quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Repensar de novo: Projecto precisa-se!

O post anterior gerou um comentário do leitor Thakrar que aconselho todos a ler. É um excelente "diagnóstico" do estado do Sporting que agradeço e subscrevo. Em vez de responder com um "comentário" acho que o assunto merece outro post. Re-"Pensar faz bem" como dizia Eduardo Prado Coelho...
Devo fazer aqui algumas clarificações sobre o que escrevi para que o meu post anterior possa ser lido correctamente. Não sou contra a ideia de um clube de formação. Aliás, seria insensato neste momento, depois de todo o investimento feito nesta via, mudar de rumo. Quando digo «Não é possível ser "grande" e querer ser um clube de formação» quero dizer, mais concretamente, que é de esperar que tomando a via da formação se passe algum tempo de carência e que os resultados não apareçam de imediato. Mas é preciso assumi-lo e por actos, coisa que o Sporting não tem feito. A política do Sporting nesta matéria tem sido ambígua, subserviente, de navegação à vista, sem dimensão, nem proveito.
É possível ser grande desta forma, mas é-o assumindo abertamente e totalmente esta via e estando preparado para a luta e para eventuais obstáculos, designadamente de ordem interna, que possam surgir. Disse que «não é possível ser "grande"», no sentido em que neste momento nos limitamos a fazer o papel de "equipa de treino" dos grandes. Mas é possível voltarmos a ser verdadeiramente grandes se as opções forem diferentes da caldeirada que neste momento é a "estratégia" do Sporting e houver um rumo claro.
E quando digo que temos de estar "preparados" significa ter uma equipa preparada, um Clube preparado e os adeptos preparados. Todos unidos! É um projecto a sério, com a grandeza, com a perspectiva de futuro e consentâneo com a dimensão histórica do Sporting. Bem podemos encher o peito com o facto da BBC tecer os maiores elogios à Academia. O que é que isso trouxe de facto para o Sporting?! Trouxe sim para o MU e outros que tais, que se devem rir à farta com tanta fartura. Tantas "pérolas", assim à mão de semear, nem nas Caraíbas no tempo das descobertas...
A actual "política de formação" do Sporting não parece passar de facto, como muito bem refere o Thakrar no seu comentário, da criação de um entreposto (não é piada a Dias da Cunha, figura que me merece todo o respeito), triste, baço, sem verdadeiro futuro, sem dimensão e sem glória. O Sporting produz craques para tapar o buraco financeiro e não encontra a forma de tirar verdadeiro partido de todo o esforço e recursos empregues nesta área.
Projecto precisa-se!!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Repensar o futuro

Já se ouvem por aí umas "bicadas" no Cristiano Ronaldo depois do jogo de ontem...
A linha de gestão do Sporting fala na necessidade de uma presença regular na Champions League. Nada a opor. Esta deveria aliás ser uma questão consensual. Mas, há coisas a fazer primeiro.
Desde logo e antes de tudo o mais, o Sporting tem de decidir se quer estar presente na CL para jogar a sério nesta competição ou para fingir que é um dos grandes da alta roda futebolística europeia. Francamente, com presenças nesta competição como as que o Sporting tem tido sistematicamente desde há anos a esta parte eu acho que é preferível nem lá meter os pés. O balanço final desta operação europeia é patético.
Tenho para mim que um comportamento destes é altamente lesivo para a imagem do Clube. Os dirigentes terão de decidir se querem ter um Sporting competitivo, capaz de levar mais longe (não é o mais longe possível, é longe...!) o seu esforço europeu, ou se querem insistir nesta triste nesta figura triste.
O que fica do Sporting na CL é isto: eliminatórias para entrada na fase de grupos em ano mau (a estatística creio que mostra que esta é a norma...), ou, em ano de abundância (quando lá acontece ficarmos em segundo no campeonato doméstico...), termos entrada directa na fase de grupos para cedo nos vermos afastados do resto da competição garantindo, na melhor das hipóteses, uma presença na Taça UEFA.
Fazer a figura que o Sporting sistematicamente faz na grande competição europeia de clubes é desprestigiante, desmotivador para todos (é-o certamente para os adeptos) e trará, como é fácil esperar, um rol de consequências negativas para a vida do Clube. Duvido até que, contas feitas, dê algum lucro...
Claro que para que algo mude neste domínio é preciso que o Sporting encare a actividade do futebol a sério e mude uma série de opções estratégicas que vem tomando desde há anos, de investimentos e de pessoas que comprometem seriamente qualquer hipótese de sucesso. Não é possível ser "grande" e querer ser um clube de formação. Para "montra" a presença do Sporting nas competições europeias fica aquém do que seria de esperar. E não é possível ser um clube de formação e fornecer aos outros (e não me refiro necessariamente apenas a clubes estrangeiros) as armas que nos vão depois derrotar e fazer abortar os nossos desígnios. Formação para quê, formação para quem?
Há qualquer coisa de profundamente errado e triste nisto tudo.
O Ronaldo fez o que devia fazer nos dois jogos que disputou contra o seu antigo clube, o Clube que o formou. A pergunta que se coloca é esta: e o seu antigo Clube? Fez o que devia fazer para estar ao nível competitivo que uma CL impõe? Quem é que está errado nesta equação? E se não está ao nível que se exige o que anda de facto lá a fazer? Que lucro tira o Sporting, verdadeiramente, da sua presença fugaz na CL?
Quem é que está errado em tudo isto?

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Num jogo a feijões nem nos sobraram os milhões

Num jogo sem história, para uma competição com fim anunciado, numa noite inglória valeram os ecos dos Sportinguistas presentes em Old Trafford! Que bom foi ouvi-los!
Foi seguramente o melhor de tudo isto.
Os Sportinguistas presentes nas bancadas do estádio do MU cumpriram o seu papel, com arreganho e sem se desconcentrarem até ao fim.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Vivó Sporting


Ando um bocado atrasado nos tempos de escrita. É por isso que só agora, passados uns dias, conto o que se passou no lançamento do pequeno livro em que Sérgio Godinho entrevista João Moutinho.
No lançamento, o jornalista Carlos Daniel, apresentando o livro, referiu que Moutinho reconhece que era do Benfica quando tinha 11 anos e que só mudou quando chegou ao Sporting. Quando falou, Moutinho disse que era, de facto, benfiquista em pequeno, por influência do pai (que lá jogou 9 anos), mas que só podia ter mudado, dada a maneira como o Sporting o formou. Isso mesmo havia eu percebido um pouco antes em conversa com o pai de Moutinho, antes do acto; este reconheceu que foi do Benfica, mas que mudou para o Sporting no momento em que (e ele contava isto com emoção) o miúdo se estreou a marcar com a camisola verde-branca (contra o Corroios, precisou) e que agora lhe é indiferente o Benfica e nem vê os jogos deles. Disse mais: que era natural ter mudado, dado o que o filho viveu no, e deu ao, Sporting, e dado também O QUE O SPORTING DEU ao filho.
Reforcei a minha vontade de contar isto ao ler o livro, onde, entre outras coisas, se percebe o acompanhamento que o Sporting faz dos estudos dos formandos da Academia.
E ainda mais quando ouvi Beto, actual guarda-redes do Leixões, formado no Sporting, dizer, ao ser entrevistado depois da magnífica exibição contra nós, que nunca se podia esquecer o modo como foi formado no Sporting, como atleta e como homem, mas que, sendo profissional dá tudo em campo pelo clube que lhe paga; embora neste caso com mágoa por isso significar tirar pontos ao seu clube.
E ainda quando, hoje, ouvi a mãe de Miguel Veloso dizer que lá em casa eram todos do Benfica... até o seu filho ter a formação que teve e o sucesso que está a ter no Sporting; aí a família mudou e sofre agora pelo nosso clube.
Embora o momento que atravessamos seja difícil, são muitas razões para que, "rapaziada, ouçam bem o que eu vos digo e gritem todos comigo":
VIVÓ SPORTING!

"Pensar faz bem"

O título foi tirado de um artigo de Eduardo Prado Coelho (a saudade que eu tenho de o ler diariamente!) que fui encontrar casualmente no meio de uns recortes que estava a arrumar.
O tema desta crónica de há um ano e tal era a filosofia e as virtudes do pensamento e EPC invocava Cantona, imagine-se!, citado justamente numa revista de filosofia cujo surgimento ele assinalava.
Dizia então Cantona, segundo EPC, que "um belo golo é um golo importante e é ao mesmo tempo um belo golo (...) Um golo é bom quando consiste num acto completo que envolve todas as dimensões do homem."
Quem o imaginaria capaz de um pensamento como este, o Cantona que todos vimos a saltar para a bancada para "enfardar" num espectador que o terá insultado... Ou terá sido este o pensamento inspirador para um dos mais belos golos que vi em toda a minha vida, marcado por este mangnífico atleta ao serviço do Manchester? Lembro-me perfeitamente do golo e da sua pose depois de o marcar. Um espetáculo!
Um golo --como expressão final de todo o futebol, acrescentaria eu-- é belo quando envolve de facto todas as dimensões do homem.
Todas as dimensões do homem...
Perceber-se-á assim melhor de onde vem a "dimensão" do Manchester. Mas, também assim se poderá perceber melhor que dimensões faltam aos homens do Sporting para o Sporting ter mais "dimensão".
Que marquem uns belos golos é o meu desejo sincero!

sábado, 24 de novembro de 2007

Fora com eles!

Num intervalo dos seus múltiplos afazeres o presidente do Sporting conseguiu encontrar umas horas para estar com a equipa. Viu-a esgatanhar-se toda sem sucesso. Viu o Sporting atrasar-se ainda mais na corrida para o título e, apesar de ainda ser só Novembro, viu, certamente como nós vimos, o filme de uma época inexoravelemente comprometida.
Não estou contra a equipa, não estou contra os atletas, não estou contra a equipa técnica. Estou contra as escolhas estratégicas que os responsáveis pelo Clube têm feito, verdadeiras e únicas razões que conduziram ao resultado de hoje e à caricatura de uma equipa de futebol de alta competição que é este SCP.
Aqui há dias Soares Franco declarou que o Sporting não é comprador na abertura do mercado de inverno. Acrescentou contudo que havia uma "almofada" para o caso de se verificar ser necessária a compra de algum jogador.
Aproveite a "almofada"! Aproveite-a, junte-a à cama que fez e deite-se nela!
E, de caminho desampare-nos, a loja.
Tenha um mínimo de dignidade e antes que o desastre seja irrecuperável peça a demissão.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sem Sportinguistas não há Sporting!!!

Recentemente, surgiram nos blogs (um do Sporting e outro mais "generalista") dois temas, aparentemente díspares, mas afinal ligados. Pedro Vieira discorre no Alvaláxia-Sporting sobre o momento do Clube e as causas profundas da crise. Miguel analisa as contas do Sporting no SectorB32. Ambos os posts refletem afinal aspectos diferentes de um mesmo problema. Os assuntos tratados em ambos os posts servem de tema a uma reflexão que queria aqui deixar.
Não cabe neste espaço entrar em grande detalhe sobre esta complexa matéria porque abordá-la de forma exaustiva seria mais do domínio de um programa de candidatura à Direcção do Clube. Mas vale a pena deixar, nos limites de um blog desta natureza e na condição de observador da causa Sportinguista, algumas reflexões.
Se, como podemos concluir pela leitura das contas de 2006-2007, o exercício é positivo porque é que há crise? E se a crise tem (e efectivamente tem!) uma dimensão exterior ao Sporting, que o Clube não controla, porque não estão os Sportinguistas com esta direcção e apupam os seus representantes ou os agentes por si escolhidos na primeira ocasião e ao mínimo pretexto? Não devíamos estar unidos em torno da nossa Direcção e dos nossos ideais? Então porque não estamos?
Porque a instituição Sporting se desligou dos seus sócios e adeptos!
O divórcio é total e o que se pode, portanto, criticar na actuação da dinastia que tem governado o Sporting desde há década e meia, mais coisa menos coisa, é que nesta matéria os responsáveis nada fizeram para inverter uma tendência que alastrou a todos os clubes desportivos e que assim evoluiu um pouco por todo o mundo.
Noutros países o maior desafogo financeiro permitiu construir soluções que vão sobrevivendo, algumas com aparente sucesso, camuflando a natureza sociológica muito particular do fenómeno desportivo, embora quem esteja atento veja que se trata efectivamente de camuflagem. No nosso país optou-se por importar soluções de fora, esquecendo a realidade do país. Se o desporto, de uma forma geral, não pode ignorar ou viver à margem dos seus adeptos (vamos ver o que as soluções pós-modernas de organização desportiva vão dar a prazo nos países onde são praticadas), no caso de Portugal era absolutamente vital trazer para o terreno da organização desportiva, em primeiríssimo lugar, os adeptos.
O Sporting, esse, decidiu ignorar os sócios e os adeptos. Podia não o ter feito. Teria sido essa a solução inteligente. Esta é uma das chaves do sucesso ou do insucesso de outros clubes, que o Sporting podia e devia ter tido em conta. Está-se a ver o resultado.
A quimera "mercantilista" em que o Sporting embarcou levou a que dela resultasse o maior défice dos principais clubes portugueses. Onde está o resultado líquido de tudo isto? Sete "títulos" em sete anos, como dizia o outro, trouxeram afinal o quê? Em resultado de opções estratégicas erradas e de investimentos errados e totalmente desproporcionados, o Sporting está agora amarrado a uma situação da qual só pode sair com um enorme envolvimento de todos os Sportinguistas. Só cativando os Sportinguistas para a causa do Sporting se poderá alguma vez sair da crise. Sem Sportinguistas não há Sporting!!! Mesmo com, e apesar das contas positivas. Porque essas apenas servem para ir abatendo, timidamente, o défice e ir fazendo o jogo dos bancos.
Mas, o que vemos nós então no meio de tudo isto? Em vez de trazer para o seio do Clube os Sportinguistas, sobretudo os descontentes e legitimamente críticos, esclarecê-los, informá-los, prestar-lhes contas, a direcção parece tirar prazer em os afrontar.
A situação É grave, todos os dias no-lo dizem. Todos os dias o podemos testemunhar. Todos os dias o voo escasso e razante dos responsáveis Sportinguistas o demonstra. Mas, quando nos limitamos a exercer o nosso legítimo direito à dúvida, à análise crítica, a colmatar a deficiente democracia leonina, a vibrar com o Clube querido de sempre, a pagar (a pagar!), somos tratados como se tivéssemos peste. E somos afrontados!
Agora com provocadores apelos à paciência! Paciência para quê, paciência para quem?! O Sporting actual não honra a sua histórica grandeza e mesmo assim nós aguentamos. E mesmo assim voltamos sempre. Quem tem mais paciência senhor presidente??!! Nós, ou o senhor?!
A dinastia de dirigentes do Sporting de há 15 anos a esta parte esqueceu os princípios do Clube. Mas os Sportinguistas não. À dinastia actual há-de suceder outra dinastia. Ela passará, nós não!
Há que efectivamente ir tendo paciência e aguardar...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

To run or not to run...

"Em Portugal é normal ouvir um assobio ou outro", declarou Nani a propósito do jogo da Selecção de amanhã. "Faz parte do futebol," concluiu. É verdade, tornou-se norma ouvir assobios nos estádios e os adeptos não discriminam: as vítimas podem ser os jogadores da sua equipa ou da equipa adversária, do seu clube do coração ou da Selecção Nacional. Todos diferentes, mas todos iguais no tratamento.
No último jogo da Selecção a atitude de Nani e de alguns dos seus pares fazia adivinhar tragédia. Tiveram sorte. Vamos ver o que dará a atitude "contida" amanhã.
Nani deveria pensar antes de proferir estas palavras (esta malta ganha tanta massa e não arranja um assessor qualquer que lhes tempere o comentário?) Quando estava no Sporting jogou frequentemente a meio gás. Todos diziam que ele era bom, que era mesmo muito bom! Mas a gente muitas vezes não via. Episodicamente quando os deuses e os ventos estavam de feição lá se via uma exibição mais digna de nota. Quando alguém espreitava das bancadas certamente... O mais das vezes ficávamos com a promessa. Depois, claro, lá vinham as desculpas: as botas, a azia, é jovem, está transtornado da psique, eu sei lá...
No Manchester, está bom de ver, adivinha-se outra disposição: os patrões já pagam melhor, são muito mais simpáticos, tratam a gente já com outra deferência e a gente, que remédio, tem de jogar bem. O tempo é que é uma gaita!
No Sporting o Nani estava frequentemente atacado de melancolias que o impediam de dar o seu melhor. Agora que o clima inglês lhe limpou o espírito reclama, resoluto, o fim do assobio.
Esta coisa das exibições a meio gás dá que pensar. É frequente ver jogadores em campo com aquela atitude bovina típica (a pastar, portanto!) quando as circunstâncias e o talento deveriam justificar outra atitude. Jogadores que mais tarde vamos ver (graças ao trabalho meritório de serviço público da Sport TV) noutros campeonatos a correr furiosamente e a deixar, então sim, a pele em campo semanalmente.
Há dias o PC deixou aqui, num post aliás cheio de oportunidade, uma interrogação que eu gostaria de levar mais longe, se possível... Dizia ele que "nesta minha [dele... e minha, nossa portanto!] lógica da batata ninguém me tira da ideia que há questões extra jogo que determinam a convocação de jogadores para o banco, mesmo quando os efectivos não jogam!" Eu pergunto mesmo se não há também questões extra jogo que determinam a disponibilidade do jogador convocado se entregar mais ou menos ao cumprimento do seu dever contratual?
Será que o teste do assobio engana?

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Acalmia na Academia


Aquilo a que temos estado a assistir nestes últimos dias no nosso Clube do coração é o resultado deste projecto bizarro de colocar o Sporting em defintivo na senda da pós-modernidade. O "fim da história do Clube", a destruição da "ideologia" Sportinguista, a entrega da vida do Clube às flutuações e sabores do "mercado". O processo não vem de há um mês, nem sequer de há um ano. Começou há muito mais tempo, há algumas décadas, entalado algures entre a utopia mercantilista e a ruptura de tesouraria.
Estranho terreno este onde se ensaia o fim da ideologia: o da paixão desportiva.
A "paixão do desporto", sentimento martelado incessantemente pela Sport TV junto dos seus espectadores, encontra na prática da gestão desportiva corrente obstáculos inultrapassáveis, geradores de contradições insanáveis.
E, de vez em quando, estala tudo.
No Sporting (e não só) o "fim de ideologia", já se sabe, dá nisto: quando um jogador não se esfarrapa todo em campo a malta assobia, quando o treinador erra tem uma "espera" e depois de dois ou três resultados negativos seguidos o "povo sportinguista" (composto por gente como o dono da viatura que se vê na imagem, os "melhores") agita-se. E por aí acima até chegar ao topo da hierarquia de rostos visíveis da crise. Quando acabarem os visíveis recorrer-se-á, como é norma, aos invisíveis. O dr. Miguel Ribeiro Telles veio habilmente comprar algum tempo ao reconhecer que a origem da crise reside, em primeira instância, na administração. Foi bonito, mas já veio tarde.
O que conduz à pergunta: não andará a dinastia pós-moderna que ocupou as cadeiras do poder do Clube equivocada? Precisa da malta mas está a dar-lhes tema para assobio, quer gerar receita mas não fornece ao "cliente" aquilo que o "cliente" quer! A situação é dificilmente explicável e ninguém a suporta muito tempo.
Pelo meu lado, acredito que a história não vai acabar por muito esforço que seja feito nesse sentido. Os episódios recentes fornecem amplas razões para a gente pensar que a bolha vai rebentar mais dia menos dia. Neste momento preciso espera-nos certamente um período de acalmia. Os compromissos das selecções vieram numa boa altura. O excelente dr. Eduardo Barroso cita um seu professor que dizia que a saúde é um estado transitório que não augura nada de bom... Perguntem-lhe se não é verdade. Ora, acalmia, sabem os senhores directores do SCP, é também um estado transitório que não augura nada de bom.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Olhar os erros e corrigir

A minha atitude desde que escrevo aqui no KL tem-se pautado por não esmorecer nos momentos maus. Penso ser essa atitude de "puxar para cima" os ânimos a melhor maneira que tenho de contribuir para a superação das situações de crise.
É por estas razões que acho importante continuar a analisar os falhanços e tentar dar-lhes respostas adequadas. Tentarei neste post analisar, a esta luz, partes do artigo do Público antes referido.
Atentemos, para começar, na seguinte afirmação de Luís Freitas Lobo sobre Paulo Bento, aí citada:
«Em Braga, ao optar por jogar com três centrais, depois do intervalo, numa altura em que perdia por 1-0 e o adversário controlava a partida, desequilibrou ainda mais a equipa.»
A afirmação é factual e, por isso, correcta; PB objectivamente errou.
Agora, tentando pôr-me na pele do treinador, entrego-me a supor o que se terá passado: ao intervalo, PB "deu nas orelhas" aos jogadores e modificou a equipa na presunção de que o discurso seria suficiente para a mudança de atitude dos jogadores. Não foi. Mas isso, tendo sido um óbvio erro, volto a dizer, portanto algo de negativo, pode também ser olhado pelo seu lado positivo: foi um voto de confiança que PB deu aos seus atletas, ao qual estes não tiveram, contudo, a capacidade de corresponder.
Isto também foi observado por Joaquim Rita quando escreve que «a vulnerabilidade mental de alguns jogadores não permite que ponham tudo em campo, apesar de serem bastante 'picados' para o fazer antes de entrarem no relvado.»
Numa outra crítica a PB estou também de acordo com LFL: «a estrutura que mais serve o Sporting é o 4-2-3-1, onde se defende dos seus defeitos e consegue disfarçar os maus momentos, não se expondo tanto.» Mas o mesmo LFL reconhece que esta «solução já havia sido utilizada pelo técnico português no decorrer dos jogos frente à Naval, na nona jornada e contra a Roma.»
O defeito de PB é que, talvez por ser um treinador ainda jovem e sentir-se pouco experiente, teme arriscar em mudanças, teimando por isso no 4-4-2 com losango. Ora, se este sistema era o mais apropriado no início da época, por ser a continuidade em relação à época anterior e porque havia Derlei para jogar ao lado de Liedson, nesta altura não o é. PB devia tê-lo compreendido logo que ficou patente que nem Djaló, nem (sobretudo) Purovic tinham capacidade para acompanhar o Levezinho.
Por outro lado, as contratações de início de época foram feitas no sentido de capacitar a equipa para jogar em sistema de ataque mais aberto, já que tanto Izmailov como Vucjevic têm características de extremos.
Por último, LFL refere um aspecto para o qual venho reiteradamente chamando a atenção (esta época pelo menos desde os primeiros dias de Setembro, nomeadamente aqui): «ao perder Caneira, o Sporting perdeu o ponto de equilíbrio.»
Face à evidência de que não iria contar com Caneira, PB, inteligentemente, procurou compensar a menor valia que o sector defensivo agora tem com o reforço da capacidade defensiva da equipa... no ataque; isto através do complemento que Derlei dava a Liedson quanto ao jogo defensivo no meio-campo adversário. Os dois juntos constituíam uma primeira eficaz "barreira", quando a equipa perdia a posse de bola.
A grande "desgraça" do (já de si insuficiente) plantel do Sporting foi, esta época (quem diria?) a lesão de Derlei.

Qual o valor do Leão?


Neste tempo de algum desânimo que os adeptos do Sporting sentirão em relação à nossa equipa, vale a pena pôr os pés na Terra e tentar analisar o valor desta. Tal análise deverá ser feita pondo de lado, o mais possível, a paixão e as convicções estabelecidas com base em preconceitos.
Eu também sou emotivo e também tenho paixão (sem isso, de facto, o que seria dos adeptos). Exprimo estes sentimentos no estádio: salto e abraço os amigos quando há golos, acompanho os cânticos, agito bandeiras e cartazes, tento, enfim, participar na festa.
No entanto, quando, aqui no KL, analiso racionalmente o que se passa com o Sporting, tento o mais possível despir-me da paixão, para deixar espaço exclusivo à razão. A polémica com quem arvora a postura contrária é, portanto, impossível. Se eu argumento no terreno da lógica e os meus interlocutores no da paixão, estaremos a ter uma conversa de surdos.
Traz o Público de hoje um artigo de Paulo Curado que, fazendo apelo a alguns dos analistas mais qualificados do nosso futebol (Luís Freitas Lobo, Joaquim Rita e João Querido Manha - este, na minha opinião o mais fraco, já que em muitas das suas análises não se consegue distanciar do seu patente benfiquismo), analisa, quanto a mim duma maneira geral bem, o que se passa com a equipa actual do Sporting. Vale a pena reflectir sobre esse artigo, motivo por que aqui o reproduzo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Tarde piaste

Pode o dr. Miguel Ribeiro Telles vir fazer as declarações que quiser agora, mas a verdade é que a (única) reacção até agora conhecida da administração peca por dois motivos. Os ingleses dizem a este propósito: "too little, too late!".
O caldo está definitivamente entornado e nada poderá inverter agora o curso dos acontecimentos. O valor das acções do Sporting não engana!

Dão-me licença?

Pode um lagarto, de uma espécie em vias de extinção, que já não é sócio do SCP, dizer o que lhe vai na alma?
Está tudo preocupado com pormenores e ninguém parece interessado em criticar as razões primeiras do mal-estar que todos sentimos e é reflectido no nosso blog.
Embora agora afastado dos meandros do Clube, o que me rouba capacidade para entender certas reacções da massa associativa e me impede de ajuizar conscientemente os actos da direcção ou as opções do treinador, o ter visto jogar o Sporting nas décadas de 40 e 50 e ter pertencido ao Conselho Geral nos anos 60, permite-me estabelecer comparações que gostaria de partilhar convosco, a conta-gotas, para não vos chatear muito!
Antes, porém, à guisa de preâmbulo, uma confissão. Não me chocou por aí além o resultado do desafio com o Braga. A equipa, não jogou melhor nem pior do que noutros desafios ultimamente disputados. Há uns dois anos que a equipa vem demonstrando uma confrangedora inépcia atacante. Creio que já aqui o referi. A culpa do "desastre" de ontem deve ser repartida pelo treinador e pelos jogadores. Um porque já devia ter reconhecido as insuficiências do sistema que adoptou, os outros porque deviam treinar, mesmo "fora de horas" e exaustivamente, (como o Peyroteu e o Eusébio treinavam...) o remate à baliza, de todos os ângulos e em todas as circunstâncias. Não fazem mais nada e deveriam justificar as fortunas que lhes são pagas.
Mas não exageremos. O resultado de um jogo de futebol, onde somos simples espectadores sem influência directa no seu desenrolar, nunca poderá constituir uma humilhação pessoal...
Vocês vão ver que daqui a 20 anos os resultados deixam de vos emocionar tanto e as bocas dos lampiões nem sequer deixarão mossa...

Um momento de poesia

Não sei se foi de propósito ou não, mas esta citação das Poésies de Lautréamont não podia ser mais apropriada. Como tem origem (creio que) numa leoa, nunca se sabe se não há mesmo recado...

Olés

A última vez que ouvi "olés" num jogo do Sporting foi ainda no Estádio antigo. Em casa, sim! Já nem me recordo do nome da equipa porque a vergonha foi tão grande que o assunto ficou arrumado num canto obscuro da minha memória. Nem com hipnose lá vou...
O Sporting tinha descido ao seu nível competitivo mais baixo e o desespero levou os próprios adeptos Sportinguistas a tratarem a equipa daquela forma humilhante em busca, quiçá, de uma reacção.
Depois disso vieram as promessas de novos tempos, veio uma nova dinâmica, novos projectos, a esperança da mudança.
Pela primeira vez desde que entrámos na era do "projecto" sofremos todos o enxovalho de ter de ouvir "olés" dos adeptos do nosso adversário. Estes não queriam dizer outra coisa que não fosse isto: o Sporting revelou-se totalmente impotente para travar a equipa oponente!
Tempos houve em que uma equipa que tivesse o atrevimento que o Braga ontem teve e se aventurasse daquela forma perante o Sporting levava uma valente "trepa". Ontem o que vimos desde o primeiro minuto foi um Sporting vassalo, sem garra, acabrunhado, remetido para um jogo encolhido como se fosse uma daquelas equipas de fundo da tabela que visitam um grande.
Já aqui disse que não creio que estas coisas estejam a acontecer por acaso, nem creio que se trate de uma situação conjuntural. Repetirei até que me ouçam que o Sporting padece de um mal antigo e profundo que não foi resolvido desde que esta "dinastia" tomou conta do poder. Há que defenestrá-los! A eles e a todos os que deram o seu aval a esta gestão de opereta! O desastre desta gestão Sporting é total!
Pensavam que com um paleio enleante, um perfume caro, umas gravatas vistosas e um fato de bom corte enganavam a malta. Talvez sim, mas acabaram toureados em Braga. E isso não se lhes pode perdoar.
Tomem nota: foi sob a presidência de Filipe Soares Franco que a equipa de primeira categoria de futebol do Sporting Clube de Portugal voltou a ouvir "olés" num estádio.
Fora com as "chocas"! Chega de tourada!

domingo, 11 de novembro de 2007

Os meus votos

Que todos os miseráveis responsáveis por esta humilhação apodreçam no inferno! São os meus votos sinceros.
Não há o direito de se brincar assim com os Sportinguistas!!!!!!!!!

Calcio de luto

Acontece, infelizmente, volta não volta e um pouco por todo o lado. Primeiro, segundo, terceiro mundo, a hierarquia não interessa. De cada vez que isto acontece ficamos sempre com aquela sensação que o mundo endoideceu ainda mais do que pensávamos. Desta feita foi em Itália. Um adepto da Lazio foi morto a tiro em confrontos entre adeptos daquele clube de Roma e da Juve e, aparentemente, terá sido morto pela própria polícia. Jogos suspensos, luto decretado. Seguir-se-á o funeral e o fenómeno repetir-se-á durante o horário normal de serviço, certamente, um dia destes, algures por aí.
Como disse no início, acontece e, por isso mesmo, é que devemos estar atentos e informados.

A alta competição - Parte 5

Uma derradeira pergunta, em jeito de nota de rodapé aos posts anteriores: ...ou será que tudo isto não passa de uma manobra de diversão para, entre as sensibilidades agora descobertas de CF e a Check-in, não percebermos que aconteceu, está acontecer ou vai acontecer grossa bronca no "universo Sporting"?
Preparemo-nos para os próximos episódios.

sábado, 10 de novembro de 2007

O jogo contra a Roma

É galo!

Sou dos que pensam que o Sporting fez uma das melhores (se não a melhor) exibições da época no jogo contra a Roma.
E que só não ganhámos porque não fomos felizes.
Vejamos o que é que isto de ser ou não feliz, ter ou não ter sorte, quer dizer. De facto, vendo bem, tudo o que se passou em termos das incidências dentro das quatro linhas decorreu de circunstâncias normais do jogo; algumas foram até muito lógicas.
Comecemos pelas lógicas:
- O Sporting chegou ao 2-1 em resultado do decurso normal dos acontecimentos; os golos (o deles e os nossos) traduziam o jogo-jogado, isto é, não foram golos fortuitos.
- Depois disso, nem o Sporting jogou de forma a dizer-se que podia conseguir o terceiro golo (que seria o que nos poderia pôr a coberto de alguma infelicidade), nem a Roma conseguiu entrar na nossa grande-área de maneira a criar oportunidades flagrantes de golo.
- Contudo, embora passando a jogar mais em contenção, o Sporting não se remeteu a defender o resultado (como tantas vezes tem feito nestas circunstâncias, com os funestos resultados que temos visto); o controlo do jogo foi feito na maior parte do tempo no meio-campo adversário e ensaiámos muitas jogadas de ataque.
- Não conseguindo tentar o golo através de entradas na área, a Roma tentou-o através de um pontapé de meia-distância. Que me lembre, foi esse o único remate perigoso dos romanos que aconteceu depois do nosso segundo golo.
- Visto em directo pareceu-me que o ressalto tinha sido fortuito e exclamei: “ganda paio!” Revendo depois as imagens reparei, no entanto, que Polga meteu de propósito a cabeça à bola, convicto de que a conseguia desviar da baliza; calculou mal e a chincha foi lá para dentro. E não se pode afirmar com certeza que se ele não tem metido a cabeça à bola esta não entrava na mesma.
Quanto ao outro aspecto de que nos podemos queixar, o golo limpo que nos foi anulado, é também uma circunstância normal do jogo, porque errar é humano e no resto o árbitro até esteve bem.
Digo, mesmo assim, que não fomos felizes porque se no futebol só entrassem os golos correspondentes ao tal jogo-jogado a Roma não teria obtido um segundo golo e, admitindo que não houve marosca, eram de fifty-fifty as hipóteses de o árbitro se enganar contra nós ou contra eles. Logo tivemos o azar de o árbitro se enganar contra nós!

Boas notícias

Para não ser tudo mau, houve várias boas notícias resultantes deste jogo:
- A já referida atitude de contenção “activa”, chamemos-lhe assim, não se remetendo à defesa e fazendo esta longe da nossa área.
- Um comportamento mais próximo de um profissional de alto rendimento por parte de Djaló, que esperemos seja sinal de recuperação das boas indicações que deu em alguns períodos da época passada. Deu-me algumas esperanças de que ele possa vir a fazer melhor companhia a Liedson no futuro próximo.
- Finalmente, o caminho que Paulo Bento vem experimentando aos poucos e poucos de, colocando Vucevic e Izmailov simultaneamente, alargar a frente de ataque, adaptando a equipa ao facto de não ter havido até aqui um segundo avançado em condições de acompanhar Liedson. Assim, mantendo os princípios de jogo, vem capacitando a equipa para jogar num sistema mais próximo do 4x3x3, alternativo ao habitual 4x4x2 com losango.

Venenos 34

Aqueles que confiaram na palavra dos dirigentes e ex-dirigentes do Sporting que diziam que o clube não tinha vocação para gerir outros negócios para além do futebol, enganaram-se... Acaba de ser criada uma agência de viagens "Sporting".
A agência já fez a sua primeira acção de marketing e, pelo sim pelo não, distribuiu sacos de enjoo aos Sportinguistas que assistiram ao jogo com a Roma. De facto, deram jeito...

A alta competição - Parte 4

Podemos, em jeito de conclusão deixar aqui várias perguntas para que então alguém tenha a gentileza de responder.
Houve ou há algum problema com Carlos Freitas dentro do Sporting? Se houve porque não foi, ou não é, claramente explicado? Se não houve porque veio ele à televisão e aos jornais justificar-se desta forma agressiva e obviamente planeada de modo cuidadoso? Se houve erros no passado, como ele próprio admitiu, que erros desencadearam agora este drama? Quem contesta Carlos Freitas? Os adeptos?! A direcção? Se os sucessos nunca foram contabilizados quem são os responsáveis por essa omissão? Qual a razão pela qual se contabilizam então agora os insucessos? Quem foi o personagem ou personagens "do universo Sporting" que o levou a decidir ficar? Quem foi que o levou a ponderar a demissão? É Carlos Freitas que decide ficar ou sair do Sporting? Se não há crise por que razão o Conselho Leonino entendeu elogiar Filipe Soares Franco?
Estamos todos com uma enorme curiosidade em perceber esta "crise" que não é, e perceber, sobretudo, quem são os seus protagonistas, que o não são porque nunca houve crise!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A alta competição - Parte 3

O blog Sectorb32 traz um post de autoria de JoaoSCP78 sobre o administrador Carlos Freitas. Está aqui para quem o quiser ler. Não partilho, naturalmente, da generalidade dos pontos de partida do dito post mas há uma coisa que JoaoSCP78 escreveu que tem uma enorme importância e daí esta citação. Diz ele que criticar Carlos Freitas "será sempre criticar o lado mais fraco do projecto." Aí não posso estar mais de acordo!!
E de facto aqui no KL nunca lhe apontámos nem virtudes, nem defeitos. E no entanto ele lá foi fazendo a sua vida. É um assalariado e portanto, nesse sentido, inimputável no que às responsabilidades perante os sócios diz respeito. Os responsáveis são de facto a direcção do Clube. CF não chega afinal de contas a ser sequer "o lado mais fraco", nem "do projecto", em minha opinião.
Há porém um facto que justifica nesta altura analisar todo este processo. Carlos Freitas tem aparecido em toda a comunicação social (só falta mesmo a imprensa regional...) como um rosto do Sporting Clube de Portugal. E como se trata do Sporting, os rostos que o representam e que poderão legitimamente surgir como rostos do Clube terão de ser cuidadosamente seleccionados pelos responsáveis eleitos e a eles deve ser atribuída a responsabilidade da selecção. Se fosse um dirigente eleito toda esta caldeirada já teria dado crise eleitoral. Se fosse um atleta já tinha um processo disciplinar, pelo menos, instaurado. Assim sendo em qual destes departamentos se insere CF?
É neste sentido, pois, que não poderemos deixar passar tudo isto em claro. Quem é Carlos Freitas para aparecer deste modo insistente perante a opinião pública? Que mandato tem ele que lhe permite gerar toda esta caldeirada? E quem nos explica tudo isto?

A alta competição - Parte 2

É pois (sabe-se agora...) verdade: a equipa atravessa um momento mau! E é também verdade confessada: o administrador que tem a seu cargo as contratações e dispensas já cometeu erros.
Assim sendo, pergunta-se: porque se admira ele com as reacções? O que há de mal em apontar erros se ele próprio confessa que as coisas não estão bem... E porquê agora? Porquê com este estardalhaço todo à volta? Quem paga os erros?
Perguntas que gostaríamos de ver respondidas por quem ocupa lugares eleitos no Clube... Este problema necessita de esclarecimentos institucionais urgentes!

A alta competição - Parte 1

Numa primeira análise, o que mais supreende é que um administrador da SAD apareça, assim num ápice, mais nos jornais e na televisão que qualquer das vedetas do Sporting (aqueles que fazem gerar as receitas, vendem camisolas e chamam gente ao estádio) ou que qualquer membro da Direcção eleita do Clube. Há algo de profundamente errado e perverso em tudo isto. Mas, enfim, não é nada totalmente inesperado.
Com estes desequilíbrios "comunicacionais" não admira que à primeira borrasca a malta das bancadas salte toda cá para fora. Mesmo assim os cinco minutos de glória de uma qualquer claque, não se comparam de todo com as horas de "plateau" que o senhor administrador já teve.
É verdade que a gente também tem os "Berardos" possíveis, não é...?

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Escrita em dia

Os blogues, esses campos de “liberdade [em que] não estamos dependentes de ninguém para exprimir os nossos pontos de vista”, como muito bem escreveu Master Lizard, obrigam, contudo, a resposta atempada aos comentários; respostas com mais de um ou dois dias não são lidas.
Tendo estado ausente durante alguns dias não me foi possível responder a algumas questões suscitadas por comentários a posts meus. Porque, (de novo citando ML) “aqui no KL não damos recados”, apenas expressamos claramente as nossas opiniões, vou tentar aqui dar algumas respostas, atrasadas embora.
A primeira, ao meu amigo Pedro Castaño, diz respeito a Purovic. Sou daqueles gajos que lutam denodadamente para puxar para cima o ânimo dos adeptos. Portanto ao dizer mal de uma contratação, não o estou a fazer gratuitamente, nem com aquele pessimismo característico de alguns adeptos cujo forte é darem tiros nos pés. Pois quanto ao Purovic, as primeiras referências que a ele fiz até foram elogiosas: “A novidade táctica está, contudo, na entrada de Purovic. Este tem 1,90m e a equipa tenta com ele o jogo directo: bola bombeada dos centrais ou do guarda-redes (como já disse Stojkovic evidenciou-se neste pormenor), o calmeirão dá-lhe de cabeça (…) solicitando a irrequietude de Liedson. Esta jogada valeu o primeiro golo do Sporting [no jogo com o Lille]. Sem que possa ser um sistema recorrente (tem de haver muito mais variedade de processos) a presença de Purovic, acrescenta esta possibilidade, que pode ser útil em certos jogos, ou em certos momentos do jogo”. Agora, depois de o observar em numerosas parcelas de jogos, cheguei à conclusão de que ele não tem categoria para jogar no Sporting. Ao dizer isto tenho em conta que os jogadores precisam de um período de adaptação e podem acontecer casos como os de Yazalde e Acosta (ou, em tempo actual, salvas as distâncias de classe, Romagnoli) que, por essa razão, não renderam no primeiro ano aquilo que viriam a valer nos seguintes. A diferença é que, neste caso, estamos perante um jogador que não demonstra um mínimo de habilidade, nem de capacidade de inteligência a jogar, embora tendo características físicas que poderiam ser mais-valias (refiro-me à altura dele). Bola que lhe chegue aos pés é sinónimo de jogada perdida, apesar de alto não ganha muitas das bolas de cabeça que lhe são endossadas, não se posiciona bem em campo. A este propósito, dizia eu a um amigo que ainda bem que, no segundo golo contra a Naval, a bola disparada por Liedson entrou directamente na baliza porque, se o guarda-redes a tem defendido para a frente o Purovic estava em fora-de-jogo de posição e a jogada ter-se-ia perdido; ao que ele me respondeu que ainda bem que o Purovic estava fora-de-jogo, porque se não estivesse o Liedson podia ser tentado a passar-lhe a bola e então é que a jogada se teria mesmo perdido.
A segunda resposta (que me perdoe o Pedro por misturá-lo com este nosso leitor e comentador) vai para o pouco original (a não ser que o sujeito seja o próprio Pacheco Pereira, convertido ao futebol) pseudónimo de m´espanto às vezes, outras m´envergonho, a quem, para abreviar, chamarei abrupto. Pois, abrupto escreve, a propósito deste meu post: “Paredes !!!!!!!!! Francamente o meu amigo não percebe nada de futebol!” Pode ser, de facto, que ele tenha razão e eu não perceba nada de futebol, mas tal não se pode afirmar apenas por eu mencionar um jogador (Paredes, no caso), pois assim se torna uma afirmação gratuita. Ainda por cima pressupondo que ele, que me julga, percebe o suficiente para me julgar; o que, por uma simples afirmação como esta, não é possível comprovar. Mas, (dando de barato que abrupto julgou o meu longo post apenas pelo que afirmei em relação a Paredes) vamos à substância das coisas: o que é que eu disse sobre o Paredes? Mas no contexto, pois é assim que se avaliam as posições de cada um: “Bem sei que em Roma a colocação de Miguel Veloso a central, retirando-o da posição em que vem constituindo um primeiro elemento de contenção e um bom iniciador da primeira fase de transição defesa-ataque desequilibrou a equipa: nem Veloso cumpriu bem como central, nem Moutinho rendeu como trinco. […] seria preferível não remeter Moutinho para o vértice inferior do losango, mantendo-o do lado esquerdo (onde poderia render mais ajudando Ronny), saindo Vucevic (...) e entrando Paredes (mais experiente do que Adrien, que poderá e deverá, quanto a mim, começar a entrar aos poucos na equipa). Deste modo a equipa ganharia em equilíbrio entre sectores. Pois PB fez entrar Paredes exactamente quando comemos o segundo golo, solução que estava na calha com propósitos defensivos, mas deveria ter sido suspensa.”
Trata-se não de achar que o Paredes é bestial, mas que, no contexto da substituição feita pelo treinador (a qual quem sabe ler percebe bem que não subscrevo), me parecia mais apropriado não sacrificar Moutinho nas funções de trinco, mas aí colocar alguém especialista nessa posição. E quem é que estava no banco com essas características? Aquele mesmo cuja contratação tanto tenho desancado em vários escritos anteriores (por exemplo aqui): Carlos Paredes. Mas escrevo mais: que PB fez mal em manter a entrada do mesmo Paredes na altura em que o fez.
Pode ser que Abrupto perceba à brava de futebol; mas, coitado, não sabe ler.

Venenos 33


Dizem que dada a produtividade demonstrada pelos quadros da Sporting SAD, a assiduidade e, sobretudo, os resultados alcançados até agora, o símbolo do Sporting deveria muito apropriadamente passar a ser o da figura. Podia ser que assim mais gente compreendesse o sentido da expressão "é preciso acabar com a mama"...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Quanto tempo dura uma partida de futebol?

Emoção a rodos, grandes correrias, defesa agressiva, pressão verdadeiramente alta, grande entrega, não podemos negar, nada disto faltou no jogo de hoje. Faltou apenas que alguém explicasse a estes abnegados e esforçados jogadores que as regras do futebol ditam que o jogo dura 90 minutos. Porque raio de carga de água julgaram eles que aos 80 o jogo estava ganho?! Quem raio é que deu ordem para tirar o pé do acelerador??!!
Defendi e defendo que o empate de hoje não pode ser visto fora do contexto do que é o Sporting no seu todo organizativo e histórico. Do que é a realidade do Sporting, não daquilo que a gente pensa que o Sporting é, ou daquilo que nos vendem que é o Sporting! Um Clube que como venho dizendo sofre de um mal antigo e profundo. É aí que reside a razão de tudo isto e, noutra ocasião, posso explicar porquê. É aí que está a explicação para o empate triste, frustrante, idiota e inútil de hoje.
Depois do balde de água fria que foi o golo dos italianos, muitos Sportinguistas desgostosos à minha volta lamentavam-se dizendo que, uma vez mais, o Sporting foi o clube "do quase".
Por mim estou de facto quase a perder a paciência. Falta o "quase"...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Dos blogs gasosos e dos jornais que perderam o gás

Tenho da imprensa a pior das impressões. O jornalismo que se pratica hoje em dia nem de vão de escada chega a ser. Os produtos jornalísticos que hoje nos são oferecidos, nem ao estilo lambreta ou traçadinho gasoso se conseguem tragar. Há muito tempo que deixei de olhar sequer para os jornais. Nem as gordas consigo ler! Vão-me valendo os sinais de fumo para ir sabendo o que se passa...
Os blogues em contrapartida oferecem-me duas coisas, qualquer delas de valor absolutamente inestimável. Por um lado, permitem-me raciocinar livremente sobre factos e exprimir livremente o produto do meu raciocínio. Por outro lado, permitem-me apreciar e discutir, se for caso disso, o raciocínio dos outros e as opiniões que os outros livremente exprimem. Coisas que nos jornais, já também há muito se percebeu, é impossível encontrar: opinião livre e raciocínio rareiam e trabalhinho vai havendo enquanto o patrão não acordar com os pés de fora.
Diferenças básicas que dão vantagem aos blogs. A liberdade e o facto de não estarmos dependentes de ninguém para exprimir os nossos pontos de vista tornam-nos também imunes a males de que a imprensa nunca se há-de livrar. Aqui no KL, por exemplo, não damos recados e decidimos que se houver o perigo de perder o trabalhinho pagamos subsídio uns aos outros...
Os blogs são tão claramente superiores aos jornais que obrigaram os orgãos de comunicação tradicionais, quando estes entraram em perda, como é patente e notório, a "blogolizar-se", criando versões on-line e abrindo os seus "eTextos" ao comentário e à apreciação dos seus "eLeitores".
Por tudo isto dá-me uma imensa vontade de rir quando vejo os jornais a falar à séria sobre blogs e os jornalistas a desfazer nos blogs. Verdade! Até me vêm as lágrimas aos olhos de tanto rir.
Acontece que li num blog que dois jornais desportivos tinham tratado de matéria relacionada com os blogs sportinguistas. Fiquei curioso e mão amiga fez-me chegar hoje cópia da dita prosa...
A este propósito não queria terminar sem acrescentar duas notas finais.
Primeiramente, queria deixar o aviso que a próxima vez que verificar que há um jornal desportivo ou um outro "orgão de comunicação social" a visitar aqui o KL lhe lanço um virús que vai tirar de vez toda a rigidez dos discos dos respectivos computadores!! Nem com viagra digital os vossos discos ficarão outra vez rijos!! Experimentem!
Seguidamente, devo confessar que concordo com a observação que o blog é a roda de amigos de antigamente, a tertúlia de taberna ou de vão de escada, agora feita pelo cabo coaxial ou pelas ondas do satélite. É verdade. Porém, faço notar que o jornal já nem para embrulhar o peixe serve!!

domingo, 4 de novembro de 2007

À segunda fez efeito

Paulo Bento tinha dito que pediu aos jogadores para não terem medo de errar. Durante a primeira parte andaram todos apertadinhos ignorando nitidamente o pedido do treinador. Algo se terá passado durante o intervalo porque na segunda parte a equipa apareceu muito mais solta e o seu futebol veio naturalmente ao de cima.
Uma má exibição ou uma derrota não alegram nenhum Sportinguista e portanto este 4-1 sabe que nem ginjas e deixa-me muitíssimo feliz.
Não é altura de falar das "crises" mas sim de celebrar a vitória. Cada coisa a seu tempo!
E errar não é mau desde que se acerte mais vezes do que se erra... A este propósito devo dizer que esta cena do Moutinho a marcar penáltis me começa a irritar. Porque diabo hão-de andar a colocar o rapaz debaixo desta pressão escusada é coisa que me escapa. Haverá outras soluções e modos diferentes e mais naturais de incutir confiança numa jogador do calibre, com o sentido de responsabilidade e com a responsabilidade do Moutinho.

sábado, 3 de novembro de 2007

algumas notas soltas

1. Raul – Eu não escrevi que estamos perante um potencial Chirola. Escrevi que se houvessem blogues à data da contratação do Yazalde, teriam chovido insultos a quem o contratou. Não pretendi dizer bem do Purovic. Pretendi dizer que ainda é cedo para dizer o quer que seja e que muitas vezes não chega uma época para o ver. Lembra, também, o Acosta. O que o homem e respectivo contratador foram insultados no final do 1º ano. Só isso. É claro que hoje não há tempo para isso, dirão.
2. Gosto de ler e ouvir o Luís Freitas Lobo. Não sei se alguma vez disse por qual clube sofre. Sei que escreve e fala com base no que vê e não com base no que as cores lhe ditam. A sua página de hoje no Expresso é excelente. Outro dia esteve pior na televisão, pois não esteve para contrariar o jornalista que resumiu mal o que acabara de dizer a propósito da rotatividade de jogadores.
3. PB tem sete vidas. Terá. Grandes declarações após o jogo com o Fátima. Diz Freitas Lobo que deve ter um esquema de 4-3-3 para momentos de crise. Será? Creio que mais tarde ou mais cedo terá que ser pois ninguém consegue viver toda a vida em sobressalto. Mas ele próprio se está a formar e percorrerá o caminho que achar melhor. Terá que viver melhor com a postura pública que adoptou. Porque hoje pode ter-se trucidado por má comunicação.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A SAD está unida

Rica vida têm certos "gestores" que "gerem" certos negócios. No Sporting a vida parece que corre bem e é, pois, natural que esteja tudo de parabéns...
Quando nós pensávamos que os objectivos da gestão actual do Sporting não tinham sido atingidos (e ainda só vamos em Novembro!), quando pensávamos que as contratações eram um flop, que as vendas de lugares tinham falhado, quando pensávmos que uma diferença de nove pontos (nove!!) para o líder do campeonato em Novembro era mau, quando pensávamos, enfim, que o papel do Sporting na LPFP era pouco mais do que de embrulho, eis que somos surpreendidos com as conclusões que daqui são tiradas pelos responsáveis: afinal está tudo bem e não há necessidade de mudanças!
Então se não há crise porque é que houve necessidade de vir afirmar que não há crise?! Se não há efectivamente crise a obrigação (sim dr. Telles, é de facto uma obrigação esclarecer os sócios...) da direcção é dizer-nos porque é que não há crise. Porque pela análise dos factos a gente suspeita que há.
Por uma vez, a imprensa não serve claramente aqui de bode expiatório. Não é a imprensa que se está a afundar no campeonato e que falha sistemática e claramente os seus objectivos...
Os maus resultados da equipa não evidenciam uma situação conjuntural facilmente debelável. Não estamos a atravessar um "momento menos bom" como declarou o presidente numa passagem por Lisboa. O Sporting está há muito a funcionar de forma coxa e isso vem frequentemente com ao de cima.
O Sporting é um clube que não está bem, é um clube sem recuo que padece de um mal antigo e profundo. Se os resultados fossem bons ainda disfarçava, mas quando nem os resultados convencem temos de questionar o que andam a fazer as mentes brilhantes que governam o Sporting e temos de pedir responsabilidades a quem lhes deu e dá aval.
A verdade, meus senhores, é que com estes critérios de gestão o Sporting não pode ir mais além. E não é um cargo em particular que está em causa! São todos os orgãos de direcção do Sporting que são responsáveis! Unidos na defesa também temos de os considerar de forma unida no ataque.