O relatório da Deloitte sobre o estado do futebol português (reportado à época 2005-2006) é claro: o prejuízo resultante da actividade desta "indústria" é brutal. Uns meros 524,2 milhões de euros! Um valor que roça o valor do Activo Líquido que é de de 560,1 milhões de euros. Há mesmo 7 clubes que apresentam "passivos superiores ao valor dos seus activos líquidos contabilísticos."
As conclusões do relatório não constituem exactamente novidade. Qualquer observador atento da paisagem futebolística portuguesa poderia antecipar as conclusões da Deloitte. O mérito do relatório --profusamente publicitado pela imprensa de hoje-- reside na quantificação do "estrago". Particularmente alarmantes são os dados relativos à diminuição de receitas, ao aumento do endividamento e à diminuição do valor dos capitais próprios dos clubes.
Nos números da Deloitte espelha-se a rebaldaria que tem sido a orientação estratégica dos clubes, dos seus organismos representativos e das autoridades públicas. E, embora não sejam explicitados, lemos nas entrelinhas deste relatório os nomes dos responsáveis por este estado de coisas.
Os três clubes principais da Liga maior são responsáveis por uma percentagem muito significativa dos valores apurados. Sublinha-se o prejuízo corrente recorde do FCP. Relativamente ao Sporting, registe-se o crónico, inadmissível e triste terceiro lugar relativamente a aspectos fundamentais como o volume de receitas, o número de sócios ou as assistências aos jogos. Pelos vistos, a disponibilidade financeira exigida aos sócios e adeptos do Sporting afinal não chega... Assinale-se, contudo, com nota francamente positiva a diminuição de custos e prejuízos correntes.
Na apresentação do relatório da Deloitte, o Secretário de Estado do Desporto disse, apesar das evidências, que "as contas não são fáceis de fazer, não são sequer ainda rigorosamente reais. Há algumas realidades escondidas." Como sempre, neste país de brandos costumes, a realidade não é real e, ainda por cima, anda escondida...
Podemos assim facilmente antever como, apesar do aviso sério que tudo isto constitui e da dificuldade que todos aparentam ter em fazer contas, lidar com o real e inverter o curso dos acontecimentos, como vai ser o relatório de 2006-2007. E o de 2007-2008!
Por falr em gestao, e ligando ao comentario ao post do RH: Gladstone a pagar, Semedo em Inglaterra por dinheiro nenhum? QUer em valor desposrtivo quer em valor negocial, qual e' a suprioridade do Gladstone sobre o Semedo, que se saiba?
ResponderEliminarO Semedo foi emprestado, não?
ResponderEliminarSerá a necesssidade de o colocar a rodar para poder adquirir algum traquejo mais. Só vejo isso...
ResponderEliminarPelo que li na Bola d ehoje, foi de vez, por 4 anos. O Varela e' que vai emprestado
ResponderEliminarSemedo saiu a custo 0. Ficamos com 50% dos direitos desportivos do jogador durante 4 anos capitalizáveis, apenas e só, caso seja transferido para outro clube, e envolvendo verbas. Não percebo porque é aqueles iluminatti da SADE não fizeram o mesmo com o Caneira, o ano passado. Andaram aí a cagar postas de pescada, que era 1 empréstimo de 5 anos, e vai-se a ver e todos os anos, por esta altura, temos que nos pôr de joelhos à porta do mestalla! Só gostaria de saber quem é que paga as viagens do Paulo Barbosa a Valência!
ResponderEliminarRelativamente ao post, nada a opôr. Acrescento apenas que o nosso "equilíbrio" se deve única e simplesmente ao desinvestimento. É pela redução de custos, nunca pelo aumento das receitas! A propósito disto, e no seguimento de alguns posts do Master e do Raúl, sobre o vértice angariação de novos sócios, fidelização, incremento do negócio da marca sporting, peço que comparem os pacotes gamebox 07 do sporting, com a oferta dos dragon seats do fêcêpê. Não sei se isto se deve aos 15% de clube que restam na sad do porto, o que sei é que por menos dinheiro (falo do meu lugar num e noutro estádio) eu terei vantagens incomparáveis por adquirir um assento de dragão... mas não é só isso é o recheio do produto! É moderno, foi pensado, e assenta num segmento social largo, de sócios portistas. O nosso, apesar de ter sido inovador no lançamento, já tresanda a naftalina! Mas vamos lá nós queixarmo-nos do que quer que seja... isto é o mal dos clubes de sangue azul. O conservadorismo da aristocracia não é só de boca, e por isso é que quem me recebe as quotas na secretaria é ainda o mesmo trombudo que me aceitou a inscrição de sócio, há 22 anos atrás!
CenadeMaceiros
Pois...
ResponderEliminarMas no final gostava de saber quanto é que a Sportinvest (que é do senhor Oliveira e que tem participações em todas as SADs do futebol) ganhou nesse ano!
Quantos milhões fizeram eles de lucro.
Como é que o Oliveira anda a comprar participações na PTM?