Leitura inevitável (vigilância democrática oblige…), lá tive de ver a entrevista com FSF publicada no último jornal Sporting. Comecei por me confrontar com a paginação confusa (pela solução gráfica mais pareciam três ou quatro entrevistas com outros tantos presidentes diferentes…), mas acabei por conseguir, finalmente, extrair uma conclusão do peculiar documento.
O conteúdo da entrevista condiz afinal com a paginação confusa. A entrevista de FSF é uma miséria! Não diz nada! As declarações não passam do lugar comum ou, na melhor das hipóteses, de conversa redonda para adormecer o leitor. Acham que estou a exagerar?! Reparem, por exemplo, nas afirmações relativas à célebre questão da venda do património... Diz FSF, a propósito deste assunto, que “até agora, apenas temos registo do interesse manifestado por alguns investidores.” De seguida, refere que “o mais interessante para nós seria (…) uma venda global mas não temos a garantia ainda dessa possibilidade.” Mais adiante diz que lhe “parece mais provável a venda parcelada, até porque será mais rentável para o Clube.” Para, finalmente, concluir que, “se aparecer uma proposta global atraente, ela não deixará de ser devidamente considerada.”
Então afinal em que ficamos? O mais interessante é a venda global? Ou o mais interessante é a venda parcelar? E, se surgir de facto a hipótese de venda parcelar, o mais interessante continua a ser a venda global? Ou não? Porque é mais rentável? Ou antes pelo contrário? Ficamos sem perceber… Para rematar, e em jeito de conclusão sobre este ponto, FSF tem o cuidado de acalmar os sportinguistas “que, naturalmente, se manifestaram peocupados com todo este processo” porque aquele clube de que nunca me lembro o nome (com um campo ali à frente do Colombo) e o Porto também venderam património! Já estou, de facto, muito mais descansado...
As declarações de FSF continuam nesta toada, entre a marcha atrás, a poeira para os olhos e a frase enigmática. Sobre o Pavilhão? “É uma questão séria (…) e temos tido algumas aproximações e contactos no sentido de nos serem facultadas ideias para desenvolver o projecto” (sic!) Sobre as modalidades? “A prioridade é fazer do Sporting um projecto desportivo. Há que apostar nitidamente no futebol, a modalidade-rainha.” Sobre o atletismo? O Estado que pague... Sobre os Núcleos? “Estou interessado na dinamização do universo verde e branco. (Mas) os Núcleos para merecerem (!) a receptividade, o carinho e a motivação do Clube, têm de ser mais pro-activos (sic!) com o Clube." Sobre a venda de jogadores? “Temos de provar a nós próprios que estamos no rumo certo.”
Pelo meio, ao jeito de um antigo primeiro ministro português, FSF advoga o eSporting porque já até os seus pais usam computador (os 48% de iliterados funcionais portugueses agradecem o desvelo...); afirma o seu empenho na luta contra a corrupção no futebol (vamos ver, vamos ver...) e reclama para o Clube, em triunfo e com pompa, o lugar que lhe compete “nos centros de decisão do futebol nacional.”
A oposição, diz FSF, não mostrou alternativas. Estamos a ver as "alternativas" que a direcção actual tem para o Clube...
A manchete do jornal Sporting diz: “Radiografia do novo Sporting”… Onde está o novo Sporting nesta entrevista é questão que teremos, certamente de clarificar em entrevistas futuras porque desta feita ainda não conseguimos descobrir onde reside a novidade… De novo, de novo há (temos de reconhecê-lo!) um nunca visto festival de trivialidades!! Nem o bigodes...
Teria sido bem + interessante, se a dita entrevista tivesse sido feita... depois de jantar! :))
ResponderEliminarNão sei se não foi...
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