quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Escrita em dia

Os blogues, esses campos de “liberdade [em que] não estamos dependentes de ninguém para exprimir os nossos pontos de vista”, como muito bem escreveu Master Lizard, obrigam, contudo, a resposta atempada aos comentários; respostas com mais de um ou dois dias não são lidas.
Tendo estado ausente durante alguns dias não me foi possível responder a algumas questões suscitadas por comentários a posts meus. Porque, (de novo citando ML) “aqui no KL não damos recados”, apenas expressamos claramente as nossas opiniões, vou tentar aqui dar algumas respostas, atrasadas embora.
A primeira, ao meu amigo Pedro Castaño, diz respeito a Purovic. Sou daqueles gajos que lutam denodadamente para puxar para cima o ânimo dos adeptos. Portanto ao dizer mal de uma contratação, não o estou a fazer gratuitamente, nem com aquele pessimismo característico de alguns adeptos cujo forte é darem tiros nos pés. Pois quanto ao Purovic, as primeiras referências que a ele fiz até foram elogiosas: “A novidade táctica está, contudo, na entrada de Purovic. Este tem 1,90m e a equipa tenta com ele o jogo directo: bola bombeada dos centrais ou do guarda-redes (como já disse Stojkovic evidenciou-se neste pormenor), o calmeirão dá-lhe de cabeça (…) solicitando a irrequietude de Liedson. Esta jogada valeu o primeiro golo do Sporting [no jogo com o Lille]. Sem que possa ser um sistema recorrente (tem de haver muito mais variedade de processos) a presença de Purovic, acrescenta esta possibilidade, que pode ser útil em certos jogos, ou em certos momentos do jogo”. Agora, depois de o observar em numerosas parcelas de jogos, cheguei à conclusão de que ele não tem categoria para jogar no Sporting. Ao dizer isto tenho em conta que os jogadores precisam de um período de adaptação e podem acontecer casos como os de Yazalde e Acosta (ou, em tempo actual, salvas as distâncias de classe, Romagnoli) que, por essa razão, não renderam no primeiro ano aquilo que viriam a valer nos seguintes. A diferença é que, neste caso, estamos perante um jogador que não demonstra um mínimo de habilidade, nem de capacidade de inteligência a jogar, embora tendo características físicas que poderiam ser mais-valias (refiro-me à altura dele). Bola que lhe chegue aos pés é sinónimo de jogada perdida, apesar de alto não ganha muitas das bolas de cabeça que lhe são endossadas, não se posiciona bem em campo. A este propósito, dizia eu a um amigo que ainda bem que, no segundo golo contra a Naval, a bola disparada por Liedson entrou directamente na baliza porque, se o guarda-redes a tem defendido para a frente o Purovic estava em fora-de-jogo de posição e a jogada ter-se-ia perdido; ao que ele me respondeu que ainda bem que o Purovic estava fora-de-jogo, porque se não estivesse o Liedson podia ser tentado a passar-lhe a bola e então é que a jogada se teria mesmo perdido.
A segunda resposta (que me perdoe o Pedro por misturá-lo com este nosso leitor e comentador) vai para o pouco original (a não ser que o sujeito seja o próprio Pacheco Pereira, convertido ao futebol) pseudónimo de m´espanto às vezes, outras m´envergonho, a quem, para abreviar, chamarei abrupto. Pois, abrupto escreve, a propósito deste meu post: “Paredes !!!!!!!!! Francamente o meu amigo não percebe nada de futebol!” Pode ser, de facto, que ele tenha razão e eu não perceba nada de futebol, mas tal não se pode afirmar apenas por eu mencionar um jogador (Paredes, no caso), pois assim se torna uma afirmação gratuita. Ainda por cima pressupondo que ele, que me julga, percebe o suficiente para me julgar; o que, por uma simples afirmação como esta, não é possível comprovar. Mas, (dando de barato que abrupto julgou o meu longo post apenas pelo que afirmei em relação a Paredes) vamos à substância das coisas: o que é que eu disse sobre o Paredes? Mas no contexto, pois é assim que se avaliam as posições de cada um: “Bem sei que em Roma a colocação de Miguel Veloso a central, retirando-o da posição em que vem constituindo um primeiro elemento de contenção e um bom iniciador da primeira fase de transição defesa-ataque desequilibrou a equipa: nem Veloso cumpriu bem como central, nem Moutinho rendeu como trinco. […] seria preferível não remeter Moutinho para o vértice inferior do losango, mantendo-o do lado esquerdo (onde poderia render mais ajudando Ronny), saindo Vucevic (...) e entrando Paredes (mais experiente do que Adrien, que poderá e deverá, quanto a mim, começar a entrar aos poucos na equipa). Deste modo a equipa ganharia em equilíbrio entre sectores. Pois PB fez entrar Paredes exactamente quando comemos o segundo golo, solução que estava na calha com propósitos defensivos, mas deveria ter sido suspensa.”
Trata-se não de achar que o Paredes é bestial, mas que, no contexto da substituição feita pelo treinador (a qual quem sabe ler percebe bem que não subscrevo), me parecia mais apropriado não sacrificar Moutinho nas funções de trinco, mas aí colocar alguém especialista nessa posição. E quem é que estava no banco com essas características? Aquele mesmo cuja contratação tanto tenho desancado em vários escritos anteriores (por exemplo aqui): Carlos Paredes. Mas escrevo mais: que PB fez mal em manter a entrada do mesmo Paredes na altura em que o fez.
Pode ser que Abrupto perceba à brava de futebol; mas, coitado, não sabe ler.

Venenos 33


Dizem que dada a produtividade demonstrada pelos quadros da Sporting SAD, a assiduidade e, sobretudo, os resultados alcançados até agora, o símbolo do Sporting deveria muito apropriadamente passar a ser o da figura. Podia ser que assim mais gente compreendesse o sentido da expressão "é preciso acabar com a mama"...