sexta-feira, 8 de junho de 2007

Angariar novos sócios

Numa importante entrevista a "A Bola" (4/6), Filipe Soares Franco refere os seguintes «cinco pontos vitais» no projecto desta direcção para o Sporting:
  • «O primeiro tinha a ver com a redução do passivo para cem milhões de euros, em várias fases. Já começámos e penso que vamos conseguir»;
  • «O segundo era angariar novos sócios, e este ano este projecto terá um grande pontapé de saída»;
  • «O terceiro tem a ver com a estabilização do futebol e penso que está, pelo menos para já, conseguida»;
  • «O quarto ponto previa a construção do pavilhão para as modalidades competirem» acrescentando que «só se pode partir para um projecto como a construção do pavilhão com bases financeiras sólidas, caso contrário é um erro»;
  • «O quinto ponto da nossa estratégia era dotar o clube de organização profissional. Estamos a fazer um estudo de simplificação e a cuto prazo haverão (calinada espero que do jornalista; nestas circunstâncias o verbo haver não tem plural) resultados».

Muito haverá a dizer sobre todos os pontos.
A primeira reflexão é que apenas houve avanços significativos no primeiro e no terceiro, concordando-se embora que eram dois dos mais prementes.
Digo "avanços significativos", mas, no que respeita ao primeiro ponto, não sei se é de lhes chamar avanços, já que eles vão num sentido que me mete muito medo, dado o poder de decisão estar nas mãos em quem está. Sobre este assunto tenho vindo a escrever e continuarei, porque me preocupa muito, mas não é o que agora quero tratar.
O ponto de que quero falar é o segundo.
Então porque é que, quanto à angariação de novos sócios, não se fez ainda quase nada. Não houve tempo? Não houve vontade? Houve preguiça? Ou houve incompetência? A excepção, por mim aqui elogiada, foi o jogo da Taça com a Académica em Alvalade, para o qual se promoveu uma mobilização dos núcleos e se conseguiu uma das melhores assistências da época. Elogiei a iniciativa, mas tive o cuidado de acrescentar: «Esperemos que isto não seja mero folclore; que possa, isso sim, ser um indício de que a nossa direcção começa a dar alguma atenção àquela que é a seiva sem a qual nem sequer haverá clube: os sócios e os adeptos». Qual quê; foi mesmo "mero folclore".
Volto agora a ter a esperança de que as palavras do presidente sejam cumpridas e que «este ano este projecto [de angariar novos sócios, venha a ter] um grande pontapé de saída».
E que não seja só o acto formal de angariar novos sócios, mas também dar-lhes contrapartidas à condição de associados, ou seja, direitos e vantagens de tal decorrentes. Destas eu destacaria a participação efectiva na vida do clube; que não haja mais golpadas do tipo das que levaram à aprovação da venda do património não desportivo, cuja decisão foi passada, à má fila, para o dócil Conselho Leonino.
Como eu dizia no escrito de Dezembro passado atrás referido, à cautela, vou esperar sentado.

5 comentários:

  1. É claro que nunca será demais fazer todo o esforço necessário para atrair novos sócios ao Sporting. Seja qual for a direcção que se ocupe desta tarefa, ela terá sempre de merecer aplauso.
    Mas, há dois comentários a fazer desde logo.
    Primeiro, para quê de facto trazer novos sócio para o Sporting se o Sporting se está a encaminhar para uma "des-sociedade"? Cada vez mais conta o adepto pagante e cada vez o sócio é uma figura decorativa. Há que definir exactamente para que serve o sócio para conseguir perceber o que se pretende com isto. A mim sinceramente cheira-me a poeira para os olhos já que o sócio não risca NADA no actual modo de organização do Clube.
    Segunda questão: queremos mais sócios apenas para termos mais gente para tratar mal? As razões de queixa dos sócios são muitas e aqui nas páginas do KL temos exposto algumas.
    Há um modelo por definir de Clube. Esta questão dos novos sócios, é importante, mas o problema tem vastas implicações. que eu espero que estejam presentes na mente do senhor presidente quando fala neste assunto...
    Uma palavra apenas quanto à redução do passivo (que mencionas embora refiras que não é o objectivo deste post). O passivo não reduziu nada! Os prazos apontados estão todos vencidos. A alternativa que se coloca é a renegociação com os bancos...
    Eu acho que em tudo isto (desrespeito claro pelas promessas feitas, leviandade total na avaliação dos prazos e opção por uma pretensa renegociação) há uma actuação que me cheira mal... Ou foi precipitação, ou nada disto era para cumprir, mas apenas para encanar a perna à rã, ou os bancos já mandam totalmente no Sporting e nada disto é suficientemente significativo.
    Por mim, estou verdadeiramente apreensivo com tudo isto.

    ResponderEliminar
  2. O objectivo deste post era, realmente, lançar a discussão sobre a questão da angariação de associados. E sobre isto escreverei de novo, embora precise de ajuda para tratar assuntos relacionados com assistências aos jogos, sobre os quais não possuo saber suficiente, como os preços dos bilhetes e das gameboxes, a vida dos núcleos, etc.
    Para se poder avançar com ideias positivas e sugestões sobre o que pode ser feito em relação a este tema, temos de nos centrar nele. Isto é, temos de pensar que é positivo para o clube angariar associados; nós também cá estamos a pagar as quotas, apesar das dúvidas que mantemos quanto ao caminho que a gestão do clube leva.
    Isto não quer dizer que não nos preocupamos com o aspecto (central, claro!) de definir o tipo de instituição que se quer fazer do Sporting. A bem da análise da realidade, evidentemente que se comete o artificialismo de a dividir em sectores; de outro modo é impossível entendermo-nos.
    Mas, já que falas na questão do passivo dizendo que ele não reduziu nada, para onde é que foram os propalados 50 milhões da venda do património não desportivo? Não me digas que não foram para a redução do passivo, que me dá uma coisa!

    ResponderEliminar
  3. Temos de aguardar naturalmente pelos relatórios do exercício. Não sei (não sabemos) para onde foram esses 50 milhoes, não sabemos sequer se já foi tudo liquidado. Não sabemos se essa verba, a ter sido recebida, foi de facto usada no abate do passivo. Não sabemos nada sobre tudo isto.
    Conhecemos deste negócio, somente aquilo que é público e notório, que não nos pode deixar tranquilos.
    Quando digo que o passivo não reduziu nada talvez devesse ter dito que não reduziu garantidamente nada de significativo. Estamos longe da promessa do presidente Soares Franco de uma redução do passivo até Junho para um valor de 150 k. Isso é garantido. E das duas uma: ou o Sporting se tornou de facto ingovernável, como foi referido, ou surgiram novas formas de governação... Não creio que o Sporting tenha deixado de pagar um valor muito abaixo daquela verba obscena de juros que foi abundantemente divulgada.

    ResponderEliminar
  4. Viva
    E o que dizem os candidatos 'a CML sobre o caso do SCP? Ou nada dizem?
    Fora isso, viram a lista das colcoacoes do SCP hoje na Bola? Varela em Espanha? vendido ou emprestado? E o que era aquilo de um argentino da 2a divisao a caminho de Alvalade, sabem?
    Saudacoes leoninas

    ResponderEliminar
  5. A única contratação anunciada é a de Gladstone della Valentina (assim mesmo!) que aguarda os testes médicos da ordem. Vem por empréstimo do Cruzeiro de Belo Horizonte.
    Quanto à CML não creio que nesta altura alguém se vá pronunciar sobre o assunto Sporting... Tem picos!

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.