sábado, 30 de setembro de 2006

O mito: “o Sporting não joga pelas alas”

Dizem as estatísticas que (no campeonato) o Sporting é a equipa que, das três grandes, tem, em média, menos faltas cometidas por jogo (14, contra 16 do Porto e 17 do Benfica) e mais remates à baliza (15, contra 14 do Porto e 11 do Benfica).
Quanto aos cruzamentos temos uma média de 20 por jogo, muito mais que o Benfica (11) apesar de este jogar com extremos de raiz. Somos pouco superados pelo Porto (22), embora tenhamos mais cantos (8 para 6).
Acresce que dos 20 cruzamentos efectuados frente ao Aves, 10 partiram da linha, e 5 tiveram como consequência o remate.
As estatísticas valem o que valem, mas estas parecem confirmar que é um mito o que se diz quanto às limitações do Sporting por não ter extremos de raiz. E aqueles que invectivavam o Douala enquanto ele cá estava (numa maledicência auto-flagelatória tão comum entre os sportinguistas) foram os mesmos que gritaram 'aqui d’el rei' quando ele se foi embora, esquecendo que se pode jogar pelas alas sem ter extremos de raiz.
É o que o Sporting faz, até agora com sucesso. O segredo está na mobilidade dos jogadores. No Sporting um dos médios abre para a sua ala, quando a equipa está de posse da bola; além disso os avançados são extremamente móveis e, como diz Luís Freitas Lobo a propósito do Sporting-Inter: "sempre que um dos médios rompia a atacar, esse movimento era acompanhado pelo descair de um dos avançados para o flanco respectivo arrastando marcações, forçando a defesa italiana a alargar e abrir espaços de penetração onde ora furavam desde trás os criativos Nani-Moutinho-Romagnoli, ora surgiam entre estes os avançados móveis Liedson-Djaló, que depois voltavam a flectir para a área, de fora para dentro".
É esta a forma normal de jogar do Sporting; não tendo extremos de raiz, tem intérpretes suficientemente versáteis para exercerem esse tipo de função quando é preciso.

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