Foi boa a noite de ontem. O FCP esteve bastante mal, diria, surpreendentemente mal, e o Sporting soube aproveitar. Antes de embandeirar em arco, porém, e de fazer o que é habitual --i.e. passar da fase de profunda angústia à fase de euforia, sem paragem em nenhuma estação intermédia-- remeto-vos para a leitura deste post do Simplesmente Sporting, publicado antes do jogo, com o qual estou totalmente de acordo. E depois continuamos a conversa.
Vamos, pois, com calma...
Vais "desculpar-me" Master Lizard, mas eu estou nas "nuvens"! Esta foi a minha maior alegria desportiva desde a vitória do Sporting sobre o Inter. Nunca tinha visto o Sporting fazer um jogão destes fora contra o Porto, e ainda por cima sem dois titulares.
ResponderEliminarOntem quase tive vontade de chorar. Só pensava nos sportinguistas do Norte, e no que deve significar para eles o resultado de ontem. Nós esquecemo-nos o difícil que é ser do Sporting no Norte, estando longe do clube fisicamente, em minoria em relação ao Porto e ao Benfica, e quase sem alegrias desportivas. Quando o Porto ganha o campeonato, ninguém me chateia, mas os "leões" de lá de cima nunca têm descanso. Ou levam com "tripeiros" ou com lampiões. Esta vitória é para eles.
Em relação ao jogo, o Sporting foi superior, ponto final. Teve mais posse de bola, mais ataques, mais remates e mais oportunidade´s de golo. Sem espinhas. A equipa respondeu bem à campanha de desestabilização que alguns meios de comunicação social têm feito contra ela. A divulgação da lista de ordenados não foi inocente.
Nós sportinguistas temos contas a ajustar com a incompetência da SAD, mas também contra o anti-sportinguismo de alguns jornalistas, que trabalham em prol dos nossos rivais. Não vamos ser parvos. Houve uma campanha contra o Sporting. O Sportugal, que divulgou a lista dos ordenados do nosso plantel, tem como título da reportagem da vitória do Sporting sobre o Porto o seguinte: "Balão de oxigénio para mais de 6 milhões". Se isto não é anti-sportinguismo, o que é?? O jornalismo desportivo em Portugal não é independente, e a linha editorial do Sportugal é claramente pró-benfiquista.
Muita coisa pode ainda acontecer, sendo que o resultado que mais no interessa entre o Benfica e o Porto é um empate e bastante porrada entre os dois que deixe marcas para além do resultado. E depois ainda vamos jogar à Luz, e pelo menos sempre lhes podemos estragar a festa, como fizemos ao Porto. Podemos não ganhar o campeonato, mas que não sejamos cabeçudos de ninguém. E viva o Sporting!
Quanto à alegria, partilhamo-na. Comecei por escrever "Boa noite"!
ResponderEliminarO problema com tudo o que diz respeito ao Sporting é que passamos de "bestiais a bestas" e de "bestas a bestiais" (como alguém me dizia há pouco) enquanto o diabo esfrega um olho.
É isto que é preocupante e é contra isto que temos de lutar. Ou seja: é sobre as causas que levam a tudo isto que devemos reflectir e contra toda esta instablilidade que temos de erguer barreiras sólidas. Porque temos de o fazer!
Como as razões mais fundas para a nossa irregularidade e para a confusão que é o Clube hoje não estão esclarecidas penso que é melhor ter cautela...
Infelizmente, a nossa história recente dá-me razão...
Caro Master,
ResponderEliminarNa tua lógica de tipo mecanicista, em que não é admissível, porque a gestão do clube é bera, que possamos ter bons resultados desportivos, a vitória sobre o FCP não podia ser atribuída a mérito nosso, mas a demérito do adversário.
E preocupas-te agora com a passagem de besta a bestial, quando eu já me venho preocupando há muito tempo com a passagem de bestial a besta que se deu, post do Felizberto dixit, “sobretudo a partir da derrota caseira com o Benfica”. Tudo a puxar para baixo.
Eh, pá! Não sejas assim tão azedo! Isso é mau para ti e também para os sportinguistas que nos lêem. E, quanto a mim, não é uma boa maneira de fazer oposição, antes se traduz, como venho reiteradamente dizendo, em golos na própria baliza.
Bom, mas já houve uma melhoria: já te pudeste “dar ao luxo de falar sobre futebol”. Donde se depreende que aquele “muito [que haveria] para fazer” do teu comentário de 2 deste mês, deve ter sido feito nestes 15 dias…
Esta parte foi a brincar contigo; ou melhor, com o teu lado azedo.
Agora mais a sério, fico contente por saber que estás “totalmente de acordo” com que “Se a equipa conseguir voltar a apresentar um futebol sólido, vencer os desafios com os seus adversários directos, alcançar a entrada directa na Champions e conquistar a Taça de Portugal, então pode assumir-se estarmos a assistir ao início de um novo ciclo”. Pelo que vens escrevendo pensei que não tinhas esperanças nenhumas nisto. Ainda por cima porque o prazo para que isto aconteça é colocado até ao “final da próxima época”.
Pois também eu estou de acordo com isto. E acho que estes objectivos são possíveis. Mas, no mínimo, estas duas condições têm de ser preenchidas:
1- Que as habituais pitonisas da desgraça dêem um período de apoio e não oposição ao treinador e aos jogadores, pois ambos são jovens e estão a aprender, a formar-se na prática; para o ano todos serão mais maduros em termos futebolísticos e o que agora conseguem fazer sem regularidade, poderão vir a fazê-lo mais regularmente num futuro próximo;
2- Que os dirigentes cumpram as suas promessas de preservar os jovens talentos durante o tempo suficiente para amadurecerem; no fim desta época só deverá ser transferido, quando muito, um dos jovens (Moutinho excluído, claro!). E só se for por muito bom preço!
Por último, de acordo contigo, também eu me preocupo com as súbitas mudanças de humor dos adeptos, pois é isso que passa num instante os técnicos, os jogadores, a equipa, de bestiais a bestas e vice-versa. E que nos impede de construir uma realidade estável em termos de modelo de jogo da equipa.
O que é impossível se se andar sempre a mudar de treinador.
Por isso, com as suas qualidades e defeitos, venho defendendo Paulo Bento como técnico apropriado ao tal “novo ciclo” que, na minha apreciação, com os altos e baixos próprios de tudo o que está na sua fase jovem, já começou.
Será que alguém consegue perceber a inquietação esquizofrénica de soares fraco, após a categórica vitória no dragão, com a decisão do supremo da semana passada, e com os precedentes que daí resultarão ao nível das resciscões contratuais por parte dos jogadores! Ele não fala noutra coisa! É que até no meio de palavras simples, ele consegue verter uma opinião que contraria a resolução do supremo.
ResponderEliminarNunca o vi tão preocupado. Nem com a divída insanável do Clube.
O que será que ele sabe, que nós não sabemos?
Raul,
ResponderEliminarPassando ao lado da discussão acerca das bestas e dos bestiais, creio que é uma realidade incontornável que a partir do inicio de Dezembro a equipa do Sporting não rendeu o que dela se esperaria, tendo em conta a evolução registada a partir da entrada de P Bento, a que me referi como o inicio de um ciclo.
Podes entender que as manifestações de desagrado provenientes da bancada (e que eu acho só se "radicalizaram" quando o Sporting deixou de aproveitar os deslizes do Porto) desempenharam um papel fundamental para o abaixamento de forma da equipa. Pelo menos é o que eu depreendo das tuas linhas.
Eu acho que, sendo um factor, não deixa de ser pouco relevante se analisando o cenário global.
Gostava também de esclarecer melhor o sentido do "final da próxima época", porque me pareceu também que o entendeste mal.
No post centro-me sobre o que me leva a considerar estar em presença de uma boa equipa, processo que utilizo aliás para avaliar qualquer actividade, seja ela lúdica ou profissional, envolva grupos ou indivíduos.
Aquilo que quis expressar foi que, se o Sporting mantiver um nível exibicional como o que apresentou no sábado durante o próximo ano e meio (e se pelo meio obtiver mais destas vitórias e um ou outro título), então em Junho de 2008 poderemos finalmente afirmar que o Sporting tem uma boa equipa... e essa afirmação necessitará sempre de confirmação constante, o que quer dizer que a partir daquela data se torna imperioso manter os níveis.
Isso é que é ser uma boa equipa, independentemente dos percalços (que existirão naturalmente) por que passar pontualmente.
Dizer desta equipa do Sporting, porque ficou em 2º lugar a época passada com uma vitória na Luz, ou porque ganhou ao Inter e empatou com o Bayern, tendo feito uma dezena de boas exibições no processo, que é uma boa equipa, parece-me não só contra producente como uma afirmação sem base real de sustentação.
O Soares Franco está preocupado com a decisão do Supremo e eu também. O Sporting como clube formador está particularmente vulnerável. Ainda para mais, historicamente tem-se dado mal com os empresários dos jogadores.
ResponderEliminarÉ mais um decisão estúpida dos tribunais portugueses, que se andam a meter onde não devem, e são um fonte de instabilidade no país. Depois de meterem o bedelho na disciplina militar, que deve caber às chefias militares, vem uma decisão que irá enfraquecer os clubes portugueses que investem na formação, em favor dos clubes "rapina" como o Chelsea e outros. Isto não pode ficar assim.
Esta questão da formação remete-nos para uma outra que é a _natureza_ da vulnerabilidade do Sporting relativamente a esta questão.
ResponderEliminarA expressão "formação" tem sido usada pelas diferentes gerações de dirigentes do Sporting com uma enorme ligeireza. Copiando afinal o que se faz nesta matéria no país.
Falta fazer muita coisa antes do Sporting se poder considerar um _clube de formação_. Neste momento isto não passa de um chavão.
As reportagens da BBC não me impressionam de todo.
Ficaria de facto impressionado se o Sporting trabalhasse a sério nesta matéria, mas temo que os nossos "êxitos" no capítulo da formação sejam só para inglês ver... Nos vários sentidos (subentendidos) que esta expressão aqui tem ;-)
E que no capítulo da formação também nos contentemos com atingir um défice de 150 milhões...