segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Golos, precisam-se!

Paulo Bento é um homem de princípios, e isso só lhe fica bem.
O primeiro destes princípios dá uma segurança a quem o contratar: equipa que ele treine já se sabe que tem um modelo de jogo. Portanto, com ele vai também esse modelo. No Sporting esse modelo expressa-se normalmente pelo sistema de 4x4x2/losango, mas, em fases determinadas do jogo (quando é preciso para recuperar de um resultado adverso, por exemplo), tem utilizado um sistema de apenas 3 defesas (um 3x5x2 que se desdobra em 3x3x4 em acções atacantes). Em termos de sistema é usual o transporte da bola de pé para pé com pressão alta, mas também se utiliza o jogo directo com passes longos do guarda-redes ou dos centrais, em circunstâncias do jogo que o exigem (normalmente para tentar surpreender o adversário).
As contratações desta época não foram feitas à balda ou por catálogo, como pareceu ter acontecido na época passada, mas procurando jogadores para se encaixarem no modelo de jogo da equipa. Se os jogadores têm a qualidade e a capacidade de adaptação ao futebol do Sporting, é coisa para se ver com a continuidade da época.
Ao contrário do que eu supus Derlei acabou por ser o jogador que melhor correspondeu ao pretendido, começando desde logo a mostrar-se como o melhor companheiro que Liedson jamais teve no ataque do Sporting. Como disse em post anterior, “quando o Sporting perde a bola, ambos chateiam os adversários de maneira a voltar a ganhá-la, ou a que estes errem os passes, ou ainda, no limite, fazendo faltas para não deixar o adversário jogar. As faltas do Sporting são, na esmagadora maioria, cometidas ainda no meio-campo do adversário.”
A lesão de Derlei veio complicar as coisas, já que as características de Purovic são muito diferentes das dele, indicando-o para situações de jogo em que é preciso usar o jogo directo. E o jogador não tem demonstrado classe; embora ainda seja cedo para se traçar um veredicto definitivo quanto à sua futura utilidade (está ainda em período de adaptação), tenho poucas esperanças nela. Quanto a Djaló, depois de uma entrada promissora no início da época passada, tarda em juntar aquele bocadinho que lhe falta para ser um bom jogador. E esse bocadinho expressa-se sobretudo na finalização dos lances: remate, cruzamento, último passe. Penso que, mesmo assim, onde ele rende mais é num dos vértices laterais do losango, mas não é aí que a equipa precisa mais dele.
O saldo de tudo isto tem sido a gritante falta de capacidade concretizadora da equipa. Nomeadamente contra o Benfica, viu-se bem que a nossa equipa exibiu um jogo de conjunto muito superior ao do adversário só pecando justamente na concretização. É este, presentemente, o principal problema do Sporting, que o tem levado a perder pontos no campeonato e ditou a derrota contra o Manchester.
Vejamos se este aspecto é trabalhado nos treinos e se os intérpretes se superam em jogo, para ganharmos ao Dínamo.

(sem me aperceber, dei a este post o mesmo título que Master deu ao seu último; transmimento de pensação, como diria o outro)