quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Venenos 4

É uma associação primária, é verdade, mas sempre pensei em salsichas quando ouvia falar no nome do árbitro Isidoro. O homem não era para mim um árbitro, era um enchido. Nunca conseguia por isso vê-lo como um árbitro legítimo, com cursos, insígnias da FIFA, calçado Adidas e todas aquelas coisas que dão legitimidade e conferem autoridade a um árbitro. Havia aquele nome. E havia, por isso, qualquer coisa que, à partida, não colava, conferindo-lhe uma aura de salsicheiro e retirando-lhe qualquer resquício de credibilidade. Mesmo que a sua reputação fosse imaculada, como a virgindade da minha tia Maurícia, um árbitro chamado Isidoro não podia suscitar qualquer respeito.
Aqui há pouco tempo ficámos a saber que o senhor Pinto da Costa terá falado ao senhor Pinto de Sousa no nome de Isidoro. Desta conversa de Pintos resultou uma tarefa para o árbitro Isidoro: ele iria apitar a final da Taça de Portugal de 2003. Nesse mesmo ano Isidoro, o cantor, gravou o seu primeiro CD intitulado "Memórias". No ano seguinte gravou "Laços de Amor", celebrando certamente memórias de um outro C.D.. Agora o ex-artista do apito brinda-nos com um novo trabalho chamado, apropriadamente, "Sesta na Bancada". Para adormecer, portanto. Isidoro vira cantor de protesto e reclama justiça para os árbitros, gritando com ar alucinado "Tem de mudar! Tem de mudar! No juiz tens de confiar!"
Como árbitro, a credibilidade de Isidoro caminhava pelas ruas da amargura. Como cantor de protesto a credibilidade deste artista reduz-se dramaticamente a uma mera salsicha de cocktail.

1 comentário:

  1. E porque não chamar-lhe uma valente merda enquanto árbitro e não arranjar palavras enquanto cantor.
    Enquanto árbitro, uma valente merda como já tinha dito, enquanto cantor.....tirem toda a gente da sala e vejam se conseguem.

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