Como é patente em escritos meus anteriores, com reticências em relação a algumas parcelas, sempre fui a favor da venda do património não desportivo.
Do que sempre, no entanto, desconfiei foi das motivações desta direcção do Sporting, neste tão mal conduzido processo. E continua a não haver transparência que leve os sportinguistas a confiarem em que a sua direcção está a fazer as coisas pelo melhor para o clube e a SAD.
Assim, e para além de o negócio se estar a processar sem concurso público:
- Surgem rumores de que temos de pagar uma comissão de 2 milhões de euros, correspondente a 4% do valor do negócio total;
- O valor de venda estará fixado em 50,7 milhões de euros, verba que, a haver lugar à tal comissão, se reduzirá a 48.672.000€, valor inferior aos 50 milhões prometidos pela direcção como receita mínima e também inferior ao do investimento feito há 3 anos;
- Acresce que o comprador fez a exigência de uma taxa de rentabilidade bruta de 8,65% nos alugueres do Alvaláxia, taxa essa que o Sporting nunca atingiu e que está claramente acima das taxas correntes dos fundos imobiliários, o que resulta numa diminuição efectiva do valor do negócio;
- Quanto à secretaria do Sporting (negócio ainda a ser aprovado pelo Conselho Leonino), Abílio Fernandes e José Nascimento Alves (sócios do Sporting ligados à lista de Abrantes Mendes nas últimas eleições) ofereceram 600.000€, cobrindo a proposta existente (500.000€) do consórcio (Silcoge e Deutche Bank Real Estate) que é comprador das outras parcelas a alienar. Esta oferta (claramente feita para testar a boa-fé da direcção) parece ser vantajosa para o clube pois a renda anual será a mesma nos 2 casos (40.000€), e neste não haverá comissões de venda a pagar e o Sporting ficará com opção de recompra pelo mesmo preço.
Dum modo geral este tipo de negócios exige discrição. Mas as dúvidas que estão acima, uma vez tornadas públicas, têm de ser esclarecidas. Por mim, gostaria de ter a certeza de que o negócio que se está a fazer, o será no melhor benefício do meu clube.