assunto porque os seus agentes fazem dela assunto. De outra forma tudo isto passaria ao lado. Os árbitros não são, nem nunca serão "vedetas" da bola.
O que se tem vindo a passar neste começo de época em matéria de arbitragem em Portugal é absolutamente inadmissível e totalmente indesculpável. Depois de passarmos por um período de enorme turbulência com os problemas de suspeita de corrupção conhecidos (que exigiriam agora dos responsáveis cuidados redobrados), depois das promessas solenes e das demonstrações pirotécnicas a que assistimos na pré-época, o que sobrou foi este triste festival que têm sido as actuações dos árbitros, as suas reacções e a conversa perfeitamente lamentável dos responsáveis da arbitragem.
Um espetáculo verdadeiramente triste este a que somos forçados a assistir reiteradamente todos os fins de semana, feito de um patético desfile de "casos" e de um comportamento dos agentes do sector que não pode deixar de causar senão um enorme sentimento de apreensão.
A situação exige uma tomada firme e urgente de medidas por parte dos clubes. A LPFP não resolveu nenhum dos problemas da arbitragem. Há que reconhecer isto e atribuir responsabilidades. O senhor Vítor Pereira e o senhor Hermínio Loureiro são incompetentes e não merecem ocupar os lugares que ocupam. A arbitragem exige um outro arcaboiço, uma outra disponibilidade, uma outra postura e um outro saber que estes senhores obviamente não têm.
Já se percebeu tudo isso perfeitamente. Agora há que agir.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Golos, precisam-se!

Paulo Bento é um homem de princípios, e isso só lhe fica bem.
O primeiro destes princípios dá uma segurança a quem o contratar: equipa que ele treine já se sabe que tem um modelo de jogo. Portanto, com ele vai também esse modelo. No Sporting esse modelo expressa-se normalmente pelo sistema de 4x4x2/losango, mas, em fases determinadas do jogo (quando é preciso para recuperar de um resultado adverso, por exemplo), tem utilizado um sistema de apenas 3 defesas (um 3x5x2 que se desdobra em 3x3x4 em acções atacantes). Em termos de sistema é usual o transporte da bola de pé para pé com pressão alta, mas também se utiliza o jogo directo com passes longos do guarda-redes ou dos centrais, em circunstâncias do jogo que o exigem (normalmente para tentar surpreender o adversário).
As contratações desta época não foram feitas à balda ou por catálogo, como pareceu ter acontecido na época passada, mas procurando jogadores para se encaixarem no modelo de jogo da equipa. Se os jogadores têm a qualidade e a capacidade de adaptação ao futebol do Sporting, é coisa para se ver com a continuidade da época.
Ao contrário do que eu supus Derlei acabou por ser o jogador que melhor correspondeu ao pretendido, começando desde logo a mostrar-se como o melhor companheiro que Liedson jamais teve no ataque do Sporting. Como disse em post anterior, “quando o Sporting perde a bola, ambos chateiam os adversários de maneira a voltar a ganhá-la, ou a que estes errem os passes, ou ainda, no limite, fazendo faltas para não deixar o adversário jogar. As faltas do Sporting são, na esmagadora maioria, cometidas ainda no meio-campo do adversário.”
A lesão de Derlei veio complicar as coisas, já que as características de Purovic são muito diferentes das dele, indicando-o para situações de jogo em que é preciso usar o jogo directo. E o jogador não tem demonstrado classe; embora ainda seja cedo para se traçar um veredicto definitivo quanto à sua futura utilidade (está ainda em período de adaptação), tenho poucas esperanças nela. Quanto a Djaló, depois de uma entrada promissora no início da época passada, tarda em juntar aquele bocadinho que lhe falta para ser um bom jogador. E esse bocadinho expressa-se sobretudo na finalização dos lances: remate, cruzamento, último passe. Penso que, mesmo assim, onde ele rende mais é num dos vértices laterais do losango, mas não é aí que a equipa precisa mais dele.
O saldo de tudo isto tem sido a gritante falta de capacidade concretizadora da equipa. Nomeadamente contra o Benfica, viu-se bem que a nossa equipa exibiu um jogo de conjunto muito superior ao do adversário só pecando justamente na concretização. É este, presentemente, o principal problema do Sporting, que o tem levado a perder pontos no campeonato e ditou a derrota contra o Manchester.
Vejamos se este aspecto é trabalhado nos treinos e se os intérpretes se superam em jogo, para ganharmos ao Dínamo.

(sem me aperceber, dei a este post o mesmo título que Master deu ao seu último; transmimento de pensação, como diria o outro)