sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Façam história!

Mas, há duas histórias... Na pequena história o protagonista é a fava. Se ficarem por aqui, façam uma sopinha com a fava que saiu e comam-na. Não se esqueçam dos coentros que ficam sempre bem...
Na grande história, a única que fica, o protagonista não é nenhum legume. É o herói. Está tudo na atitude.
Exemplos de que o destino não está previamente traçado não faltam.
Agora vão lá e façam história!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Responsabilidades

Muito se tem falado por aí sobre as peripécias do jogo com o Porto. Parece que os actores únicos do jogo foram o árbitro, o Stojkovic e, já depois do apito final, o presidente do Sporting. Falar demais de qualquer destes personagens é um erro.
O árbitro errou? É um facto. O Stojkovic podia ter pontapeado a bola em vez de a apanhar à mão? É um facto. O presidente do Sporting podia ter exprimido uma posição mais célere e mais determinada? É também um facto.
Mas, não deixa de ser um facto que o Sporting está a mostrar um colectivo marcado por uma entrega, uma frescura e um talento em campo que já há muito se lhe não via, que há jogadores que se juntaram ao plantel há pouquíssimo tempo e não puderam certamente aperceber-se dos meandros do futebol profissional português (nem para um português isto é fácil, quanto mais para um estrangeiro mal chegado ao país!) e que o Sporting, também pela primeira vez desde há muito, muito tempo denota uma atitude de campeão, condição sine qua non para ser campeão...
Todo este sururu em torno da nódoa do Proença, esta tentação em arranjar, à segunda jornada, um qualquer cordeiro à viva força para sacrificar, esta falta de sensibilidade para ver que manter a equipa num estado de grande equilíbrio emocional e de a dotar de um espírito forte são tarefas delicadas que é complicado gerir, a falta de uma correcta perspectiva temporal das coisas, parecem-me, a mim que sou ingénuo e simples, manifestação de uma total falta de maturidade ou de presença de espírito, que podem ter efeitos devastadores no futuro da equipa.
O Sporting tem 28 jornadas à sua frente no Campeonato, tem a disputa da Taça da Liga e da Taça de Portugal, tem a importante presença na Liga dos Campeões. Uma prestação de topo em qualquer destas provas necessita de concentração, coesão e espírito vencedor da primeira à última partida. Sem uma falha. Mais: o Sporting precisa de ter uma prestação de topo em todas estas provas.
Este ano é crucial para o Sporting Clube de Portugal. O futuro não é fácil. Adivinham-se grandes modificações no futebol português e o Sporting precisa de ocupar o seu lugar nos blocos de partida que por direito lhe pertencem. O sucesso do Sporting não é o sucesso de vendas das gameboxes. O sucesso do Sporting são títulos.
Contra a má arbitragem, contra os adversários e contra os gestores de fim de semana o Sporting precisa de se erguer e ganhar! Ganhar!! Ganhar!!!
E ganhar começa por atirar tiros na direcção certa. São proibidos os tiros ao lado e os tiros nos nossos pés.
Precisa-se de um Sporting frio, certeiro, focado e confiante.
Que cada um pense no papel que individualmente tem de desempenhar para levar o Sporting aonde o Sporting tem de ir.

Aniversário...

Por um infeliz e lamentável esquecimento só hoje (com três dias de atraso...) assinalamos a passagem do nosso 2º aniversário. Mas, é verdade, já lá vão dois anos de intenso e dedicado trabalho desta fantástica equipa que diariamente (mmm.... enfim, quase!) produz para todos vocês este blog.
Mister Paulo Bento e equipa, quero este ano poder escrever o post que falta escrever no King Lizards: SOMOS CAMPEÕES!

Perturbante...

... o segundo parágrafo deste post do blogue Bola na Rede B de autoria de Iron&Ismus. Também estou à espera da próxima conferência de imprensa do nosso Ferguson. E não só...

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Antonio Puerta

Faz parte do ritual do futebol exigirmos que os jogadores deixem a pele em campo. Não fazemos a coisa por menos e não estamos a mentir quando o fazemos. Por vezes, eles respondem positivamente à exigência...
Há qualquer coisa, um não sei quê verdadeiramente perverso neste nosso gosto pelo jogo da bola que me provoca uma sensação esquisita quando tomo conhecimento de mortes como esta de Antonio Puerta.
Há qualquer coisa de errado quando isto acontece --e acontece com frequência inadmissível-- e parece que alguém está a passar impunemente pelo meio destas tragédias. Por uma vez, gostava que a tribo do futebol não deixasse que a responsabilidade por mais esta morte se diluísse na voragem desta nossa paixão e que todos ficássemos a saber porque morreu de facto este atleta...

domingo, 26 de agosto de 2007

Típico ou atípico?

Se falarmos em jogo jogado, o Sporting não mereceu sair derrotado do Porto. O espírito, a entrega, o talento estão lá e por isso esta derrota tem a palavra injustiça inscrita por todo o lado. Continuando a falar em jogo jogado, podemos dizer que uma vitória alcançada desta forma diz bem o que foi o adversário. O Sporting repetiu --se bem que no quadro de uma situação diferente-- o que fez no jogo da Supertaça: colocou o Porto em sentido.
Assim sendo, estaremos perante uma situação típica ou atípica? Terá o Sporting entrado definitivamente na fase de não saber jogar mal? Estará defintivamente interiorizado o magnífico espírito colectivo que hoje foi mais uma vez demonstrado em campo? Nesse caso, esta derrota terá de ser considerada um facto atípico.
Vamos continuar a observar, com grande expectativa e continuado entusiasmo, este Sporting.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Os apócrifos

Não, os apócrifos não fazem parte de uma nova corrente pré-socrática, descoberta por acaso em tradução atribuída a Plutarco de citações de Aristóteles. A caixa de correio do KL e a minha caixa pessoal têm sido inundados ultimamente com cópias de um aludido documento apócrifo, de supostos agentes, alegadamente da PJ. Se as cópias do supracitado "documento" pudessem ser trocadas por euros, nós aqui no KL ficávamos bastante bem na vida...
Um leitor do KL fez o favor de nos enviar mais uma cópia em forma de comentário, que publicamos seguindo a orientação de publicar tudo o que venha dos nossos leitores-- desde que não "abardine" demasiado aqui a nossa cena, uma vez que, como bons Sportinguistas, somos filhos de boas famílias e coramos com facilidade...
O assunto merece dois breves comentários.
Em primeiro lugar, tentamos aqui só falar do Sporting. O que se passa nos outros clubes, os piu-pius, dourados, encarnados, cor de rosa ou de outras cores não são do nosso campeonato e por isso ligamos-lhes na medida justa da importância que têm para o Sporting. Neste caso, sabe-nos bem constatar que a Ana, a Carolina, o Pinto, o Vieira, o cozinheiro e a mulher dele pertencem a um outro universo, quiçá mais picante que o nosso, mas a verdade é que o Sporting passa, felizmente, ao lado de tudo isto. A reserva que tem sido mantida pelos responsáveis relativamente a este assunto parece-me correcta.
Em segundo lugar, não somos parvos e todo este sururu cheira a manobra de diversão e a gente não se pode distrair.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Foi um prazer

Duas ou três notas rápidas sobre o jogo de abertura do Sporting.
Em primeiro lugar para destacar o enorme prazer que foi, para mim, ver jogar este Sporting. Houve momentos de excepcional categoria. De um modo geral o grupo continua a evidenciar uma alegria e uma vontade de vencer que não se pode deixar passar em claro, sob pena de cometermos um crime imperdoável.
Mais uma vez (vou insistindo neste ponto...) o segredo desta época está na manutenção deste estado de espírito sem quebras significativas. O Sporting aprendeu a querer ganhar (e a dar um bailarico aqui e ali...) e não pode de modo nenhum perder esta postura. Tem de conservá-la, mas tem também de saber exigir ainda mais. Nada pior poderia acontecer a este Sporting do que acomodar-se.
Mas, o prazer que me deu vê-los jogar hoje, ah!, esse já ninguém me tira!
Uma outra nota para a arbitragem. Ou melhor, para a miserável festival de arbitragem que tivemos hoje. Ou, melhor ainda, para a mentira monstruosa que nos quis impingir o responsável pela arbitragem da Liga. Os critérios anunciados com pompa e circunstância, em matéria de disciplina, por Vítor Pereira fugiram e encontram-se em parte incerta... Esperemos para ver se é só ao Sporting que calha a fava. Hoje, pelo menos, e pelo menos num jogo do Sporting, o que tivemos foi o oposto do que foi anunciado pelo chefe dos apitos da Liga.
Falo aqui da arbitragem ao contrário do que é habitual porque não pode deixar de causar enorme preocupação ouvir, por uma lado, o anúncio feito com ar emproado de medidas severas para dignificar o espetáculo desportivo, dos auriculares, microfones e demais parafernália para enganar o pagode, dos critérios implacáveis que este ano iriam ser impostos, e depois, logo no jogo de abertura do campeonato, assistimos a este festival patético que foi a arbritragem do jogo de hoje. Liga = incompetência é uma equação, no mínimo, sem incógnitas...
Finalmente, uma nota de rodapé para o treinador da Académica. Pelo que percebi das declarações proferidas no final do jogo, a criatura não chegou a assistir à partida e ninguém lhe contou o que se passou realmente em campo. O estilo cultivado por este personagem sem história nem sequer dá, infelizmente, para rir...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

O Sporting no começo da época

Os inícios de época são sempre um pouco traiçoeiros, no que respeita à avaliação do valor da equipa. Mas vou arriscar algumas considerações.

Stojkovic
O que dele vi quando se soube que vinha para o Sporting levou-me a pôr reticências quanto à valia da contratação. Pois, pelo que já vimos em diversos jogos de preparação e no jogo da Supertaça, dá para ficar mais optimista. Enorme, ágil e com bons reflexos, bom a jogar com os pés, são características que o definem como um bom guarda-redes. Defendi várias vezes Ricardo na presunção de que, apesar de não achar que ele fosse um grande craque, não seria fácil arranjar quem fosse melhor que ele. Ora, não só se encaixou algum com Ricardo, como se arranjou dum dia para o outro (assim pareceu, mas revela um bom trabalho que não se viu na época passada) um substituto à altura das necessidades do Sporting.

Izmailov
Vem com fama de jogar bem à bola, mas parece que no Lokomotiv teve problemas disciplinares. Às vezes a mudança de ares ajuda a resolver este tipo de problemas (esperemos que tal venha a acontecer também com Carlos Martins a quem pode faltar tudo menos talento e que cá já não ia a lado nenhum), e quem o contratou apostou nisso mesmo. É indiscutível que o russo tem talento, como o demonstrou o excelente pontapé que derrotou o Porto. Mas, há outro tipo de disciplina quanto ao qual ele tem muito que aprender: a táctica, aquela que se deve ter dentro de campo. Tem de saber defender, sobretudo em termos dos espaços a ocupar, para ser uma mais-valia nesta equipa do Sporting. Contra o Huelva entrou na segunda parte para o lado esquerdo do meio-campo. Esteve em todos os sítios do campo menos aí, o que deixou a equipa coxa. Contra o Benfica e contra o Porto Paulo Bento insistiu nele, mas colocou-o do lado direito do losango, derivando Moutinho para a esquerda. De facto à esquerda é que não dava mesmo, e PB viu isso muito bem. Devo dizer, no entanto, que concordo com a insistência de PB na sua utilização, porque espero dele progressos no aspecto táctico.

Derlei
Trata-se do tipo de contratação em relação ao qual já por diversas vezes aqui manifestei discordância. Tirando algumas honrosas excepções, entre as quais avulta o caso de Acosta, jogadores de carreira já feita, vêm normalmente para ganhar mais umas massas enquanto aquilo está a dar. Comecei, no entanto, a ter mais algumas esperanças em que esta contratação venha a dar alguns frutos. Essa esperança baseia-se não tanto na eficácia enquanto avançado, mas na conhecida combatividade de Derlei que, se ele tiver motivação e ela se vier a confirmar em campo, pode vir a complementar o jogo de Liedson, assim constituindo uma forte primeira barreira defensiva no primeiro terço do campo. Os indicadores quanto a este aspecto do jogo foram razoáveis, nestes primeiros jogos da época.

A organização da equipa
O modelo e o sistema de jogo mantêm-se, o que é uma, já esperada dadas as convictas afirmações nesse sentido de PB, boa notícia. Quanto ao sistema, pode-se considerar que pode mesmo vir a haver um aumentar das suas capacidades com a utilização de Purovic, o que, aliado ao já referido bom jogo de pés de Stojkovic, permite o jogo directo, em jogos em que haja necessidade de dar a volta ao resultado. Romagnoli terá, espera-se, o ano da confirmação como elemento mais avançado do losango, com alguma pena minha pois é o lugar de eleição de Moutinho; mas este, com a sua versatilidade e disciplina táctica (muitos não repararam que o facto de Rony não ter comprometido no jogo com o Porto se deveu à sempre presente ajuda de Moutinho e acharam que este teve exibição discreta) é quem tem de jogar do lado esquerdo. A defesa, em que as coisas ainda não ganharam contornos definitivos, é que me parecem residir os maiores problemas de pré-época. Os adeptos têm de, de uma vez por todas, agora que não há Caneira, deixar de pôr reticências quanto ao comando de Polga no sector; é o mais velho e experiente, deixou há muito tempo de protagonizar actos de indisciplina e, sem ser excepcional, é bom jogador (sim, eu sei, falhou mais uma vez no lance do golo contra o Benfica, mas mesmo os melhores centrais falham uma ou outra vez).

A atitude
Não gostei nada que tivéssemos jogado para o empate a partir de determinada altura do jogo com os lamps. Fiquei até com intenção de assacar, por escrito, responsabilidades disso ao treinador. Resolvi, entretanto, esperar pelo primeiro jogo a sério, e ainda bem. Concordo com Master Lizard quanto ao bom estado de espírito que se vive na equipa e que se traduz numa boa atitude em campo. O que é consentâneo com o discurso, levando a que se possa pensar que o que se passou no jogo contra o Benfica se deveu mais a uma atitude circunstancial dos jogadores, que o treinador fez corrigir no jogo contra o Porto. Vejamos, então, o discurso, cheio de recados, pela boca de Paulo Bento: «Os jogadores estão a habituar-se vencer coisas, o que é muito bom e não sucedeu durante algum tempo. Esta noite jogaram com a entrega do costume e foi bom ver que essa forma de estar foi passada por quem estava aos que chegaram, que a interiorizaram. Mas agora é preciso perceber que o campeonato está aí e que o primeiro jogo traz sempre ansiedade. É preciso ter a cabeça no sítio e os pés no chão para encarar da forma correcta o jogo com a Académica, na sexta-feira».

Assim vamos mal...

A agitação em torno da questão Rui Santos parece ridícula e despropositada. Ou a SAD esclarece o que motivou exactamente este ataque de hiper-sensibilidade, ou somos forçados a pensar que se trata de outros valores. O Sporting Clube de Portugal não pode dar estes ares de insegurança e imaturidade.
Mal vai o Sporting ao projectar esta imagem pateta e disparatada de instituição tipo Securitate à Ceausescu...

sábado, 11 de agosto de 2007

Em sentido

O Sporting quis ganhar... e ganhou, colocando, sem qualquer margem para dúvida, o Porto em sentido.
É assim, é simples. Foi uma vitória do querer e da serenidade. E foi também uma vitória do autodomínio. Paulo Bento tinha alertado para este importante aspecto que, com efeito, ditou o desfecho final.
Esta vitória, que pode significar o arranque para uma boa época, revela uma equipa coesa (uma equipa!), que sabe perfeitamente o que quer. O segredo está agora em não abrandar este estado de espírito.
Sinceros parabéns e continuação de bom trabalho. Um degrau já está!

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Mãos limpas precisam-se! 3

A newsletter daquela agremiação de cujo nome nunca me consigo lembrar tem hoje uma entrevista com Ricardo Araújo Pereira. Confesso que tenho simpatia pelo personagem e até acho piada à maneira como exibe a sua tendência clubística. A linha Monty Python que professa revela-se excepcionalmente bem ajustada àquele clube. Só pela via do absurdo se pode, de facto, perceber a dita agremiação e só por absurdo se pode dela fazer parte e admirá-la...
Há, no entanto, uma coisa que se lhe adivinha na sua tendência clubística --que eu saúdo, com toda a sinceridade, porque sei bem o que isso custa no caso do meu sportinguismo-- que é a generosidade, a aparente genuinidade e a incondicionalidade dessa sua militância. Sentimentos que, pelo seu talento particular, pelo lugar destacado que ocupa junto da opinião pública (e pela influência que terá, em particular, na opinião dos seis milhões...), o Ricardo deveria colocar ao serviço de uma causa de higiene íntima elementar, verdadeiramente útil : ajudar a correr com os dirigentes do seu clube e assim contribuir para um movimento Mãos Limpas do futebol português.
Ricardo: nesta fotografia do futebol português que hoje podemos fazer, o seu clube e os respectivos dirigentes também não saem nada bem...
É uma sugestão que lhe faço por respeito e admiração.

Mãos limpas precisam-se! 2

Aqui há muitos anos lembro-me de ter lido uma reportagem no Diário de Lisboa (era um jornal do século passado, para quem não saiba ou não se recorde...) sobre os ratos que habitavam os subterrâneos do Palácio/Convento de Mafra.
Nessa altura existia o mito, repetido incessantemente e com crescente horror, de que as "catacumbas" desse edifício seriam habitadas por ratos, que de tanto tempo a viver na escuridão e em ambiente fechado se teriam tornado nuns seres monstruosos, de enorme porte, sem pelo, sem olhos e já com enormes dentes afiados. Um dia um jornalista do DL decidiu descer às catacumbas e avaliar, por si próprio, a verdade do mito. Dizia ele, se bem me lembro, depois de ter percorrido alguns daquels túneis e corredores acompanhado, salvo erro, por um funcionário do Palácio, que de facto lá apareceram uns ratos, mas nada que se parecesse com esses tais seres monstruosos que gerações de cadetes se entretiveram a amplificar. Tratava-se de uns ratitos normais, de campo.
Quando muito, dizia em conclusão o jornalista, o facto de os ratos avistados não fugirem facilmente perante a aproximação dos humanos, poderia significar que havia mais na retaguarda. O mito não passava afinal disso mesmo.
Pois, o artigo veio-me à memória ainda a propósito da entrevista de Pinto da Costa na SIC Notícias. De facto olha-se para ele e não se lhe descobre dentes afiados, o porte é normal, embora fale grosso e não foge à vista dos humanos. O que prova que há mais daquela espécie por perto.
Nada que uma boa campanha de desratização não resolva.
A bem do futebol e, sobretudo, a bem do País.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Mãos limpas precisam-se! 1

A entrevista de hoje de Pinto da Costa à SIC não pode deixar de preocupar quem se interessa por futebol. Já nem sequer está em causa o processo Apito Dourado, embora, claro, só isso bastasse para nos deixar a todos de cabelo em pé.
O futebol tem uma tarefa inadiável: correr com esta escumalha que dirige os seus destinos e ganhar a credibilidade perdida.
Com dirigentes como estes que dominam neste momento o futebol nacional, com estas histórias, historietas, escandaleiras, acusações e processos não há feito desportivo, não há atleta de excepção, nem propósito nobre, não há orientação de fundo que se consiga aguentar. Não haverá nunca garantia de transparência, nem possibilidade de assegurar uma organização sólida. Qualquer pequeno ganho, qualquer pequena conquista, qualquer pequeno feito, tudo será inexoravelmente devorado e esmagado se o actual rumo do dirigismo português não mudar radicalmente e se não assistirmos à sua saída definitiva de cena. Chega!
Tenho vergonha de entrar num estádio de futebol, de assistir a uma partida e de dispender um cêntimo que seja, sabendo que o mundo da bola está entregue a esta gente, sabendo que eles estão por perto.
Está na hora de dar uma vassourada geral e efectiva neste universo apodrecido. Mãos limpas precisam-se!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Hoje há visão estratégica à Portuguesa II

Há pouco tempo o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto Laurentino Dias achou que era altura de ir à televisão falar sobre a questão dos impostos e do futebol. Sobre esta matéria, e porque a conversa apenas se referia à questão dos impostos, teria sido preferível e mais rigoroso ouvir alguém do ministério das finanças porque sob o ponto de vista da política desportiva este membro do governo não exibe qualquer nova ideia e não traz qualquer valor acrescentado. Mas, foi este que nos caiu na rifa...
Quando a questão dos impostos dos futebolistas foi levantada dei aqui a minha opinião sobre esta matéria. Mantenho tudo o que disse. Em resumo, mantenho que me causa uma enorme estranheza que o futebol seja tratado como uma actividade económica marginal, mantenho que acho errado que o futebol não possa ter um regime qualquer de excepção, condizente com a sua específicidade e o seu peso na economia do país (outros sectores com menor expressão beneficiam de regimes de excepção...), não percebo a admiração que isso possa causar, continuo a achar que é estranho que o governo não reflita na sua política o contributo que o futebol dá hoje para sedimentar uma imagem positiva de Portugal no mundo e acho, face a tudo isto, um verdadeiro escândalo e uma enorme incoerência que os dignitários do Estado Português que assim procedem se montem no futebol para dele tirarem o eventual, mas sempre bem vindo dividendo político. Quando e aonde mais lhes convém.
E já nem sequer falo na afronta à nossa inteligência que foi a construção de 10 estádios, na sua esmagadora maioria financiados por este Estado manhoso, que não se auto-mutila por cometer estes vergonhosos actos de gestão, mas acha agora que os poucos futebolistas que por cá vão ficando e ganhando um ordenado mais vistoso vão ser os salvadores das finanças públicas. Estádios que, na maior parte dos casos, se encontram em desesperado estado de abandono físico e fiscal...
As explicações do Secretário de Estado da Juventudo e do Desporto são imprecisas e atabalhoadas, revelam uma enorme confusão naquela cabeça e reforçam o sentimento de que, no que respeita a uma política séria de desporto, este governo faz como o Goebbels quando ouvia falar de cultura...
Olhando para a Liga, para a Federação e para a tutela fica-se com a sensação que alguém lá em cima, de uma forma ou de outra, quer mesmo acabar com o futebol.
Face ao exposto, penso que seria da mais elementar justiça iniciar uma campanha de redenção do futebol português. Poderíamos chamar-lhe, por exemplo, "All-Grave"...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Torneio do Guadiana

Concordo com Paulo Bento quando resumiu assim a prestação da equipa no Torneio: "Mesmo não ganhando hoje, aproximamo-nos mais do que pretendo." A estratégia do Sporting esta época parece-me clara e correcta e a equipa demonstra o efectivo potencial que tem, com um assinalável e manifesto nível de motivação.
Paulo Bento disse ainda que o "Sporting vai jogar a Supertaça em condições para vencer." Não me parece que estas sejam apenas palavras de circunstância. A manutenção sem hesitações de um elevado espírito competitivo --de resto, um dos aspectos que venho aqui referindo desde o final da época passada com alguma insistência como sendo de crucial importância manter-- parece-me estar a merecer, muito justamente, um especial cuidado. Não foi por acaso que Bento referiu os "24 jogos oficiais consecutivos nas competições internas sem perder, 18 do campeonato e 6 da Taça de Portugal."
Nada de vacilações, portanto, o caminho faz-se caminhando. O futuro é do Sporting!!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Venenos 29

Depois da introdução do iPito, que ontem revelámos em primeira mão, aí está a nova medida para revolucionar a arbitragem em Portugal: os auriculares. O presidente da Comissão de Arbitragem da Liga declarou ontem que espera que com os novos auriculares os árbitros possam, finalmente, ouvir os reparos de que são alvo por parte do público e corrigir totalmente as suas actuações. "Os ábitros podem dar frequentemente a ideia de que estão a ignorar as reacções dos adeptos. Mas não é verdade!" Vítor Pereira revelou ainda que a Liga pagou um rastreio audiométrico dos árbitros que vão actuar esta época. O rastreio concluiu que afinal os árbitros são é todos moucos.
"É um passo importante," declarou por sua vez, o presidente da LPFP. Loureiro acrescentou ainda que "grande parte dos problemas da arbitragem radica no facto de os árbitros não ouvirem bem. O público bem grita, mas eles coitados não ouvem. Com os novos auriculares os árbitros passam a ouvir tudo o que lhes chamam em campo e poderão deste modo actuar imediatamente." Num apelo final dramático, Loureiro pediu ainda para os adeptos continuarem a auxiliar os árbitros a melhorar cada vez mais o seu trabalho.
Interrogado sobre se a direcção da Liga pretende também passar a usar auriculares, Loureiro começou por responder "- Haan?!!" Depois de lhe repetirem a pergunta em linguagem gestual declarou que nada está previsto.

(as fotos foram picadas de relvado.com)

quarta-feira, 1 de agosto de 2007