quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Hoje há visão estratégica à Portuguesa II

Há pouco tempo o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto Laurentino Dias achou que era altura de ir à televisão falar sobre a questão dos impostos e do futebol. Sobre esta matéria, e porque a conversa apenas se referia à questão dos impostos, teria sido preferível e mais rigoroso ouvir alguém do ministério das finanças porque sob o ponto de vista da política desportiva este membro do governo não exibe qualquer nova ideia e não traz qualquer valor acrescentado. Mas, foi este que nos caiu na rifa...
Quando a questão dos impostos dos futebolistas foi levantada dei aqui a minha opinião sobre esta matéria. Mantenho tudo o que disse. Em resumo, mantenho que me causa uma enorme estranheza que o futebol seja tratado como uma actividade económica marginal, mantenho que acho errado que o futebol não possa ter um regime qualquer de excepção, condizente com a sua específicidade e o seu peso na economia do país (outros sectores com menor expressão beneficiam de regimes de excepção...), não percebo a admiração que isso possa causar, continuo a achar que é estranho que o governo não reflita na sua política o contributo que o futebol dá hoje para sedimentar uma imagem positiva de Portugal no mundo e acho, face a tudo isto, um verdadeiro escândalo e uma enorme incoerência que os dignitários do Estado Português que assim procedem se montem no futebol para dele tirarem o eventual, mas sempre bem vindo dividendo político. Quando e aonde mais lhes convém.
E já nem sequer falo na afronta à nossa inteligência que foi a construção de 10 estádios, na sua esmagadora maioria financiados por este Estado manhoso, que não se auto-mutila por cometer estes vergonhosos actos de gestão, mas acha agora que os poucos futebolistas que por cá vão ficando e ganhando um ordenado mais vistoso vão ser os salvadores das finanças públicas. Estádios que, na maior parte dos casos, se encontram em desesperado estado de abandono físico e fiscal...
As explicações do Secretário de Estado da Juventudo e do Desporto são imprecisas e atabalhoadas, revelam uma enorme confusão naquela cabeça e reforçam o sentimento de que, no que respeita a uma política séria de desporto, este governo faz como o Goebbels quando ouvia falar de cultura...
Olhando para a Liga, para a Federação e para a tutela fica-se com a sensação que alguém lá em cima, de uma forma ou de outra, quer mesmo acabar com o futebol.
Face ao exposto, penso que seria da mais elementar justiça iniciar uma campanha de redenção do futebol português. Poderíamos chamar-lhe, por exemplo, "All-Grave"...