Os leitores mais atentos do KL (será que há outros?) terão notado que, praticamente, não falei do Mundial. Não havia, de facto, grande coisa para dizer. Portugal bateu-se em pé de igualdade com as principais potências do futebol mundial. O mesmo tipo de jogo, as mesmas exactas simulações, a mesma magreza de resultados, as mesmas manobras de bastidores, o mesmo mau perder e as mesmas desculpas de mau perdedor que outrora nos distinguiram, transformaram-se agora em armas a que recorreram as principais selecções e seus representantes. Com honrosas excepções, a verdade é esta: os grandes do futebol mundial não jogaram um boi e refugiaram-se na tática da manobra dilatória para mascarar as suas incapacidades!!
Já no que respeita o comportamento do público fomos miseravelmente batidos: exibimos e agitámos bandeirinhas, vestimos camisolas, despimos as roupas nas fontes públicas, reunimo-nos nas praças e rotundas, como os outros, mas falhámos estrondosamente num aspecto: não conseguimos acertar ou, sequer, dar um tiro num adepto de outra selecção que festejasse pacificamente uma vitória nas nossas ruas! Foi pena.
Mas, é no campo da indisciplina que me parece estarmos a perder virtudes mais rapidamente. Já fomos mesmo ultrapassados! E para isso contribui decisivamente o Zidane que com aquele toque de classe --certamente, pensado para coroar condignamente a sua brilhante carreira na selecção francesa-- nos dá um tiro fatal na nossa corrida para a conquista do galardão do unfair-play...
No geral, pois, a nossa participação no Mudial não se distinguiu substancialmente da das outras selecções.
A partir daqui, porém, começam-se a manifestar algumas pequenas e arreliadoras diferenças.
A FIFA apressou-se a aplicar a Zidane um castigo exemplar e sui generis atribuindo-lhe o prémio Adidas Bola de Ouro!!
Tudo isto me trouxe à lembrança a reacção que provocou aquele gesto quase infantil do João V. Pinto no Mundial 2002 da Coreia/Japão... Vejam as diferenças. Mão pesada para uns. Bolas de Ouro para outros... Fogueira para uns, sonoros cantos laudatórios para outros.
Zidane, não há dúvida, é um jogador fora de série. Então no jogo de cabeça não há como ele! No caso do João V. Pinto, também não há dúvida: aquilo era mesmo a reacção de um verdadeiro bandido! Estava-lhe no genes...
(Já agora, um pequeno aparte para recordar a forma canhestra como o Sporting tratou, na altura, este caso e assistiu a todas aquelas FIF(i)As...!)
A FIFA anuncia o Mundial de 2010 na África do Sul como "A Symbol of Hope"... Começa bem o Mundial 2010!
Já ontem as televisões falavam e hoje os jornais dão também conta de uma entrevista à TV francesa ao Zidane a propósito da cabeçada ao Matterazi.
ResponderEliminarSe há coisa que detesto são os moralistas de pacotilha e está longe de mim a ideia de me comportar como um. Mas, aquela desculpa do Zizinho de que foi "insultado" todo o jogo com impropérios dirigidos à mãe e à irmã só dá vontade de rir!
Das duas uma: ou ele ainda não percebeu o que está em jogo (o que também não seria de estranhar; com o uso que ele dá à cabeça deve haver muito pormenor que lhe escapa...), ou então é mesmo o miserável arruaceiro que o acto deixa adivinhar!
Vamos ver o que a FIFA faz... Mas, acho que tudo isto vai ficar Adi(d)ado para as calendas!
A telenovela da cabeçada continua. Esgrimem-se argumentos, sucedem-se entrevistas e comunicados e agora é Materazzi que aparece como o mau da fita, provocador, grande caceteiro, etc e tal... Vão ver que o Zizinho ainda acaba por levar a Légion d'Honneur das mãos do próprio Chirac. Querem uma aposta?
ResponderEliminarAlguém ainda se lembra do que é que está em jogo aqui? E ainda só passou meia dúzia de dias...