sábado, 11 de fevereiro de 2006

Outras razoes para a mudança

O que vou escrever a seguir é polémico. Estou consciente disso. Vejamos...
Há já algum tempo que venho escrevendo aqui no KL que a situação do futebol português é catastrófica. Ninguém, creio eu, de boa fé o poderá negar.
A isto vem juntar-se a questão do processo chamado "Apito Dourado" que agora conhece novos desenvolvimentos. Um processo no qual, recorde-se, estão envolvidas figuras chave do futebol português. Independentemente da presunção de inocência e do veredicto final, não podemos esquecer que processos como este levantaram uma onda de suspeita e de decredibilização do meio futebolístico. E independentemente dos rostos do crime, o que o "Apito Dourado" indicia é por demais sórdido para poder sustentar, sem a questionar profundamente, uma actividade que movimenta milhões de euros e de pessoas.
Ninguém está fora desta carruagem. O futebol não se joga a um e há de facto uma teia de arranjos, infiltrações e conluios que não deixarão ninguém de fora. Por acção ou por ausência!!
Gostamos, nós do Sporting, de pensar que nada disto nos atinge e que, neste domínio, estamos de fora porque somos um modelo de virtudes. Mas, a verdade é que as coisas não são assim. Mesmo que existisse uma redoma de vidro a proteger Alvalade, o Sporting, como disse antes, não joga sozinho. Por outro lado, há promiscuidades, interferências suspeitas e salas de controlo situadas a montante de todo este processo que o Sporting não controla e que nós lá vamos percebendo que, de facto, funcionam. Os sócios e adeptos são nesta matéria perfeita "carne para canhão", com uma opinião e um peso sem significado, mas nada nos impede de ir somando 2+2.
Uma coisa é certa: os clubes não jogam sozinhos, mas poderão ficar a falar sozinhos porque mataram a galinha dos ovos de ouro com tanta trafulhice que foram fazendo ao longo de todos estes anos. Os "indefectíveis" dos clubes não chegam (como é abundante e frequentemente demonstrado) para sustentar o futebol e o descrédito dos seus agentes afastou já muita gente dos estádios. Basta olhar aliás para as bancadas dos estádios por esse país fora... A "desertificação" do futebol é mais que uma possibilidade: é uma realidade!
Avizinha-se uma Assembleia Geral que se revela crucial para o futuro do Sporting Clube de Portugal. As escolhas que temos de fazer não deveriam ser entre o "mesmo" e o "mais do mesmo" e, portanto, mais do que escolher entre a linha A ou linha B, o que temos hoje perante nós (penso eu, na minha inocente perspectiva de adepto da correcção e da verdade desportiva...) é uma escolha entre gente que, de forma directa ou indirecta (muito haveria e há certamente a dizer sobre isto...), pactuou e pactua com a bandalheira que por aí grassa e novos rostos que possam protagonizar uma completa revolução no futebol português!
Não basta proclamar a diferença. Há que ser efectivamente diferente. Pessoalmente, e na medida do que atrás ficou dito, não tenho confiança em nenhuma das candidaturas que se perfilam ou se perspectiva que se perfilem para a direcção do SCP. São gente do passado.
A oportunidade que se coloca presentemente ao Sporting é, tão somente, a de dar o mote pela alteração do universo do desporto-rei em Portugal.
Só com profundas e radicais alterações o futebol português poderá sobreviver e voltar a ser credível.
Só com novos rostos essa credibilização se poderá processar.
O Sporting pode ser um agente activo dessa alteração. Temos essa oportunidade no dia 23.
No Sporting são necessários novos rostos.
O resto são cantigas...




Manifesto - Sporting uma História com Futuro