segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Reforços em Janeiro

Primeiro: elogie-se a política de contratações do Sporting nesta época, sob o ponto de vista orçamental. Vejamos.
A diferença entre os preços de compra e venda de Deivid deu para financiar todas as contratações, pelo que a receita do empréstimo de Douala (500mil €) é lucro. Claro que faltaria contabilizar as contratações a “custo zero”, sabido que sempre há uma compensação (da ordem dos 500mil €, segundo se diz). E tudo foi feito com a maior discrição: por exemplo, só se soube do affaire Deivid depois do jogo com o Boavista.
Segundo: ponhamos reticências (daquelas que têm uns pontos muito grandes) às mesmas contratações sob o ponto de vista desportivo. Bueno só entrou bem neste último jogo contra a Naval; Romagnoli mostra uns ‘apontamentos’ aqui e ali; Alecsandro umas vezes é um pouco efectivo, para no jogo seguinte desaparecer; Farnerud parece banal, embora esforçado; Paredes aparenta já não ter a mesma ‘pica’ para jogar à bola.
Terceiro: elogiemos mais uma vez os putos, que se vêm fazendo jogadores importantes na equipa à medida que cresce a sua experiência. Moutinho é já um jogador em pleno, indiscutível na equipa, mas é um caso muito excepcional em vários aspectos; teria, já, lugar em equipas do maior gabarito europeu. Os outros, uns mais outros menos (cuidado com o deslumbre da fama, Nani!), vêm dando mais-valias à equipa.
Quarto: a importância que vem tendo Paulo Bento pelo “empenho, honestidade e ambição” que demonstra no seu trabalho e no “crescimento como homens, atletas e lutadores” dos jogadores do Sporting (citações tiradas do post do Pedro). Além disso por a equipa ter um figurino e princípios de jogo que aparentam estar bem apreendidos: o fio de jogo mantém-se apesar de PB proceder à rotação dos intérpretes (indispensável, sobretudo numa equipa de plantel curto).

Tudo isto é muito bonito, mas tem-se provado que não temos equipa para concorrer com as melhores da Europa e, mesmo a nível interno, o Porto (bem sei que tem o dobro do nosso orçamento) parece mais bem apetrechado que nós.
Logo, há dois tipos de medidas que têm de ser implementadas na reabertura do mercado, ou seja, já:
• Cumprir a promessa, que tem vindo a ser reafirmada, de os jovens talentos não serem transaccionados a correr (como aconteceu tantas vezes no passado) e manterem-se no clube em processo de valorização;
• Investir em reforços. Emprestados, ou a custo zero, mas custando mais uns ordenados mensais, precisamos, pelo menos, de um ponta de lança e de um central alto e raçudo (tipo Enak).
Espero que isto tenha sido previsto no orçamento.

O sportinguismo de Figo

Muito se tem glosado a atitude festiva de Figo aquando do golo do Inter ao Sporting. Também fui dos que não gostaram. Não havia necessidade, dir-se-á.
Mas Figo achou que tinha de fazer aquilo. A maneira como li o gesto vai no sentido de ele ter, desse modo, querido significar que o seu medíocre desempenho em Lisboa contra o Sporting não foi influenciado pelo seu sportinguismo e que, como bom profissional, ele é adepto da equipa que lhe paga. E não quer continuar no banco.
Pode ser que o homem seja (esta atitude vai nesse sentido) um pesetero, como lhe chamaram os adeptos do Barça.
Outra coisa é se ele é ou não adepto do Sporting, porque isso já entra no campo (mais irracional, se se quiser) da emoção, da paixão. Para confirmação do sportinguismo de Figo, citemos palavras de uma sua recente entrevista:
«Tive colegas muito mais dotados do que eu que, não obstante o seu talento, não alcançaram o meu nível. Isto deveu-se ao trabalho, à minha força de vontade, à ajuda dos meus companheiros, dos meus amigos e da minha família. Esforço, dedicação e devoção para chegar à glória (lema do Sporting, para quem não saiba, acrescento eu): aprendi o significado destas palavras no Sporting, a equipa onde dei os primeiros passos, palavras que segui como regra de vida, tendo-as sempre presentes na minha mente.»

A festa do golo



É por estas e por outras que a gente gosta de bola...