quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Repensar o futuro

Já se ouvem por aí umas "bicadas" no Cristiano Ronaldo depois do jogo de ontem...
A linha de gestão do Sporting fala na necessidade de uma presença regular na Champions League. Nada a opor. Esta deveria aliás ser uma questão consensual. Mas, há coisas a fazer primeiro.
Desde logo e antes de tudo o mais, o Sporting tem de decidir se quer estar presente na CL para jogar a sério nesta competição ou para fingir que é um dos grandes da alta roda futebolística europeia. Francamente, com presenças nesta competição como as que o Sporting tem tido sistematicamente desde há anos a esta parte eu acho que é preferível nem lá meter os pés. O balanço final desta operação europeia é patético.
Tenho para mim que um comportamento destes é altamente lesivo para a imagem do Clube. Os dirigentes terão de decidir se querem ter um Sporting competitivo, capaz de levar mais longe (não é o mais longe possível, é longe...!) o seu esforço europeu, ou se querem insistir nesta triste nesta figura triste.
O que fica do Sporting na CL é isto: eliminatórias para entrada na fase de grupos em ano mau (a estatística creio que mostra que esta é a norma...), ou, em ano de abundância (quando lá acontece ficarmos em segundo no campeonato doméstico...), termos entrada directa na fase de grupos para cedo nos vermos afastados do resto da competição garantindo, na melhor das hipóteses, uma presença na Taça UEFA.
Fazer a figura que o Sporting sistematicamente faz na grande competição europeia de clubes é desprestigiante, desmotivador para todos (é-o certamente para os adeptos) e trará, como é fácil esperar, um rol de consequências negativas para a vida do Clube. Duvido até que, contas feitas, dê algum lucro...
Claro que para que algo mude neste domínio é preciso que o Sporting encare a actividade do futebol a sério e mude uma série de opções estratégicas que vem tomando desde há anos, de investimentos e de pessoas que comprometem seriamente qualquer hipótese de sucesso. Não é possível ser "grande" e querer ser um clube de formação. Para "montra" a presença do Sporting nas competições europeias fica aquém do que seria de esperar. E não é possível ser um clube de formação e fornecer aos outros (e não me refiro necessariamente apenas a clubes estrangeiros) as armas que nos vão depois derrotar e fazer abortar os nossos desígnios. Formação para quê, formação para quem?
Há qualquer coisa de profundamente errado e triste nisto tudo.
O Ronaldo fez o que devia fazer nos dois jogos que disputou contra o seu antigo clube, o Clube que o formou. A pergunta que se coloca é esta: e o seu antigo Clube? Fez o que devia fazer para estar ao nível competitivo que uma CL impõe? Quem é que está errado nesta equação? E se não está ao nível que se exige o que anda de facto lá a fazer? Que lucro tira o Sporting, verdadeiramente, da sua presença fugaz na CL?
Quem é que está errado em tudo isto?