sexta-feira, 14 de abril de 2006

Desafio


No estado em que estão as coisas quanto ao próximo processo eleitoral, não tenho dúvidas de que Soares Franco vai ganhar as eleições.
Os indícios são mais que muitos:

  • Tem o apoio organizado duma grande quantidade dos considerados notáveis do Sporting, inclusive de figuras históricas prestigiadas como Moniz Pereira e figuras com cargos sociais de relevo como Rogério Alves, bastonário da Ordem dos Advogados (apontado para Presidente da Mesa da AG);
  • Tem o apoio generalizado da Comunicação Social, mesmo na mais inesperada, nesta tendo muito mais cobertura do que os outros candidatos;
  • Teve uma votação de 64,5% na última AG.

Dum modo geral isto significa que a grande maioria do eleitorado (contado em número de votos, que é o que interessa, na prática), embora eventualmente ciente de que FSF está ligado às sucessivas Direcções que vêm endividando cada vez mais o clube, não acredita que haja alternativas melhores neste momento.
De facto, as oposições não têm tido um discurso forte e projectos coerentes, além de os protagonistas também terem um passado com culpas no cartório.
Aqueles muitos que, como nós, se opõem a esta solução de continuidade, não conseguiram reunir vontades num movimento sólido e com uma liderança credível. O nosso discurso tem sido mais de protesto, de queixume ou, no melhor dos casos, de denúncia, do que de apresentação de soluções.
A honrosa excepção é o manifesto originário deste blog, o qual, no entanto, não teve o necessário impacto que complementasse as suas insuficiências.
Com tanto pessimismo, com a expectativa de virmos a ter mais um mandato de acumulação de prejuízos e derrotas, a minha opinião é de que, mesmo assim, vale a pena tentar ir formalizando propostas em diversas vertentes, com vista ao lançar da discussão sobre o que é necessário fazer para uma melhor configuração das actividades do nosso clube. Porque vai haver um futuro para lá deste presente envenenado.
Os assuntos são mais que muitos. E já que há (tem havido) algum impacto provocado pelas sucessivas opiniões que neste espaço têm vindo a ser expressas, começo por lançar um desafio de discussão sobre alguns temas. Escolho, para começar, dois que tenho a intenção de desenvolver logo que tenha tempo:

  • O ecletismo: quais as modalidades que o Sporting deve praticar; quais delas devem ser profissionais; maneira de tratar o praticante pagante; financiamento por sponsors, praticantes, clube ou outros (quem?); as modalidades devem ser autofinanaciadas?; todas, ou deve haver excepções?;
  • A política de alianças: devemos aliar-nos ao Porto para melhor combater o Benfica? Ou ao Benfica para melhor combater o Porto? Ou por princípio a nenhum deles, mantendo independência e linha de actuação autónoma? Neste caso, que fazer para obter aliados para as nossas posições? E qual deve ser a tal linha de actuação autónoma?

No tempo do "futebol da baliza às costas", em que éramos pródigos em "vitórias morais" a nossa selecção perdeu por 10-0, contra a Espanha, se não erro (ou foi a Inglaterra?). No dia seguinte um jornal estampava que aquilo não tinha sido um desafio; tinham sido sim "dez a fio". Mas o que lanço aqui é mesmo um desafio às cabeças pensantes e com ideias dos sportinguistas. Para ver se fortalecemos as nossas convicções quanto ao rumo a seguir pelo nosso Sporting.