terça-feira, 10 de abril de 2007

Os negócios do Sporting 2

No primeiro post sob este tema cheguei à conclusão de que, não sendo obrigatório o insucesso dos negócios ligados ao património não desportivo do Sporting, o facto é que a incompetência e provável oportunismo da gestão levaram a uma situação de queda continuada dos números no vermelho (o que no nosso caso é duplamente penalizador:)
Foi assim que cheguei à conclusão de que o melhor era vender esse património. Vamos ser claros: FSF fez bem as contas e, no estado em que as coisas estavam, o melhor era amortizar uma parte da dívida e, pagando menos juros daqui para a frente, poder a vir a tornar a actividade do clube lucrativa.
O papel do actual presidente e seus acólitos não foi, desde o início, nada correcto em muitos aspectos. Primeiro os antecedentes: para além do facto de ser um cooptado da anterior casta dirigente (portanto co-responsável dos erros de gestão que conduziram a prejuízos acumulados de mais de 100 milhões de euros), ele não conseguia esconder a suspeição sobre o seu estatuto de homem do BES. Depois o número da Assembleia-geral convocada de propósito para a aprovação de apenas este ponto (venda do património não desportivo), quando era sabido que tinha de haver eleições daí a pouco e o mais lógico era escrutinar este assunto nesse âmbito, incluindo-o no programa da candidatura à Direcção e aguentando o embate de listas de oposição. Foi o que, finalmente, teve mesmo de ser feito, mas então já com um desgaste muito grande dos associados proporcionado por uma votação de muito mais de metade dos votos que, em sede de eleições dariam (como deram) uma tranquila vitória; isto dissuadiu alternativas credíveis. Por último, o truque de desviar para o mais que controlado Conselho Leonino a decisão final sobre esta matéria, sem ter de novamente passar pelo risco de uma AG com exigência de maioria de 2/3.
Depois os contornos do negócio em si, com inclusão de uma parcela não prevista (a Secretaria) e a venda a um bando de sujeitos ligados à Universidade Independente que, por enquanto, são apenas suspeitos de negócios escuros (que metem diamantes angolanos e a filha do consabidamente corrupto presidente local) e diplomas forjados. E ainda com o pormenor de a tal parcela a mais ter sido vendida a quem menos ofereceu por ela.
Por último o intermediário no negócio recebeu uma onerosa comissão, parte da qual paga em acções do Sporting avaliadas muito abaixo do valor em bolsa (ver aqui).

(continua)

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