domingo, 7 de outubro de 2007

Sporting-Vitória de Guimarães e o comportamento do público

O Sporting entrou de forma muito inconsistente na primeira parte deste jogo, durante a qual não conseguiu contrariar o futebol bem urdido do adversário. A equipa do Guimarães mostrou-se muito coesa e organizada, destacando-se, no seu “epicentro”, Flávio Meireles, autêntico esteio impeditivo da organização do nosso jogo. No entanto os vimaranenses não criaram autênticas oportunidades de golo.
Havia que alterar qualquer coisa e Paulo Bento compreendeu-o muito bem. Ao contrário de outras vezes, processou as substituições necessárias atempadamente, fazendo entrar Izmailov e Purovic para os lugares das duas unidades que estavam a ser menos produtivas (Djaló e Ronny) logo ao intervalo. Foi uma opção claramente atacante e de risco, mas foi vitoriosa. Com estas alterações passámos a ter dois atacantes (Djaló só existiu para estragar os lances em que intervinha), Moutinho passou para o centro do campo, onde rende muito mais e o meio-campo fortaleceu-se sem que a defesa tivesse ficado enfraquecida, já que Veloso é, apesar de tudo, melhor que Ronny nessa posição (não esquecendo, contudo, que a produção deste, exceptuado este meio jogo, tem vindo a melhorar aos poucos).
Voltámos a ter alguma sorte, pois o Vitória não merecia perder por aqueles números e o primeiro golo aconteceu na sequência de uma jogada no mínimo duvidosa.
Tal como contra o Dínamo, não se pode dizer que tenhamos feito um bom jogo. Apesar de o ataque se ter continuado a mostrar muito pouco eficaz quanto à concretização, ganhámos porque a equipa supriu isso com determinação na segunda parte.
Quanto a Djaló já disse o que penso no post que escrevi sobre o jogo com o Dínamo: “começa a ser preocupante que ele não dê aquele pequeno passo que lhe falta para ser um bom jogador: não consegue definir bem os lances – no último passe, na última finta, no remate, no cruzamento. Sendo assim, e ainda por cima sem ter a mesma acutilância de Liedson quanto ao jogo defensivo no ataque, não sei se alguma vez irá lá…”
Quero, no entanto, amenizar esta apreciação (depois deste jogo em que ele, como se dizia dantes, não tocou na chincha) dizendo que o crescimento deste jovem se vem fazendo duma maneira que não é a melhor para ele. De facto, por necessidades da equipa, ele tem sido utilizado ou como segundo avançado ou como vértice superior do losango do meio-campo, posições a que ele teria de se adaptar, já que as suas características se coadunam mais com terrenos em que exista mais espaço, isto é, mais perto das laterais do campo.
Estou a dizer isto no intuito de contrariar a habitual tendência dos sportinguistas para, numa muito pouco salutar impaciência, zurzirem sobre os jogadores aos primeiros falhanços, assim prejudicando o seu normal processo de crescimento profissional. E vêm os assobios e o dizer mal da própria equipa e dos seus próprios jogadores.
O que se deveria fazer quando a equipa não encontra o seu ritmo e está a jogar mal era redobrar os incentivos e confiar no treinador: este é que tem de saber o que deve fazer para dar a volta ao texto.
E, desta vez, Paulo Bento deu a resposta adequada para ganharmos o jogo.